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História Blue Night - Capítulo 1


Escrita por: LuthorMC

Capítulo 1 - Capítulo 1


Lena estava distraída com a brisa balançando as árvores do lado de fora do estabelecimento, o outono deixava tudo mais bonito, as folhas com um tom alaranjado cobrindo o chão do parque, os belos olhos verdes brilhavam ao presenciar algumas crianças correndo pelo gramado em busca de uma bola.

Foi retirada de seus devaneios ao sentir a presença de uma mulher desconhecida se sentando a sua mesa, como uma estranha sentava assim a sua frente sem saber se poderia?

- Me desculpe, estou atrapalhando? _ a mulher alta de belos olhos azuis perguntou ao ser analisada pela morena a sua frente. – Não quero ser inconveniente, estou à espera da minha amiga e o café está lotado. _ corou ao se explicar. - Achei melhor procurar um lugar para aguardar sem atrapalhar os atendentes. _ estava visivelmente envergonhada.

- Sem problemas, também estou à espera de um amigo, mas pelo visto acho que ele vai se atrasar. _ ela olhou para o relógio em seu pulso.

- Obrigada, prometo não demorar ou te atrapalhar. _ Lena analisou a outra que tinha um sorriso fácil no rosto e belos olhos intensos que mais parecia um céu estrelado. Notou que ela estava sem jeito pelo modo que mexia constantemente em seus dedos sobre a mesa.

- Me chamo Lena. _ decidiu quebrar aquela tensão que pairou entre elas.

- Prazer. _ ela estendeu a mão. - Me chamo Kara, e não pense que faço isso com frequência. _ Lena a olhou sem entender. – Invadir a mesa das pessoas.

O sorriso que a morena deu pelo comentário foi capaz de iluminar a cafeteria, Kara se viu presa aquele pequeno gesto, e por um momento se esqueceu do porquê estava ali. A bolha somente foi quebrada por Will, um homem alto moreno de pele clara e barba bem-feita que se aproximou delas.

- Minha rainha, desculpe a demora. _ ele falou se aproximando da morena e sem cerimonias beijou seu rosto.

- Achei que não viria mais, estava prestes a pedir a conta. _ ele se virou para a bela loira sentada a frente da amiga e não escondeu seu ponto de interrogação na testa, Lena o conhecia muito bem e se preparou para a enxurrada de perguntas.

- E essa bela moça quem é? _ Kara sorriu envergonhada.

- Me chamo Kara. _ se apresentou. - Sem querer me intrometi na mesa da sua amiga para fugir dessa agitação. _ Ela estendeu a mão direita para ele. – Prazer. _ ela sorria para ele.

- Me chamo Will. _ ele aceitou o cumprimento e beijou a mão dela com delicadeza. – Sou o melhor amigo dessa beleza aqui. _ Ele encarou os olhos verdes, precisava de mais respostas, mas sabia que as não teria agora. Kara avistou sua a ruiva botina entrando no café e se levantou sorridente.

- Me desculpem sair assim, minha amiga chegou. _ ela sorriu para o homem e pousou seu olhar sobre os belos olhos verdes que lhe encaram. – Espero te ver de novo Lena. _ falou e saiu sem esperar por respostas.

Will tentava controlar a sua língua, mas aquele silencio estava lhe matando, ele se sentou ao lado dela e balançava a perna de forma ansiosa Lena sorriu, iria torturar o amigo mais um pouquinho.

- Tudo bem, pergunta. _ ela revirou os olhos quando achou que já era o suficiente para ele.

- Me conta tudo, de onde saiu aquela deusa linda e maravilhosa. _ soltou as palavras todas de uma vez.

- Não sabia que ela fazia o seu tipo. _ bebericou se café.

- Que isso Leninha, você sabe que minha praia é outra, mas não sou cego neh. Que mulher, e você viu como ela te olhou?

- Não comece, não tem nada de mais apenas uma mulher bonita se sentou a minha mesa. _ ela bufou. – E vamos mudar de assunto, por que demorou tanto? Sabe que não podemos ficar muito tempo longe da Blue Nigth.

- Sei. _ele pegou um biscoito que estava sobre a mesa e comeu. - Me diga que pegou o telefone dela. _ ele estava interessado no assunto e com seus olhos castanhos brilhando.

- Nem pensar, pode tirar esse olhar do rosto. _ ela se agitava balançando as mãos ao falar. – Parece aquelas velhas casamenteiras.

- Você é a minha irmãzinha, e só quero o melhor para você.

- Eu sei, mas não foi nada demais ela apenas se sentou aqui porque não tinha nenhuma mesa vaga.

- Ela podia sim ter se sentado em outra mesa, mas escolheu a sua. _ ele levou seus olhos para a mesa da loira e sorriu.

- Se nós nos encontrarmos de novo, prometo que pego o número dela. _ ela tinha a certeza de que isso não iria acontecer de novo. – Satisfeito?

- Sim, até porque se isso acontecer de novo já posso considerar minha cunhada, porque aí é o destino trabalhando. _ ele estava muito empolgado, Lena sorriu do jeito dele. - E voltando a nossa querida Blue. _ dessa vez foi ele quem revirou os olhos. - Tivemos uma reunião com Mon´el, está querendo implementar mudanças. _ foram interrompidos pela atendente que trouxe o café que ele já havia pedido no balcão, voltou ao falar quando ficaram a sós na mesa.

- Zorel não apareceu? _ ela levou sua xicara de café aos lábios.

- Você acha mesmo que ele vai aparecer para uma reuniãozinha sendo que pode mandar seu bobo da corte?

- Está certo. _ ela se escorou em sua cadeira. - Depois ainda preciso fazer uma ligação e seguimos para a Blue.

Os dois ficaram ali, por mais algum tempo Lena sempre que conseguia se virava discretamente na cadeira e pousava seus olhos na mesa onde se encontrava uma bela loira ao lado de uma ruiva de cabelos curtos, elas sorriam uma para outra, o sorriso de Kara era contagiante que mesmo Lena não sabendo o motivo ela sorria também.

Saíram da cafeteria em direção a um telefone público do parque, Will ficou distante observando ao seu redor, enquanto Lena concluía sua ligação, meia hora depois ela se aproximou dele com os olhos marejados e tentando segurar o choro.

- Não fique assim querida, o importante é que eles estão bem. _ ele a abraçou de lado a confortando e seguiram caminho caminhando pelo gramado.

- Eu sei, a saudade é grande. _ ela limpou uma lágrima que rolou por seu rosto. – Vamos. _ ela mudou sua postura e deixou que um olhar confiante e decidido tomasse conta dos olhos verdes esmeralda.

***

Kara saiu da cafeteria com Alex ao seu lado. As duas estavam atrasadas para seus respectivos trabalhos, a ruiva entrou no carro da polícia e deu partida, Kara entrou no seu e acelerou se direcionando para o lado contrário da outra.

Vinte minutos depois Kara entrada na recepção do consultório de cardiologia.

- Doutora, sua paciente já está a sua espera. _ Cecilia a secretaria avisou falando baixo para que somente ela ouvisse.

- Mande a dona Maria entrar, e me traga todos os exames dela. _ falou retirando seu casaco, e vestindo o jaleco branco, do lado direito estava bordado Dr. Zorel Cardiologista.

- Sim, senhora. _ deixou a sala da loira fechando a porta em seguida.

Seu dia seria cansativo, a paciente Maria era tratada pela doutora a três anos, mesmo depois da cirurgia de cateterismo continuava o seu acompanhamento mensal. Após esse atendimento teria mais quatro consultas e seguiria para duas cirurgia no hospital onde trabalhava em alguns plantões durante a semana.

Sua última paciente da manhã entrou em sua sala.

- Dona Eulalia como tem passado? _ A doutora sorriu docemente para a senhora que acabara de entrar em seu consultório acompanhada por sua assistente.

- Tenho passado bem, e como prometido venho a todas as consultas. _ a mulher sorriu para ela.

- Sente-se aqui, que vou lhe examinar. _ Cecilia entrou no consultório e deixou o prontuário dela sobre a mesa, como a loira havia pedido.

Quarenta minutos se passou quando a mais velha saiu da sala sendo acompanhada pela médica, um sorriso estampado em seu rosto relatava que tudo tinha saído bem.

***

A noite caia sobre a cidade de são Paulo, as pessoas caminham pela cidade apreciando o vento que batia em seus cabelos, dentro da boate mais badalada da cidade, Will batia aflito na porta do camarim de Lena.

- Minha rainha está quase na sua hora. _ a morena fechou os olhos e suspirou, deixando que seus pensamentos voassem para belos olhos verdes, eles sim lhe dariam forças para continuar.

Lena vislumbrou as bochechas rosadas do pequeno Lorenzo e sorriu, foi capaz de ouvir sua voz doce a chamando de mamãe. Seu coração se desmanchou de amor e saudade, mais batidas na porta a trouxeram de volta a realidade.

- Estou indo. _ falou irritada, ela abriu a porta para que seu fiel amigo entrasse. – Que pressa toda é essa?

- A casa já está lotada, e todos clamam pela bela italiana. _ falou mudando seu tom de voz e fazendo seu drama típico de um ator.

- Va bene. _ ela incorporou seu personagem.

- Uau. _ ele segurou em sua mão e fez com que ela desse uma voltinha a sua frente.  – Minha amiga, hoje você mata alguém do coração. _ ela se aproximou dele e o acariciou no peito o seduzindo. -  Aí senhor me dê forças para resistir essa mulher. _ ele brincou.

Os dois sorriram, ele a guiou pelos corredores do estabelecimento o som alto abafava as conversas do salão, Lena fechou seus olhos se concentrando para o seu número, Will ajudou ela a se livrar do robe vermelho sangue que ficou em suas mãos e depois de um longo suspiro ela, atravessou as cortinas negras. A bela italiana de olhos verdes estava no palco para a felicidade de muitos, ela era a mais esperada da noite na boate blue Nigth.

Homens e mulheres foram a loucura com a sua entrada, ela era a sensação das noites, com passos lentos e uma música sensual ela se aproximou de uma cadeira que estava no meio do palco a sua frente, no passo seguindo a melodia ela sensualizava com sua minúscula lingerie vermelha. Os cabelos negros caiam em cascata sobre seus ombros, e apenas uma máscara negra cobria seu rosto, revelando apenas os belos olhos verdes límpidos como a água.

Rosas de todas as cores eram jogadas em direção a ela, assim como notas de dinheiro ficavam pelo chão, Will apenas observava o espetáculo da parte de trás das cortinas.

Após a sua finalização os clientes gritavam por ela, dois homens tentaram subir ao palco para se aproximar, foram impedidos pelos seguranças da casa que zelava pela integridade das dançarinas.

Quando a morena deixou o palco com a ajuda do amigo, as outras integrantes da casa, se divertiam com seus clientes, Lena era a única que não saia para atendimento.

***

Kara chegou cansada em casa, deixou sua bolsa sobre o sofá, retirou os sapatos brancos que usava para trabalhar e deixou ao lado da porta, com uma expressão cansada se dirigiu para as escadas tudo o que mais queria era alcançar seu quarto e tomar um banho.

- Dona Kara, a senhora vai querer jantar? _ A governanta da mansão perguntou quando a loira parou no meio das escadas lhe dando atenção.

- Boa Noite Maria, obrigada, mas a única coisa que preciso agora é um banho e cama. _ ela sorriu para a mais velha por quem nutria um imenso carinho. – E meu pai?

- Está no escritório, chegou a alguns minutos. _ e antes que a loira se virasse para voltar ao que estava fazendo ouviu. – O Senhor Mon’el está a sua espera em seu quarto. _ ela revirou os olhos, já tinha pedido que não deixasse que ele subisse sem que ela permitisse. – Eu avisei minha filha, mas sabe como ele é. _ a mais velha deu de ombros.

Kara que até em então estava calma mudou sua expressão para irritada e continuou a subir os degraus, odiava a mania que o noivo tinha de invadir o seu espaço, chegou à porta do seu quarto e abriu com brusquidão e se irritou mais ainda ao ver ele deitado em sua cama com os tênis sobre seus lençóis brancos e limpos.

- Meu amor. _ ele se levantou rapidamente indo até ela que ainda estava em pé sobre o marco da porta segurando a maçaneta. Ela se esquivou de um beijo em seus lábios.

- O que faz aqui? _ usou seu tom de voz frio.

- Estava sem nada para fazer, e resolvi visitar a minha futura esposa. _ ela revirou os olhos ao ouvir essas palavras. – E posso saber por que demorou tanto? _ ele a interrogou.

- Mon’el vá embora, estou cansada, e já te falei que não quero que entrem em meu quarto sem a minha permissão.

- Era só o que me faltava, logo estaremos casados e vai me proibir de entrar em meu próprio quarto? _ ele se sentou novamente na cama dela, e pegou um cisne de vidros que ela tinha em cima do seu criado mudo como decoração.

- Ainda não estamos casados, enquanto isso não acontece, saia. _ ela apontou para a porta aberta.

Ela pegou o objeto de decoração da mãos dele e colocou de volta em seu lugar, esperou que ele saísse e fechou a porta a trancando, agora sozinha como gostaria de estar desde que chegou se dirigiu para o banheiro colocando a banheira para encher, prendeu seus cabelos em coque e com calma foi retirando suas roupas.

O moreno seguiu para a biblioteca atrás do sogro depois de ser expulso pela noiva, abriu a porta sem ser anunciado e encontrou o homem mais velho sentado em sua cadeira, com um copo de whisky em suas mãos.

- Meu querido, que boa visita. _ ele ergueu o copo em saudação a ele.

- Deveria conversar com a sua filha, ela me correu do quarto dela. _ se queixou.

- Ela não é mais problema meu, seja homem como lhe ensinei e dome a sua esposa. _ Mon´el se sentou em frente a ele.

- Não quero falar sobre ela agora, e como vão os negócios? _ um sorriso presunçoso surgiu nos lábios dele.

- Tenho um trabalho para você.

- Quem terei de matar? _ sorriu se escorando na cadeira acolchoada do escritório.

- Só assuste por enquanto. _ ele se levantou indo até o deck e servindo mais bebida em seu copo. – Tenho uma reputação a zelar e não permito que ninguém me passe para trás.

Dentro do quarto a médica vestia um pijama cor de rosa, o dia tinha sido exausto e uma boa noite de sono iria lhe ajudar, Kara se deitou sentindo seus músculos relaxarem fechou os olhos enquanto o tecido do edredom cobria suas pernas e relaxava seus cabelos loiros no travesseiro, sorriu involuntariamente quando belos olhos verdes tomaram conta de sua mente.

Um suspiro escapou de seus lábios sorridente. Puxou um travesseiro para o meio dos seus braços e o apertou em um abraço, e pesou em Lena novamente.

- Que mulher interessante. _ falou baixinho para si mesma, e pensando nela dormiu.

***

Alguns dias depois Lena sonhava estar em um jardim florido, caminhava entre as flores sentindo o seu perfume enquanto se aproximava de uma loira que usava um vestido branco e cabelos cor de mel caindo pelas constas, algo ao fundo ouvia uma voz que tentava encontrar o dono olhando para os lados. Mas não conseguia encontrar ninguém além dela e a bela loira que estavam no jardim. Deixou a voz de lado e estendeu sua mão para tocar o braço de Kara e antes que pudesse sentir aquela pele sobre seus dedos.

Batidas mais altas fez com que ela despertasse, puxou um travesseiro que estava sobre a cama e cobriu a cabeça na tentativa de fugir do barulho que a estava irritando.

-Quem é – Perguntou ainda de olhos fechados.

- Levante minha rainha, estão lhe esperando. _ ainda contrariada se levantou da cama e abriu a porta dando espaço para Will passar. – Desculpe, sei que ainda está cedo, mas sigo ordens. - Ela virou as costas para ele e voltou para a cama e se deitou, ele pulou sobre seu corpo pequeno. – Também estou cansado. – Reclamou. – São seis horas da manhã, eu preciso do meu dono da beleza. _ ela sorriu sobre o travesseiro, ele beijou a bochecha dela acompanhado de um bom dia. - Temos que ensaiar.

- Eu já disse que não vou dançar com uma cobra.

- Vou te ensinar tudo o que precisa saber. _ Will conhecia todos os segredos e medos da amiga e o pavor que ela tinha por esse animal. – Eu tentei convencer para que mudassem de ideia, mas sabem como são. _ ela bufou indignada.

-Will estou com medo. _ ela se sentou na cama quando ele saiu de cima dela, e puxou um travesseiro para o seu corpo e o abraçou.

- Eu sei meu amor, mas precisamos ir. _ sem escolha ela se levantou e se aproximou de seu guarda-roupa a procura de algo confortável. – A única coisa que importa para eles é dinheiro e você é a estrela que atrai os clientes mais ricos para a Blue.

- Eu odeio tudo isso. _ puxou uma camiseta branca de dentro do armário e vestiu.

- Pense que não será para sempre. _ ele se levantou e a abraçou, passando segurança para ela. Retribuindo o abraço e já vestida os dois saíram do quarto em direção ao salão de ensaio. – Rainha, hoje vou te ensinar uma coreografia nova. _ falou empolgado.

Lena não conseguia prestar atenção ao que ele dizia, sabendo que muito próxima a ela tinha uma caixa lacrada com alguns furos e dentro dela uma cobra descansava. Will tentava de todas as formas deixá-la relaxada, uma tarefa quase impossível. Andrea apareceu ao lado dos amigos atraindo a atenção para si.

- Leninha precisa de ajuda? _ a morena não conseguia tirar o nervosismo do rosto.

- And, quem teve essa ideia? _ a morena se controla para não correr enquanto Will se aproximava com a cobra.

- Desde que foi anunciado a nova coreografia todos os ingressos foram vendidos, você sabe que é a atração da noite. _ ela se aproximou da amiga a abraçando e tentando a confortar. – Vou te ajudar, vamos la.

Andrea pegou o animal das mãos do amigo e pousou sobre seus ombros, e dançou no ritmo da música que tocava, sempre mostrando os movimentos de mãos que ela deveria fazer, assim deixando a cobra calma para a dança.

Rojas teve uma afinidade muito grande com Lena desde que chegou à boate a um ano e meio atrás. Ela Will e Lena eram inseparáveis. Faziam tudo junto e muitas vezes acobertavam um ao outro, já que nem todas as meninas ali queriam o bem delas.

O ciúmes e a inveja era um dos maiores sentimentos que surgiam na casa, principalmente por Lena ser a mais nova integrante, e por não ser permitido que ela tivesse muito contato com os clientes e muito menos que ela ficasse com algum deles, o trabalho dela era somente dançar e atrair cada vez mais clientes.

Já as outras meninas tinham que manter os clientes ocupados e consumindo, seja bebida ou outros serviços mais íntimos.

A Luthor fechou os olhos quando Andrea depositou o animal sobre seus ombros e se controlou para não sair correndo.

- Não a aperte, vai ser somente uma música, se concentre em seus passos que você não vai se lembrar dela. _ a dançarina fez tudo o que a amiga falou, sentia o ritmo da música e tomava um cuidado maior para não por força em seus dedos.

- Está perfeita, minha rainha. _ ele a elogiava, e no seu interno torcia para que a música acabasse logo.

- Tira....tira... _ falou em súplica quando a música acabou, Will correu até ela e pegou a cobra a levando de volta para a caixa, Lena deixou o ar sair de seus pulmões e controlava o tremor em seu corpo.  

Após algumas horas de ensaio, os três se dirigiram para a cozinha onde o almoço estava sendo servido, Todos os funcionários da casa estavam ali, sentados em uma mesa longa e toda a refeição posta sobre a mesa, Andrea puxou uma cadeira e se sentou, Lena se sentou ao seu lado e em seguida Will. Na ponta da mesa duas meninas conversavam, e olhavam para Lena sorrindo.

Lucy não era a melhor amiga da morena, sempre com piadinhas fazia de tudo para aborrecê-la, e todos ali sabiam que o foco dela era tomar o lugar da estrela. Desde que foi anunciado o novo número e do medo da morena com cobras fez questão de fazê-la lembrar Lena disso a todo instante.

- E aí princesinha como foi o ensaio? _ dirigiu as palavras a Lena que segurava um prato servindo o seu almoço.

- Garanto que serei a atração da noite. _ rebateu e voltou sua atenção para o que fazia, os dois ao seu lado caíram na risada.

 A tarde passou rápido e com muito treino, Andrea ajudou com os novos passos, e a morena agradeceu por não precisar ensaiar como a cobra novamente. Aquela parte da casa onde estavam era destinado somente para Will ensinar a todas as meninas, quatro delas foram escolhidas para abrirem o Show de Lena na próxima sexta-feira que seria dali três dias.

Quando a noite chegou e faltava exatamente duas horas para a casa abrir, Lena chamou pelo fiel amigo que conversava com John o Dj sobre a seleção de músicas da noite, ele depositou sua mão no ombro do homem que tinha os fones de ouvido descansado em seu pescoço e falou algo que a morena não conseguiu ouvir antes de se aproximar dela.

- Eu preciso sair, vem comigo? _ ele sabia o que ela iria fazer, passando a mão sobre seus ombros ele a seguiu.

A noite era sempre mais fácil para saírem sem serem notados, Lena com um aceno de cabeça cumprimentou os seguranças que já estavam apostos em seus lugares de trabalho, caminharam por algumas ruas se afastando da Blue Night, ela sorriu ao encontrar o telefone público, coisa rara de se encontrar hoje em dia.

Ela tirou o telefone do gancho o levando a orelha, digitou os números que tinha decorado e esperou, na terceira chamada foi atendido.

- Minha filha. _ a mulher do outro lado da linha já sabia quem era.

- Mamãe que saudade, como vocês estão? _ seus olhos marejaram de saudade, esperou a reposta do outro lado da linha. – Estão precisando de alguma coisa?

- Não minha filha, o dinheiro que você mandou foi o suficiente e Samantha tem vindo aqui como você pediu, nos visita quase todos os dias. _ Lena sentiu seu peito apertar sentia muita saudade da amiga.

- Chame o pimpolho mãe quero falar com ele. _ ela ouviu Lilian elevar o tom de voz e chamar pelo neto, que veio correndo afoito por falar com a mãe. – Quando ela escutou a vozinha dele seu coração se derreteu. – Meu amor, que saudade.

- Saudade...mama. _ ele tentava segurar o telefone com as duas mãozinhas. – Te amo mama.

- Também te amo meu pequeno, logo, logo a mamãe vai estar de volta para te encher de beijos. _ o menino sorriu do outro lado da linha. – Está se comportando. _ Will tentava conter as lágrimas ao ouvir a conversa e a saudade que aquela família sentia uma da outra, ele sabia o motivo daquela separação e seu peito também doía, ao ver aquele filho chamar pela mãe de saudade. Depois de responder as perguntas da morena Lorenzo passou o telefone para a avó e saiu correndo pela casa a procura dos seus brinquedos que estavam no chão da sala.

- Mamãe tenho que desligar, já está na minha hora.

- Tenha cuidado minha filha. _ Lilian sentia seu peito se contrair de preocupação e saudade. – Eu te amo fica com Deus. _ ela desligou e pousou o telefone no gancho.

Os dois voltaram para a Blue, a música alta já invadia o ambiente algumas das meninas já vestidas com suas roupas curtas desfilavam pelo salão, os barman já estava todos atrás do balcão, reabastecendo algumas bebidas nos frízeres deixando tudo preparado para o momento da abertura, Lena preferiu ignorar a presença de Lucy e mais duas mulheres que vinham com ela, e se dirigiu com o amigo para o seu camarim, deveria estar pronta quando as portas da boate se abrissem.

Will como maquiador da casa pegou uma paleta de cores em suas mãos enquanto escolhia qual sombra Lena iria usar para realçar os belos olhos verdes.

- O que acha dos cabelos presos hoje? _ ele sugeriu analisando a lingerie que ela usaria, ela passou as mãos pelos seus cabelos negros e os prendeu com os dedos para conferir a ideia do amigo.

- Acho ótimo, talvez uma maquiagem mais clara fique bom, já que a roupa é escura e vou estar de máscara mesmo.

- Perfeito, maquiagem clara nos olhos pois o batom é a sua marca registrada. _ ele sorriu. - Essa boca linda merece um vermelho e como sua lingerie é num tom marsala vai combinar.

Alguns minutos depois ele deu um pulinho de alegria ao ver ela devidamente pronta, Lena estava lindíssima dentro de uma lingerie de renda que contrastava com a sua pele branca, em seus olhos uma maquiagem leve, nos lábios um batom na cor vinho e seus cabelos em um coque bagunçado que permitia alguns cachos caírem sobre a nuca, brincos delicados em suas orelhas e um colar grande de perolas que desciam até seu seios fartos. Nos pés um salto alto fino na cor preta.

Estava pronta para subir ao palco.

- Hoje você será a causadora do infarto de alguém. _ a música era ouvida de dentro do camarim. – Andrea já começou sua apresentação. _ ele avisou.

- Assim que terminar a coreografia dela, é a minha vez. _ a morena recebeu das mãos do amigo sua máscara na mesma cor da lingerie e colocou sobre seus olhos amarrando atrás da cabeça. – Estou pronta. _Ele abriu a porta do camarim para ela, e esperou que ela passasse para segui-la, alguns passos a mais e os dois estavam diante das escadas que davam acesso ao palco, cinco meninas estavam dançando no ritmo da música e se podia ouvir a euforia dos clientes se dirigindo as dançarinas.

- Rainha, você não viu mais a loira bonita? _ele puxou assunto, Lena se lembrou de Kara.

- Não. _ ele a ouviu suspirar. – E nem posso me dar ao luxo de pensar nela. _ ela passou as mãos pelo corpo mostrando a ele que ninguém aceitaria uma vida como aquela.

- Sabe que está errada sobre isso, não é? _ ele pousou uma mão sobre a escada ao seu lado.

- Sonhei com ela esses dias. _ ela confidenciou, ele eufórico abriu a boca para saber os detalhes, quando a música que tocava cessou, era o momento da morena.

- Salva pelo gongo, mas saiba que assim que sair desse palco uma enxurrada de perguntas te espera e quero os detalhes sórdidos. _ ela sorriu subindo os degraus e deixando ele para trás, agora era a hora de incorpora a Italiana que todos os homens e mulheres da cidade vinham para prestigiar. 



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