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História Blow Your Mind - Nostalgia


Escrita por: Aegyo

Notas do Autor


AAAh minha BaekYeol. bom, eu não sei muito bem o que dizer sobre essa fic, só que ela vai ser uma Twoshot e tem incesto. Mas isso é coisas de detalhe.
não sei muito bem o que falar, então vamos para a leitura, eu espero que gostem...

Capítulo 1 - Nostalgia


Eu estava no altar de braço dado com uma amiga qualquer de ChanYeol. Tendo que aguentar todos os olhares de meu pai com repulsa em cima de mim e do resto dos convidados admirando o lindo vestido branco de Francesca, que, inclusive, eu ajudei a escolher e vendo o lindo sorriso que ela carregava nos lábios.

A minha cara de decepção não ficava despercebido. ChanYeol não olhou pra mim por nem um minuto desde que chegamos a igreja, mais cedo. Não dirigiu a palavra a mim naquele dia, a não ser para dizer as palavras que me machucaram mais do que nunca: “Isso foi um tremendo erro, eu não devia ter feito. Devíamos ter parado há anos, quando nos beijamos pela primeira vez. Baek, isso não vai acontecer novamente.”  E eu só o vi batendo a porta e saindo para se arrumar para seu casamento.

Eu tenho consciência de que aquilo era errado, nós somos irmãos. E isso é o que mais me apavora, eu não poderia tê-lo só para mim, agora então... Eu estou sem esperanças ele está se casando como uma garota que ele escolheu, e eu não posso fazer nada. Sou apenas o irmão que o satisfazia quando terminava um namoro ou quando estava triste. E eu me sinto cada vez mais sujo.

Esses devaneios me fizeram viajar na memória até a infância.

Eu sou gay desde que me conheço por gente. Dizem que ninguém nasce gay, mas desde a época em que eu diferenciava uma menina de um menino pelo comprimento do cabelo, eu sabia que eu gostava dos meninos e somente dos brinquedos das meninas. Eu nunca pedi nada disso para minha mãe. Na verdade a minha infância foi resumida a aulas de violino e nadar com ChanYeol na piscina de casa. Nós quase não saiamos para o shopping ou para passar o fim de semana na casa de um amigo, pelo menos não eu. A nossa mãe era doente e eu preferia ficar com ela.

Eu e ChanYeol éramos muito diferentes, principalmente aos olhos do meu pai.

Channie foi um filho planejado e amado durante a gravidez, já eu fui um “erro” um filho que apenas surgiu, sem nenhum planejamento. Talvez por isso ele me odiasse tanto.  Enquanto ChanYeol brincava com os amigos e se interessava por futebol, esportes e coisas do tipo, eu preferia ficar em casa com a minha mãe apenas olhando ela pintar os lindos girassóis de uma tela enorme. Ela até quis me ensinar, mas eu não me dava muito bem com os pincéis, mas uma coisa eu sempre me dei bem e aprendi com ela, o piano. Aquele grande instrumento que ficava na sala de casa, eu sempre tocava notas aleatórias até minha mãe me ensinar a tocar.

Me lembrei também de como eu e Channie sempre fomos amigos, talvez, nunca tivéssemos brigado. Ele me defendia dos meninos que caçoavam de mim, ficava comigo até tarde, enxugando meu rosto molhado de lagrimas, depois de uma bronca ou insulto do meu pai. Acho que ele sempre foi o meu melhor amigo e eu o melhor amigo dele. Não só foi meu melhor amigo, como também foi meu primeiro amor.

Lembro-me da primeira vez que o beijei. Eu devia ter uns 12 anos e ele 13, eu estava no balanço do jardim de casa esperando minha mãe terminar de falar no telefone para ela me levar para a aula de violino. Eu estava muito apreensivo. Aquela noite eu teria que ir a um baile da escola e eu teria que ir com uma garota, eu fiquei receoso de recusar o pedido e acabei aceitando, e não queria mostrar a todos que eu gostava de meninos. Somente minha mãe sabia, até então, e ela me dissera que era para esperar um pouco para decidir qualquer coisa, e foi o que eu fiz. Channie se sentou no chão e ficou me olhando balançar bem de vagar.

–Está ansioso? – ele me perguntou.

–Preocupado. – ele ergueu uma sobrancelha para mim sugerindo que eu dissesse o motivo. – é a Grace e o baile de hoje.

–Está com medo que ela te beije? – Não tinha sido bem aquilo que eu queria ter passado a impressão. –Quer que eu te ajude? –Fiz que sim inconscientemente com a cabeça, pensando que ele iria me dizer o que fazer. –Feche os olhos e fique parado. – achei estranho, mas fiz o que ele pediu. Segundos depois eu senti algo tocar meus lábios e abri os olhos com pressa, ChanYeol tinha me beijado. Ele até tentou aprofundar o contato, mas eu o empurrei e sai correndo.

Ninguém beijava o próprio irmão! Eu fiquei uma semana trancado no quarto me culpando por ter deixado ChanYeol tocar seus lábios nos meus. Nem fui naquele maldito baile.

Fiquei o tempo todo me lembrando do beijo, e talvez isso tivesse me feito começar a ver Channie de outra forma.

Voltei a minha atenção para o que estava acontecendo naquele altar. Nada que me agradasse. ChanYeol e Francesca ouviam atentamente o que o padre dizia. Na verdade eu só aceitei estar aqui por que Channie me implorou muito, do contrario eu estaria bem longe daqui.

Preferi voltar para as minhas lembranças, pelo menos elas eram boas e essa realidade não conspirava a meu favor.

Me lembrei de uma data que poderia ser triste, mas não era na minhas lembranças.

Minha mãe estava passando mal devido ao efeito da quimioterapia meu pai tinha a levado para o hospital. O sol estava se pondo e a luz alaranjada do por do sol de Nova York entrava pela extensa porta de vidro da sala. Eu lembro que estava sentado no banco do piano tocando meu violino, uma musica triste, mas que eu precisava me aperfeiçoar. Channie se sentou do meu lado e ficou me vendo tocar. Esperou eu terminar a musica a bateu palmas. Dizem que cada detalhe da sua primeira vez não é esquecido, mas a minha foi. Eu não me lembro bem o que aconteceu, só me lembro que eu estava sentado na calda do piano sem a camiseta e Channie me beijava e me acariciava com toques cada vez mais atrevidos em lugares em que ele não devia tocar.  Em uma fração de minutos ele já estava me estocando rapidamente e eu me desfazendo em deu abdômem.

Ao contrario do que aconteceu com o beijo, eu não fiquei trancado no meu quarto chorando e me perguntando o porquê daquilo ter acontecido, a situação apenas se repetiu varias e varias vezes.  Foi aí que eu me convenci de que eu realmente o amava. Não amava como um irmão ama o outro, eu o amava no sentido carnal. E era engraçado porque, toda vez que ele me fazia sorrir ou rir, eu sentia uma vontade incontrolável de explicar pra ele o quanto eu o amava.

–Se alguém, aqui presente, é contra esse casamento diga agora ou cale-se para sempre. – A voz do padre me arrancou de minhas lembranças.

Eu abri a boca para falar alguma coisa para impedir que aquilo acontecesse, mas logo fechei. Se eu tivesse dito que sim o que diria depois? “Eu sou contra por que ele me fode quase toda noite.” Isso com certeza não agradaria ninguém ali dentro. Por isso eu resolvi ficar quieto e fixar meus olhos em um vaso de lírios. Pelo o que Channie tinha me dito na noite anterior, eu poderia ficar tranquilo, ele diria "não". Pelo menos foi o que ele tinha me dito.

Fui levado novamente para a minha adolescência. ChanYeol era o “pegador” do colégio, todas se derretiam a seus pés, desde sempre. E eu? Eu era apenas o menino gay que era chamado de bixa, viado, passiva. O que era zoado. Para o desprezo escolar eu estava pouco me fodendo. O que me corroía era o fato de meu pai me desprezar mais do que eu já tinha sido na infância. Minha mãe morreu alguns dias depois de ela ter passado mal por causa da quimioterapia. O me chateou muito, eu só teria ChanYeol a meu favor naquela casa.

Não levei os conselhos de minha mãe muito a serio. Decidi de uma vez por todas assumir a minha sexualidade.  Falei com meu pai, se não fosse por ChanYeol ele teria me matado. Ele me bateu tanto, que cheguei a achar que iria morrer naquela noite mesmo. As marcas pelo meu corpo, ossos fraturados, o sangue sendo derramado no tapete da sala. Nada disso era pior ou causava dor maior em mim do que eu sentia em meu coração. Eu fui rejeitado da pior maneira possível.

 Fiquei varias semanas sem sair de casa por causa dos hematomas. Ele me dizia coisas bárbaras, que filho nenhum devia escutar de um pai. Disse também que ele me sustentaria por obrigação, e que se eu quisesse alguma coisa que eu tentasse sozinho e que no dia em que estivesse morrendo com AIDS eu nem me lembrasse de que ele era meu pai. E foi isso que eu fiz, fiquei na casa dele, por que eu tinha direito de estar lá, tanto quanto ele, a casa era de minha mãe e ela me dizia que eu não devia sair dali nem que ele me ameaçasse de morte.

ChanYeol sempre foi o mais amado, meu pai preferia um filho que chegava bêbado e drogado em casa, do que um gay que nem levava um homem se quer para lá. A lógica de meu pai era trocada.

Sorri inconscientemente quando me lembrei da noite passada. Eu organizei uma mini despedida de solteiro para Channie, convidei uns amigos dele umas streapers em uma boate privê. Enquanto os amigos dele ficaram admirando as mulheres dançando seminuas no palco e se insinuando para eles eu levei ChanYeol para o banheiro.

–Por que você fez tudo isso, Bacon? – ele me perguntou enquanto me via sentar em uma pia e o puxava pelo braço. 

Eu, particularmente, amava quando ele me chamava pelo apelido mais infantil do mundo. Isso me fazia sorrir como nunca.

–Por que amanhã você vai se casar. – Disse com tom triste. –mais isso não importa, o que me importa é que eu quero você essa noite no meu quarto. Eu tenho uma coisa especial. –Fiz uma expressão fofa e selei nossos lábios.

–Tudo bem, eu vou. Quando eu não faço o que você quer?

–Quando estiver casado. No caso amanha. – Channie sabia que eu me sentia incomodado com esse casamento. Principalmente quando a noiva é minha amiga. Aquela vadia italiana.

–O que quer que eu faça? Não me case? – Fiz que sim com a cabeça sorrindo abobalhadamente. –Como quiser. Se não quer que eu me case, eu não me caso.

Eu fiquei surpreso quando ele disse aquilo.

–Como assim não se casa se eu não quiser?

–Eu não quero me casar. Francesca insistiu, não gosto de ficar preso a ninguém.

–Para de brincadeira, Channie. Eu não quero que você não se case por minha culpa. –Menti, o meu sonho seria realizado se ele dissesse “não” em frente a todos os convidados.

–Não é por sua culpa. Eu já estava pensando em dizer não. Papai tem que aprender que as coisas não são do jeito dele.

–Então você promete que vai dizer “não”?

–Sim, eu prometo! Eu não vou me casar amanha, e isso não vai cair em cima de você.

–Eu te amo, ChanYeol. – eu já tinha dito aquilo inúmeras vezes pra ele, mas daquela vez era mais profundo, por que pela primeira vez tinha ouvido dele.

–Eu também te amo, Baek. – Ele deu um breve sorriso e me beijou.

Acabou que eu não tive que esperar para chegar em casa. Ele me teve ali mesmo, em um banheiro de boate.

–ChanYeol, é de sua livre e espontânea vontade se casar com Francesca?

Chegou a hora que Channie tinha me prometido. Eu olhei para meu pai, que olhava fixo para o seu preferidinho, e sorri.

ChanYeol olhou para trás. Olhou para meu pai e logo depois parou o olhar em mim. O seu olhar pareceu triste, ela estava triste. Minha respiração ficou ofegante e eu já me desesperei, me desesperei mais ainda quando Channie quebrou a promessa que tinha me feito.

–Sim!

Uma pequena palavra mas que me desmoronou, acabou comigo, me entristeceu. 

As lagrimas fluíram em meus olhos, mas eu as segurei, não ia chorar na frente de ninguém ali, se fosse para explicar o motivo do meu choro seria para, ChanYeol, o causador.

 

 

A festa estava nos conformes. Tudo estava nos conformes, menos eu e a minha estrutura. Na verdade eu acho que não tenho estrutura emocional o suficiente para existir. Tudo me magoa, tudo me faz sentir remorso, tudo me chateia.

Todos estavam cumprimentando a noiva, que estava radiante em seu vestido, agora sem a calda.  E chegou a minha vez. Coloquei um sorriso falso, como a minha amizade depois do inicio do namoro melado deles, e fui os cumprimentar e desejar as felicidades. Ignorei totalmente a presença de meu irmão.

–Felicidades, Francesca. Eu espero que tudo ocorra bem. – a abracei mesmo sem vontade de dirigir a palavra a ela.  Ela me olhou e sorriu.– Eu não dei presentes, por que achei melhor não dar para o casal. –olhei cruzado para ChanYeol e continuei a minha fala. –Então está aqui o seu. – lhe entreguei a caixa vermelha aveludada.

Ela abriu e tirou a fina correntinha de prata com um pingente pesado de um grande F cravado com brilhantes.

–É lindo, BaekHyun. –Disse admirada com o presente.  Mostrou a ChanYeol que estava abraçado a ela, sorrindo mais ainda. – Muito obrigada. Mas não precisava de algo assim tão caro.– Ela me abraçou e me beijou na bochecha.Ela gostava de mim. Ela me tinha como um bom amigo. O que me chateou e fez com que eu me sentisse um lixo, eu ia dar uma apunhalada nas costas dela.

Felizmente ouvi uma voz atrás de mim com o sotaque italiano e Francesca foi falar com algum familiar dela.

Virei e sai, pelo menos tentei, queria ir embora, faria as minhas malas e iria para Miame. Esse era o meu plano. Sairia da casa do homem que doou seu semem para minha mãe e da vida de recém-casado de Channie.

Mas eu fui impedido de dar mais um passo. Channie me segurou pelo braço e me puxou de volta.

–Bacon, onde vai? – perguntou sereno. Ele sempre quis saber por onde eu andava, aonde eu iria.

–BaekHyun, a partir de hoje! – O cortei sendo seco.

–O que houve com você?

–Você me prometeu, ChanYeol. Eu acreditava em você.

Puxei meu braço com forca e corri. Corri para que ele não me encontrasse e fizesse mais perguntas. Ou eu só não queria que ele me visse chorando mesmo.

Ele disse que me amava na noite passada tinha prometido não se casar. E quebrou todas as promessas. Desculpa, mas não entendo. Eu quero tudo e mais ainda. Amor tem que encher o coração, a casa, a alma. Pouco ou metades nunca me completaram. E agora ChanYeol era só uma metade. Ele disse que me amava, mas quem ama cumpre as promessas.

Eu fui para o casamento arrasado com as palavras que ele tinha me dito pouco antes de sairmos de casa, mas eu ainda tinha esperanças. Agora eu estava arrasado e sem um pingo de esperança.

Fui direto para a porta, queria sair dali, mas dei de cara com meu pai. Ele me segurou forte pelos braços e me olhou fixo nos olhos e me puxou para um canto sem a atenção do restante dos convidados.

–Você não vai fazer nada para estragar o casamento de ChanYeol, né?

–Não se preocupe, a ultima coisa que eu quero é atrapalhar alguma coisa. Por isso suas preocupações podem ir embora, assim como eu vou amanha.

–Você, vai pra onde? – ele tentou parecer preocupado, mas não me convenceu.

–Agora está se importando comigo? Quando já estou grandinho o suficiente para não precisar de ajuda? Não foi isso que você sempre quis? Que eu saísse daquela casa e te deixasse com seu filhinho favorito? Pois bem, é isso que eu estou fazendo, indo embora e sem a pretensão de voltar.

–Você é um idiota! – ele disse me olhando com uma espécie de nojo.

–Eu sou tudo... Mas nunca fui o suficiente pra você e seus padrões.

–Eu quero saber pra onde você está indo, BaekHyun. – disse tentando ser sereno.

–O que te importa se pular no mar louco e decidir procurar o Nemo? Eu acho que nada. Mas respondendo, eu vou pra puta que pariu e você não tem nada com isso.

Eu tentei me soltar, mas meu pai era centenas de vezes mais forte que eu e conseguiu me segurar.  Segurou meu rosto com força e eu pude ver raiva se esvaindo de seus olhos.

–Tenha mais respeito comigo moleque.

–A partir do momento que você me respeitar a gente conversa.

As pessoas já começavam a olhar para nós e ele me soltou, eu não perdi tempo apenas sai andando em direção à porta.  


Notas Finais


O que acharam? mereço comentários?
até o próximo e ultimo capitulo XD


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