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História Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter seven


Escrita por: kyyyaxoxo

Notas do Autor


CHEGAMOOOOOOOOOOS
gostosinhos, esperamos que gostem.
desculpem qualquer erro e boa leitura!

Capítulo 8 - Chapter seven


Fanfic / Fanfiction Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter seven

A paz no tráfego foi quebrada.

Uma sinfonia de buzinas soou pela rodovia assim que um carro ultrapassou o sinal no exato momento que este havia se tornado verde para a rua contrária a aquela. O alfa, agarrando firmemente o volante, olhava pelos retrovisores a quase todo o momento para verificar se um carro da polícia não vinha atrás dele por causa do excesso de velocidade. Aquela situação era estupidamente perigosa ao seu ver, alguns não usavam cinto de segurança pelo modo como estavam (o ômega no cio totalmente inquieto no colo de Kihyun e o irmão deste último, deitado no peito do ômega loiro no banco do passageiro) e ele estava pondo a vida de todos ali dentro em risco por estar dirigindo de forma imprudente. Hoseok não parava de o ameaçar e exigir para que fosse o mais rápido possível, o que fazia o alfa ficar com o pé o tempo inteiro pisando no acelerador.

Ele grunhiu ao fazer uma ultrapassagem perigosa, uma parte de si gostando de sentir a adrenalina que o momento dispunha. O que poderia acontecer afinal? Ele franziu os lábios, ponderando por um instante sobre as consequências do que estava fazendo. Uma multa, pontos tirados na carteira, cassação da mesma, suspensão do seu direito de dirigir e/ou até mesmo prisão. Valia a pena correr esse risco? Obviamente, não. Porém, não é como se ele ligasse para esse detalhe no momento. O que de fato importava agora era chegar à casa dos Yoo.

 

“— Caralho, Hoseok! Justo ele?! — Kihyun estava ultrajado com aquilo.Ver Shownu ali o deixou com os sentidos em alerta e com uma raiva descomunal.

— Não temos tempo, Kihyun! Olha pro Minhyuk! — Hoseok estava uma pilha de nervos, o menor atrito era capaz de acionar o mecanismo e fazer o temperamento do Shin estourar. — Porra, o que é isso aqui, Changkyun?! — ele havia posto o menor no chão por um segundo e este se recusava se afastar dele, decidindo o abraçar e colar o rosto no peitoral do loiro, como uma criança que se machucou e corre para sua mãe. O ômega mais velho o abraçou de volta, estava a passar a mão nos cabelos do menor e se assustou quando sentiu o líquido em seus dedos.

— Hyung, eu nã-

— Yoo Kihyun, entra nessa droga de carro e cala essa boca!

O alfa mordeu o lábio inferior vendo Hoseok carregar Changkyun e, com ele em seu colo, entrar no veículo, sentando no banco do passageiro ao lado do banco do motorista já ocupado por Hyunwoo que estava colocando a chave na ignição. Kihyun ajeitou Minhyuk em seus braços mais uma vez bufando alto pela frustração. Bastou Hyungwon e Kihyun entrarem no banco de trás para que Shownu arrancasse com o carro.”

 

— Não ouse respirar ou eu corto teu pau fora! — Wonho advertiu autoritariamente, fazendo parecer que Minhyuk era o filhote e ele, sua omma.

O loiro equilibrava o corpo grande de Changkyun, com as costas machucadas, em suas pernas da melhor forma que conseguia e uma de suas mãos mantinha a cabeça do mais novo em seu ombro, segurando-o pela nuca. Havia um corte nela, insignificante e pequeno, mas o suficiente para assustar Hoseok ao ver um filete de sangue deslizar pelo pescoço do Yoo mais novo.

— Pensa que é fácil?! — Shownu rebateu irritado num tom que beirava um grito. Falar estava sendo fodidamente muito mais difícil do que fazer, ele lutava para manter-se são enquanto a fragrância forte vinda do banco de trás o embriagava.

— Ki-Kihyunie... me ajuda. — sem parar de esfregar no outro, Minhyuk pediu entre ofegadas após retirar o casaco que estava usando e jogá-lo no chão do automóvel. O colo do alfa era extremamente confortável, mas toda aquela demora irritante não o ajudava em nada. — F-faz parar de doer, Hyunginie. — ele saiu do colo de Kihyun e se direcionou ao amigo.

O Lee não raciocinava, o que dizia e fazia era em prol da única coisa que estava clara em sua mente embaçada: precisava de alívio para seu corpo, queria ser fodido. Assim que encaixou uma perna de cada lado do corpo de Hyungwon, levou a boca necessitada em direção ao pomo de adão do moreno e atacou o pescoço vulnerável enquanto ondulava-se contra o quadril do Chae.

Os caninos de Kihyun arrancaram dois filetes sangue. Seu lobo estava agitado, os instintos praticamente tomando controle de seu corpo. Já estava sentindo-se completamente duro, a mão ansiava para massagear a excitação apertada no jeans e ficar observando Minhyuk se esfregando no colo de Hyungwon o deixava imensamente mais dolorido.

Hyungwon, com as bochechas ardendo em vermelho, cerrava os olhos fortemente. Segurava o platinado pela cintura para evitar que o mais velho caísse, mas suas mãos não estavam tão firmes. As lambidas e sugadas na área sensível o deixavam louco e ele esticava o pescoço sem perceber, dando mais liberdade para Minhyuk explorar o local. Maltratava os lábios dolorosamente com mordidas fortes e precisas, no intuito evitar a todo custo arfar ou deixar escapar um gemido, uma tarefa difícil já que Minhyuk sabia muito bem como estimulá-lo.

Virou o rosto numa atitude evasiva ao sentir a respiração pesada se aproximar da orelha. Os olhos entreabriram e Hyungwon engoliu em seco. A visão focou no assento ao lado (mais especificamente, nas calças de Kihyun) e ele assustou-se notando o tamanho da ereção do alfa. Levantou o olhar sentindo-se infinitas vezes mais envergonhado do que antes, seus olhos se encontrando com os do Yoo mais velho na ação.

O alfa os fitava descaradamente.

Hyungwon não conseguiu cortar o contato visual, estava fascinado com o incessante mesclar de cores nos orbes do Yoo mais velho. O olhar pesado arrepiou o Chae por inteiro, era um olhar de caçador diante de sua presa. Ele queria participar, mas contentava-se em se deliciar com aquela visão, somente observando-os de forma vidrada.

Um gemido rouco surpreso escapou dos lábios de Hyungwon, o som arranhando toda sua garganta. Minhyuk não calculava a força enquanto distribuía diversas mordidas em toda a extensão de seu pescoço.

— Mi-Minhyuk, p-pare... por favor. — pediu, uma vergonha enorme invadia seu ser ao mesmo tempo que tentava tirar o rosto do platinado de seu pescoço. — Ki-Kihyun, me ajuda aqui. — implorou a um fio de voz, sequer tinha coragem de encarar o alfa pela situação constrangedora. Não tardou para ouvir Minhyuk choramingar por ter sido puxado de cima de si. — Obrigado. — agradeceu baixinho e logo pegou o casaco do chão, ficando cabisbaixo após esconder sua ereção.

Fitou as mãos trêmulas segurando o casaco sobre o colo, a cabeça abarrotada de pensamentos. Como e por que aquilo aconteceu? Não fazia o menor sentido, ele sequer era alfa para o platinado ficar o atiçando! Ambos eram ômegas! Isso não é certo, não é? Hyungwon se perguntava internamente. Ele poderia não saber a resposta, mas de uma coisa tinha certeza: seu pai não pode nem sonhar com o acontecido, caso contrário seria sua morte.

Kihyun não sabia o que fazer. O carro investia rápido na rua e Minhyuk, em seu colo, tentava a todo custo tirar a própria roupa e a sua, não parando de rebolar gostoso sobre sua ereção coberta e dolorida. O pescoço com certeza já estava pintado de vergões causados pelos chupões que recebia, assim como marcas de mordidas. Ele pressionava o lábio inferior entre os dentes em busca de autocontrole. O cheiro de Minhyuk estava exalando ao máximo no ar, o embriagava e atiçava cada um de seus músculos. Ele segurou a cintura do ômega com força quando o carro virou numa curva brusca e o platinado gemeu deleitando-se com o aperto na região. Kihyun arfou alto. Aquele som era, de fato, música para seus ouvidos. Queria tomá-lo ali e agora (pelos Deuses, esse era seu maior desejo), mas o clima no veículo não o favorecia.

— Não vão transar no meu carro! — Shownu grunhiu olhando pelo retrovisor.

— É ali. — Hoseok apontou para a casa dos Yoo.

Hyunwoo estacionou em frente da casa que o Shin havia sinalizado. Wonho não perdeu tempo, abriu a porta e saiu carregando Changkyun. Os demais vieram logo atrás do loiro, todos no mesmo ritmo frenético. Kihyun não conseguia fazer nada com Minhyuk se remexendo em seus braços, então teve de pedir a Hyungwon pegar a chave da porta de seu bolso.

Kihyun passou como um furacão assim que a porta foi aberta. Correu até o segundo andar e, sem muito saber o que fazer, entrou em seu quarto. Quando o colocou na cama, seus instintos o mandavam a fazer o que o ômega pedia, mas a parte sensata de sua mente o impediu de ceder a essa tentação. Aquilo era errado, sabia disso; ele se afastou antes que Minhyuk o segurasse e o deixou choramingando em seu colchão, assim saindo do quarto e trancando a porta por fora.

Kihyun se escorou na madeira polida da porta e a cabeça pendeu para trás com um suspiro alto. Tinha feito a escolha certa, ele repetia para si mesmo já rumando para as escadas. Ao chegar no primeiro andar, encontrou todos na sala. Hyunwoo, muito confortável para sentar de forma indisciplinada, e Hyungwon, mordendo os lábios e brincando com os polegares por nervosismo, sentavam no grande sofá, só que em cantos oposto, enquanto Hoseok estava na poltrona com Changkyun ainda em seu colo, este último aparentando estar dormindo agora.

O Chae veio em sua direção assim que entrou na sala, lhe encarava com olhos temerosos. As palavras pareciam não estar ao alcance do Yoo, então ele apenas balançou a cabeça negativamente.

— Você tem que ir lá ajudar ele. — o Shin falou num suspiro assim que ele sentou no braço da poltrona.

— Como é? Não, não, não, Seok. Eu não posso fazer isso! — Kihyun soltou uma risada nervosa. — Vou no quarto do Kyunnie e pego... “as coisas” pra ajudar no cio e dou pro Hyuk.

— “As coisas”? — todos olharam para Hyunwoo sentado de forma relaxada no sofá da sala. — Tá com vergonha de dizer vibradores? — debochou e revirou os olhos como se aquilo não bastasse. — Me poupe, alfa! Todos sabem que ômegas usam vibradores quando não têm companhia pra passar o cio. — deu de ombros com o rosnado que recebeu do Yoo.

— Ki, ignora ele! Olha pra mim! — Wonho segurou o rosto do alfa com ambas as mãos, forçando-o a parar de fuzilar o Son com o olhar. — Eu sei que se conheceram há pouco tempo e não é qualquer coisa de que estamos falando, mas tô falando sério sobre isso. Sabe o quanto é doloroso pra nós, ômegas, passar um cio sozinho. Os vibradores de fato aliviam nosso corpo, mas um brinquedo não é a mesma coisa que um alfa.

— Mas... mas... — o Yoo encarou Hyungwon ao seu lado pela visão periférica e voltou fitar o Shin. O alfa queria ajudar o ômega trancado em seu quarto de alguma maneira, vê-lo em agonia o deixava louco para fazer algo e não pensava em se aproveitar da condição de Minhyuk de jeito nenhum, mas não era tão fácil assim. Minhyuk havia tentado agarrar Hyungwon mesmo estando dominado pela febre do cio; por mais que pedisse ajuda para si, ele buscava o Chae inconscientemente e isso não tinha passado despercebido para o Yoo. — Eu realmente não posso fazer isso, hyung!

— Hyun, — Kihyun girou o pescoço em direção ao Chae quando sentiu a mão deste tocar seu ombro. — não tem problema. — sorriu sem verdadeiro ânimo. — É como o Hoseok disse, o nosso cio é muito doloroso quando estamos sozinhos. Você precisa ajudar o Min hyung. — o queixo de Kihyun caiu ao passo que Hyungwon encarou os próprios pés, a perplexidade estampada nos olhos arregalados do alfa.

“Não tem problema” o caralho! Não finja que tá tudo bem quando tá com lágrimas nos olhos, Hyungwon!

— Ok, então tá resolvido. — a voz de Wonho o despertou de seu transe. O alfa Yoo piscou e Hyungwon já não estava mais a seu lado, estava agora velando o sono de Changkyun. — Shownu, você ainda pode nos ajudar? — perguntou. Ele queria dizer que não precisava mais da ajuda do alfa, mas era o mesmo que fazer Changkyun sentir mais dores já que estava estampado no rosto dele mesmo estando dormindo.

— Posso. — o alfa respondeu simplista.

— Vamos levar o Hyungwon na casa dele e depois vamos pra casa do Honey. — se dirigiu a Kihyun e, em seguida, olhou para o Son que apenas assentiu com as palavras do Shin segurando uma mochila, que surgiu magicamente em sua mão, e pegou o Yoo mais novo no colo já indo para a entrada da casa com o Chae em sua cola.

— É o que?! — Kihyun falou com raiva. — Eu não vou-

— Isso não é hora pra discutir, Kihyun! — Hoseok fez o mais novo se encolher com o berro inesperado. O Shin, apesar de ômega, sabia muito bem como intimidar o Yoo mais velho. — Eu não ligo por que porras você não se dá com o meu irmão, mas eu não vou deixar o Changkyun em casa enquanto o irmão dele tá fodendo no quarto ao lado do dele! — cuspiu as palavras na cara de Kihyun. Não tinha mais paciência no momento para lidar com as frescuras do mais novo. — Nós dois vamos passar a semana na casa do Jooheon enquanto você ajuda o Minhyuk com o cio dele, me entendeu?! — o tom exasperado se assemelhou a um comandante ditando ordens para seu recruta. Kihyun apenas meneou a cabeça positivamente, os ombros encolhidos e a cabeça baixa, concordando sem mais relutar com as ordens do mais velho. — Ótimo... — Hoseok suspirou relaxando a postura e abraçou o menor, fazendo carinho no cabelo dele para lhe passar forças. Kihyun só estava aparentemente calmo pois o mais velho sentia o coração disparado dentro do peito do amigo. — Eu ligo pros seus pais pra explicar o que tá acontecendo e te mando mensagem quando chegarmos lá, ok? Boa sorte, Ki.

Hoseok apertou o mais novo uma última vez em seus braços e o soltou, dirigindo-se para a porta da casa. Ao sair da casa, seguiu para rua e caminhou em direção ao carro que o aguardava. Entrou no banco de trás junto aos dois ômegas e recebeu sem reclamar um Changkyun manhoso e sonolento em seu colo novamente.

Hyungwon ficou disperso durante o trajeto inteiro. O pensamento estava em outro lugar enquanto observava a paisagem se movendo junto a velocidade do carro. Antes de Wonho voltar, havia explicado ao alfa como chegar em sua casa, mas, claro, não havia dado o endereço preciso, só disse que era um lugar relativamente perto para evitar que o pai o visse chegando em um carro com um alfa e outros dois ômegas estranhos.

O Chae estaria ferrado se isso acontecesse.

O moreno chacoalhou a cabeça e percebeu que o carro estava estacionado no local indicado. Ele se recompôs, logo abrindo a porta ao seu lado.

— Obrigado. — falou calmamente, dando um beijo na testa de Changkyun, que ressonava baixo, e repetindo o ato em Wonho.

Nunca havia feito tais coisas, tanta demonstração de afeto o deixavam meio assustado. Entretanto, com seus novos amigos, era diferente: sentia a necessidade de demonstrar o que sentia a eles. Recebeu um sorriso grato de Hoseok após a atitude carinhosa inusitada.

— Desculpe por esse dia bem... louco? — o loiro disse em meio a uma risada nervosa.

— Tudo bem. — ele sorriu de volta, porém não estava tudo bem para o Chae. Só sorria como sempre faz. Não demonstre nada, Chae Hyungwon. — Vou indo. Até amanhã. — despediu-se. Já do lado de fora, agradeceu com uma reverencia o alfa pela carona e seguiu seu caminho sem olhar para trás.

— Eu não sei onde fica a casa do Honey. — confessou retoricamente enquanto penteava o cabelo de Changkyun, usando os dedos para ajeitar a franja de modo que parasse de cair sobre os olhos do menor.

Hyunwoo encarou Hoseok pelo espelho retrovisor. Ver todo aquele cuidado lhe causou uma serie devaneios. Uma família... não parecia ser uma ideia tão absurda, ainda assim se mostrava distante. Perguntava a si mesmo se era capaz de encontrar alguém tão carinhoso, dedicado e doce como o ômega no banco de trás demonstrava ser. Uma pessoa como ele, ponderou o alfa por um instante, para ajudá-lo a cuidar de seus filhotes era o que desejava ter quando decidisse formar sua família.

O Son foi arrancado de seus pensamentos quando o olhar do Shin se encontrou o com dele no espelho, percebendo que ele estava ocupado os encarando há algum tempo para responder sua pergunta não feita.

— Eu sei. — Shownu manteve a expressão neutra ao tirar os olhos do retrovisor e focar a frente. — Eu te levo lá.

O silêncio voltou a se instaurar dentro do veículo.

Hyunwoo dirigia com calma pelo trânsito se tornava mais movimentado à medida que se aproximavam de umas áreas mais abastadas da cidade, um dos braços apoiado na janela enquanto comandava o volante usando somente uma das mãos. Vez ou outra, olhava Hoseok no banco de trás pelo retrovisor. O loiro não estava mais num ponto bastante visível, ele tinha se arredado para um dos assentos laterais e colocado a cabeça do ômega mais novo em suas pernas. Olhava pela janela num misto de encanto e choque, talvez por nunca ter estado naquela parte da cidade antes. O alfa colocou a mão na boca, cobrindo o sorriso que se formou sem nenhum motivo específico em seus lábios.

Se antes Wonho estava embasbacado com o bairro luxuoso, agora estava de queixo caído com a casa do irmão. Casa não, mansão. Teve que segurar a vontade de perguntar ao Son se era realmente naquele lugar incrivelmente admirável que Jooheon morava. Os olhos curiosos varreram toda a grande e bonita entrada quando eles passaram pelo portão após o alfa ter se identificado na portaria bem vigiada. O jardim cheio de plantas bem dispostas e a decoração impecável era incrível, parecia que estava dentro de um cenário de filme.

Shownu guardou o carro na garagem extensa dos Lee. Estava se divertindo com as caras e bocas que o ômega fazia a cada passo que davam entre os diversos cômodos decorados em todos os mínimos e máximos detalhes e planejados milimetricamente para ostentar o poder de quem mora ali.

— Espera aqui. Eu vou chamar o Jooheon. — olhou Wonho por cima dos ombros ao entrarem em uma das várias salas. O loiro assentiu e se dirigiu a um dos sofás para colocar o ômega que dormia.

Shownu caminhou a até a escadaria. Ele pisou no primeiro degrau, mas desistiu da ideia de subir por mera preguiça.

— Jooheon! Jooheon! — gritou chamando o mais novo. — Anda, vem cá!

— Shownu? — o Lee apareceu no topo da escada depois de alguns minutos. — O que tá fazendo aqui?

— Quê? Não posso mais vir aqui agora? — brincou se fazendo de ofendido. — Desce logo. Você tem visitas.

 

Os olhos de Changkyun se moveram por baixo das pálpebras e logo elas estavam semiabertas. Acordou meio zonzo, não sabia onde estava e nem que horas eram. A iluminação da sala machucou os olhos sensíveis e ele soltou um resmungo. Ele tentou levantar, mas sentiu muita dor quando se forçou a erguer o torso.

— Não, não. Fica deitado, Kkukkung. — o mais novo virou o rosto em direção daquele tom familiar e reconfortante.

— Seok hyung? — ele perguntou só para ter certeza de que aquilo não era um sonho. O cômodo branco e os móveis aparentemente muito caros não pareciam reais. O loiro se aproximou e o fez deitar de novo no sofá, oferecendo um sorriso pequeno a ele. — O que aconteceu? Onde estamos?

— É, bem... Nós-

— Eu não acredito que você me fez sair do meu quarto enquanto eu não tô me sentindo bem. — a voz do Lee se aproximava do cômodo e os ômegas olharam para onde ela vinha.

— Para de frescura, Heon. É só um mal estar. — Shownu surgiu primeiro e não tardou para Jooheon aparecer atrás dele.

A primeira reação do alfa mais novo foi arregalar os olhos minimamente por ver quem era a visita. De fato não esperava que fosse se deparar com os dois ômegas quando Hyunwoo o chamou. Bom, a maior parte da surpresa não era por Hoseok estar ali, e, sim, pela figura exausta de Changkyun no sofá. O mais novo fez menção de sentar e loiro o auxiliou no processo, porém seus traços bonitos se torceram numa careta de dor. Ele exibia uma feição meio grogue de sono e seus olhos estavam levemente inchados, sinal de um choro recente. Notar aquilo deixou o alfa mais novo intrigado e com uma súbita raiva.

Quem teve a audácia de machucar o Changkyun?!

— Honey. — Wonho se levantou e foi abraçar o irmão que ainda os encarava confuso. O mais novo usava uma calça moletom e mais nada, aparentava ter acabado de acordar pela cara amassada que ostentava. — Me desculpa vir assim, mas aconteceu muita coisa e... aish! — ele se atropelou nas palavras. — Deixa a gente ficar aqui essa semana? É só uma semana, eu juro!

Hoseok não precisava nem perguntar: Jooheon jamais negaria ajuda ao seu irmão mais velho. Entretanto, continuava sem entender o motivo dessa visita repentina, além de haver um Changkyun desconfortável por estar sentindo muitas dores mesmo sentado no assento deveras macio da sala (sua mãe certamente iria mandar jogar fora o pobre estofado se visse aquilo). Tudo estava muito confuso para si.

— Claro, neném. — sorriu para o ômega, mostrando suas covinhas. — Mas posso saber o motivo? — a curiosidade estava corroendo seus ossos, só não mais do que a vontade de se aproximar do Yoo mais novo que estava encolhido no sofá com o rosto vermelho os espiando com rápidas olhadas.

— É uma longa estória. — o loiro olhou para o menor no sofá. Era óbvio o desconforto e embaraço do Yoo desde que o Jooheon aparecera com o tronco desnudo. — Mas... você pode vestir uma camisa? — pediu baixinho.

— Huh? — Jooheon também encarou Changkyun que desviou o olhar no momento que pôs os olhos nele. — Ah, sim. Claro. — caminhou em direção da escadaria. — Já volto! — gritou após subir os degraus apressadamente e chegar ao topo da escada, sumindo corredor a dentro.

— Eu vou indo então. — Shownu olhou para onde Jooheon havia passado e depois para os ômegas.

— Espera. — Wonho agarrou seu pulso quando passou ao lado dele.

“Shownu nem sempre foi assim. Ele se desculpou comigo, sabia? Se desculpou pelo que aconteceu aqui nessa droga de banheiro”.”

As palavras de Jooheon vieram em sua mente como forma de fazer o Shin engolir o orgulho e sair um pouco da defensiva.

— Obrigado... — Hoseok parecia tão surpreso quanto o alfa por ter de fato conseguido falar aquilo. Já que tinha começado, precisava terminar: — Obrigado pela ajuda. Eu não consigo e nem quero imaginar que merda aconteceria naquele supermercado se você não estivesse por lá. Ia ser bem pior que... ia ser bem pior. — concluiu a frase de forma desengonçada, rindo de si mesmo por não saber exatamente como finalizá-la.

A risada, no entanto, acabou quando o Shin foi inesperadamente abraçado pelo Son. Hoseok arregalou os olhos sentindo os braços de Hyunwoo ao redor de seu corpo, seus músculos travaram em estado de choque. Em seus poucos encontros com Shownu (no caso, o seu único encontro com ele), eles haviam começado a se relacionar com o pé esquerdo e logo aquele clima de estranhamento estava entre os dois, e agora o alfa estava aparentemente tentando se redimir com aquele simples gesto? Oh, Shin estava muito confuso.

— Tudo bem. Você tava desesperado e era coisa certa a fazer. Aqueles poucos seguranças não iam conseguir segurar todos aqueles alfas, seu amigo ia... — o alfa controlou a boca. Já tinha provado que o loiro era pavio curto, não queria provocar a raiva dele, não agora que um clima ligeiramente bom havia pairado sobre eles de repente. — Deixa pra lá. — sorriu amarelo. — A gente se vê por aí, ômegas. — e, assim, Shownu saiu da sala, deixando tanto Hoseok quanto Changkyun extremamente confusos com o que tinha acabado de acontecer.

— O que foi isso, hyung? — Changkyun estava em choque diante da cena que acabara de presenciar.

 — Eu... eu não sei. — confessou tratando de tirar a expressão atônita do rosto. — Estou tão confuso quanto você. — olhou para a porta por onde o alfa havia saído.

— Ah... — o ômega mais velho voltou sua atenção ao mais novo assim que ouviu um gemido de dor deste, vendo o Yoo se levantar.

— Vem cá, Kkukkung. — Wonho, sentando no lugar antes ocupado por Changkyun, puxou o mais novo para ficar em pé a sua frente. — Deixa eu ver suas costas.

— Seok hyung. — Changkyun gaguejou e segurou o pulso do Shin, impedindo-o de levantar sua camisa. — É que... — ele olhou para Jooheon que descia as escadas e, em seguida, desviou o olhar.

— Ah, sim. Honey, — se virou para o Lee. — traz o kit de primeiros socorros pra mim? Por favor.

— Ok. — Jooheon respondeu sem tirar os olhos de um Changkyun cabisbaixo. O alfa mordeu o lábio inferior, mas, no final, acabou cedendo. — Eu já volto.

— Ele já saiu, Kkukkung. — fez um carinho no braço do menor. — Vou te ajudar a tirar a camisa, ok?

Wonho segurou a barra da camisa e a subiu com cuidado para que o mais novo não sentisse dor. Pediu para ele levantar os braços e tirou a peça. Ainda quando estava passando a camiseta pela cabeça do ômega, deu uma olhada para baixo e notou as incontáveis roxuras por toda a extensão das costas de Changkyun, algumas delas amarelas na borda e mais escuras no centro, sendo essas as que com certeza doíam mais do que as outras.

— Pelos Deuses, a tua costa tá horrível. — Hoseok falou da boca pra fora, chocado pelo quão machucada estava a costa do ômega. Ele deve tá sentindo muita dor. O ômega Yoo choramingou assim que ouviu seu comentário. — Ai, Kkukkung, desculpa... eu não... — o abraçou por trás com cuidado e voltou a sentar no sofá. — Eu vou cuidar disso. Você já vai ficar melhor, prometo. — falou para reconfortá-lo. — Honey! — chamou o irmão. — Honey, a caixa de- — Wonho se calou ao se virar para trás.

Jooheon estava estático atrás do estofado. Os olhos vermelhos estavam fixos nos hematomas espalhados pelo dorso do menor, a presença se manifestando abruptamente, as mãos apertando a caixa com tanta força que o Shin podia ver os nós brancos dedos dele. O Lee estava enfurecido vendo o Yoo machucado a sua frente e os caninos de lobo ficaram visíveis quando começou a rosnar baixinho entredentes.

— Honey. Honey, Honey... Lee Jooheon! — o alfa saiu do estado de transe ouvindo seu nome ser chamado em um tom mais alto e finalmente encarou o loiro. — Me dá a caixa. — o Shin disse autoritário e o ruivo lhe entregou o kit. — Vai preparar um quarto pra mim e o Kkukkung. E, sim, a gente dorme juntos. — ele pouco se importava se era recém chegado na casa, já ditava ordens para o irmão como nos velhos tempos. — O que tá esperando? Vai logo!

Dando as costas para os ômegas, o Lee saiu a contragosto da sala para qual havia acabado de voltar. Foi até a cozinha caminhando sem rumo e repassou as ordens para o primeiro empregado que viu lá. Jooheon apoiou os cotovelos na larga bancada de gratino e esfregou o rosto, abafando um suspiro que insistiu em sair de seus lábios. Estava atordoado com o ocorrido de agora a pouco na sala, mas não era por causa da leve grosseria do loiro (afinal, ele conhece aquele temperamento explosivo melhor do que qualquer um) ou por estar recebendo ordens em sua própria casa.

O que deu em mim pra agir daquele jeito?

A mente de Jooheon foi preenchida por um turbilhão de pensamentos. Não encontrava razão para aquilo porque realmente não havia. Não se assemelhava ao mesmo instinto de proteção que tinha com Wonho, era muito, muito mais forte do que isso. Era como a vida estivesse lhe pregando uma peça e o levando sempre em direção ao Yoo mais novo, fazendo-o se apegar tão rápido a ele mesmo contra sua vontade, algo como um imã poderoso que simplesmente o impedia se afastar do menor. Nunca havia sentido isso por ninguém, nem mesmo em seus curtos relacionamentos sentira algo tão intenso. Não era para seu lobo interior ter se agitado daquela maneira absurda, eles haviam se conhecido há algumas semanas! Então porque diabos seu lobo interior sempre reagia quando Changkyun estava envolvido?! Ah, o alfa odiava não saber como lidar com a baderna interna que estava sentindo.

Já na sala, Changkyun resmungava de dor enquanto recebia os cuidados de Hoseok. Ele não se esquivava dos toques apesar da extrema sensibilidade local, aguentava mordendo o lábio inferior. Não seria fraco com essas coisas insignificantes mesmo que, pela sua natureza sentimental, estivesse abalado o suficiente para querer chorar de novo.

O Yoo mais novo direcionou o olhar para onde Jooheon havia ido, sentia uma estranha falta da presença marcante que havia emanado dele há poucos minutos atrás. Não era para o cheiro dele ter o acalmado e o distraído de toda a dor que estava sentindo, mas o fez. Ele queria protegê-lo? Por que sentia um sorriso se formar em seu rosto apenas com essa possibilidade? Não fazia sentido ele estar procurando o ruivo, esperando que ele voltasse da cozinha o quanto antes. Deveria estar ficando louco por querer o ruivo ali, perto de si. Seu coração vacilando, o lobo interior choramingando, a saudade do timbre que insistia em se repetir em sua cabeça, tudo: sua mente era um verdadeiro mar de confusão tentando compreender o porquê daquilo. Não era para estar se sentindo assim! Pensou frustrado. Então por que essas estranhas sensações estavam a importuná-lo?

Eles não sabiam, mas ambos compartilhavam desse mesmo anseio de querer sanar as mesmas dúvidas que tinham a respeito um do outro.

 

(...)

 

Indecisão e receio estampavam o semblante do alfa.

Kihyun perdeu as contas de quantas vezes já tinha suspirado. Fazia algum tempo desde que todos foram embora e estava ali, em frente a seu quarto, há aproximadamente dez minutos após ter recebido a mensagem que Hoseok prometera lhe mandar. O Shin foi sucinto quanto a isso e aproveitou para mandar ele parar de ser bunda mole pois desconfiava que o Yoo mais velho continuava de frescura.

Kihyun grunhiu e decidiu ligar o foda-se, finalmente reagindo e tomando uma iniciativa.

A cena com a qual se deparou ao entrar no cômodo fez seu lobo se deleitar.

Estava profundamente errado achando que se arrependeria. Ver as roupas de Minhyuk jogadas no chão de seu quarto e o próprio Minhyuk de quatro em sua cama, virado com a bunda completamente exposta para si, enquanto tentava aliviar o próprio corpo usando dois dedos para se penetrar e, com a outra mão, bombeando o falo em movimentos rápidos e precisos que arrancavam sons molhados, foram o suficiente para fazê-lo mudar o que pensava quanto a isso.

O Yoo liberou sua presença no intuito de chamar a atenção do platinado que estava ocupado demais tentando se saciar e gemendo. Queria não, irá provocá-lo afim de deixar as coisas muito mais interessantes, e, uma vez tendo isso em mente, começou a se aproximar do Lee.

Sentindo-se atraído pela presença marcante emanando no local, o ômega virou o rosto em direção a ela e mordeu o lábio por puro desejo. Kihyun era mais baixo que ele, mas, no momento, parecia inesperadamente maior enquanto caminhava em sua direção tirando a roupa vagarosamente. O Lee, agora, também suspirava a cada peça que era jogada no chão e não somente por estar se tocando. Os olhos brilhando carmesins, o cheiro forte exalando dele, a presença ficando a cada segundo mais e mais evidente: esse conjunto fazia o ômega tremer em antecipação, ansiando para que aquelas mãos fortes lhe tocassem o quanto antes.

— Retire os dedos. — Kihyun falou baixo. Ele não conseguiu uma resposta concentra, o ômega só sabia gemer e arfar. — Retire os dedos.

O platinado gemeu mais alto ao ouvir a voz de comando do Yoo. Ele afastou a mão da entrada a contragosto e foi virado com certa violência na cama, mas aquilo o agradou. O alfa subiu na cama ficando por cima de si, o corpo de Minhyuk pegou fogo quando as pontas dos dedos de Kihyun passaram pela área sedenta por atenção, mas ele cancelou aquele movimento, seu lobo também queria aproveitar aquilo, e torturar o ômega o deixava mais excitado. Ele avançou ferozmente sobre os lábios do garoto abaixo de si que aceitou o beijo, retribuindo da mesma maneira, afoito, agressivo e deliciosamente quente.

Kihyun simulava uma penetração fazendo movimentos com o quadril, chocava seu membro com as nádegas do ômega que procurava mais contato e não o recebia. Minhyuk ficou farto após certo tempo suportando o alfa brincando consigo daquele jeito, aquele joguinho sem graça não era o que queria, então empurrou o corpo de Kihyun e encaixou uma perna de cada lado do colo dele. Ele posicionou o pênis dele em sua entrada e desceu de uma vez, acolhendo-o por inteiro num só movimento sem dar tempo do alfa dizer ou fazer algo contra.

— Ki-Kihyunie... — gemeu.

Kihyun praguejou e rosnou alto. Ver o platinado sorrindo por finalmente estar sendo deliciosamente preenchido por ele fez seu ego inflar. Segurou num agarro firme a cintura de Minhyuk quando este começou a rebolar, marcando-o com os dedos possessivamente. As mãos tremulas do Lee apoiaram-se em seus ombros e o ômega aumentou os movimentos. O platinado passou a cavalgar o mais rápido que conseguia sobre si, ora quicando em movimentos breves e certeiros, outra deixando que saísse quase que por inteiro algumas vezes, o interior dele o engolindo e esmagando ao descer. Os caninos coçaram e feriram seu lábio inferior ao sentir a respiração pesada contra seu pescoço, forçando-se a colocar o braço na boca e mordê-lo para evitar que enfiasse as presas na tez vulnerável quando o orgasmo o alcançou.

Kihyun observou Minhyuk gemer extasiado assim que o nó se formou dentro dele, atando-os. A mente do alfa pareceu entrar em colapso ao notar isso pois tivera o descuido de se deixar levar e gozar dentro do platinado. Rezou internamente para não engravidá-lo em decorrência disso, sabendo que teria de tomar mais cuidado durante a semana.

Ele voltou a prestar atenção no ômega ao vê-lo tentar se movimentar de novo. O Yoo o segurou antes que conseguisse de fato se mover e o ômega choramingou.

— Não, Hyuk, vai se machucar. — disse firme, só agora percebendo que o orgasmo tinha atingindo-os ao mesmo tempo.

Assim que o nó se desfez, Kihyun retirou o pênis com cuidado de dentro do amigo. O líquido viscoso escorreu da cavidade anal do outro, melando-o na coxa e fazendo o lobo do alfa se regozijar. Não estava cansado apesar de tudo, diferentemente de Minhyuk que fizera todo o trabalho naquele primeiro momento e estava de olhos fechados deitado sobre seu peito.

— É a primeira vez que ajudo um ômega no cio. — sussurrou mais para si mesmo do que para Minhyuk. Enganou-se julgando que o outro estava dormindo, pois ele logo levantou o rosto em busca da boca do alfa. Kihyun o jogou na cama, ficando em cima novamente, o cheiro do Lee o agradando e excitando de maneira fora do comum. — Eu vou cuidar de você essa semana, Hyuk. Você nunca mais vai querer outro alfa depois disso. — falou possessivamente encarando-o de forma profunda; os olhos vermelhos nos azuis, ambos os pares exibindo a opacidade característica da luxuria que ali havia e a tensão sexual crescente no ambiente fazendo tudo parecer mais gostoso aos olhos dos dois.

Kihyun o penetrou violentamente e sem aviso. Minhyuk arqueou a coluna enquanto voltava a soltar uma série de gemidos descontrolados e arranhar as costas do Yoo. O alfa observava tudo atentamente para gravar cada mínimo detalhe para si:  o Lee revirava os olhos com tanto prazer enquanto ele investia sem pena contra seu corpo. O som que o choque de corpos produzia era erótico em demasia e deixava ambos mais afoitos. Não havia preliminares, não havia troca de carinhos, era apenas o ato carnal.

Minhyuk fez questão de mostrar ao alfa o quanto havia gostado por ter sido acertado na próstata e logo estava sendo atingindo com precisão naquele ponto. Sentiu de novo os primeiros espasmos percorrem seu corpo, as cargas elétricas perpassando cada terminação nervosa do ômega que era uma bagunça de gemidos e ofegos na cama. Kihyun se perdia nos movimentos, não havia um ritmo, era completamente desregular como a respiração de ambos.

A semana toda se passaria daquela forma, porém, para Kihyun, se talvez houve mais uma pessoa ali certamente este seria o melhor cio do platinado. E, claro, se pudesse ter os dois para si, seria a melhor coisa para sua vida.

 

(...)

 

O sol estava a pino quando saiu do carro.

Hyungwon caminhava pela rua deserta sentindo a intensa irradiação das uma da tarde em sua cabeça. Sua casa começava a aparecer em seu campo de visão à medida que arrastava seus calçados no asfalto quente, o suor escorrendo por suas têmporas e acumulando em sua testa, deixando grudenta e encharcando a franja, o vapor subindo do asfalto se infiltrando por entre suas vestes. Encarou com um olhar vazio a porta a sua frente e a abriu.

Pelo menos, ele não tá aqui...

Não precisava ir ver para saber que Yoona estava cuidando de sua mãe no quarto da mesma, então resolveu não fazer alarde para avisá-la que havia chegado e rumou para seu quarto às pressas, louco para tirar a roupa que estava a agoniá-lo e tomar um banho para aliviar o calor. Ele trancou a porta assim que entrou e retirou as roupas, jogando as peças pelo chão. Uma vez nu, caminhou até o grande espelho do cômodo e fitou o objeto exibindo sua figura apática, todas as “imperfeições” ali refletidas na superfície polida.

Suspirou enquanto analisava cada mísero pedaço do seu corpo, um horrível e nojento corpo ao seu ver. Deslizou os dedos pelo peitoral, seguindo para a barriga lisa e branca assim como o restante da estrutura. Perguntava-se o motivo para Minhyuk tê-lo procurado quando um alfa lindo e completamente duro por causa dele estava ao seu lado e a sua disposição.

Cansado de olhar para sua defeituosa constituição, seguiu para o banheiro. Sentou-se na banheira que havia ali e ligou a torneira para enchê-la. Ficou ali sentado por longos minutos, olhando os azulejos da parede. A cabeça se encheu de pensamentos assim que a água entrou em contato com a pele, ficou com o olhar perdido pensando na sua mãe, na sua vida, principalmente em Minhyuk e em seus novos amigos. Novos amigos... era tão estranho e, ao mesmo tempo, tão bom se pegar devaneando sobre aquilo, porém parecia tão improvável. Seria tudo um sonho afinal? Oh, se realmente fosse, ele não queria despertar jamais.

O som da água deslizando para fora da banheira o despertou de seu transe. Ele desligou o registro e não tardou para terminar seu banho. Um rastro de água se formou no chão em decorrência das diversas gotículas pingando do corpo do Chae ao sair do banheiro sem se enxugar por ter esquecido da toalha do lado de fora. Esfregou o tecido macio contra o corpo para retirar o excesso de água da pele e o enrolou ao redor da cintura.

Uma batida forte o fez olhar em direção a porta. Pode ser a enfermeira querendo algo, pensou se dirigindo até a porta e destrancando-a.

— O que houve, noo- — a fala calma foi cortada por uma tapa que lhe atingiu o rosto e o virou pela demasiada força do golpe. Ele levou ambas as mãos para bochecha que ardia e doía, os olhos arregalados pelo choque. — Appa.. — sussurrou ao sentir a presença latente do pai.

— Eu não te avisei, Hyungwon?! Que se eu soubesse que está por aí com aquele ômega você iria pagar caro?! Eu também não te avisei do almoço da empresa?! — o alfa deu outra tapa, essa dessa vez mais forte que a anterior.

— Appa, desculpe. Eu esqu- — recebeu um empurrão que o levou ao chão.

— Esqueceu? — o senhor Chae falou debochado. — Como não esqueceu de se esfregar com aquele ômega então?! — o pai usava a voz de comando, o que fez o ômega se encolher e choramingar enquanto ia se arrastando ao pé da cama. — O cheiro dele está impregnado em você. Meu Deus, o que eu fiz? — ele olhou pra cima e clamou ao seu deus e o ômega apenas se concentrava em manter a respiração calma. — Esteja pronto pra irmos à igreja às seis, está me ouvindo? — Hyungwon assentiu com muito pesar, e, com lágrimas nos olhos, observou seu pai abrir e fechar a porta com um baque forte.

Ele não tinha forças muito menos coragem para se levantar. Abraçou as pernas e deixou as lágrimas fluírem grossas por sua face, molhando-a por inteira. Seus músculos tremiam em razão do medo, o medo constante por conviver com os aqueles abusos quase que diários, por estar sozinho e também por se sentir um nada. Queria carinho de sua mãe, mas ela também não estava, queria Minhyuk o abraçando forte e acalmando seu coração aflito, queria até mesmo os novos amigos ali e, acima de tudo, queria apenas arrumar alguma forma de escapar daquele pesadelo sem fim que destruía toda e qualquer manifestação de algo bom em sua vida.

Hyungwon havia voltado para seu inferno.


Notas Finais


Podem falar que esse lemon ta mó ruim, sabemos que está, mas é o que tem pra hoje.
Obrigado por lerem e darem amor a BM <3
Até o próximo cap. <3


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