-Alexy anda muito agitado em quanto dorme, Senhora...
-Vitória.
-Você é mãe do Alexy certo?
-Sim Doutor.
-Continuando, Alexy anda muito agitado em quanto dorme, podemos cogitar que sejam pesadelos fortes, isso é cotidiano? Ou só está sendo agora?
-Bem Doutor, isso vem acontecendo a 2 anos, é um trauma que ele viveu.
-Eu sei que é coisa íntima sobre o Alexy, mas estamos tratando de uma coisa séria, estamos tendo que dar calmante para ele, você poderia me dizer exatamente que trauma é esse?
-Alexy foi estuprado aos 15 anos, os pesadelos são constantes desde aquele dia.
-Ele não fez nenhuma tratamento? Acompanhamento psicológico?
-Ele fez, no começo ele estava devastado, ele não queria que ninguém chegasse perto dele ou o tocasse, foi muito difícil que nós conseguíssemos que ele saísse do quarto para ir as sessões, tudo ficou pior quando algumas pessoas de sua escola descobriram, e foi ai que decidimos mudar de cidade, nós queríamos que ele também fizesse o acompanhamento aqui, mas ele disse que estava tudo bem, que tinha superado, eu quis acreditar e me deixei levar, ele estava visivelmente melhor do que antes, ele tinha voltado a sorrir, a falar normalmente, a ser extrovertido, ele tinha virado uma nova pessoa desde que mudou de cidade, mas a única coisa que não havia mudado desde aquele dia foi os pesadelos, ele diz que sempre são os mesmo, a psicóloga me disse que por causa do trauma as lembranças ficaram em sua memória, ele as esquece ao dia e as revive ao dormir, os pesadelos acalmaram esse ano, mas parece que tudo voltou a como era antes.
Alexy (on)
Por não conseguir dormir eu estava ouvindo tudo o que minha mãe dizia.
Me relembrar isso não é algo que eu goste.
Mas as memória sempre voltam como uma tempestade para devastar minha mente e acabar com meu sono.
Isso foi antes de eu conhecer o Kentin.
Isso foi antes de eu me assumir diretamente.
Isso é uma parte dolorosa do meu passado que eu tento esquecer.
Eu estava entre meus 15 anos, jovem, com os hormônios fluindo.
Foi a época em que eu me descobri.
Não foi fácil ter minha própria aceitação.
Eu guardava para mim mesmo, eu tinha medo, medo da rejeição.
Medo da rejeição dos amigos, da família.
Até que um dia fui convidado por um grupo popular de amigos para um festa que aconteceria na casa de um deles.
Eu achei que seria divertido, eu queria apenas esquecer do caos que estava minha mente.
Dançar, curtir como a maioria dos jovens faziam.
Ah mas eu era muito ingênuo.
Um garoto que eu conhecia não fazia muito tempo, veio me buscar na minha casa para irmos a festa, ele era uma pessoa alegre, bondosa, ao meu ver.
Seu nome era Dajan.
Moreno, físico forte e bonito.
Fazia parte do time de basquete.
Ele não era um babaca, diferente dos outros.
Isso fez com que eu começasse a gostar dele.
Não era um amor, era apenas atração.
Mas eu não dizia nada, ele não sabia da minha sexualidade, e por mim isso continuaria assim.
Assim que abri a porta sorri ao vê-lo lá.
-Olá Dajan, espero não ter atrasado.
-Que isso Alexy, te esperaria o tempo que for, ainda mais se fosse pra te ver tão bonito assim.
Coloquei minha franja que teimava em cair atrás da orelha, envergonhado com o que ele havia dito.
-O-obrigado.
-Que isso. -ele me abraçou fortemente, seu perfume forte entrando em minhas narinas- Não fique envergonhado Alexy. -logo após beijando minha bochecha.
Puxou me braço me levando até sua caminhonete vermelha.
-Vamos o pessoal está nos esperando.
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