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História Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter Twenty Seven


Escrita por: kyyyaxoxo

Notas do Autor


Olá amigos!
Boa leitura.

Capítulo 32 - Chapter Twenty Seven


Com o passar do tempo, Hyunwoo voltou a falar com Jooheon ou talvez fosse o contrário, melhor dizendo. Sem sombra de dúvidas, o distanciamento entre eles era mais do que evidente. A amizade dos dois tinha sido abalada por algo forte chamado Shin Hoseok. Ele não sabia explicar se era algo bom ou ruim, mas sabia que o ômega era importante para o amigo e para si, mesmo negando.

O fato era que ele não negava que estava errado, pois era consciente da sua parcela de culpa em toda a confusão, contudo isso não dava o direito a Jooheon a transformá-lo em alvo de xingamentos em momentos de raiva dele, como se fosse o único a ter agido de maneira explosiva. Todos sabem que Hoseok é pavio curto, e Hyunwoo não gostava do Jooheon jogando tudo para suas costas e colocando o irmão, como o mais novo considerava, num pedestal.

Outra coisa que também passou a notar foi que, com o tempo, Hoseok o evitava na escola. Não que fosse se aproximar dele, afinal, Jooheon não deixaria. Porém, conseguia sentir o receio no olhar de Hoseok, parecia ser quase palpável, isso se não estivesse enganado, que ele o escondia algo, e sabia que Jooheon tinha total conhecimento sobre isso, seja lá o que fosse, e obviamente não lhe contaria.

Ele passou a desconfiar disso logo no retorno das aulas ao sentir uma fragrância diferente vinculada a de Hoseok. Tal fato fez seu lobo urrar de raiva, embora tivesse se contido naquele dia e em muitos outros quando ansiava descobrir o motivo misterioso para isso. E por mais que tentasse, sempre quando se aproximava de Hoseok, ele fugia, e quando enfim conseguia espreitá-lo a uma distância relativamente curta, podia sentir um perfume natural que nem deveria ser identificado, no dia a dia, de tão suave que era, algo típico da classe/natureza beta.

Por ser um alfa de boa linhagem, ele sabia discernir os cheiros como ninguém como seu pai já havia lhe explicado quando criança. No mesmo dia em que sentiu o odor e o ligou a uma classe beta, alguma coisa lhe dizia que o reconhecia de algum lugar por já ter tido contato, só não lembrava de onde. Iria dar um jeito de descobrir sem que Jooheon soubesse, mas seus planos foram frustrados. Jooheon foi mais rápido e o proibiu de investigar a vida do irmão dele. Eles não possuíam ligação alguma, nenhum compromisso, logo Hoseok não devia satisfação da vida dele para si, como o amigo disse.

Outra coisa não passou despercebida para si em relação aos demais, incluindo Hoseok e Jooheon: o grupo de amigos parecia estar mais unido do que nunca. Ele percebia nos olhares a tamanha cumplicidade entre os seis. No início, até estranhou Minhyuk se tornar, de súbito, muito próximo de Hoseok, em seguida de Hyungwon se aproximando dele como se fossem íntimos desde sempre.

Isso Hyunwoo não negaria, o fato de ter perdido grandes pessoas. Aqueles garotos poderiam tranquilamente ser chamados de amigos ou até mesmo algo inexistente em seu vocabulário: família. O mais perto que chegou disso foi com seu pai e com a chegada de Jooheon por, antigamente, os dois serem como primos que mais parecem irmãos. Mesmo com aquele abalo, ele ainda considerava os pais do amigo como seus tios e o próprio Jooheon como um irmão de coração, embora nunca tivesse deixado isso explícito.

Fora isso, foi difícil não perceber também mudanças em Hoseok. Ele parecia ganhar peso e vivia com roupas largas, que assemelhavam-se muito com as que compunham o guarda roupa de Hyungwon. Talvez fossem presentes, pensava, mas por quê? Não fazia muito o estilo dele, que tinha o corpo definido e não sentia vergonha de mostrar. A única justificativa plausível, para si, foi o ganho de peso. Ele deve estar com vergonha, era a conclusão que chegava ao analisar os fatos.

Aliás, algo chamava muito sua atenção: Changkyun. Era um tanto assustador observar a mudança estrutural dele, e a única coisa que surgiu em sua cabeça foi o palpite de que ele estava doente. Ficou preocupado com aquilo, admitia, mas nunca chegaria perto do pequeno ômega, pois sabia que Jooheon o esganaria por puro ciúme. Não foi à toa que ele acabou como motivo de uma briga sua não só com Jooheon.

Em um dia qualquer, Hyunwoo estava andando pelos corredores do colégio em suas típicas fugas durantes as aulas. Não tinha muito o que fazer fora da sala, então estava a caminho do corredor para retornar a sua. Estava quase chegando nas salas do primeiro ano quando viu alguém se escorando na parede, parecendo estar embriagado. Todavia, após verificar que era Changkyun, tinha certeza que ele estava passando mal.

— Ei! — chamou, e ele levantou o rosto com uma expressão sofrida e cansada.

Naquele instante, notou ele erguer levemente um canto dos lábios. Changkyun iria responder o seu chamado, mas o refluxo o atrapalhou, fazendo-o levar uma mão ao estômago e outra, a boca, na tentativa de segurar o vômito, o que foi em vão e acabou apenas por fazê-lo sujar o uniforme e o braço.

— Porra. — sussurrou. — Você está bem? — foi uma pergunta idiota, mas foi o que pensou ao correr na direção do mais novo. Só não conseguiu correr a tempo de evitar o encontro do corpo dele com o chão. — Porra! — disse mais alto e se abaixou perto do menor. — Ei, alguém me ajuda! — gritou e, em seguida, viu a porta de uma sala se abrir e os alunos aparecerem apenas para observar.

Hyunwoo se irritou com aquilo. Diante de uma situação daquelas, eles iriam ficar simplesmente parados, olhando? Farto, estava pronto para pegá-lo no colo quando, ao longe, Kihyun apareceu na porta da sala dele.

— Que merda você está fazendo com meu irmão?! — grunhiu ao que se aproximava do corpo desacordado do seu irmão. — Kyunnie, fala comigo! — suplicava em claro desespero, mas Changkyun estava sem consciência.

— Eu vi ele pôr tudo pra fora e depois, cair. Eu só ia ajudar. — Hyunwoo ainda tentou se explicar, mas nem mesmo isso apaziguou os ânimos de Kihyun.

— A mesma ajuda que você deu a Hoseok? A gente dispensa. — falou, frio, e Minhyuk e Hyungwon, assim como toda a escola que observava aquilo, ficaram em silêncio total perante a tensão presente no local.

— Você vai perder tempo brigando comigo? — riu sarcástico e puxou Changkyun para si, erguendo-o em seus braços e indo contra os protestos do irmão dele.

— Que merda! Você é surdo?! — Kihyun voltou a grunhir, correndo atrás dele, mas não tentou arrancá-lo dali. Sabia do estado debilitado dele e não seria louco de acabar machucando o irmão.

Hyunwoo apenas correu em direção a enfermaria, sem se importar com os outros. Ao passar pelas outras salas, viu as portas se abrirem e Jooheon passar como um louco quando a porta da sala dele se abriu. Mesmo sendo um momento inoportuno, ele não sabia explicar a raiva que exalou do amigo enquanto corria ao seu lado, em busca de ajuda. Ainda do lado de fora do seu destino, foram recebidos por uma enfermeira.

— Um dos professores já nos informou o estado dele. Deixem ele comigo. — a mulher, uma beta, pediu e logo Changkyun lhe foi entregue. Trouxe-o para dentro, deixando os três do lado de fora.

— Por que precisou tocar nele? — Jooheon soltou sem pensar muito.

— O que? — Hyunwoo estava mais do que chocado, não esperava aquilo vindo de Jooheon. Pelo visto, ele não era superprotetor apenas com Hoseok. — Ah, quer saber? Eu tentei ajudar, e vocês só pensam merda. Eu errei sim, mas me crucificar apenas por existir não vai ajudar em nada. — e saiu dali decidido a ir embora. Aquele dia de escola já tinha extrapolado tudo para ele, afinal.

Naquele mesmo dia, horas mais tarde, seu celular tocou com uma ligação de Jooheon, que desculpou-se pelo modo que agiu, mas o que o deixou surpreso mesmo foi ouvir a voz de Changkyun do outro lado da linha. Era certa que o havia ajudado por motivos óbvios, não esperava nada além do tratamento que recebeu, mas desde que se conheceram e depois de ver Hoseok falando de Changkyun, tinha, sim, adquirido uma preocupação com o menor como os demais também pareciam ter.

— Obrigado por me ajudar. — Changkyun o agradeceu, a voz denunciando a fraqueza em seu corpo.

— Não foi nada. — respondeu, meio sem graça. — Como você está?

— Já estive melhor. — riu fraco, e Hyunwoo sorriu sem perceber. — Eu só queria agradecer mesmo. Eu vou devolver o celular do Honey, antes que Kihyun hyung e ele se unam contra mim. Tchau, Shownu hyung.

— Tchau, Changkyun. — disse, sorrindo.

Hyunwoo não soube explicar, mas talvez, só talvez, ele tivesse saudade do pouco carinho que recebeu de Changkyun. Hyungwon e ele foram os mais gentis consigo, lembrava. E mais uma vez, perguntou-se se teria algo daquilo novamente algum dia: amigos, família.

 

 

(…)

 

De uma coisa, Hyungwon tinha certeza: poderia contar qualquer coisa para Minhyuk. O problema mesmo era que, ao contar da conversa que teve com Hoseok sobre seu “favoritismo” entre os namorados, não esperava começar a ser empurrado por ele para cima de Kihyun. Ok, tudo bem que já vivia com ele, até dormiam juntos, mas era algo muito constrangedor para si. Ter Minhyuk provocando, tentando fazer beijos acidentais acontecerem, entre outras coisas, só faziam-no querer procurar o buraco mais próximo para se esconder. Pelo menos, Kihyun o acalma quando Minhyuk fazia algo assim, sendo paciente como sempre foi.

Conforme o tempo passava, na escola, mais pessoas comentavam sobre o relacionamento deles. Eles nunca fizeram questão de esconder, e Minhyuk e Kihyun distraíam Hyungwon quando comentários maldosos surgiam. Haviam também aqueles que comentavam sobre a coragem deles de assumirem um relacionamento a três, eram poucos, mas aparentavam admirar essa atitude, não que isso fosse influenciar de alguma forma no namorado deles.

Com o decorrer dos dias, tanto Hyungwon quanto Minhyuk perderam um pouco do medo e dormiram apenas os dois após tanto tempo. Kihyun, obviamente, incentivava isso, não gostava de vê-lo trancafiado em casa e não impedia de ir e vir quando bem entendesse. Seus namorados aproveitavam de tal oportunidade, e sorria bobo por eles ligarem antes de dormir a pedido de Hyungwon.

Foi numa dessas dormidas fora que os sinais do cio começaram a surgir. Hyungwon percebia o humor de Minhyuk oscilando com frequência e a fragrância dele se acentuar. E como suspeitava, Minhyuk recorreu a Kihyun, que o ajudou em todos os sentidos. Eram namorados agora, afinal, além de já ter o marcado. O problema real foi ter se tocado que o seu próprio cio viria algum tempo depois do dele. Suas más lembranças do período o apavoravam, e isso começava a ficar cada vez mais nítido quando os indicativos do cio ficaram evidentes. Ele realmente não sabia o que fazer, estava muito assustado, e Kihyun, percebendo isso, pediu a Minhyuk para conversar para que ficasse mais calmo.

— Eu não vou mentir, Hyunginie: dói. Os primeiros momentos vão ser assim enquanto não tiver algo te penetrando fundo, gostoso e com força. — Minhyuk usava um tom sério ao explicar aquilo, mas sua escolha de palavras fez Hyungwon corar. — Você fica tão bonitinho assim!

— M-Min, v-você não está ajudando. — Hyungwon encolheu os ombros, envergonhado.

— Mas é verdade! — reclamou, tufando as bochechas.

— Mas não precisa falar desse jeito! — retrucou, escondendo o rosto por trás das mãos.

— Eu só estou dizendo o que o nosso corpo deseja, Hyunginie. O Kyun sente isso, o Hoseok sente, eu sinto e você também vai sentir como qualquer outro ômega. É algo da nossa natureza. — alisou as coxas dele num carinho inocente que o fez ficar tenso. — Viu? O seu corpo anseia esses toques, deseja mãos o apalpando.

— M-Min. — cerrou os olhos com força e segurou um ofego pelo aperto que recebeu.

— Não precisa ter vergonha dos próprios desejos. — ah, ele era tão lindo e tão sensível que Minhyuk não aguentou sua vontade de tocá-lo. — É bom, não é? — inclinou-se e enfiou o rosto no vão do pescoço longo, inalando sonoramente a fragrância natural dele. — Seu cheiro não mente.

— Min, por favor, você poderia não provocar o nosso namorado? — a porta do banheiro se abriu, revelando Kihyun, que acabava de sair do banho, somente com a toalha enrolada nos quadris. — Não era para se aproveitar dessa oportunidade para provocá-lo, e sim para deixá-lo mais confortável.

— Não se faça de certinho, Kihyunie. — falou o apelido de forma arrastada e manhosa. — Eu sei que ia amar ficar só observando nós dois. — sorriu ladino e passou a mordiscar a tez pálida enquanto o encarava. — O nosso namorado está ficando excitado, Kihyunie?

— Controle seus hormônios à flor da pele, Min. Isso me afeta também por causa da marca. — riu do bico emburrado que recebeu. — O Hyunginie já está nervoso, não piore a situação dele. — aproximou-se da cama e puxou Minhyuk gentilmente pelos ombros, tirando-o do pescoço de Hyungwon.

— Então, você não deveria ficar desfilando por aí desse jeito. — deslizou a ponta do indicador pelas leves definições do abdômen dele, fazendo o caminho das gotículas d’água escorrendo pela pele alva. Hyungwon, ao lado deles, estava lutando para manter a respiração estável. — Não é, Hyunginie?

— Min… — segurou o pulso dele.

— Seu chato. — mostrou a língua.

— Também te amo. — deixou um beijo nas costas da mão de Minhyuk e afagou a cabeça de Hyungwon. — Se quiser, pode ir pra casa do Min. Eu não vou fazer nada que você não queira, mas quando o seu cio chegar, vai ser difícil de me controlar, sabe disso. — emaranhou os dedos nos fios curtos da nuca.

— E-eu… — Hyungwon realmente não sabia o que falar com Kihyun daquele jeito perto de si, lutava para não baixar o olhar para seguir as gotas escorrendo do cabelo rosado.

— Se o seu medo é a dor, eu posso levar você no médico, mas ele provavelmente vai dizer o óbvio: seu corpo vai sofrer mais do que outro ômega por causa do efeito colateral daquele remédio contra indicado que você tomava. Só que você viu que, no cio do Kihyunie, a dor passou com o tempo. — Minhyuk havia conseguido total atenção de Hyungwon. — Você só precisa aguentar só um pouquinho.

— Por que… por que nós precisamos de parceiros no cio? — abaixou o olhar quando finalmente teve coragem de perguntar aquilo. — Alfas não precisam se ficarem destruindo algumas coisas.

— Essa resposta destrutiva é justamente porque eles estão frustrados por estarem sem parceiro. — explicou. — Eu vou te dizer a verdade, Hyunginie. Sabe por que um vibrador, não importando o quão bom ele seja, não é a mesma coisa que um alfa? — o rosto de Hyungwon explodiu em vermelho, mas ele negou com a cabeça. — O vibrador pode até ajudar, mas é insuficiente. Mais do que ser simplesmente penetrado, a gente precisa de contato físico. O cio nos deixa loucos para tocar e ser tocado e quando não temos alguém para nos ajudar, acabamos chorando pelo desespero. Lembra quando o Kihyunie entrou no cio? Ele era feromônio puro. O nosso corpo se excita pela grande quantidade de feromônios exalando da fragrância de um alfa, o que nos faz expelir a lubrificação que excita ainda mais o alfa por causa dos feromônios mais acentuados. Vê? É um ciclo.

— Mas por que alfas?

— Não sei. Acho que essa preferência da nossa classe por eles é uma resposta biológica para a procriação. — Minhyuk juntou as sobrancelhas. — Mas, tipo, eu cheguei a conhecer uma amiga da minha mãe que é alfa e tem um ômega como marido. Pelo que ela me disse, os cios dele são tranquilos graças a ela, mesmo que eles precisem usar um vibrador de qualquer forma. Então, isso meio que derruba a minha hipótese.

— Você perguntou pra amiga da sua mãe sobre o cio do parceiro dela? — Kihyun levantou uma sobrancelha. — Isso já é intromissão demais.

— Me deixa. A tia não reclamou. — resmungou.

— Não liga, Kihyunie. O Min sempre teve essa curiosidade sobre essas coisas por causa dos pais dele. Ele vai acabar virando médico desse jeito. — Hyungwon riu da cara emburrada de Minhyuk.

— Quem sabe? — sorriu para ambos os namorados. — Você pode ir lá pra casa. Eu cuido de você quando estiver por lá, mas seria melhor se não fosse, afinal o Kihyunie ficaria o tempo todo por perto.

— Eu te ajudo com isso, mas depende de você. — Kihyun acariciou a bochecha de Hyungwon.

— Eu… — soltou um suspiro pesado. — Eu acho que vou ficar por aqui mesmo.

— Não se preocupe. Vai dar tudo certo. — os outros dois garantiram.

Aquela conversa o deixou mais calmo do que o esperado. Embora Minhyuk tenha ressaltado que pudesse sentir mais dor que o comum, teria de aguentar, afinal, era um efeito colateral no qual somente desapareceria após um longo tempo. Além do mais, Kihyun estaria ali, ao seu lado, para ajudá-lo diante de qualquer complicação. Não era como se fosse passar por aquilo sozinho e assim, confiante, dormiu nos braços de Kihyun como tinha o costume de fazer.

Mesmo tendo tudo aquilo em mente, mesmo ciente da dor inevitável, mesmo sabendo que seria ajudado, todo o seu preparo foi para os ares. Quando acordou no meio da madrugada, Hyungwon sentia o próprio corpo entrando em estado de combustão e ter o namorado alfa tão perto de si corroborou para tal sensação se intensificar. A dor se alastrou rápido, dilacerante, agonizante, que não precisou fazer muito para acordá-lo. Não sabia na época, mas Kihyun lhe contou, após seu cio ter passado, que, tal como foi com Minhyuk, a marca o deixou preparado para aquilo. Fora que, naquele misto de dor e perda gradativa de consciência, esfregava-se sem perceber nele, incitando-o ainda mais.

— K-Kihyun, me ajuda. Isso dói muito. — lembrava de ter chorado pelo desespero. Realmente doía, e como doía, mal tinha certeza se aguentaria passar por aquilo o resto de sua vida.

— Ei, se acalme. Olhe pra mim. — Kihyun ficou sobre si, e gemeu dolorido. Estava atordoado e tê-lo tão perto transformava tudo em uma verdadeira agonia.

— Mas d-dói! — reclamou. Seu único desejo naquele momento era que essa tormenta terminasse logo.

— Shh… só tente ficar calmo. Olhe nos meus olhos. — a voz doce parecia canto de sereia, o fez encará-lo sem a necessidade do uso do tom imperativo de alfa. Os olhos dele já estavam vermelhos, mas não eram opacos como no cio. Eles estavam brilhantes, chamativos, cativantes. — Não precisa ficar com medo. Eu vou estar aqui o tempo inteiro, cuidando de você, ok? — enxugou o rosto úmido dele e desceu essa mesma mão pelo pescoço, peito, barriga até chegar no cós da calça moletom, onde foi barrado de continuar.

— Es- ugh, e-espera. — seu coração estava disparado e suas bochechas, rubras tanto pelo calor descomunal em seu corpo quanto pela vergonha.

— Não precisa ficar assim, Hyunginie. Eu te amo do jeito que você é e não mudaria nada em você. — descansou a testa na dele. Céus, Kihyun parecia gostar de bombardeá-lo com essas súbitas declarações. — Se concentre nos meus olhos, ok? Eu vou te preparar enquanto ainda está em plena consciência já que paciência vai ser tudo o que você não vai ter, não é mesmo? — sorriu.

— N-não ri de mim. — arqueou a coluna quando a palma dele voltou a descer, dessa vez, sob suas roupas, tocando diretamente sua pele. Estava tão sensível que o mínimo toque o fez arfar alto, fora o fato de estar sentindo a ereção dele roçar na lateral de seu quadril. Pelos deuses, ele estava assim por sua causa?

— Não estou rindo, amor. — deixou um beijo na bochecha febril e chutou o lençol para fora da cama antes de puxar a calça dele junto da cueca, deixando-o nu da cintura para baixo. — Eu não estou olhando, ok? — Hyungwon, ofegante, perguntou-se se a insegurança com o próprio corpo estava sendo tão óbvia. — Fique relaxado. — deslizou os dedos vagarosamente pela virilha, passou pelos testículos e o períneo, arrancando um suspiro deleitoso dele quando rodeou a entrada úmida. — Abra mais as pernas. — a voz sussurrava em seu ouvido de maneira tão baixa que Hyungwon agarrou-se no travesseiro enquanto atendia o pedido, arfando. — Seus olhos de lobo são castanhos-mel, e não azuis. — sorrindo, comentou enquanto o penetrava e movia os dedos com suavidade dentro da cavidade estreita.

— K-Kihyunie. — sua mente estava quase totalmente dominada pela febre do cio, não demoraria muito para parar de responder pelos próprios atos.

— Eu vou cuidar de você, não se preocupe. — selou os lábios dele e introduziu o terceiro dedo, logo fazendo os movimentos de vaivém junto dos outros.

Então, poucos segundos depois, a consciência de Hyungwon se esvaiu totalmente. Tal como Kihyun havia dito, ele de fato não teve calma alguma. A euforia o fez arrancar as roupas do mais velho num verdadeiro desespero, pois precisava sentir pele na pele, o calor do corpo dele em contato com o seu. E quando ambos estavam nus, foi virado de bruços no colchão, sentiu o corpo dele se afastar por alguns segundos, provavelmente para colocar a camisinha, mas logo foi penetrado de uma só vez. Apesar de toda a lubrificação, doeu por conta dos efeitos colaterais, mas os beijos em sua nuca e costas e as mãos acariciando as demais partes de seu corpo distraíram-no desse mero detalhe.

Hyunginie. — Kihyun sussurrou em voz de comando no ouvido dele, fazendo-o retesar abaixo de si e gemer manhoso. Também fazia questão de expandir sua presença para demarcar ainda mais seu território. — Abra a boca.

E Hyungwon o fez, olhando por cima do ombro. Quando a língua dele se entrelaçou na sua num beijo desengonçado pela posição, sua temperatura corporal subiu ainda mais, e, impaciente, empurrou o quadril para trás. Foi então que sentiu a primeira arremetida. O choque da pélvis contra sua bunda soou alto e arrancou um gemido satisfeito seu que incentivou Kihyun a estocá-lo rude e duro como fez anteriormente.

Hyungwon se tornou uma bagunça de ofegos e gemidos durante o decorrer das horas. Clamava com voz arrastada por Kihyun, o arranhava, mordia, apalpava naquele frenesi todo, demonstrando toda sua possessão. Era o seu alfa ali, faria questão de deixá-lo todo marcado para que isso se tornasse bem claro. E Kihyun não reclamava por ter sua pele judiada daquela maneira, gostava disso, de vê-lo necessitado de si, se mostrando territorial.

Assim a semana passou com Hyungwon apagando após o sexo e despertando horas, às vezes minutos depois para uma nova rodada. Kihyun cuidava dele tanto na cama quanto fora dela, dava banho nele quando terminavam, alimentava-o com comidas leves antes que pegasse no sono de novo e dormia com ele entre seus braços como o de costume. Aquilo era novo vindo de Hyungwon e bom, sem contar as vezes em que fora acordado das formas mais inusitadas em razão da pressa dele.

Minhyuk veio visitá-los durante a semana. Ele realmente não se importava com o cheiro do sexo misturado com as fragrâncias exalando no quarto, nem por flagrá-los transando de vez em quando ou com Kihyun todo marcado, somente desejava vê-los. Ficava por lá conversando com Kihyun enquanto Hyungwon dormia e, minutos depois, se despedia de ambos com um beijo. Gostava de verificar se os dois estavam bem, até porque estava preocupado com alguma reação adversa que poderia surgir no decorrer daqueles dias por conta dos remédios contra indicado, algo que felizmente não ocorreu.

No fim do cio, Hyungwon acordou primeiro. Era madrugada, e estava todo mole, porém sentia seu corpo extremamente satisfeito. A respiração calma de Kihyun batia em sua nuca, suas peles trocavam calor diretamente, e era firmemente segurado. O calor subiu para suas bochechas, algumas poucas lembranças vieram como lampejos em sua mente para relembrá-lo do período. Realmente, só o início do cio foi dolorido, o resto… seria babaca negar o quanto foi bom, seu próprio corpo denunciava isso.

Ele poderia ter simplesmente voltado a dormir naquele dia, mas virou de frente para Kihyun para ver o estrago que tinha feito nele. A pele dele estava toda colorida por mordidas, roxuras, vergões, marcas de dedos ainda piores do que do último cio de Minhyuk. Com ajuda da luz azulada do luar, dava para ver que tinha o maltratado bem mais, principalmente na área do pescoço onde estava a cicatriz da sua marcação. Também estava sentindo algumas partes do corpo mais sensíveis do que outras, então não deveria estar muito diferente dele.

Sua movimentação acordou Kihyun, e viu ele piscar devagar, entorpecido pelo sono. Estava tão bonito, ao seu ver, daquele jeito sonolento, com a franja caindo sobre os olhos, a boca entreaberta e a sua disposição que, quando viu, estava se inclinando para beijá-lo.
Seu gesto não foi recusado em momento algum. Pelo contrário, quando Kihyun sentiu sua boca contra a dele, tornou a fechar os olhos e o puxou para cima dele, apertando sua cintura de leve. Os movimentos eram tão suaves que Hyungwon achava que poderia ficar assim por horas, somente aproveitando aquele carinho gostoso. Pela primeira vez, não se importou se estavam nus, se estava sobre ele, nem mesmo se esfregava-se nele sem perceber ou com as mãos passeando devagar por seu corpo, deixando-o todo arrepiado. Aquilo era bom, muito bom, não dava para negar. E, ao final do osculo, viu algo encantador: um sorriso preguiçoso, porém radiante, estampado no semblante dele.

Aquele cio serviu como uma verdadeira aproximação entre os dois. Ainda naquele mesmo dia, Hyungwon seguiu Kihyun para onde quer que fosse, exigindo sua atenção, carinho, cuidado, sem ao menos ligar para o quão manhoso estava. Ele realmente não se importava para tal detalhe, e o outro parecia estar adorando isso, afinal, o normal era esquivar-se dele. Até mesmo Minhyuk ficou naquele misto de surpresa e felicidade, parabenizando-o por enfim não se conter perto dele.

E quanto mais o tempo passava, mais Hyungwon se sentia mais à vontade quanto a Kihyun. Decerto, ele nunca deixou de ser um rapaz extremamente tímido, somente não se continha mais quando desejava demonstrar afeto pelos amigos e principalmente por Kihyun.

— Ah, por favor, por favor, por favor! — Minhyuk usava todos os métodos possíveis para tentar convencê-los: bochechas tufadas, beicinho, olhos pidões. Naquela tarde, havia arrastado os namorados para irem juntos ao salão consigo, mas, claro, já estava tentando fazê-los pintar o cabelo de novo.

— Estou bem com o meu cabelo preto de volta. — Hyungwon perdeu a conta de quantas vezes repetiu isso.

— Mas viu como ficou bonito de cabelo castanho! Não era para ter pintando de novo quando a sua raiz cresceu! — resmungou. — E você! — apontou para Kihyun de forma acusativa. — Já não está bom de tonalizar esse cabelo de novo?

— Eu já tonalizei muito, e ficou até legal desse jeito. — Kihyun se olhou em um dos espelhos dali. Seus fios estavam desbotados num tom rosado semelhante ao de um pêssego que, com o passar dos dias, estavam se tornando loiros. — Vou esperar desbotar mais pra poder voltar pro meu castanho.

— Essa cor ficou bonita em você, Kihyunie. — Hyungwon sorriu por vê-lo sorrir diante do seu elogio.

— Agora que passaram o cio juntos, vão ficar de complô contra mim?! Era só o que me faltava! — Minhyuk cruzou os braços, bufando.

— Min, fala baixo! — resmungou, envergonhado com a possibilidade de alguém ter ouvido.

— Não precisa espalhar a nossa intimidade pros outros, amor. — Kihyun aproximou-se dele para abraçá-lo, mas foi impedido.

— Não vem com “Amor” pra cima de mim, Yoo Kihyun. — deixou o dedo em riste, numa falsa raiva. — Você fez o meu Hyunginie ficar contra mim.

— É sério que está com ciúmes dos seus namorados? — arqueou uma sobrancelha, não se importando em ter a cintura possessivamente segurada por ele.

— Eu deveria te fazer pagar por isso. — arranhou a pele dele por cima da camisa. Sabia que Kihyun gostava quando vinha para cima dele daquela forma, então aproveitou a oportunidade.

— Min, você está chamando muita atenção. — Hyungwon interferiu antes que isso se prolongasse mais e atraísse ainda mais olhares.

— Viu? Vocês dois viraram um casal de velhos. — voltou a resmungar. — Deixa eu ir logo senão vou demorar muito.

— Qual cor vai pintar, aliás? — Kihyun quis saber. Seu namorado, desde que voltou a ficar moreno novamente, estava reclamando tanto sobre pintar o cabelo, mas nunca ouviu sobre qual seria o novo tom.

— Vocês não vão pintar comigo, então só vão descobrir quando estiver pronto. — deu língua, arrancando uma risada baixa de ambos. — Eu não quero vocês aqui, vai ser surpresa. Vão andar por aí, vão. Depois a gente se vê. — beijou os dois antes de ocupar uma das cadeiras vagas.

— Vamos, Hyunginie? — Kihyun estendeu a mão, que foi aceita de bom grado.

Os dois saíram do estabelecimento e andaram pelo shopping. Hyungwon realmente não ligava em andar de mãos dadas com Kihyun, era gostoso sentir a troca de calor entre suas palmas, ainda mais com a época de frio se aproximando. Seu hábito com Minhyuk logo se tornou também de Kihyun, e podia ver o quanto ele estava contente quanto a isso. Ter todo aquele contado físico o assustava um pouco, porém estava deixando seus receios de lado gradativamente. Decerto, nunca esqueceu da conversa com Hoseok há meses atrás, na época da confusão do cio do Changkyun, e isso abriu seus olhos. Kihyun fazia muito por si, e ele? Só fazia parecer que o queria longe. Estava trabalhando para corrigir tamanho erro, embora duvidasse que Kihyun o culpasse por algo assim.

— Seus lábios estão um pouco partidos. — Kihyun deslizou o polegar pelo inferior da boca carnuda. Já estavam voltando para o salão após uma caminhada pelos arredores.

— É a mudança de clima. Cuidado a sacola, vai acabar derrubando o café do Min hyung desse jeito. — Hyungwon bebeu um pouco do próprio café pelo canudo, as bochechas levemente coradas pelo carinho antes recebido.

— Cuide disso antes que parta mais e cause dor. — o outro apenas assentiu com um movimento de cabeça. — Hyunginie. — chamou enquanto desviava seu olhar para suas mãos dadas com os dedos entrelaçados. Após alguns segundos, ouviu um “Hm?” como resposta. — Por que estava procurando lugares que precisam de funcionários de meio período?

— Ah, isso… — sorriu amarelo. — Não falta muito pra esse ano acabar e chegar o nosso último ano letivo. Eu preciso começar a arranjar algum dinheiro pra universidade.

— A nossa escola é de tempo integral, além de ser puxada por ser a mais conhecida do país. O único tempo que vai ter é a noite. Eu não quero te ver que andando por aí que nem um zumbi por causa de cansaço. — viu o sorriso amarelo dele aumentar.

— Eu sei, mas não posso deixar que seus pais paguem algo assim. — parou de andar e o encarou fixo. — Eu sei que quer me ajudar, e, acredite, você ajuda muito. Mas, olhe, eu vivo na sua casa sem contribuir com as despesas e, por sorte, ainda tenho mensalidade sendo paga pelo meu pai. Eu não estou dizendo que não preciso da sua ajuda, só que não vou poder depender de você pra sempre.

— Eu sei, amor, eu sei. Entende que me preocupo com a sua saúde, não é? — acariciou o rosto dele suavemente. — A nossa escola exige muito, e trabalhar a noite vai te exigir ainda mais. Isso pode comprometer seu desempenho escolar.

— Mas-

— Eu não estou te proibindo de nada, só estou mostrando a minha preocupação. Eu acho ótimo que queira se virar sozinho, mas não quero que me impeça de te ajudar se necessário. — olhou fundo nos olhos dele.

— Tudo bem. — apertou a mão dele e recebeu um breve selo.

— Sabe que tem ótimas faculdades por aí oferecendo bolsas. Não desista de algo assim só por causa de dinheiro.

— Se nem o Hoseok hyung desistiu, por que logo eu vou fazer isso? — arrancou uma risada baixa dele. No fundo, por mais que estivesse inseguro, sabia que o namorado estaria ali para ajudá-lo.

— Eu gosto de te ver assim, todo solto. — foi a vez de Hyungwon rir. Mesmo não admitindo, sabia que era um verdadeiro babão quando se tratava dos namorados. — O que pretende cursar?

— Eu não sei ainda. — suspirou. — Se eu fosse alfa, meu pai provavelmente me empurraria para cuidar da empresa. — o aperto em sua mão se tornou mais forte quando ficou cabisbaixo.

— Meus pais me chamaram um dia desses para me perguntar sobre isso, e não tinha resposta ainda. — atraiu a atenção dele. — Eu também não sei, mas ainda tenho algum tempo para pensar. O estranho foi eles me disserem que iriam conversar sobre alguma coisa misteriosa quando o meu aniversário chegasse. Tomara que não seja “aquela conversa”.

Hyungwon se limitou a rir. Sabia muito bem do que tratava, porém não iria falar já que os próprios Siwon e Donghae adiantaram isso.

— Que cor acha que o Min vai pintar? — Kihyun mudou de assunto de repente.

— Não faço a mínima ideia. Normalmente, ele fica falando por dias sobre que cor quer pintar antes de fazer isso. — tentou se lembrar das suas conversas com Minhyuk, na esperança dele ter dado alguma pista.

— Foi estranho ver ele de cabelo preto depois quase um ano inteiro platinado. — comentou, risonho.

— Imagine eu, que o vi com essa cor de cabelo durante os últimos anos. Estava até achando que ele era loiro mesmo. — balançou a cabeça. — Mas ele precisava deixar o cabelo dele respirar um pouco depois desses anos de tintura.

— Nossa. — riu soprado. — Ele me lembra o Hae appa. O Won appa diz que ele já fez cada coisa no cabelo dele e ainda convenceu o Eun omma a ficar loiro.

— E ficou bacana?

— Ficou, mas eu sou meio suspeito de dizer isso. — do jeito mais cuidadoso possível, tirou o celular do bolso com a mão da sacola (pois não queria soltar a mão de Hyungwon) e abriu a galeria. Tendo a achado a foto que desejava, clicou, e o holograma se projetou.

— Nossa… parece que ele era loiro mesmo. Os olhos dele eram dessa cor? — o outro assentiu. — Que olhos lindos.

— É, realmente eram. Seus olhos de lobo me lembram os do Eun omma. — Hyungwon ficou um pouco sentido pelo sorriso melancólico que viu, mas logo Kihyun balançou a cabeça. — O Min pinta o cabelo há tanto tempo assim?

— Quando a gente se conheceu, ele ainda não tinha feito nada no cabelo dele, mas foi só passar alguns dias pra ele aparecer de cabelo castanho na escola. — sorriu ao lembrar-se. — Achei que ia ficar só no castanho, mas um dia ele chegou pra mim, dizendo que tinha “enjoado do cabelo castanho” e me perguntando sobre o que eu achava dele loiro.

— Isso parece familiar. — estreitou as sobrancelhas, lembrava de ter ouvido isso em algum lugar. — Você estava carregando papéis naquele dia?

— Como…? Espera, foi você que topou comigo? — Hyungwon arregalou os olhos. — Agora faz sentido porque eu achei que você era diferente dos outros alfas naquele dia que o Min hyung e eu ajudamos o Hoseok hyung.

— Você achou, foi? — fez Hyungwon corar pelo o tom utilizado. — E ele pintou o cabelo no mesmo dia, não é?

— Pintou. E o pior que nem fazia muito tempo dele ter ficado com cabelo castanho. Achei um milagre ele não ter enjoado fácil do loiro e só ter platinado.

— Vocês dois já estão falando mal de mim? — os dois viraram em direção a voz.

— Min… — Hyungwon deixou o queixo cair junto de Kihyun.

— Eu sei, ficou legal, né? — mexeu nos fios recém pintados de vermelhos.

— Eu nunca te imaginei “ruivo”, mas ficou lindo. — Kihyun sorriu. — Trouxemos café pra você. — estendeu a sacola.

— O seu favorito. — Hyungwon complementou.

— Ah, meus namorados são uns amorzinhos mesmo. — pegou o copo, e seu sorriso se tornou maior, não por isso, e sim por vê-los andando de mãos dadas tão confortavelmente.

— O que foi, Min? — a voz do mais novo dos três atraiu sua atenção.

— Nada. Vamos logo, quero mostrar meu novo cabelo pros outros. — enrodilhou seu braço no de Hyungwon.

Os dois poderiam até não saber, entretanto aquele simplesmente gesto por parte deles fez o lobo de Minhyuk uivar satisfeito. Ele de fato se sentia completo.

 

(…)

 

Hoseok sentia que sua vida havia mudado de uma hora para outra, não que isso tenha causado uma mudança bruta em sua rotina. Ele continuava indo para escola, conversava com os amigos durantes os intervalos e voltava para casa ao fim do dia. Em partes, isso realmente não mudou. O diferencial era que, em seu dia a dia, haviam exames e mais exames, além da presença de Choi Minho ter se tornado frequente.

Não sabia o que tinha na cabeça quando pediu a ele para que o ajudasse a ocultar o cheiro. A primeiro momento, parecia uma boa opção, mas ao ver o olhar chocado dele, começou a repensar. Eles mal se conheciam, como poderia estar sugerindo algo assim? Foi então que uma intensa vergonha o abateu, fazendo-o desculpar-se mil vezes e lhe implorar para que esquecesse aquela ideia tola.

Minho, ao contrário do esperado, soltou uma risada baixa e soprada a qual deixou Hoseok ainda mais confuso e mais vermelho, se é que isso era possível. Aquela ideia havia sido estúpida demais a ponto de ser motivo de piada? Antes mesmo de pensar em falar algo, Minho mostrou aquele sorriso acolhedor e hipnótico natural dele e falou em alto e bom som:

— Será um prazer te ajudar, Hoseok.

Não sabia se era o nervosismo ou apenas sua mente distorcendo as palavras dele, mas o que ele disse, naquele instante, soou num sentido pejorativo que transformou seu rosto numa tela pintada pelo tom mais intenso de vermelho. Ao perceber sua reação, Minho tentou consertar o que disse. Sabia que ele não tinha (ou aparentava não ter) segundas intenções ao falar aquilo. Minho, acima de todos os galanteios que o desconcertavam, era gentil, alguém que sabia respeitar, um verdadeiro cavalheiro. Então, riu baixo da reação nervosa do mais velho, sentindo-se extremamente leve.

A primeira pessoa a quem contou tudo isso foi Changkyun, que consequentemente chamou Kihyun e os pais deles acabaram ouvindo a conversa. Hyungwon apenas permaneceu calado o tempo todo, segurando sua mão no intuito de lhe passar alguma segurança. Não era um plano de todo ruim, o único problema era saber se Minho era alguém realmente confiável. Donghae e Siwon estavam extremamente preocupados consigo, entendia o ponto deles e ele próprio sentia-se receoso quanto a isso. Mas, apesar de tudo, Minho era inofensivo, pelo menos, era o que parecia.

— Eu realmente não tenho certeza quanto a isso. — Donghae havia dito após terminar de explicar. — Eu sei que ele não é totalmente um estranho, mas não deveria simplesmente chamá-lo para morar com você desse jeito.

— Eu sei, tio, mas… — mordeu os lábios, estava um pouco nervoso com a reação deles naquele dia. — Eu não posso ficar sozinho o tempo todo lá em casa, e ele está acompanhando a minha gravidez. Eu sei que é repentino, mas é mais seguro ter um médico perto de mim a maior parte do tempo.

— Eu não entendo por que o mundo se interessa tanto pelos nossos filhotes. — o resmungo de Siwon o deixou sem graça. Sentia-se extremamente lisonjeado pelos senhores Yoo o considerarem como filho deles. — Você tem certeza disso, Hoseok?

— Sim. — lembrava de ter respondido sem hesitar. — O Minho… — mas no segundo seguinte, encolheu os ombros e tentou esconder o rubor das bochechas com a franja. — O Minho me passa segurança.

Tanto Donghae quanto Siwon arquearam uma sobrancelha, estranhando sua reação tímida. Enquanto Kihyun o olhava num misto de curiosidade e desconfiança, Changkyun e até mesmo Hyungwon sorriam de forma suspeita.

— Ok. — Donghae suspirou alto após algum tempo. — Faça o que achar certo, mas a única coisa que vamos exigir é que nos coloque nos números na discagem rápida. Se ele ousar encostar num fio de cabelo seu sem o seu consentimento, serão os últimos segundos dele respirando.

Hoseok só fez rir da atitude superprotetora dos senhores Yoo. Não importava o quanto agradecesse, nunca seria capaz de retribuir toda a gratidão que tinha com aquela família.

Ele fez como foi dito para que Minho pudesse morar temporariamente consigo. Precisava que fosse o quanto antes, afinal não podia simplesmente se dar ao luxo de ficar faltando na escola. Então, naquele mesmo dia da consulta, após conversar direito com todos, Minho chegava em sua casa assim que o plantão dele terminou.

Confessava que estava bastante nervoso quando foi à escola na manhã seguinte, chegou a orar para os deuses que tudo desse certo. Perguntou a todos os amigos se estavam sentindo o cheiro de Hyunwoo em si de tão grande que era sua preocupação e quando viu de relance, notou como era encarado de forma intensa e como ele estreitou os olhos. Observou ele dilatar as narinas, puxando o ar sem nem um pouco de discrição e parecer confuso após isso. Pelo visto, tudo estava ocorrendo como o planejado, o novo remédio estava fazendo efeito, e Hyunwoo somente deveria estar estranhando o cheiro de Minho em si. Saber disso foi um verdadeiro alívio.

E quanto a Minho? O que acontecia a partir do momento que o médico chegava em casa? Poderia ser sem graça, mas realmente não acontecia nada demais entre eles. Hoseok foi firme e estabeleceu suas condições, esclarecendo que, apesar dos pesares, não negava seus sentimentos pelo maldito alfa e que não poderia fazer nada quanto a isso. Era um tanto injusto fazer isso com ele, pois percebia o modo que ele o olhava, fora os demais auxílios que recebia em casa em relação a gravidez. Era Minho quem o ajudava quando passava mal, o consolava quando seu humor oscilava e acabava ficando extremamente sensível. E o que ele ganhava em troca? Sem ser a sua companhia, absolutamente nada.

Hoseok chegou a mostrar, de longe, Hyunwoo a Minho. Esse último ficou um tanto surpreso, primeiro: por ele ser herdeiro de um verdadeiro império, e, pela educação que teria recebido, Minho imaginou que ele seria capaz de assumir seus atos; e segundo: não esperava que Hoseok fosse lhe mostrar quem detinha seus pensamentos em segredo. Por mais que, com o passar do tempo, ele voltasse a negar tal fato, todos sabiam que ele nutria sentimentos por Hyunwoo.

E nem por isso Minho tentou se afastar. Era exaustivo, sim, mas ele detinha uma paciência e possuía um tamanho cuidado consigo que fazia Hoseok sentir-se um ingrato. Minho sabia respeitar seu espaço, nunca o forçava a nada, e não se sentia merecedor de tudo isso. Chegou a cogitar vez ou outra de fazê-lo desistir disso, mas nem mesmo isso fez o mais velho o abandonar.

Talvez por isso e também por começar a ficar cada vez mais carente com o passar do tempo que tenha resolvido não ser mais tão rígido assim. Ele continuou tendo seus limites muito bem impostos, mas passou a não recursar certas coisas. Dormir abraçado a ele já havia se tornado algo comum, o cafuné que tanto gostava não lhe era negado, as breves carícias que recebia no rosto eram reconfortantes e o beijo que recebia vez ou outra na bochecha e na testa fazem Hoseok sentir-se em paz, às vezes só ficar quietinho do lado dele, com o rosto afundado no pescoço do mais velho era tudo o que precisava.

Tudo estava tão pacífico em sua vida que sua barriga começou a crescer e quando menos percebeu, estava caminhando para o quarto mês de gravidez. Quase quatro meses com aquelas criaturinhas crescendo dentro de si. Sim, Hoseok acabou descobrindo que a coisinha na verdade não era uma, e sim três. Trigêmeos. Seu susto foi imenso quando Minho lhe contou isso durante a última ecografia que ocorreu na décima sexta semana de gravidez. Duas meninas e um menino, dois ômegas, uma alfa. Hoseok não ficaria mais sozinho agora que teria suas três coisinhas.

Antes mesmo de descobrir o sexo e a classe de seus filhotes, ele já havia escolhido os nomes. Kihyun disse que ele erraria, mas teve a boca calada por Changkyun.

— Você tem três filhos na barriga? Porque eu não estou vendo nada aqui. Quando você fica grávido como o Seok hyung, a gente conversa.

Aquela fala atravessada gerou várias risadas e um Kihyun constrangido. Hoseok não ligou para Kihyun, já estava decidido. E ao descobrir os sexos, só distribuiu os nomes. A menina alfa se chamaria Hyerin, o mesmo nome que sua falecida mãe daria a sua irmãzinha. O menino ômega se chamaria Jihoo por sugestão de Jooheon, que exigiu ter autoridade para escolher o nome do sobrinho. A outra menina que também era ômega se chamaria Hani após uma votação da família Yoo. Siwon e Donghae estavam muito felizes por aquele nome ter sido escolhido, era um nome que Eunhyuk tinha escolhido quando estava grávido de Changkyun ao pensar que seria uma menina.

Hoseok suspirou após lembrar tudo o que havia passado durante os últimos meses. Realmente, sua vida havia mudado muito. Seu corpo, principalmente. Ele achou muito estranho sua barriga aparecer quando estava indo para o segundo mês de gravidez. Foi nesse momento que Minho lhe disse que isso só podia significar que era mais de um, ele só não esperava que fossem três.

O real problema foi na hora de ir pra escola. O uniforme ainda cabia, mas marcava sua pequena protuberância. Diante disso, Minho o ajudou novamente, lhe dando de presente várias roupas e os senhores Yoo deram um jeito na escola, para que ele entrasse sem a camisa de uniforme. Algumas das roupas dadas eram do próprio Minho, o que ajudou ainda mais com o cheiro, algo que deixou Hyunwoo ainda mais irritado, segundo Jooheon.

Sim, eles estavam se falando de novo. Aparentemente, Hyunwoo sentia medo de ficar sozinho e quase implorou para Jooheon, pelo menos, voltar a olhar na sua cara. Seu irmão deixou bem claro que não deveriam tocar no seu nome, e assim Hyunwoo fez, até se sentir incomodado com o cheiro ou talvez fosse birra.

Hoseok acreditava ser infantilidade e idiotice, apenas por saber que estava seguindo sua vida. Na verdade, ele se pegava imaginando se aquilo era ciúmes do alfa, mas depois sacudia a cabeça, afastando aqueles pensamentos ilusórios e encarava a realidade. Afinal, observava-o, quase que todos os dias, com uma pessoa diferente.

O barulho da porta chamou sua atenção o tirando de seus devaneios, e Hoseok espiou da cozinha. Havia dado uma chave a Minho, então esse tinha liberdade para ir e vir quando bem entendesse. Mordeu os lábios, nervoso, e caminhou até ele, vendo-o desenrolar o cachecol do pescoço e retirar o jaleco antes desabotoar os punhos da camisa de mangas.

— Minho… — não sabia o que fazer ou dizer. O mais velho mal havia chegado do plantão, não sabia se era certo incomodá-lo com essa situação estranha. — Eu não estou me sentindo bem…

— O que foi? — virou-se e tocou na bochecha de Hoseok. Ele estava um pouco quente, constatou isso ao encostar a palma na pele dele, e suava um pouco. — O que está sentindo?

— Eu não sei… — mordeu os lábios. — É tipo uma dor estranha no peito.

— No peito? — passou a segurar o rosto dele com ambas as mãos, tamanha era sua preocupação. — Sente falta de ar?

— Não... — desviou o olhar. Suas bochechas pareciam ferver no momento. — É no...

— Só me diga. — deslizou os polegares pela tez febril, falando sempre ameno para deixá-lo calmo. — Tudo o que você sente é por causa dos seus filhotes, então deve me dizer tudo.

— É no mamilo. — suas palavras saíram a um fio de voz.

— Não sou alfa para te escutar nesse tom. — levantou uma sobrancelha.

— É no mamilo. — fechou os olhos com força. Odiava ficar daquele jeito diante dele, sequer sabia se a gravidez era culpada disso.

— Ah, sim. — parte de sua preocupação esvaiu. — Isso é normal, acalme-se.

— O que eu faço? — tirou as mãos dele do seu rosto, abaixando a cabeça pela vergonha imensa.

— Bem… — coçou a nuca. O embaraço e desconforto de Hoseok eram óbvios, mas teria de explicar aquilo de qualquer forma. — Normalmente, os companheiros ajudam os maridos grávidos com essas coisas. — não sabia se estava vendo certo, mas Hoseok pareceu ficar chateado e desapontado quando disse isso. — Isso é comum de acontecer durante a gravidez. Os ômegas possuem corpos adaptados e possuem as glândulas produtoras de leite que anteriormente apenas as mulheres possuíam, mas não possuem toda a formação, falando estruturalmente. Após o nascimento dos filhotes, alguns ômegas do sexo masculino usam seringas para extrair o leite, outros não vão ter esse problema por produzirem bastante leite, vai variar de ômega para ômega.

— Minho... — sussurrou, sem conseguir erguer a cabeça para pedir uma coisa do tipo.

— Está doendo muito? Quer que eu chame seus amigos? Alguém? Quer ir ao hospital? — não era do seu feitio ficar nervoso, mas era uma situação um tanto estranha de lidar.

— Não. — a resposta veio pouco audível. — V-você...

— O que? — chegou mais perto.

— Você pode me ajudar? — com o último resquício de coragem, encarou-o por sob a franja.

— Tem certeza? — engoliu em seco. Sabia exatamente o que deveria fazer quanto a isso, mas Hoseok já havia imposto suas condições. Para fazer o necessário, precisaria burlar os limites estabelecidos pelo mais novo. — Tem certeza, Hoseok? — repetiu. Precisava ouvir da boca dele, pois não queria desrespeitá-lo.

— S-sim… — céus, deveria estar igual a pimentão de tão vermelho que estava.

— Ok. — puxou uma longa respiração e a expeliu devagar. — Vamos resolver isso em outro lugar. — descansou a mão nas costas dele, guiando-o para as escadas.

Minho poderia não ser alfa e ser apenas alguns centímetros mais alto que a si, mas Hoseok sentiu-se pequeno e um pouco amedrontado por não saber o que viria a seguir. O corpo estava sensível ao toque, e tê-lo tão perto lhe desconcertava, ficando totalmente inebriado pelo cheiro gostoso do perfume que ele usava. Seu coração parecia estar a ponto de sair pela boca a cada degrau que subiam e essa sensação de tornou mais intensa ao notar que estava sendo levado para o quarto.

Minho abriu a porta do quarto de Hoseok e deu passagem para ele entrar. Hoseok ficou parado do seu lado quando fez isso, então esfregou as costas dele, como se dissesse “Está tudo bem, pode confiar em mim” através daquele gesto. Viu ele suspirar ainda nervoso e adentrar o cômodo.

— Sente na cama. — pediu enquanto fechava a porta, vendo que Hoseok continuou parado no meio do quarto. — Sente, Hoseok.

— O-ok. — mordeu o lábio. Talvez essa fosse a vez que ficou mais acanhado na frente dele desde que se conheceram. — E agora? — perguntou ao sentar no colchão, descontando o nervosismo no pano da calça.

— Preciso que tire a camisa. — Hoseok arregalou os olhos. — Não… Eu não quis… — crispou os lábios. Isso não é hora de ficar nervoso, Minho, repreendeu-se. Suspirou e aproximou-se dele. — Posso…? — pediu. Hoseok concordou com aceno tímido de cabeça. — Vou tirar. — segurou a barra da camisa e o encarou, perguntando pelo olhar se poderia prosseguir. Ele voltou a assentir, então puxou a camisa, passando-a pela cabeça.

Hoseok virou o rosto quando se viu com o tronco desnudo. Não tinha coragem de encará-lo enquanto era analisado tão minuciosamente como estava sendo agora, a cabeça parecia estar entrando em pane. Não lembrava da última vez que ficou tão nervoso assim.

Minho ficou entre as pernas dele e agachou-se. Manteve o olhar no mesmo ponto o tempo inteiro para não deixá-lo mais constrangido do que já estava. Os mamilos dele estavam inchados e com a coloração escurecida, destacavam-se na pele alva. Levou uma das mãos ao peito dele e pressionou a carne ao redor do mamilo, sentindo-o retesar sob sua palma e vendo o leite começar a fluir.

— P-para! — afastou-se do toque e abraçou-se, ficando encolhido perto dele com certa dificuldade por medo de apertar sua barriga. — Isso dói.

— Vai doer um pouco, mas será mais dolorido se não extrair o leite. — ergueu o rosto para encontrar o olhar dele. Chamar de rosadas as bochechas de Hoseok era eufemismo, elas estavam escarlates. — Eu não vou ser apressado e não vou apertar forte. Posso continuar? — acariciou-o no joelho e viu ele olhar lhe tímido e balançar a cabeça, sem coragem de falar nada. — Me diga se estiver doendo muito. — voltou a pressionar ao redor e fez o mesmo com a outra mão, o leite molhando as costas de suas mãos e a barriga de Hoseok.

Hoseok remexia-se e cerrava os olhos com o aperto, o coração batendo como um louco. Entreabriu as pálpebras e espiou pela primeira vez o que Minho fazia. O olhar dele estava fixo no mesmo ponto, a expressão tão concentrada era bonita de se observar. Não entendia o porquê de estar ofegante, mas sua respiração desregulou ao notar ele aproximar o rosto do seu peito e mais ainda por notar as írises deles mudarem de acastanhadas para ônix.

— M-Minho, o q-que está-

— Shh, acalme-se. — Hoseok estremeceu com o tom mais rouco. — Você produziu muito leite, Hoseok… — trouxe o rosto mais para perto, logo sentiu Hoseok tentar lhe empurrar pelos ombros. — Você me pegou desprevenido. Se tivesse me avisado antes, eu teria trazido os instrumentos necessários.

— O q-que vai fazer? — amaldiçoou-se por estar gaguejando, mas aquela expressão, a franja loira caindo sobre a pele amorenada e o tom mais rouco estavam causando as mais diversas sensações em si.

— Quer que eu acelere o processo sem causar dor? — Hoseok estava trêmulo, muito trêmulo, que parecia estar a ponto de desabar, então deitou-o na cama para evitar isso. — Tenha calma. — pediu quando o mais novo começou a se debater. — Vou fazer isso não ser dolorido pra você.

Hoseok não teve tempo de reagir. Quando viu, Minho ficou sobre si e abocanhou um dos seus mamilos. Seu corpo espalmou com o arrepio que sentiu, e gemeu alto por aquele local estar sensível demais. Remexeu-se abaixo dele e puxou o cabelo dele para tentar afastá-lo, foi quando Minho começou a chupar ali e mais arrepios lhe perpassaram. Ondas de calor iam ao sul, distraindo-lhe da mão de Minho prosseguindo com o processo de extração.

— M-Minho… pa- Ah, ra… — Minho afastou a boca, e a respiração ofegante dele relou em seu peito, eriçando seus pelos.

— Fique calmo. Vai ser mais rápido se não se mexer tanto. — o encarou e viu que os olhos dele estavam azuis. — Você está gostando, Hoseok, embora não queira admitir.

— E-eu não-

— Seus olhos mudaram de cor, seu cheiro… — puxou o ar. — está forte agora. Mesmo sendo beta, eu posso senti-lo. E não preciso olhar para baixo para saber que sua cueca e até mesmo sua calça estão manchadas.

— Cala a boca! — Minho sorriu aquele sorriso doce que lhe desconcertava quando grunhiu.

— Aproveite, Hoseok. Assim não vai ser tão dolorido pra você. — e abocanhou o outro mamilo, pressionando ao redor do que antes estava em sua boca.

Hoseok arqueou a costa e sentiu a visão turvar ligeiramente com as lágrimas. Estava atordoado, aquilo doía e ao mesmo tempo não, era gostoso e ao mesmo tempo não, ele não sabia explicar. Talvez estivesse a tanto tempo sem ter sido tocado por outra pessoa que seu corpo respondeu tão alegre ao mínimo estímulo feito por Minho. O torpor era tão forte que nem notava que Minho engolia o leite do mamilo que sugava, a única coisa que conseguia fazer era gemer alto e quebradiço e ondular o corpo, que parecia pegar fogo, abaixo dele.

Pela primeira vez, Hoseok desejou ter algo a mais, desejou ser tocado verdadeiramente por Minho.

— M-Minho… — Minho lhe rodeou o mamilo com a língua, e sua voz falhou ao sentir isso. Esfregou as nádegas no colchão em agonia.

A mente de Hoseok estava nublada, e notou pela primeira vez o cheiro de Minho quase camuflado pelo seu próprio cheiro exalando aos montes. Seria considerado normal se comparado a um ômega ou alfa no dia a dia, mas bastante acentuado por ser beta e por estar excitado.

Minho também estava excitado.

Hoseok deixou a cabeça pender para o lado e, com certo esforço, visualizou a ereção entre as pernas de Minho. Seus olhos cintilaram, sentiu uma repuxada no baixo ventre e a entrada contrair ansiosa, expelindo mais lubrificação como consequência. Ainda puxando os fios loiros entre seus dedos, circundou a cintura dele com as pernas e apertou o enlaço. Sua atitude fez Minho encará-lo com uma expressão interrogativa, e a única coisa que fez foi puxá-lo para um beijo.

Era a primeira vez que provava o calor daqueles lábios, então um suspiro foi inevitável. As mãos desceram da cabeça e rumaram para as costas, arranhando toda a pele durante o caminho. Minho controlava o peso sobre si e impulsionou o quadril em direção ao seu num movimento que não soube ser proposital ou não, mas lhe causou uma agonia que acabou por mordê-lo nos lábios.

Hoseok fechou os olhos brevemente e se deixou levar enquanto sentia as mãos de Minho começaram a passear por seu corpo. Quando tornou a abri-los, deu de cara com Hyunwoo. O choque foi tão grande que o empurrou de cima de si e se encolheu na cabeceira da cama, abraçando com cuidado as pernas de modo a proteger sua protuberância.

— Desculpe. — Hoseok levou as mãos a boca, surpreso consigo mesmo ao ver que era Minho quem levantava do chão.

— Tudo bem. — Minho tratou de se recompor ao ficar em pé. Suspirou e caminhou em direção a porta, dizendo antes de sair: — Desculpe.

Só então, Hoseok notou as lágrimas a deslizar por seu rosto. Não entendia o que estava acontecendo consigo, estava ansiando tanto ser tocado por Minho, por que justo, naquele momento, Hyunwoo tinha de “aparecer”? Ah, a vida parecia querer jogar na sua cara, quantas vezes fossem necessárias, que, apesar de ter alguém maravilhoso como Minho ao seu lado nos últimos meses, seu coração somente batia de outra forma por Hyunwoo.

Ele tratou de enxugar suas lágrimas e se acalmar, precisava se desculpar devidamente por esse pequeno incidente. Enquanto descia a escada, amaldiçoava-se por essa dualidade a qual o importunava. Seu corpo dizia sim, sua mente dizia não e ainda fazia o favor de brincar daquela maneira para que não conseguisse receber carícias mais íntimas. Ele apenas desejava desligar sua mente uma vez para poder desfrutar de algo assim.

Encontrou Minho na cozinha, mexendo nos armários. Ele estava de costas para si, mas tinha quase certeza que uma expressão cansada estampava-se em seu rosto bonito. Suspirou sonoramente e aproximou-se dele com cuidado.

— Minho… — no momento em que abraçou por trás, os movimentos dele cessaram. — Me desculpa.

— Você não tem que se desculpar por nada. — sua cabeça pendeu para trás com o suspiro. — Eu não deveria ter te tocado daquele jeito.

— Não, eu queria… é só que… — não encontrou palavras que expressassem o que realmente desejava dizer, então apertou um pouco mais o abraço. — Eu só…

— Você queria que fosse ele ao invés de mim. — fez um breve carinho nos braços ao redor do seu tronco. — Não precisa negar, Hoseok. Sei o quanto aquele alfa mexe com você.

— Eu só queria… só queria… poder apagar ele da minha vida. — seus braços caíram inertes ao lado do corpo. — Eu não queria sentir isso por alguém que só me faz mal. Eu realmente tento, todos os dias, esquecê-lo, mesmo com as coisinhas aqui, comigo. Eu só… queria tirar ele dos meus pensamentos. Minho… — abaixou a cabeça. — Por que eu não consigo simplesmente sentir por você o que sinto por ele?

— Você não tem culpa de nada. — voltou-se para ele e encaixou o rosto dele entre suas mãos, encontrando o olhar marejado dele. — Eu realmente gosto de você, Hoseok, e não me importo se não pode me corresponder ainda. Nunca te forcei a nada e não vai agora que vou fazer isso. Eu vou esperar o tempo que for necessário e dar o que você merece até nossa relação não ser mais unilateral.

— Vai continuar me beijando? — sua pergunta tímida arrancou um sorriso dele.

— Quer que eu te beije? — aproximou seus rostos.

— Sim. — fechou os olhos e acabou com a mínima distância.

Diferente da primeira vez, seus lábios se moviam de maneira mais calma, mais suave, sem necessidade de afoitamento. Os sons dos estalos chegando aos ouvidos eram ruídos extremamente agradáveis para Hoseok. Em momento algum, Minho pediu passagem com a língua, então aproveitou para tomar tal iniciativa. Explorar a boca dele era algo muito novo, algo pedia para ser desvendado, e o faria essas e outras vezes.

— Deixe eu terminar de extrair o leite logo antes que você sinta dor de novo. Vamos. — Minho sorriu pequeno, ainda ofegante, e tornou a pousar a mão na base da lombar de Hoseok para guiá-lo de volta ao quarto.

Os dois retornaram ao quarto de Hoseok onde recomeçaram com o procedimento. Hoseok tentava ao máximo ocultar seus gemidos enquanto sentia mãos de Minho pressionando a carne ao redor dos seus mamilos, mas era um tanto difícil por essa área estar muito sensível. E não deixava de notar como ele mordia os próprios lábios com força, provavelmente para não se deixar perder nos seus ruídos depravados que escapavam baixinhos. Aquilo não era proposital, até porque estaria agindo como um aproveitador se estivesse usando o momento para provocá-lo, mas uma parte sua, uma lá no fundo, gostava de ver o efeito que tinha sob ele, como o desconcertava.

— Pronto, consegui extrair todo o leite em excesso. Você está bem? — Minho, agachado entre suas pernas, perguntou.

— Hmm… — remexeu-se no lugar. Não estava surpreso por sentir-se molhado e duro novamente, e tê-lo naquela posição não o ajudava muito na sua condição atual. — Me sinto melhor.

— Me avise sempre que isso acontecer. Dá próxima vez, eu trago os instrumentos necessários. — garantiu, sorrindo sem graça.

— Não precisa. Digo, você pode continuar fazendo assim. — mordeu os lábios.

— Ok. — riu baixo.

— E, hm, quanto isso? — referia-se ao atual estado deles.

— Acho melhor tomarmos um banho. — coçou a nuca e tudo o que recebeu como resposta foi um balançar positivo de cabeça.

Após isso, cada um rumou para um banheiro para tomar um banho longo. Hoseok demorou bastante, talvez até mais que Minho, por conta do alívio que buscava. Em pensamentos, agradeceu por Minhyuk ter dado adiantado seu excêntrico presente de aniversário, um vibrador texturizado, pois ele foi mais do que útil naquele momento. Minutos depois, encontraram-se, já vestidos, na cozinha para jantarem juntos e, logo depois, retornaram ao quarto para dormirem.

— Minho. — chamou baixinho, não sabia se ele já estava dormindo.

— O que foi? Está muito frio? — quando fez menção de levantar, Hoseok segurou seu braço, mantendo-o sobre a barriga dele naquele abraço por trás.

— Não precisa ir pegar outro lençol. — sentiu ele tornar a deitar atrás de si. — Desculpe.

— Por que está se desculpando?

— Não mereço alguém como você. — o braço dele o trouxe mais para perto, deixando suas costas coladas ao peito dele.

— Já disse que gosto de você e não me importo de passar por isso mesmo sabendo que não me corresponde. — deixou um beijo na nuca dele.

— Você não falou “ainda”…

— Porque sei que algo assim não se supera da noite pro dia. Eu sei ser paciente, Hoseok. Posso esperar o seu tempo sem problema algum.

Hoseok não soube o que responder. Parecia tão injusto mantê-lo preso a si daquela forma, e era tão egoísta por não querê-lo longe de si. Tinha total noção de todos os efeitos que Minho tinha sob si, efeitos esses que eram óbvios desde o seu primeiro contato com ele, mas quando se tratava de Hyunwoo… era algo muito mais intenso, embora não ficasse todo sem jeito perto dele como ficava com Minho. Ele se limitou a ficar calado enquanto, sentindo a leve carícia da mão dele sobre sua barriga, pensava e desejava para não demorar muito para a relação deles se tornar recíproca. Seria duro, mas se Hyunwoo o machucou, Minho estava ali para cuidar e tratar dos seus ferimentos.

 

(…)

 

Changkyun não questionou seus pais quando eles lhe entregaram novos remédios, sabia que era aquele o motivo da visita à casa de Zhoumi. O problema foi depois. A perda de apetite e o sono em demasia eram alguns dos efeitos colaterais da nova medicação. Ele parecia um zumbi, mas tudo parecia melhorar quando estava com Hoseok por ter sido o primeiro a saber que não era um, e sim três filhotes. Ele quase teve um ataque, ficou grudado em Hoseok o dia todo, lhe perguntando qual seriam os nomes.

Contudo, era só isso. Sua alegria por causa dos filhotes e dos amigos era quase letárgica, ele não sentia vontade de fazer nada, indisposição era seu sobrenome. Siwon e Donghae perguntavam diariamente como ele estava, pois, além desses efeitos, também perdeu peso e parecia continuar a perder. Zhoumi garantiu que era normal, os remédios eram fortes e Changkyun tinha pouca idade, assim seria completamente aceitável aquela perda de peso excessiva, mesmo suspeitando que ainda não estavam indo pelo caminho certo.

Changkyun estava muito magro e aparentemente fraco, sempre pedia ao irmão que o carregasse no caminho de volta da escola. Durante o cio, não entrou em desespero como na última vez. Afinal, não tinha vitalidade para aquilo, ele apenas chorava alto e continuava a chamar por Jooheon que, a pedido de seus pais, se manteve longe durante uma semana.

Ao fim daquele período, Hoseok foi dormir consigo e cuidou de si como um verdadeiro omma. Na ocasião, confessou a ele que não havia se tocado durante o período. Era como se seu corpo estivesse definhando, dizia, ele só queria Jooheon e nada mais. Hoseok ficou preocupado, seu pequeno passou o inferno que é o cio, com dor e sem se tocar, sem sentir ao menos espasmos que o aliviasse um pouco.

Changkyun lhe fez prometer que não contaria nada a ninguém, nem seus pais. Além de se sentir mal com aquilo, era vergonhoso demais dizer aquilo aos pais. Hoseok concordou, com a condição de que ele fosse a um médico consigo. E assim foi feito: Hoseok inventou uma desculpa para que saísse com ele. Os dois foram ao hospital onde Minho trabalhava, e Hoseok lhe pediu que examinasse Changkyun. Minho fez sem pestanejar.

— Você está tomando algum medicamento? — perguntou a Changkyun que sacudiu a cabeça positivamente. — Eu não sei para que são, mas espero que esteja sendo acompanhado. — Hoseok segurava a mão de seu filhote por baixo da mesa. — Aparentemente, está tudo bem. Foi só um efeito colateral da sua medicação, mas isso faz mal ao seu organismo. Peça para trocarem seus remédios. — o Choi completou.

A consulta em si foi rápida, mas o deixou mais tranquilo. Era apenas um efeito colateral no final das contas.

— Você está muito magro, Chang. — Hoseok tocou o rosto do menor que quis ronronar com o toque. — E manhoso. — sorriu, e seguiram de volta para a casa dos Yoo.

De fato, Changkyun passou a evitar ficar sem roupas em casa ou na frente de Hoseok por ser possível observar a delimitação de seus ossos sob a pele. Ele se sentia envergonhado com aquilo, parecendo algum doente. Não estava doente, estava?

Fora isso, também começou a evitar toques do namorado, mesmo ansiando por eles. Changkyun via a preocupação no rosto de Jooheon, clara como água, como numa tarde de domingo, quando estavam na casa dos Yoo, esperando os amigos que tinham ido comprar comida.

— Puppy... — Jooheon chamou e tocou o rosto magro do namorado. — O que está acontecendo?

Changkyun estava de olhos fechados, quase dormindo e não queria responder o namorado, mas tinha que fazer aquilo.

— Nada. — disse, simplesmente.

— Você está estranho, amor. — Changkyun abriu os olhos, suspirando alto, quando ouviu suas palavras.

— Estou feio? — perguntou, irritado, e sua mudança repentina de humor não passou despercebida.

— Eu não disse isso. — explicou. Já havia dito, certa vez, a Siwon que estava preocupado com o menor. O outro não disse nada, apenas suspirou e pediu para que tivesse paciência e cuidado com seu filhote.

— Me acha feio, Jooheon? — Changkyun se sobressaltou e levantou do sofá onde estava. — O que você acha bonito? — perguntou e tirou o moletom grande que usava, exibindo o corpo mais magro que o habitual.

— Changkyun… — sussurrou, pasmo, parecendo perder as forças ao ver o corpo imaculado de seu pequeno. Sabia que existiam pessoas com transtornos alimentares e suspeitava que Changkyun estava com algum, como anorexia. — Pare com isso. — pediu ao se levantar para pegar a roupa do menor.

— Não, Jooheon! — ele gritava e, sem perceber, começou a chorar. — Você me acha feio! Você vai me deixar por isso! — ele estava desolado, e Jooheon não sabia o que fazer diante de uma situação dessas.

— Não é nada disso. — tentou se aproximar dele, mas foi empurrado até cair sentado no sofá.

— Você vai me deixar por isso. — apontou para o próprio corpo.

— Não, Changkyun. Por favor, eu não vou te deixar. Vamos conversar. — suplicou ao que sentiu uma crescente desordem em si, mas sabia que não eram sentimentos seus.

A porta se abriu, e Donghae surgiu ali. Pareceu chocado por alguns segundos, mas rapidamente foi até seu filhote.

— Eu não vou te deixar, Changkyun. — disse e saiu da casa dos Yoo para evitar que Donghae o visse chorando, mas deu de cara com Siwon.

— Wow, calma aí. — Siwon disse, sem entender a situação. Iria alfinetá-lo, mas assim que viu ele começar a chorar, calou a boca e deu espaço para ele sair.

— Calma. — Donghae pedia ao filho que chorava em seus braços. — Shh, vai ficar tudo bem.

— O que houve? — Siwon perguntou enquanto se aproximou do marido e do filho.

— Vou levar ele pro quarto. Diga aos meninos que ele passou mal. — e saiu dali sem mais, nem menos, sabendo que ele compreendeu que foi mais uma crise do menor.

Aquela foi a primeira briga entre Jooheon e Changkyun. Jooheon recebeu uma ligação naquele mesmo dia e, antes de anoitecer, foi à casa dos Yoo, ficando até tarde lá, mais especificamente, dentro do quarto de Changkyun. Eles se entenderam e tudo voltou ao normal. Mais ou menos, pois Jooheon disse a Donghae e Siwon que achava que namorado tinha anorexia e bulimia. Os mais velhos deixaram que ele acreditasse naquilo, se Changkyun não tinha contado a ele, não seria certo que os dois fizessem.

Assim os meses se passaram para o pequeno Yoo, que não entendia mais o que acontecia com seu corpo e com sua cabeça. Ele só queria ficar bem de novo, com sua família, com seus amigos e principalmente com Jooheon.

Changkyun abriu a porta com cuidado para não fazer barulho e espiou pela fresta. De onde estava, era possível ouvir o som de água caindo, indicando que alguém estava no banho. Siwon, andando pelo quarto, continuava apenas com uma calça moletom, mas a mudança de estação não o permitia dormir sem camisa como de costume. Quando abriu a porta um pouco mais, ele o olhou e sorriu.

— Não vai entrar, filhote? Venha aqui com o papai. — o convidou, abrindo os braços. Changkyun foi sem petesjar, aconchegando-se ao seu peito. — O que foi, filhote?

— Eu posso dormir aqui, hoje? — murmurou de olhos fechados.

— Claro que pode. Você pode vir dormir com nós dois quando quiser. — afagou os fios negros e deixou o beijo no topo da cabeça dele. Ao fazer isso, notou uma fragrância forte impregnado no suéter que Changkyun vestia. — Por que está vestindo roupas do Jooheon?

— Ele me deu e pediu pra eu usar. — “e o cheiro dele me acalma”, completou a frase em pensamentos enquanto suas bochechas esquentavam.

— Além de ficar te ligando toda noite, ainda te faz vestir as roupas dele? Tsc, esse garoto está ficando cada vez mais abusado pro lado do meu filhote. — Siwon resmungou. Uma coisa que, talvez, nunca mudasse era o ciúme por seus filhos.

— Appa… — lhe mostrou um bico emburrado ao qual Siwon apertou.

— Esse beicinho fofo não vai me convencer do contrário. — depositou um selinho nos lábios dele, vendo Changkyun desamarrar um pouco a cara por isso. — Está com frio? — soltou-se do abraço para procurar uma camisa de manga longa para vestir.

— O suéter do Honey é quentinho. — puxou a gola, inspirou fundo e fechou os olhos ao que o perfume natural de Jooheon invadia suas narinas.

Siwon, olhando por cima do ombro, flagrou a cena sem que Changkyun percebesse. Estreitou as sobrancelhas, mas preferiu, dessa vez, não encrencar.

— O que é isso, appa? Nosso álbum de fotos de bebê? — Changkyun aproximou-se da cama onde o objeto estava.

— Ah, sim. Hae estava olhando antes entrar no banho. — Siwon terminou de colocar a roupa e sentou ao lado do filho, puxando-o para escorar-se em seu peito. — Ele acordou um pouco atordoado, hoje, por causa de um sonho envolvendo o Hyuk.

— Foi um pesadelo? — procurou o olhar dele.

— Não sei. Pergunte a ele. — com o queixo, indicou Donghae saindo do banho quente.

— Hae appa. — o mais velho olhou quando foi chamando. — O senhor teve um pesadelo?

— Não, meu anjo. — Donghae sorriu fraco. — Foi só um sonho… muito realista. — se juntou a eles no colchão e folheou o álbum que Changkyun segurava, parando em uma foto em que Eunhyuk tinha ambos os filhos nos braços. Ele estava cansado, mas sorria para os dois cochilando em seu peito. — Nesse sonho, o Hyukie estava te levando pro altar para casar com o Jooheon. — sorriu para seu filhote de rosto corado.

— Casar? Com aquele garoto? — Siwon falou, abismado.

— Nem comece, Yoo Siwon. — estreitou os olhos. — Eu te ajudo a casar com o Jooheon sem esse velho chato e ciumento saber, bebê. Não se preocupe com isso. — acariciou as bochechas, agora, magras de Changkyun. — Não precisa se preocupar comigo, ok? Foi um sonho bom.

— Ok, appa. — sorriu pelo carinho. — Posso dormir com vocês aqui, hoje?

— Você pode dormir com a gente quando quiser, não importa a idade. Eu só vou vestir uma roupa pra gente poder deitar.

Changkyun apenas balançou a cabeça positivamente. Siwon logo deitou, após guardar o álbum, e não demorou muito para Donghae se juntar a eles. Lógico que gostava de dormir com os dois, embora achasse que estivesse atrapalhando, mas sabia que seus pais não negariam aconchego em momento algum. E por mais que soubesse que eles estavam evitando pegar o plantão da noite justamente por sua causa, tê-los por perto era mais do que realmente necessário devido a tudo o que estava passando.


Notas Finais


tamo aqui na humildade pra agradecer geralzão que favoritou BM.
amamos vocês! <3
obrigado por esperarem e por entenderem a situação.
Estamos tentando "normalizar" as postagens e esperamos não deixar vocês na mão.
Obrigado a quem comentou no ultimo cap, sério, amamos os comentários de vocÊs!
Enfim, obrigado pra todo mundo!
até o próximo.


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