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História Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter Thirty


Escrita por: kyyyaxoxo

Notas do Autor


Oi, paixões.
voltamos com essa cap. que nem tem o que dizer.
Mais fulera que ele, só dois dele.

Boa leitura?

Capítulo 35 - Chapter Thirty


O sol já estava se pondo quando o choro de Hoseok começou a cessar. Hyunwoo permaneceu ao seu lado durante todo o tempo, viu os Yoo indo embora com os filhos e os respectivos namorados, também viu Changkyun fazer – sua já esperada – birra, pois queria ficar ali com seu hyung.

Hoseok, mesmo chorando e agarrado ao alfa com o rosto escondido no vão de seu pescoço, ainda continuava alheio ao que acontecia ao seu redor. Ele só sabia chorar e falava coisas desconexas vez ou outra, coisas que o Hyunwoo não entendia e, para não piorar o estado do ômega, preferia não perguntar, o que não significava também que ele iria responder.

Também teve que aturar Minho o olhando com repulsa ao entrar ali para examinar Hoseok. Nesse momento, teve que se afastar e sair da cama, pois era hora de trocar os curativos.

— Se você quiser, pode sair. Nós vamos trocar os curativos dele. — Minho disse friamente, sem se dar ao trabalho de olhar para Hyunwoo, que permaneceu onde estava, observando-o  tocar o corpo de um Hoseok ainda choroso, porém, mais calmo.

— Eu estou bem, obrigado. — Respondeu no mesmo tom dele e pôde ouvi-lo bufar.

— Hoseok? — O jovem médico tentou chamar a atenção do paciente, mas ele estava perdido em pensamentos enquanto fungava e encarava o teto. — Pode me ouvir? Pode me dizer como se sente? — Continuou tentando sem sucesso.

— Ele vai ficar bem, não é? — Hyunwoo soltou sem pensar, o tom de voz denunciava sua preocupação. Também não podia negar que chorou junto dele quando estavam sozinhos. Eram seus filhos também.

Minho o encarou por um breve instante e voltou a se concentrar em desenfaixar o tronco de Hoseok.

— Vai. — Respondeu calmamente.

Um gemido de dor de Hoseok ressoou pelo quarto, assustando-o, e não precisou contar os segundos para também escutar o rosnado de Hyunwoo.

— Cuidado! — Disse entredentes, tentando controlar-se. Sabia que ele estava sentindo dor provavelmente por ter ficado agarrado de modo desconfortável a si durante bastante tempo.

— Eu sei o que faço. — Rebateu, irritado. — E a culpa disso é sua. — Hyunwoo o olhou incrédulo com acusação tão certeira. — Você sabia que não devia ter tocado nele. Agora, alguns pontos abriram. — dizia enquanto acelerava seus movimentos.

— Desculpe. — Minho parou o que fazia e lhe encarou. Hyunwoo sabia que tinha realmente o surpreendido, mas como havia prometido a si mesmo, ele mudaria, se tornaria alguém melhor, e aquilo não se aplicava apenas a Hoseok.

Minho voltou ao trabalho e retirou todas as bandagens. Em seguida, uma enfermeira adentrou o local com bandagens novas sobre uma bandeja prateada. Ao lado delas, havia remédios e uma injeção com um líquido transparente dentro.

— Pensei que tinha se perdido. — Minho disse à enfermeira que negou com a cabeça.

— É a nova turma de internos. Já sabe de quem vai cuidar? — A mulher, que era ômega, disse sem dar importância a presença de Hyunwoo ali.

— As únicas pessoas de quem eu cuido, são meus pacientes. — ele injetou a substância da seringa no soro de Hoseok.

— O que é isso? — Hyunwoo perguntou.

— Só um dos vários remédios que ele tem que tomar. — Explicou sem se prender em maiores explicações. — A perda deixou o corpo dele em pane. Ele ainda não está 100% estabilizado, mas vai passar. Hoseok sempre passa por tudo de cabeça erguida. — Deixou a seringa, agora vazia, sobre a bandeja ajudando a enfermeira com os curativos.

Sem ter desviado a atenção de Hoseok em instante algum, Hyunwoo o notou parar de chorar de vez e começar a fechar os olhos.

— O que está acontecendo? — Ele descruzou os braços e se aproximou do leito.

— É efeito da medicação. Ele vai dormir, e é melhor assim. Ele passou praticamente o dia todo chorando. — Minho disse com pesar. Sua mente estava confusa, afinal, como estava conseguindo conversar daquele jeito tão pacífico com o alfa que havia causado tudo aquilo a Hoseok?

Hyunwoo relaxou um pouco após compreender o que se passava. Sabia que Minho era o responsável por Hoseok, então foi até uma poltrona que havia ali no quarto e se sentou, ainda observando-o trabalhar em conjunto da enfermeira.

— Você devia ir para casa. Todos os meninos foram. — Minho teve seu pedido negado.

O silêncio tomou conta do quarto. Os dois profissionais terminaram seu trabalho rapidamente. Minho gostaria de mandá-lo sair dali, mas viu como Hoseok se acalmou só com a presença dele, então apenas se retirou do quarto e o deixou ali.

— Qualquer coisa, me chame. — Disse apenas isso antes de fechar a porta.

Hyunwoo se viu sozinho com Hoseok e o encarou, agora sereno enquanto descansava. Levantou-se e foi até a maca. Ficou em pé ali e ergueu a mão levando-a de encontro ao rosto dele. Seus dedos limparam algumas lágrimas que haviam ali, e acariciou a face macia e pálida de Hoseok.

— Eu vou cuidar de você. — Prometeu.

Hyunwoo sentia seus nervos à flor da pele. Mesmo transparecendo calma, por dentro, ele estava a mil. Sua alimentação, que já não era das melhores, estava uma lástima nos últimos dias. Seu corpo não teve descanso, podia sentir os músculos pedindo por uma breve pausa. Sua cabeça doía vez ou outra. Mas ele não ligava. Não sentia fome, não queria descansar, pois a possibilidade de fechar os olhos e perdê-lo de vista o assombrava.

O celular vibrando em seu bolso o retirou de seus devaneios.

— Como ele está? — Jooheon perguntou sem rodeios, assim que a ligação foi atendida.

— Está bem. — Respondeu enquanto voltava a se sentar na poltrona. — Está dormindo agora.

— Vocês conversaram? — perguntou, preocupado.

— Eu tentei, mas ele parece não me notar, mesmo estando agarrado a mim. — Um sorriso brotou em seus lábios ao comentar isso. Puxou o ar, sentindo o cheiro de Hoseok adentrar suas narinas. Céus, como sentia saudades daquela fragrância.

— E a sua mãe? O que vai fazer?

— Uma coisa de cada vez. Hoseok é minha prioridade no momento. — Hyunwoo ouviu a risada do amigo do outro lado da linha. — Mas pode avisar ao tio que vou precisar de ajuda. Eu não sei do que ela é capaz, ainda mais depois que ela souber sobre Hoseok. Ela já não gostava muito dele. — Revirou os olhos ao lembrar das idiotices que Hana falava sobre Hoseok, apenas pelo fato de ele ser de uma classe social menos favorecida.

— Você não deveria estar mais... sei lá... sério ou concentrado depois de saber a verdade sobre o seu pai? — Jooheon esperava que o amigo estivesse furioso e fosse ser precipitado como sempre era, mas podia perceber que ele estava mudando.

— Não é como se eu fosse conseguir trazer ele de volta sendo inconsequente. — Falou sério, firme. Jooheon não tocou mais no assunto.

— Tudo bem. Vou sair com meus pais, qualquer coisa me liga e se cuida. — Jooheon recebeu um “ok” e um “boa noite” como resposta antes de desligar.

Hyunwoo passou a noite ali. Minho não voltou ao quarto e se voltou, ele não viu. A última vez que olhou no relógio, foi perto das cinco da manhã. Estava amanhecendo, o sono surgiu forte naquele momento, e ele se deixou levar pelo cansaço.

(…)

Changkyun espantou-se quando a porta de seu quarto abriu. A parte ruim de possuir sono leve era essa: o mínimo ruído causado por uma pessoa menos cuidadosa ao entrar no cômodo em que dormia, lhe acordava. E, justamente por isso, ele jogou o lençol sobre cabeça. O desejo de levantar da cama não existia, se pudesse, pretendia passar o dia inteiro ali, mas sabia que se o fizesse, geraria preocupação dos seus pais, irmão, amigos e, principalmente, do namorado. Ainda assim, não era como se sentisse disposição de tentar mostrar que estava bem.

O colchão afundou próximo de onde estava e logo a coberta foi retirada de seu rosto. Um resmungo escapou de seus lábios involuntariamente devido à luz estar acesa. A contragosto, abriu os olhos, e o rosto sorridente de Jooheon entrou em seu campo de visão. Enlaçou o pescoço dele num movimento rápido, abraçando-o com toda a força que seu estado recém desperto permitia. Jooheon tentou levantá-lo, mas não o ajudou, deixando todo seu peso solto, obrigando-o a enlaçar sua cintura com um braço e usar o outro para apoiar-se na cama, evitando cair sobre si.

— Tão manhoso o meu namorado. — Jooheon sussurrou ao pé do seu ouvido, de forma soprada, ao que deslizava o nariz pelo pescoço dele. — Você dorme com meu suéter. — Comentou, sorrindo.

— Ele tem seu cheiro. — Mesmo não vendo, tinha certeza absoluta de que o sorriso dele aumentou.

— Faz parecer que dormimos juntos. — Viu um tom rosado subir pelo pescoço dele, não estando diferente do rosto. — Você fica lindo com ele. — Uma intensa sensação de satisfação atravessou seu corpo, sensações advindas de Changkyun. Agora, por estar ciente da ligação das almas gêmeas, estava conseguindo discernir suas sensações das dele, bem como compreender melhor o que o outro sentia. — Por mim, as minhas roupas são suas. Mas como tenho amor a minha vida, não vou irritar seu irmão e seu pai.

— Mas eu quero vestir as suas roupas. — Ganhou um beijo no rosto após resmungar.

— Me dá vontade de te morder assim. Ugh, como pode ser tão fofo? — Seus beijos encheram o rosto de Changkyun e desceram para o pescoço, onde foram depositados mais lentamente, causando arrepios.

— Honey… — Changkyun sentiu-se corar por sua voz ter saído um pouco gemida. — Isso faz cócegas.

— Hm? Não gosta? — Ergueu o rosto, fazendo seus narizes roçarem um no outro. Não estava surpreso por deparar-se com as bochechas coradas dele. — Tão fofo. — Beijou-lhe o nariz.

— Como entrou aqui? — Ajeitou-se no colchão, ficando sentado, mas sem soltar o namorado.

— Pela janela. — Riu baixo pela expressão pasma que recebeu. — É brincadeira. Seus pais estavam saindo quando eu cheguei.

— Won appa sabe que subiu para o meu quarto? — Arqueou uma sobrancelha.

— Não, na verdade. Mas ele não vai saber se você não contar. — O colocou escorado em seu peito, aconchegado entre seus braços. — Eu queria ter um tempinho a sós com você antes de irmos para a escola. — Changkyun remexeu-se quando mencionou aquilo.

— Eu não quero ir para a escola. Eu quero ver o Seok hyung. — Formou um bico em seus lábios, embora ele não estivesse vendo.

— Eu sei, Puppy. Também quero ver meu irmão, mas você sabe tanto quanto eu que ele vai encher a gente de cascudos se faltarmos. — Ouviu um suspiro por parte dele. — São as provas finais, o ano letivo já vai acabar. Quando as provas de hoje terminarem, vou levar a gente no hospital, para ver o Wonho hyung, eu prometo.

— Tá bom. — Suspirou outra vez. Em seguida, saiu dos braços dele e espreguiçou-se, sabendo que era observado pelo namorado. — O que foi? — Não era a primeira vez que o pegava lhe olhando daquela maneira. Não era um simples olhar, era algo mais intenso, mais profundo.

— Nada. — Sorriu sem graça e tocou o rosto dele. A maciez continuava sendo a mesma, embora a sensação não fosse graças aos ossos da face dele estarem um pouco salientes. — Eu só estou preocupado… com muitas coisas.

— Que coisas? — Sua voz vacilou um pouco pelo nervosismo. Estava tão feio assim? Ele iria lhe deixar por causa disso?

— Algumas que envolvem meu irmão, outra envolvem Shownu… — “também estou preocupado com você”, completou em pensamentos, olhando no fundo dos olhos dele. — Vá tomar banho. Eu vou te esperar para tomar café. — Tratou de mudar de assunto.

— Ok. — Murmurou, sem ânimo. Quando pegou a toalha, viu Jooheon ainda em sua cama, sem mover um músculo. — Vai ficar aqui?

— Não é como se eu fosse te espiar no banho. — Sua brincadeira fez Changkyun corar. — Tem problema se eu ficar?

— Não, é que… — o nervosismo voltou a se apossar de si. Ele lutava para não desviar seu olhar do dele, mas estava preocupado com seus remédios sobre sua mesa de estudos, totalmente à vista. O que responderia caso Jooheon os percebesse ali e perguntasse para que serviam?

— Vocês são namorados, mas o Kyun ainda precisa da privacidade dele. — Ambos olharam em direção a porta, donde veio a voz de Hyungwon. — Espera lá embaixo, Heon. Ele desce assim que se aprontar.

— Mas, Hyungw-

— É melhor você fazer logo o que eu disse antes que o Kihyunie apareça aqui. — Moveu a cabeça, indicando para ele sair.

— Tudo bem. — Levantou-se e aproximou-se de Changkyun. — Te espero lá embaixo.

Jooheon deixou um selo nos lábios do namorado e sorriu antes de sair do quarto. Hyungwon, ainda na porta, deslocou o olhar do caminho feito por Jooheon para encarar Changkyun, que estava cabisbaixo, torcendo a toalha entre as mãos.

— Pode ir tomar banho agora, Kyun. — O menor demorou um pouco para o encarar.

— Obrigado, hyung. — Voltou a encarar os próprios pés.

— Não precisa agradecer. — Sorriu fraco. — Não esqueça de tomar seus remédios.

Changkyun se limitou a assentir e logo ouviu a porta ser fechada. Um suspiro pesado escapou por seus lábios. Se não fosse por Hyungwon, Jooheon provavelmente se depararia com os remédios, e tudo o que menos queria era ser taxado de louco por alguém tão importante para si. Já não bastasse os diversos olhares dirigidos a si, olhares preocupados porque ele achava que estava doente.

Sim, Changkyun não tinha dúvidas. Todas as vezes que Jooheon o encarava por muito tempo, via no olhar dele o quão estava preocupado consigo. Sua aparência debilitada o deixava cada vez mais feio, e não queria pensar o que seria do namoro deles caso isso continuasse acontecendo, então treinava, treinava incansavelmente para recuperar seu corpo. O corpo que Jooheon achava bonito. Se o agradasse, ele não lhe deixaria, tinha certeza.

Assim que estava pronto, pegou sua mochila e a pôs pendurada em um dos ombros. Seu olhar vagou pelos remédios sobre a mesa. Crispou os lábios, os pegou e tratou de tomá-los antes de seguir para cozinha.

Jooheon, sentado à mesa, olhou por cima dos ombros no momento em que adentrou o cômodo. Sorriu pequeno por vê-lo sorrir com sua chegada e tomou seu lugar, na cadeira ao lado da dele. O café feito por seus pais já estava ali, provavelmente colocado pelo próprio Jooheon, que passou a se servir.

— Veio para cá sem tomar café? — Seu pensamento soou alto.

— Sim. — Pegou os jeotgaraks e começou a comer. — Eu disse que iria te esperar para tomarmos café juntos, não foi?  

Changkyun remexeu-se no assento da forma mais discreta que conseguia para que ele não percebesse. Não possuía apetite algum, pretendia driblar Kihyun quando esse aparecesse ali, mas tanto Jooheon quanto Hyungwon frustrariam seu plano. Não era como se seu “cunhado” fosse forçá-lo a comer, pois ele não iria, diferentemente da reação que poderia conseguir do namorado caso recusasse a alimentar-se.

— Puppy? — Changkyun voltou a prestar atenção.

— Desculpa, eu estava pensando na prova. — Sorriu fraco. — Não precisava ter me esperado. — Começou a servir-se de porções pequenas.

— Precisava sim. Eu queria aproveitar esse nosso tempo a sós. — Enlaçou a cintura alheia brevemente e inclinou-se para lhe dar um beijo na têmpora. Arrancou um sorriso dele com sua atitude.

— Você está grudando no meu irmão já tão cedo? — O bufo de Kihyun dispersou a atmosfera levemente tensa que se instaurava ali.

— Kihyunie. — O casal segurou o riso. Era incrível como o passar do tempo foi o suficiente para Hyungwon começar a repreender o namorado, mas não deixava de ser engraçado vê-lo ralhando.

— O que? — Kihyun perguntou como se não fosse nada demais. Em troca, recebeu um olhar duro dele.

— Cala a boca e toma o seu café. — Dessa vez, a risada não foi tão fácil de ser contida.

— Mas, Hyuginie… — reclamou, sentia-se completamente injustiçado por estar sendo repreendido.

— Senta e come. — Foi firme ao repetir.

— Problemas no paraíso, Kihyun? — Jooheon aproveitou a oportunidade para provocá-lo.

— Quieto. — Ele grunhiu.

Changkyun cobriu a boca para conter o riso, ou melhor, fingir que continha. Não gostava quando toda aquela implicância vinha à tona, era desconfortante quando Siwon ou Kihyun começavam a pegar no pé de Jooheon por causa do namoro deles. Não que isso não acontecesse com seu irmão, porque Siwon provocava Hyungwon e Minhyuk, mas, diferentemente deles, era algo incômodo para si e que não parava mesmo reclamando com os dois. Por que eles não podiam aceitar o fato de que namorava?

Uma pequena porção de comida surgindo em frente ao seu rosto o retirou de seus devaneios. Jooheon, sorrindo, estendia os jeotgaraks em sua direção. Oscilou o olhar entre um e outro antes de abocanhar o pedaço. O sorriso de Jooheon dobrou de tamanho. Ele gostava de ver que estava se alimentando direito. Changkyun engoliu a contragosto, mas sorriu de volta. Precisava agradá-lo ao máximo e não mediria esforços ao fazer isso, afinal essa era uma questão que poderia definir o rumo do seu namoro com ele.

— Você foi treinar ontem? — Jooheon perguntou. Graças a Hyungwon, Kihyun estava emburrado, porém quieto, lavando a louça junto dele, então aproveitava para ficar com o braço sobre os ombros do namorado.

— Fui. — Recostou-se melhor nele, demorando longos segundos de olhos fechados pelo carinho que recebia no braço. — Eu passei muito tempo parado, o mestre diz que preciso recuperar o ritmo de antes.

— Não se preocupa, Kyunnie. Você é bom nas artes marciais, não vai demorar muito para voltar para o ritmo antigo de treino. — Kihyun espiou por cima do ombro rapidamente.

— Eu vou me esforçar para isso. — Falou mais para si mesmo do que para o irmão.

— É bom te ouvir falando desse jeito. — Jooheon sussurrou em seu ouvido.

— Por que diz isso? — Changkyun respondeu no mesmo tom, olhando nos olhos dele.

— Eu não gosto de te ver assim. — Suspirou ao que encostava suas testas uma na outra. — “Assim”? — Abaixou o olhar brevemente, mas logo voltou a encará-lo. — E como… você quer que eu fique? — Perguntou baixinho, apenas para ele ouvir.

— Saudável.

A resposta doeu mais do que o esperado. Ele havia dito que estava doente, só não diretamente. Com todas as forças que possuía para o momento, lutou para manter a mesma expressão para que não deixar tão evidente o impacto que sentiu.

— Tá bom. — Umedeceu os lábios. — Eu vou me esforçar ainda mais nos meus treinos para ficar melhor como antes.

— Mesmo? — O sorriso tímido que recebeu respondeu à pergunta. — Eu te amo, sabia?

— Eu também te amo. — Suas bochechas ardiam de leve pela maneira que era encarado agora e idem pela declaração.

— Se você abrir a boca, eu vou te dar um tapa na cabeça. — Os dois voltaram-se para a entrada da cozinha, onde estava um Kihyun emburrado e um Hyungwon de cara séria. — Já terminamos de lavar e guardar tudo.

— Podemos ir ou pretende continuar grudado no meu irmão? — Kihyun resmungou e esfregou a parte traseira de sua cabeça. Hyungwon realmente havia falado sério.

— Eu vou só pegar meu celular, no quarto. Podem ir para o carro. — Changkyun retirou-se da mesa e saiu da cozinha.

— Eu vou esperar ele. — Jooheon pegou a chave do bolso da jaqueta que havia ganho do namorado e clicou num botão para destravar o carro. — Vão na frente.

Hyungwon puxou Kihyun antes que esse abrisse a boca para reclamar. Jooheon riu, era engraçado ver esse tipo de atitude vindo de alguém tão calmo como Hyungwon. Pelo visto, ele já estava acostumado o bastante para agir como realmente era assim como quando estava com Minhyuk. Isso não significava dizer que havia deixado de ser tímido, e não duvidava que Kihyun aproveitaria que estavam só os dois no carro para deixá-lo todo sem jeito perto dele novamente.

Enquanto esperava, foi ao banheiro do andar de baixo para escovar os dentes. Pensou no irmão, em Hyunwoo, mas principalmente em Changkyun. Suspirou, não deveria ficar tão preocupado agora, ele já havia prometido que se cuidaria.

Terminado sua higiene bucal, retornou à cozinha e sentou para esperá-lo. O menor estava demorando um pouco, será que ainda não havia achado o celular? Foi quando decidiu passar os olhos pelo cômodo e deparou-se com o smartphone ali, a alguns centímetros de si.

— Desse jeito, ele nunca iria achar. — Suspirou e saiu da cozinha, encaminhando-se para a escadaria. — Puppy, desce. Seu celular está comigo. — Chamou do início da escada. Não houve respostas. — Puppy. — Chamou novamente, subindo os degraus.

Ele não o respondeu, mas sua audição apurada captou ruídos estranhos. Estreitou os olhos, confuso. — Puppy? — Subiu, dessa vez mais apressado.

Os passos largos logo trouxeram Jooheon ao quarto de Changkyun. Os ruídos haviam parado, mas não deixava de estar apreensivo. Ele abriu a porta devagar, espiando pela fresta antes de entrar. Não havia sinal algum de Changkyun por ali, isso só aumentou sua apreensão. Respirou fundo, precisava manter a calma. Foi nesse momento que ouviu, graças aos seus sentidos aguçados, o barulho de corrente vindo da porta que sabia ser o banheiro do quarto.

— Puppy? — Chamou. A porta não tardou a abrir, revelando Changkyun escovando os dentes. — Por que não me respondeu? Seu celular estava na mesa da cozinha. O que eram aqueles barulhos?

— Ah, então estava lá. — Cuspiu a espuma na pia. — Eu fiquei resmungando por não conseguir encontrá-lo, daí desisti e aproveitei para escovar os dentes. — Deu de ombros antes de voltar para o banheiro e fazer o gargarejo, enfim terminando sua limpeza bucal.

— Tem certeza que não aconteceu nada? — Aproximou-se dele, ainda exalando preocupação.

— Aham. — Enxugou a boca e o encarou, deparando-se com a expressão inquieta. — O que foi? Estou com mau hálito? — checou o hálito numa atitude automática. Seria possível que, mesmo com todo cuidado que teve, estivesse com o cheiro ruim na boca?

— Não, mas… — Jooheon crispou os lábios. — Parece que ficou mais pálido de repente.

— É impressão sua. — Pegou seu celular das mãos dele e o colocou no bolso ao que fechava a porta do banheiro. Tendo feito isso, caminhou quarto a fora, parando somente ao perceber a ausência de Jooheon. — Vamos, Honey.

Jooheon não respondeu, apenas saiu e fechou a porta atrás de si ao sair do quarto. Ele parou ao seu lado, olhando-o daquela maneira que havia se tornado tão corriqueira e que, querendo ou não, chegava a machucar Changkyun. Aquele olhar parecia examinar tão no fundo de sua alma, julgando-o em todos os seus aspectos.

De novo, a insegurança passou a abater-lhe. Jooheon o deixaria por causa disso? Sua palidez também o deixava feio, então precisava adicionar “Pegar mais sol” junto do “Dobrar exercícios para conseguir um corpo bonito”. Fazendo isso, tinha certeza: garantiria a permanência dele ao seu lado.

(...)

Hoseok sentia uma luz forte em seu rosto. Movimentou as pálpebras, tentando abrir os olhos. Sentia o corpo doer, mas não queria pensar naquilo agora. A luz que o atingia passava por uma fresta na cortina do quarto. Ele até se levantaria para fechar, mas não tinha força para isso.

Observou o ambiente em que estava. O emaranhado de fios ligados a algumas máquinas que não fazia ideia da utilidade, as paredes, assim como o teto, totalmente tingidas pela cor branca. As únicas decorações ali eram alguns quadros estranhos ao seu ver. Olhou para o lado e piscou várias vezes, a fim de dispersar aquela alucinação, mas era real: Hyunwoo estava ali, sentado de maneira completamente desconfortável naquela poltrona, a cabeça pesando para o lado lhe traria fortes dores, mas o chocante mesmo era a presença dele ali.

Desviou o olhar dele e respirou fundo. Levantou um dos braços e sentiu dor ao realizar o movimento. Observou o membro enfaixado, assim como o outro braço e seu tronco. Encarou o teto novamente e levou a ponta dos dedos, que eram as únicas partes livres de curativos, até seu abdômen e deslizou eles ali, relembrando o acontecido. Era inevitável.

Não percebeu quando Hyunwoo acordou e foi até si, mas estava chorando alto e de olhos fechados. Reabriu-os e o encarou, surpreendendo-se ao ver que ele também chorava. De modo mais controlado que si, mas as lágrimas grossas faziam caminhos dolorosos na expressão dele.

— Calma. — Hyunwoo levou a mão ao rosto de Hoseok.

— O-os filhotes… — Hoseok falou pela primeira vez desde que chegou ali, a voz grossa e rouca pelo desuso transmitia dor e sofrimento que, se Hyunwoo pudesse, tomaria para si.

Ele não sabia o que falar, então só se sentou no leito e puxou Hoseok para si, dessa vez tomando cuidado com os ferimentos dele.

— M-meus f-filhotes… — Ele chorava novamente, e não tinha muito o que fazer realmente.

— Nossos filhotes não estão mais sofrendo, isso é o que importa. Você vai ficar bem, eu vou fazer ficar. — Deixou um beijo na testa do ômega.

Minutos, talvez horas tenham se passado, mas eles continuavam ali. Hoseok já não chorava e Hyunwoo percebeu que ele voltava aos poucos, aquele era o sinal mais forte. Ele estava guardando seu sofrimento apenas para si, mesmo lhe tendo ali. Assim, se levantou e o ajudou a se deitar direito, puxou a poltrona para mais perto da cama e se sentou ali.

— Não faça isso. — Hoseok o olhou profundamente. O silêncio se fez presente no quarto, os olhares permaneceram fixos um no outro. Ambos se analisavam, absorviam os sentimentos passados através do olhar. Hoseok desejava tocá-lo, mas não conseguia por conta dos braços machucados.

— O que faz aqui? — Hoseok perguntou enquanto controlava as lágrimas que queriam voltar a cair.

— Não ficou claro ainda? — Hyunwoo suspirou. Não queria deixá-lo mal, mas precisava perguntar aquilo. Encarou-o e disse: — Por que não me contou sobre eles?

Hoseok desviou o olhar. Não queria falar daquilo naquele momento, não queria lembrar do desespero que passou no início da gravidez, mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, aquela conversa teria que acontecer. Agora, era real, não havia mais nada que os unisse, sendo assim o alfa estaria esperando uma explicação para depois ir embora, não é?

Errado.

Hoseok talvez negasse seus sentimentos, mas Hyunwoo não faria isso. Ele diria a verdade, diria que nunca deixou de gostar dele, que o protegeria, que não importa se o mundo desabasse, ele estaria ali para ser o pilar de Hoseok, em todos os momentos.

— Olhe para mim. — Hyunwoo pediu ao que Hoseok virou o rosto para o outro lado. — Não me peça para ir embora e te deixar, porque não vou. Não me peça para não fazer perguntas, porque preciso das respostas. Não me peça para ir embora, porque sinceramente, Hoseok, eu nunca mais vou sair do seu lado. — suas palavras o chocaram. O medidor de batimentos apitou por um momento. — Se acalme. — Hoseok piscou várias vezes, tentando voltar a realidade, pois Hyunwoo nunca diria coisas daquele tipo. Talvez o Hyunwoo que conheceu no Japão, sim. Mas não o alfa dos últimos quatro meses. — Por favor, se acalme e não me faça chamar aquele beta porque eu não tenho tanto apreço por ele. — foi inevitável um sorriso por parte de Hoseok com o que disse, o que levou também um sorriso ao seu rosto.

— Minho não é uma má pessoa. — Ainda sorrindo, observou o sorriso nos lábios bem desenhados do alfa.

— Com certeza. — Revirou os olhos, mas logo ficou sério novamente. — Nós precisamos conversar. — Segurou a mão enfaixada dele, tocando-o nos dedos. Hoseok sorriu sentindo o toque. — Por que não me contou? — Ele suspirou ao repetir a pergunta.

Alguns minutos se passaram e o clima parecia ficar mais tenso ao decorrer do tempo, até que Hoseok decidiu falar.

— Eu sou adotado, como você já sabe. — Começou. Hyunwoo queria entender o que aquilo tinha a ver, mas não interrompeu. — A pessoa que me colocou nesse mundo não me quis e, em seguida, a pessoa que eu mais amei foi tirada de mim. — Hyunwoo entendeu que ele se referia a Jooheon. — Na contramão dessa tristeza, eu ganhei alguém especial. — Sorriu ao lembrar da mãe. Hyunwoo acarinhou seus dedos, fazendo-o prosseguir. — Mas, como sempre, a vida tem das suas e me mandou para um inferno terrível. — Hoseok tentou apertar as mãos de Shownu, mas as ataduras o impediam, então apenas prosseguiu sentindo o carinho. — E eu teria algo bom junto dessa pessoa especial, quando a vida decidiu que eu não merecia aquilo de novo. — Hyunwoo limpou a lágrima que descia por sua tez. — E foi aí que meu verdadeiro inferno começou. Foi horrível até o último instante, e eu não podia acabar com aquilo. Eu não tinha forças, não tinha para onde fugir. Nesse momento, encontrei mais pessoas boas e especiais, e as vi sofrendo também. — Hoseok se referia aos Yoo e sua perda. Aquilo o marcou para sempre. — Mas eles permaneceram ao meu lado, e eu, ao lado deles. E então, algum tempo depois, eu reencontrei o meu amor. — Sorriu lembrando do dia que encontrou Jooheon no colégio. Mesmo negando, Hyunwoo sentiu ciúmes do jeito que Hoseok falava do Lee. — Mas mesmo com todos os sorrisos e todas as pessoas amadas por mim, eu ainda vivia em um inferno particular que eu já não sabia como estava suportando. — Fez cara de nojo e prosseguiu. — E então, apareceu mais uma pessoa, alguém que eu nunca esperei e odiei já de cara. Mas acho que a vida gosta de brincar comigo: eu me apaixonei pela pessoa que fazia o papel de vida e brincava incessantemente comigo. — As palavras eram amarguradas, e Hyunwoo sabia que ele falava de si. Apesar de gostar de saber da reciprocidade, ficou chateado com a analogia. — Essa loucura me fez perceber que talvez eu não seja merecedor de nada. — Suspirou.

— Não diga isso. — Hyunwoo interrompeu.

— Mas aí eles vieram… — Hoseok sentiu a voz trêmula. Hyunwoo sabia o que viria a seguir: sua resposta. — E eu odiei eles, eu senti nojo, eu não queria… — as lágrimas desceram, mas ele fungou e se acalmou. — Foi muito difícil. — Observou-o retorcer o rosto em desaprovação ao que dizia. — Mas então eu me apaixonei de novo. — Hyunwoo tentou pegar a referência no ar. De quem ele estaria falando? Minho, talvez. Não gostou da ideia e fez cara de nojo para ele, que sorriu. — Eu me apaixonei por eles três quando eu ainda pensava que era apenas um. E foi tão forte que a possibilidade de ficar sem eles me fez estremecer. Mas, agora, eu estou aqui e eles não… — Hoseok desviou o olhar. Desejava ver seus bebês… aliás, o que teriam feito com eles? — Shownu! — Hoseok chamou de repente. — O que fizeram com eles?

— Eu não sei. Os pais do Kihyun disseram que iriam cuidar disso por nós. Mas, se quiser, eu resolvo tudo. — Já estava para se levantar quando Hoseok o chamou.

— Enterre eles perto da omma e da minha irmã, por favor. — Pediu, e Hyunwoo não precisou ouvir mais nada, pegou o celular e ligou para Kihyun, informando o pedido de Hoseok. O outro confirmou que seus pais cuidariam de tudo.

— Pronto. — Disse, tranquilo. Sentou-se ao lado do leito. — Eles vão cuidar de tudo.

— Obrigado. — Agradeceu.

Hyunwoo deitou a cabeça na maca, ficando com o rosto próximo de Hoseok e a segurou calmamente. Hoseok nada disse, apenas o deixou guiar a ponta de seus dedos até sua cabeça, fazendo um carinho calmo que deu continuidade quando sua mão foi solta.

— Vou fazer algo. — Hoseok o encarou do jeito que conseguiu ao dizer aquilo. — Algo único. — Completou, mas ele continuava sem entender.

Depois de tudo que aconteceu, Hoseok ainda ficaria internado durante algum tempo. Ele não lutou para sair, como todos esperavam que fizesse, ele ainda sentia a perda. Sua barriga, agora sem protuberância, lhe fazia pensar em como teria sido sua vida com aquelas coisinhas. Eram naqueles momentos que Hoseok começava a chorar e era acalentado por Hyunwoo.

(…)

— Desculpe por ficarmos só alguns minutos. — Donghae repetiu o pedido de desculpas ao que se levantava da cadeira cedida por Hyunwoo.

— Não diga isso, tio. Vocês dois nem deveriam estar aqui, é o horário de almoço de vocês. — Hoseok sorriu pequeno.

— É claro que deveríamos! Tsc, até parece que não viríamos te ver assim que possível. — Siwon rolou os olhos, mas no final abriu um sorriso por ver o rubor quase imperceptível nas maçãs do rosto de Hoseok. — Bem, nós já providenciamos o que pediu. Só deu um certo trabalho para encontrar o lugar, já que você nunca nos disse onde era, mas já está feito. Assim que sair daqui, você pode ir vê-los. Não tínhamos certeza, mas colocamos os respectivos nomes. — o policial sorriu observando a expressão agradecida dele.

— E quanto a escola? — ele lembrava-se, apesar de tudo, de sua condição de bolsista numa escola renomada. Embora houvessem outros problemas a serem resolvidos, essa questão ainda o preocupava muito.

— Não se preocupe com isso por enquanto. Eu sei que é semana de provas, mas vamos cuidar disso pra você. — Donghae inclinou-se para depositar um beijo na testa de Hoseok. — Apenas descanse, querido. A sua saúde e seu bem-estar são prioridade no momento.

— Ok. — ele gostaria de poder retribuir o gesto com um abraço, mas devido sua condição, limitou-se a sorrir.

— Nós passamos aqui de novo, depois do trabalho. — Siwon repetiu o gesto do marido e ganhou também um sorriso em troca. Em seguida, segurou a mão de Donghae e entrelaçou seus dedos para que seguissem à porta do quarto. — Até mais tarde, Hoseok.

A porta se fechou, deixando Hyunwoo e Hoseok sozinhos no cômodo novamente. Hyunwoo, que observava de longe, descruzou os braços e desencostou-se da parede, indo ocupar o assento ao lado da cama, onde Donghae anteriormente esteve. Todos os seus mínimos movimentos eram sujeitos de atenção, contudo, não disse coisa alguma. Ele somente permitiu-se falar quando sentou na cadeira, que já era praticamente sua.

— Você deveria chamá-los de pais, não de tios. Eles te tratam como se fosse filhote deles. — comentou ao que apoiava os antebraços nas coxas, ficando de forma relaxada.

— É, eu sei. — Hoseok suspirou. — Mas não é algo que me sinto à vontade de falar. Mesmo que Siwon e Donghae sejam o mais próximo do que tenho de uma figura paterna, eu tive uma família: minha mãe e minha irmã.

— Tenho quase certeza que Kihyun e o filhote ficariam felizes por te ver chamando os pais dele de pais. — deu de ombros.

— Filhote? — arqueou uma sobrancelha.

— Kyunnie não é seu filhote? — Hoseok riu fraco, concordando com um balançar de cabeça. Estava sentindo-se leve no momento por vê-lo sorrindo daquele jeito que mexia consigo.

— É estranho te ver falar dele como se já tivessem intimidade. — confessou, apoiando a cabeça no travesseiro.

— Hyungwon me disse o mesmo. — Hoseok o espiou de esguelha. — Nem todo mundo me odeia, ok? — sua resposta arrancou outro riso fraco dele.

O barulho da porta se abrindo os retirou de sua bolha, fazendo-os voltar suas atenções para quem entrava. Minho deu espaço para que a enfermeira trazendo comida passasse e fechou a porta atrás deles, seguindo junto a ela até Hoseok.

— Como está? — Minho parou a poucos centímetros da cadeira de Hyunwoo enquanto ajudava a enfermeira colocar a bandeja nas barras da cama hospitalar.

— Já estive melhor. — baixou o olhar para os braços e mãos enfaixadas por um breve momento.

— Está sentindo dor? — Hoseok negou. — Isso é ótimo. Bem, eu preciso ver se é necessário trocar suas bandagens e lhe examinar após você se alimentar.

— Você vai alimentá-lo? — Hyunwoo perguntou, desconfiado.

— Não se preocupe com isso, sr. Son. A enfermeira fará isso. — garantiu a ele. Não se importaria de ajudar Hoseok a comer, mas isso poderia gerar olhares estranhos dos outros dois presentes ali, e tudo o que menos queria era deixá-lo desconfortável.

O silêncio voltou a reinar no recinto, ficando apenas o som de talheres soando ali. Nenhuma palavra foi dita enquanto Hoseok era alimentado, muito menos quando a enfermeira deixou o local para que Minho passasse a examinar o paciente. O modo que Hyunwoo encarava o jovem médico, Hoseok deveria dizer, era quase avaliador, como se estivesse o vigiando para não tocar mais do que o necessário. E ao mesmo tempo que lutava para não revirar os olhos, sentia seu peito aquecer um pouco por saber que toda aquela implicância tinha nome: ciúme, bem claro e nítido.

— Sei que deve estar cansado, mas você tem mais visitas. — Minho revelou enquanto anotava algo no prontuário. — Se quiser, posso pedir para virem em outro momento.

— Até parece que eles iriam embora. — Hyunwoo riu soprado, com uma pitadinha quase irrelevante de deboche.

— Eles realmente não vão ir. — Hoseok suspirou. — Deixa eles entrarem.

— Tudo bem. Não garanto que faço eles virem aos poucos, mas vou tentar. — Minho seguiu para a porta e deixou o quarto.

— Tudo bem pra você? — Hyunwoo atraiu a atenção do acamado. — De você recebê-los todos de uma vez.

— Não é como se eu não esperasse algo diferente. — ele recostou-se no travesseiro, logo sendo ajudado por Hyunwoo, que o ajeitou melhor na cabeceira da cama para si. — Eu não os vejo tem algum tempo. Kkukkung deve estar reclamando muito. — sorriu ao dizer isso. — Eu quero muito ver eles, mesmo não sabendo qual vai ser a reação deles.

— Vai ser a melhor possível. — Hoseok o olhou, sem entender. — Você está aqui, vivo.

A maneira que as palavras de Hyunwoo surtiram efeito em Hoseok era difícil de descrever. Ele parecia alguém estranho e, ao mesmo tempo, tão familiar dizendo palavras tocantes… uma imagem tão diferente da qual estava familiarizado, imagem da qual ele deixava mostrar aos outros.

Talvez o verdadeiro Son Hyunwoo sempre estivesse ali, diante de si, esperando para se relevar, esperando por si.

— Vai ficar tudo bem agora, Hoseok. Só aproveite a visita. — Hyunwoo deixou a cadeira e voltou para o canto onde estava anteriormente.

Poucos segundos após Hyunwoo se camuflar, a porta se abriu. A primeira pessoa quem surgiu foi Jooheon, mas logo Changkyun estava o empurrado para que lhe deixasse entrar. Hoseok riu da euforia dele, uma reação tão esperada que lhe arrancou muitos sorrisos.

— Cuidado com os braços dele, Kyunnie! — Hyunwoo o alertou quando ele estava para se jogar nele.

— Ah… — Changkyun desacelerou o passo e olhou para Hyunwoo, concordando prontamente com o pedido. Em seguida, voltou sua atenção para Hoseok, abrindo um grande sorriso.

— Oi, bebê. — Hoseok sinalizou para que se aproximasse e beijou-o na bochecha.

— Não precisava ter me empurrado, Puppy. — Jooheon reclamou ao que adentrava o cômodo.

— Não precisa ficar com ciúmes por ele me amar mais do que você, Honey. — e Hoseok, como sempre, não perdeu a oportunidade para provocar o irmão.

— H-hyung! — os irmãos riram quando Changkyun ficou vermelho.

Hyungwon, Kihyun e Minhyuk entraram de maneira silenciosa enquanto um Changkyun emburrado reclamava. Durante a entrada, os olhares de Hyungwon e Hyunwoo se cruzaram, e ambos sorriram um para o outro um sorriso singelo com significados ocultos. A ação passou despercebida por Kihyun, mas não por Minhyuk, que os encarou pelo canto dos olhos e resolveu deixar isso de lado por hora.

— Não nos assuste desse jeito nunca mais! — Minhyuk ralhou enquanto o abraçava do jeito mais cuidadoso possível. — Nunca mais, ouviu?!

— Sim, sr. Lee Minhyuk. Desculpe ter deixado vocês preocupados. — sussurrou no ouvido dele.

— Aish, por que está se desculpando? — Minhyuk o segurou pelos ombros, separando-os minimamente. — Eu te daria um cascudo por isso se não estivesse desse jeito.

— Parece que eu mimei demais essas crianças. — brincou e riu pelo bico chateado que recebeu dele. — Desculpe.

— Aish, você é impossível. — o abraçou novamente. — Não nos assuste de novo, por favor.

— Tudo bem. — sorriu sem que ele visse. Receber o carinho de alguém que, antes, não era tão próximo assim, deixava-o desconcertado de uma tal maneira que não conseguia encontrar palavras para o que estava sentindo no momento: talvez carinho, amor, acolhimento já pudessem ser um bom começo.

— Min, por favor. — Hyungwon puxou o namorado de cima de Hoseok.

— Não tem problema, Hyungie. — sorriu para ele e surpreendeu-se por ser abraçado por ele. O Hyungwon reservado parecia não estar mais ali no momento, algo que era chocante, mas também bom.

Os dois não disseram nada, somente ficaram daquele jeito durante algum tempo. Quando eles finalmente se soltaram, Hoseok encarou seu último visitante. Kihyun estava surpreendentemente quieto, parecendo não notar a presença de Hyunwoo no quarto ou por não a mínima para tal fato. O que quer que fosse, estava deixando seu amigo cabeça dura estranhamente silencioso.

Hoseok até pensou em provocá-lo, como sempre teve costume de fazer, mas não o fez. Seu olhar não se desgrudava do dele em momento algum, estudando todo e cada pequeno movimento. A versão silenciosa de Kihyun também chamava atenção dos demais, mas ele pareceu não notar enquanto caminhava em sua direção e ocupava lugar na cadeira ao lado da cama.

— Ki. — Hoseok umedeceu os lábios, sem saber realmente o que deveria dizer. Ele estava ali, sentado tão perto e parecia que não se viam a um longo tempo.

— Seok. — a voz de Kihyun soou trêmula.

A primeira lágrima fluiu assim que Kihyun cobriu a mão dele com a sua. A partir daí uma verdadeira cascata desceu de seus olhos, banhando todo o seu rosto em questão de segundos. Os soluços copiosos que estavam retidos há tanto tempo finalmente saíram, tanto tempo que Kihyun se manteve forte enquanto, por dentro, estava desolado por ter visto, ao longo dos anos, as demais atrocidades acontecendo a alguém tão importante para si sem que pudesse fazer algo.

Quando Kihyun se debruçou sobre suas pernas, Hoseok lutava contra as lágrimas que ardiam em seus olhos. O aperto entre suas mãos aumentou, e sua maior vontade agora era acolhê-lo em seus braços para que se acalmasse, pois sabia: ele chorava por si. Era tão óbvio que Kihyun sequer necessitava estar pedindo perdão continuamente para que entendesse o motivo de todo aquele choro.

— Não chora, seu idiota. — as primeiras lágrimas ousaram a sair. — Eu estou aqui.

— S-Seok. — Kihyun soltou um soluço sofrido que fez seu coração apertar.

— Eu estou aqui, Ki. Eu estou aqui. — repetiu, como se quisesse despertá-lo de um pesadelo do qual não conseguia sair.

Diante de toda aquela cena, Hyunwoo se limitava a observar. Não se sentia no direito de interferir por ciúmes, aliás nem ciúmes tinha direito de sentir. O que aqueles seis tinham era algo forte, um laço que foi se construindo e se intensificou nos últimos meses em que esteve ausente. Aquele era o momento deles, o momento no qual não possuía razão nem motivo para intrometer-se de maneira tão inconveniente. No final, ele poderia admitir com certeza absoluta: sentia inveja de tudo aquilo que Hoseok já havia construído com os outros seis.

(…)

Antes de ir embora, Changkyun perguntou se Hoseok se sentia bem com Hyunwoo ali. Simplesmente o respondeu que o cheiro e a presença dele lembravam suas coisinhas e que gostava de se lembrar da existência delas.

Mesmo sem tê-los visto Hoseok atribuiu rostos a eles, com a mistura de feições suas e deles. O menino, JiHoo, teria olhos bem pequenos como os de Hyunwoo, seria bochechudo e muito fofo, já tinha pensado até em apelida-lo de Zico. A menina alfa, Hyerin, seria pequena e teria o riso frouxo como o seu; mesmo sendo alfa, seria delicada como um ômega. E Hani, a segunda ômega, seria a mais elétrica, sabia disso, também sentia que toda a fome que sentia vinha dela, em particular.

— Você me perdoa? — Hyunwoo soltou. Hoseok o encarou. — Por não ter cuidado de você como prometi. Por não ter nem tentado conversar com você. Por não te explicar as coisas do modo certo. Por deixar meu orgulho me cegar e impedir de me aproximar de você… — Sua voz falhou naquele período. — De vocês. — Completou.

Hyunwoo, naquele meio tempo, havia brigado com Minho, que não se intimidou nem um pouco, para permanecer ali. Mas o jovem médico logo desistiu de tentar afastá-lo, pois sabia quem ele era: o dono do coração de Hoseok.

Hoseok sentiu o carinho no rosto feito por ele e percebeu que estava chorando. Seus amigos já haviam ido embora tinha algum tempo, restando apenas eles dois ali.

— Me perdoa. — Pediu novamente. Hoseok se assustou ao ouvir o soluço dele. — Vai ser tudo diferente. — Disse em meio ao choro. — Eu prometo.

Hoseok o encarava sem força e ânimo. Seria uma boa ideia dar mesmo outra chance a aquele alfa petulante?

— De dedinho? — Hoseok levantou a mão que tinha um cateter por onde tomava soro com o dedinho erguido, lembrando por um momento de Eunhyuk e Changkyun.

— Sim. — Hyunwoo sorriu em meio choro. — De dedinho. — E ele agarrou o dedinho de Hoseok com o seu, beijando as costas da mão enfaixada dele, que sorria de um modo que não fazia desde o dia do ocorrido.

Por uma fresta na porta, Minho observava o fim de suas chances com Hoseok. Perguntava-se se aquele tal de Hyunwoo seria um bom companheiro para ele, pois, para si, Hoseok merecia o mundo e um pouco mais.

(…)

— É bom ver que o hyung finalmente interagiu com a gente. — Minhyuk comentou com os namorados enquanto desciam do transporte público juntos. — Eu me sentia estranho quando ele não respondia nossas tentativas de conversa antes.

— Ele estava em choque, precisava de um tempo para se recuperar. — Hyungwon olhou para trás, deparando-se apenas com Kihyun a alguns passos de distância. — Onde está o Kyun? — puxou Minhyuk discretamente para sussurrar a pergunta. O mais novo estava com eles há alguns minutos! Aonde teria ido?

— Ah, você não viu? Ele entrou no carro do Heon. Os dois devem ter ido pra mansão ou pra algum outro lugar. — deu ombros. — Ei, não me olhe assim. Eles são namorados, precisam de um tempo a sós também.

— Ele deveria ter, pelo menos, avisado que iria voltar com o Heon. Kihyunie vai ficar furioso por isso. — resmungou, contrariado.

— É só a gente distraí-lo. Ele tem que aprender que o irmão não é mais uma criança. 一 estalou a língua. — Me irrita todas as vezes ver ele o tratando como se fosse uma boneca de porcelana. — Fala mais baixo, Min! Ele pode ouvir! — puxou-o pela manga do casaco de frio.

— Que ouça! — Minhyuk aumentou o tom, parando de caminhar. Estava irritado com Kihyun há algum tempo por diversos motivos, mas Hyungwon não merecia ser alvo da sua fúria. Só que… já não aguentava mais guardar aquilo. — Hyunginie, ele não pode ficar mandando e desmandando na vida do irmão! A gente não pode incentivar esse tipo de atitude! Ele está errado e precisa ver!

— Por favor, se acalma, Min. Vamos conversar sobre isso quando chegarmos na casa dele, não aqui.

— Ah, não. Ele vai ouvir tudo o que tenho a dizer. Kihyun! — viu como Hyungwon pareceu entrar em pânico por estar gritando no meio da rua. As pessoas começavam a olhar e cochichar entre si o motivo da gritaria, mas não importava se estava dando um showzinho ou não.

Kihyun, que, até então, andava cabisbaixo, os olhou brevemente e voltou a focar a olhar no chão. Passou por eles sem ao menos encará-los, e tal atitude fez Minhyuk ficar vermelho. Vermelho de raiva.

— Pode fingir que não nos vê, mas ainda vai ouvir tudo o que vou dizer! — o agarrou pelo pulso.

Sem proferir palavra alguma, Kihyun olhou por cima dos ombros. Minhyuk estreitou os olhos por perceber o olhar vago e a expressão distante. Já Hyungwon preocupou-se. Aquela feição só havia visto uma vez durante as férias na mansão de praia de Jooheon, no dia que, posteriormente, descobriu ser o quarto aniversário do falecimento de Eunhyuk. Contudo, Kihyun estava mais quieto do que da última vez, e sabia muito bem por quê.

Ele estava começando a se fechar.

Isso Hyungwon poderia afirmar com quase toda certeza, pois também ficava assim de tempos em tempos. Mesmo não sendo pelos mesmos motivos, Hyungwon entendia, entendia até demais as coisas que deveriam estar se passando na cabeça dele. E aquela era uma resposta a tudo que estava pensando.

Contudo, sentia que deveria fazer algo. Não, precisava fazer algo. Apesar de comumente se esquivar quando ficava daquele jeito, não deixaria que Kihyun o fizesse. Não podia perder aquele brilho no olhar, aquele brilho que o encantou desde que passou a observá-lo mais atentamente. Se ele se fechasse de vez, poderia perder o alfa que lhe conquistou com todas as qualidades e defeitos característicos dele.

O alfa que passou a amar da mesma maneira que ama Minhyuk.

— Kihyunie… — Hyungwon aproximou-se e tocou o rosto dele com ambas as mãos. Ele tornou a ficar cabisbaixo, mas ergueu o rosto dele de volta para procurar naqueles orbes uma pequena centelha do cintilar que era a primeira coisa que via ao acordar e a última antes de dormir.

— Desculpe. Eu… me desculpa. — uma lágrima escorreu pela pele alva, chegando a deslizar pelas costas das mãos de Hyungwon.

— Kihyun… — Minhyuk aliviou o aperto no pulso dele. — Vamos sentar ali. — Hyungwon indicou o banco da praça.

— Não. A minha casa já está perto. — Kihyun soltou o pulso do agarro e retirou as mãos alheias de seu rosto.

Por um segundo, Minhyuk sentiu-se culpado. Não sabia exatamente por quê, talvez pela cena que tinha causado ou por tê-lo feito chorar. Espere, o causador daquelas lágrimas era ele? Pensar daquela maneira lhe doeu um pouco, mas tentou não se deixar consumir pelo sentimento de culpa. Relacionamentos possuem altos e baixo, claro que eles viriam a discutir algum dia.

O caminho até a casa dos Yoo foi silencioso por parte de Kihyun, por estar aéreo, de Hyungwon, por estar preocupado com Kihyun, e também de Minhyuk, que mordia os lábios numa tentativa de conter o nervosismo. Assim que chegaram, deixaram os sapatos na entrada e seguiram para sala. Kihyun sentou no sofá maior primeiro, apoiando a cabeça entre as mãos. Logo veio Hyungwon para sentar ao seu lado enquanto Minhyuk permaneceu em pé, a uma certa distância deles.

— Kihyun, eu… 一 Minhyuk começou. Kihyun continuou sem encará-lo. Umedeceu os lábios para disfarçar o nervosismo. — Eu sei que não deveria ter gritado no meio da rua, mas é que suas atitudes tem me estressado.

— Min, vocês conversam sobre isso outra hora. — Hyungwon interrompeu, parecendo irritado.

— Não briguem, por favor. — a voz chorosa de Kihyun chamou atenção dos dois. — Deixa ele falar.

— Mas… — Hyungwon ainda tentou contra argumentar, mas, no final, suspirou. — Eu só não acho que seja uma boa hora pra isso.

— O que você tem? — a pergunta acabou soando rude, mesmo que essa não fosse a intenção de Minhyuk. — Você está assim desde que saímos do hospital. — um pequeno silêncio se instaurou. — Kihyun!

— Minhyuk! — Hyungwon levantou a voz.

— Não briguem, por favor. — pediu de novo. Enxugou o rosto e o ergueu para que pudesse encará-los. — Eu sei que não deveria estar assim, mas não consigo.

— Do que está falando? — Minhyuk tirou as palavras da boca de Hyungwon.

— De tudo o que aconteceu. — suspirou ao que esfregava o rosto para afastar as lágrimas. Odiava mostrar-se assim: indefeso, frágil. — Eu não tenho cuidado de vocês direito, nem do meu irmão, nem do Seok, e essa merda de sentimento de impotência me persegue… me persegue pra mostrar que eu não faço nada certo.

— A falta de tonalizante no seu cabelo te afetou, foi? — dessa vez, falou irritado de verdade. — Kihyun, não é pra você assumir a responsabilidade de tudo o que aconteceu. — Está acontecendo de novo por minha culpa.

— A culpa não é sua. — agachou-se em frente a ele. — Nada disso é culpa sua.

— Foi assim da última vez. — murmurou, distante. — Eu só consegui berrar assustado quando ele recebeu o tiro… eu deixei ele ir sozinho pra casa… eu-

— Kihyun. — Hyungwon segurou o rosto dele. — Não é culpa sua o que aconteceu ao seu pai e nem ao Hoseok.

— Eu não gosto de sentir isso, sabe? — a cascata de lágrimas voltou a surgir. — Eu sinto como se estivesse errando todas vezes que vejo o que aconteceu. Eu sei que tenho sido inconsequente, nos últimos tempos, com Jooheon e Shownu, mas é tudo porque não quero ver meu irmão e o Seok sofrendo.

— Pare de querer assumir a culpa de tudo, idiota. Eu odeio te ver falando assim, droga. — Minhyuk lacrimejou, mas não deixou as lágrimas saírem. — Já passou. Nós não podemos mudar o que já aconteceu, mas podemos trabalhar juntos para trazermos o melhor para todos nós. Pare de se culpar.

— Desculpe. — Kihyun soluçou e escondeu o rosto no pescoço de Hyungwon, que o acolheu prontamente.

— O que eu faço com você, sério? — Minhyuk se juntou ao dois, deixando Kihyun entre eles. — Me estressa e quase me faz chorar.

— Min. — Hyungwon reclamou.

— Mas é verdade. — estalou a língua.

— Eu só quero proteger vocês porque são meus parceiros, porque amo vocês. — Kihyun escondeu mais o rosto para que não vissem suas lágrimas, assim como fazia quando criança.

— Nós sabemos disso. E nós também te amamos. — Hyungwon olhou para Minhyuk, que sorriu largo.

— Sim, te amamos com todos os seus exageros, frescuras e seu jeito cabeça dura. — beijou a marca que fez nele, sentindo-o estremecer com o toque. — Mas, sério, você tem sido um pé no saco ultimamente.

— Minhyuk, depois. —      Hyungwon ralhou.

Kihyun sorriu fraco em meio as lágrimas.

— Desculpe por tudo. — pediu ainda sem retirar o rosto do pescoço de Hyungwon. — Eu vou tentar ser menos pé no saco.

— É bom mesmo, idiota.

— Vocês dois são impossíveis. 一  Hyungwon suspirou.

— Mas que você ama. — Minhyuk sorriu cínico.

E em meio as reclamações constantes de Hyungwon e as birras de Minhyuk, Kihyun percebeu: apesar de tudo, eles estariam ali consigo, independente do que iriam passar daqui para frente.

(…)

Após ouvir as promessas de Hoseok e Hyunwoo, Minho saiu dali e foi até a recepção, tinha que dar alta a alguns pacientes e visitar outros. Desceu pelo elevador e ficou analisando prontuários durantes quinze minutos, até ver Hyunwoo passar pela porta do elevador a caminho da saída do hospital. Sorriu ao imaginar Hoseok exigindo que ele fosse descansar. No entanto, seu sorriso morreu ao observar o corpo dele caindo no piso gelado do hospital, inconsciente.


Notas Finais


é isso. :)
esperamos que tenham gostado, mesmo estando pequeno e sem grandes emoções. kkk
mas aguardem que ainda tem coisa pra rolar em BM.
Mas acho que já está caminhando pro fim. :(

Felizmente, temos tido coisas boas ultimamente, como nos ver. Eu e a ruiva estávamos a mais de dois meses sem se ver. :(
Mas enfim, se o próximo cap não sair até o fim do mês de outubro, é por causa do enem, e provavelmente o cap vai sair depois que esse maldito acabar.
Perdão, mas quando to nervoso eu tenho bloqueio e a ruiva ta ocupada com a faculdade.
mas sempre reforçamos, NÃO VAMOS DESISTIR DE BM.
só esperem mais um pouco, sim?
pras coisas se ajeitarem. <3
Obrigado a todos que favoritaram mesmo com essa nossa falta de atualização e desculpa as pessoas que comentaram no "não é capitulo" e não respondemos, perdão mesmo. não faremos mais isso.
mas aquela porcaria foi excluida (AMéM)
e tá aqui esse cap novo pra vcs.
desculpa se ta pequeno, mas foi o que saiu.
Não desistam de BM. <3
Amamos muito vocês.


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