História Blown - Debt

~Lee SunMi on. 

Perdão. Para uma pessoa qualquer esta palavra é sinônimo esquecer os erros do outro e lhe dar uma nova chance. Coisa que pra mim mais parecia  sinônimo de meu amor doentio por Mino do que realmente lhe dar uma nova chance. Eu sei que sou facilmente manipulável e isto não é de agora, sempre foi assim, basta colocar o sentimentalismo no jogo e então eu já passo a permanecer calada. 

~FlashBack on. 

Cama bagunçada, lençóis sujos com minha impureza e lágrimas descendo por meu rosto. Eu me sentia um lixo naquele momento e provável que eu fosse me sentir assim até o meu último suspiro. Meu corpo. Eu nunca mais iria conseguir me olhar no espelho e não me lembrar do mal que o homem que se dizia meu querido pai me fez. Bastou apenas duas horas sozinha com ele, enquanto minha mãe ia visitar sua melhor amiga e JinHwan estava no seu trabalho de meio-período, para meu pai me forçar a fazer sexo com ele. Meu próprio pai!  Eu não entendia o porquê de ele estar fazendo aquilo comigo e com minha mãe, mas a partir daquele momento eu já o não considerava como parte de minha família. A forma como me tocava me causava ânsia de vômito, a forma como secava minha lágrimas me dava vontade de cuspir em sua face...Eu só queria poder sair dali e nunca mais vê-lo. 
-Se ousar contar para sua mãe o que aconteceu aqui pode ficar ciente de que as consequências serão piores.-Ele fala enquanto fecha o cinto da calça.-Amanhã dê um jeito para que possâmos fazer isto novamente. 
-N-não...eu, eu não quero...-Falo em meio às lágrimas. Eu estava encolhida na cama como um bebê assustado, e, de fato, eu estava assustada. Ninguém jamais havia tocado o meu corpo assim antes. Eu tinha planos de perder minha virgindade com alguém que eu me casasse e amasse, mas não, meu pai não permitiu que meu destino fosse assim. 
-SunMi...-Ele se vira para mim e então toca o meu rosto, mas eu recuo, não queria suas patas sujas em meu rosto.-...você sabe que se sua mãe souber ela ficará muito chateada, não é?! Se eu contar a ela que você forçou o papai a fazer coisas impuras, ela ficará tão chateada a ponto de se matar... 
-Não, eu não forcei você...foi você que fez isto!-Falo. 
-Não, não, foi você que se aproveitou do papai enquanto ele estava bêbado, lembra?-Ele fala com um sorriso em seus lábios. Nojento, imundo, mostro...!-Enfim, se contar para sua mãe, você ficará sem uma mãe, pois ela vai ficar tanto nojo de você que nunca mais irá querer olhar em sua cara...-E então ele se vira para sair do quarto, mas se vira novamente para mim.-...certifique-se de tomar os seus remédinhos, não quero uma filha grávida. E se você ama tanto esta família, se não quer que ela se desmonte em milhares de pedacinhos, fique de boca fechada! 
E então ele sai, batendo a porta. No mesmo instante abaixei minha cabeça, a apoiando nos joelhos e permiti que lágrimas deslizassem por meu rosto. A verdade é que todos os anos quando eu achei que conhecia bem meu pai, vejo que era apenas um engano. Agora entendo todo o cuidado de meu pai comigo, quando não queria que eu namorasse ou algo do tipo, não era por preocupação de pai e sim uma obsessão de pai pela filha. Para mim era quase que inacreditável ver alguém falando com extrema frieza, como se aquilo não fosse nada demais para ele. Ele tirou a minha dignidade! Ele tirou minha paz! Ele tirou minha mãe! Ele me tirou tudo...apenas para se divertir um pouco com sua própria filha... 

~FlashBack off. 

Depois que tomei meu café da manhã, enquanto Mino me observava, fui tomar um pouco de ar fresco no jardim. De longe senti o cheiro da fumaça de cigarro. Eu estava me encontrando demais com JiWon neste jardim, hora ou outra, Mino ia começar a maldar isto. 
-Novamente nos encontramos aqui.-Falo e ele não parece muito surpreso com minha presença ali. 
-Você está bem?-Ele pergunta.-...não, óbvio que não está. Ele te bateu... 
-Eu estou bem, sim. Não foi nada demais.-Falo e então ele me lança um olhar de pesar, imagino que na cabeça dele se passe o tempo todo o quanto eu sou burra por continuar com Mino. 
Passamos alguns minutos sem nos falarmos e então o celular de Bobby começou a tocar, ele se levantou e saiu para atender longe de mim. Fiquei mais algum tempo ali  apenas aproveitando a brisa fria tocar minha pele. De repente senti mãos quentes tocarem meus ombros e me assustei. 
-Calma.-Mino ri.-Sou eu.-E então ele dá um beijo em meu pescoço. Não pude evitar de me arrepiar com aquele ato. 
-Oi.-Falo sorrindo. Ele se coloca ao meu lado e então se senta comigo em um banco ali no jardim. 
-Como foi com o ZhouMi ontem? Já tem ideia de como vamos colocar nosso plano em ação?-Ele pergunta sem me olhar, assim como eu, ele também apreciava as nuvens no Céu. 
-Bom, ele me explicou a natureza de cada pedra preciosa de suas jóias, me falou que viaja muito e quase não fica em casa,  mas ele tem um sobrinho, o qual cuida de todos os negócios dele... 
-Isto não é muito, mas já é alguma coisa.-Ele fala pensativo.-Vocês marcaram algum tipo de encontro? 
-Ele me deu o número dele, mas como o nosso plano é outro, eu não vou ligar para ele... 
-Vai fazer ele vir até você... 
-Exatamente!-Falo. 
-Eu estava pensando em algo hoje de manhã...se nós aparecermos na loja de jóias hoje e ele estiver lá, e se encontrarmos ele, pode ser que ele te chame para conversar mais, e então teremos mais informações. 
-Então eu deveria ir atrás dele? 
-Não como se você estivesse indo atrás dele, mas sim como um encontro por acaso.-Mino fala.-Já notei que aquele velho é meio babaca. 
Ficamos mais algum tempo conversando no jardim e Mino se aproveitou para me dar alguns beijos, coisas das quais eu não reclamava. Depois de um tempo, eu fui para meu quarto e então comecei a me arrumar para ir atrás de minha isca. Eu realmente esperava que ZhouMi estivesse lá na loja e então mordesse a minha isca assim que me visse. Quando estava pronta, usando: uma saia lápis e  um top cropped, todos na tonalidade preta;um salto bege e um sobretudo vermelho, saí de meu quarto e fui para a sala de estar, onde Mino se encontrava totalmente arrumado. 
-Se o velho não cair na sua hoje, ele não cai nunca mais!-Mino fala e então sela nossos lábios.-Eu vou chamar o SeungYoon para nos levar até lá. 
-O Bobby não vem com a gente?-Indago. 
-Não, ele tem coisas mais importantes para tratar.-E então um sorriso se forma nos lábios de MinHo. 

~Kim JiWon on. 

Há dez minutos atrás eu tinha recebido uma ligação de Mino avisando que algo tinha acontecido com nossas cargas. Mesmo estando na mesma casa, este tipo de assunto, Mino não fala pessoalmente, pois não queria que SunMi soubesse. A concentração dela em ZhouMi deve ser maior que em outros problemas. 
Eu dirigia com maior velocidade até chegar na parte isolada de Gangnam, lugar onde a venda de drogas e uso era muito grande. Mino já investiu muito no mercado de drogas, mas não lhe rendia tanto quanto os nossos roubos de agora, mas ainda sim ele mantém a venda de nossas mercadorias, já que existem muitos drogados precisando de nós. O motivo pelo qual eu me desloquei da minha casa até aqui, era por causa de algum engraçadinho que tentou passar a perna em Mino, dizendo que o dinheiro estava em menor quantia porque Mino não havia enviado a quantidade de cocaína comum, mas era óbvio que não se passava de uma mentira, pois, tanto eu quanto Mino temos o controle de quanto enviamos até aquela localidade. Alguém estava roubando o nosso dinheiro e eu iria descobrir o porquê, só espero que não seja para pagar prostitutas. 
Estacionei o meu carro em frente ao galpão onde eram tratados os nossos negócios. Assim que saí do carro, os vermes considerados funcionários ali se ocuparam em abrir a porta para que eu passasse. Peguei um elevador e fui para o subsolo, onde toquei uma campainha e logo uma garota apenas de peças íntimas atendeu a porta, passei reto por ela e preferi não olhar demais para seus peitos, já que eu não estava ali para me divertir, quer dizer, não para me divertir com sexo, mas com mortes talvez. Ao chegar na sala logo encontrei JaeHo deitado em um sofá, com duas garotas acariciando seu membro e outras coisinhas. 
Pigarreei e então, assim que me viu seus olhos ficaram gigantes. Ele estava surpreso, óbvio. 
-Ji-JiWon...-Ele fala e então se senta. 
-Como está, JaeHo? Transando com muitas vadias? 
-O que faz aqui hoje? Não é dia de pegar a grana... 
-Pois é, mas este mês eu tive que vir mais cedo, estamos precisando do dinheiro.-Minto. 
-Mas a mercadoria não foi toda vendida... 
-Sem problemas, eu posso pegar o que já está vendido.-Falo. Incrível como o ser humano que não consegue mentir ainda tenta brincar com o fogo. 
-Sabe, o que é, JiWon...é que está faltando uma parte da grana... 
-Ah, sério? Por quê?-Me faço de desententido. 
-Assim, o Mino não enviou a quantidade comum e eu estava precisando de grana... 
-Pra quê? 
-Você sabe, né?! Estas garotas...-Ele dá um sorriso e então eu estava certo sobre ele estar nos roubando para pagar prostitutas. 
-É, entendo.-Dou um sorriso forçado. 
-Não tem problema se eu atrasar com o dinheiro, não é?!-Ele pergunta e eu já estou rindo internamente. 
-Na verdade, não...-Já posso ver seu rosto se iluminar de alívio. Levo minhas mãos até o cós de minha calça, onde meu revólver se localizava, o tiro de lá e assim que aponto para sua cabeça, JaeHo arregala os olhos com o total medo.-...a verdade é que tem problema, muito problema na verdade. Você está nos roubando e acha que somos idiotas, mas você está muito enganado. Você acha que eu não tenho controle do que entra e sai daqui?! Nós te mandamos a mercadoria completa como sempre, mas você nos roubou achando que somos babacas. JaeHo, se liga, cara...o único idiota aqui é você! Um idiota que rouba para pagar prostitutas que nem são gostosas!-Falo e então me espanto ao ver que o mesmo se ajoelha à minha frente com as mãos juntas, como se fosse fazer algum tipo de oração. Se eu estava me divertindo com a aquela situação? Nossa, demais! 
-Mais um tempo...é o que eu te peço!-Ele implora.-Duas semanas e o dinheiro estará em suas mãos. Por favor, JiWon! Eu juro que não faço mais, mas é que eu precisava do dinheiro...você sabe que eu jamais me arriscaria a fazer isto se eu realmente não precisasse! 
-Você precisava para pagar prostitutas que nem gostosas são.-Falo e noto que todas elas me olhavam com raiva, mas era a verdade! Já vi garotas mais atraentes...a única que escapava ali era a garota que atendeu a porta para mim. Belos peitos. 
-Elas fazem o trabalho como ninguém! Você quer uma?! Escolha qualquer uma e entenderá o porquê pago elas...-Aquela proposta até que era interessante e então me permiti analisar um pouco o que eu deveria fazer, mas não, eu não sabia o que o JaeHo estava armando. Se ele teve a audácia de nos roubar, ele poderia muito bem usar uma prostituta para me matar enquanto transávamos. 
-Não, eu vou dispensar.-Falo sério.-Mas como eu sou bonzinho, eu te dou três dias para conseguir o dinheiro. E não, não vou dar mais tempo...se vira para arranjar o dinheiro! Daqui a três dias quem virá aqui não sou eu e sim o Mino, e saiba que ele não vai tolerar atraso se não estiver com o dinheiro.-Então abaixo minha arma e a coloco nos cós da calça, onde estava antes. Saí do galpão e então fui falar com Jang YiJeong, cujo trabalhava para JaeHo, mas era nosso informante. 
-Se ele tentar fugir, já sabe, né?! Você tem meu número...-Falo e então ele afirma com a cabeça, me viro e saio. 
A verdade é que eu não estava sendo bonzinho com JaeHo, eu apenas aumentei sua sentença. É imaginável que ele não vá conseguir o dinheiro em três dias. Quem iria dar este dinheiro a ele? Eu só fiz com que a raiva de Mino se aumente para então, quando ele vier atrás dele, não pensar nem duas vezes ao arrancar a cabeça de JaeHo. 

~Lee SunMi on. 

Meu aniversário havia sido a duas semanas atrás de fato, e nós usaríamos esta desculpa para me aproximar de ZhouMi. Se ele estivesse na joalheria, então Mino, meu irmão daqui para frente, iria dizer que estava ali para me comprar um presente. Se ZhouMi cair na nossa armadilha, provavelmente iria querer comemorar esta data comigo, embora estivesse bem atrasado. 
Saímos do carro e então entrei na joalheria como se estivesse em um desfile da Channel. Minha boa aparência e elegância fez com que todos ali parassem e colocassem toda a sua atenção sobre mim e Mino. Quando digo que boa aparência conta mais que uma conta bancária as pessoas não acreditam...duas funcionárias vieram nos atender. Então penso se eu não estivesse tão bem arrumada se estas duas funcionárias viriam nos atender. 
Mino jogou o papo de que gostaria escutar o conselho de alguém que realmente entendesse de jóias. 
-É o aniversário de minha irmã, ela é a pessoa mais importante na minha vida, então quero a melhor jóia da loja.-Ele sorri. 
-A melhor jóia da loja não fica aqui nas vitrines, ela fica na sala do presidente. Ela é muito cara… 
-Querida, dinheiro não é o problema!-Mino fala rindo e então mostra um pouco de sua carteira e as notas que haviam lá dentro. 
-Eu irei acompanhar-lhes até a sala da presidência.-Ela fala e então já fico animada, pois ZhouMi estava ali e até agora tudo estava nos conformes. 
Mas ao chegarmos na tal sala, não encontro ZhouMi, encontro um garoto mais novo que ZhouMi uns dez anos. O garoto usava um paletó e quando se levantou para nos receber notei sua postura, estatura alta, um corpo másculo e semelhante a de um modelo. Seus cabelos eram pretos e sua pele branca. Mas o que mais me chamava atenção eram os seus olhos, não porque ele usava lentes azuis, e sim porque corriam o meu corpo de cima à baixo. Ele parecia hipnotizado por uma sereia naquele momento, era difícil desgrudar seus olhos de mim e eu estava começando a ficar incomodada. 
Mino percebendo a situação, pigarreou e então lhe estendeu a mão. 
-Muito prazer, sou Song MinHo.-Por esta nem eu e nem Mino esperávamos. 
-Muito prazer, sou KyungIl.-O garoto fala estendendo a mão para mim e então deixando Mino desconcertado por fora, mas por dentro ele deveria estar enfurecido. 
Não podendo fazer nada, apenas sorri e peguei em sua mão. Se me lembro bem, era este o nome do sobrinho de ZhouMi. 
-É um prazer.-Falo.-Sou SunMi.-Falo e assim como o seu tio, o garoto deposita um beijo em minha mão. Por esta eu não esperava, eu não esperava conquistar o tio e o sobrinho...porém, eu não poderia dizer que me aproximar de ambos será algo benefíco a mim. Ou eu me darei muito bem fazendo isto ou eu me darei muito mal.