1. Spirit Fanfics >
  2. Blue, Red and Some Drama >
  3. Congratulations... I guess?

História Blue, Red and Some Drama - Congratulations... I guess?


Escrita por: hoshikkj

Notas do Autor


HEY BITCHES AND BROS AND NON BINARY HOES!
"ué minha filha os capitulos não são postados na quinta?" eram, porque agora eu vou começar a postar duas vezes na semana! então, apartir de hoje, todas as quartas e sábados, teremos capítulos novos de brsd (eu fiz essa abreviação pq morro de preguiça de falar blue red and some drama senhor que nome longo pq eu escolhi isso) ENFIM. espero que voces estejam gostando! esse capítulo de hoje ta do balacobaco, ein ;)
se puderem deixem um comentariozinho eu adoro ler oq vcs estão achando da fic!

Capítulo 3 - Congratulations... I guess?


— Você tá brincando, né, Yoshida?

Tsukishima tinha parado a garota na hora do café para fazer algumas perguntas sobre os testes para o tal musical, dando a velha desculpa do "amigo que queria saber'', mas o loiro não ficou nem um pouco feliz com a resposta.

— Você esperava o quê, exatamente? — ela disse, rindo sem graça.

— Bom, com certeza não esperava que eu… digo, meu amigo, teria que cantar músicas estúpidas de musicais só pra um teste.

— Tsukishima, você está percebendo que isso é um teste para um musical e que, se você passar, terá que cantar músicas de musicais, certo?

— Meu amigo. Meu amigo vai fazer o teste — ele insistiu, arrumando os óculos. — Mas ele nem deve saber cantar esse tipo de música.

— Bom, ele nunca assistiu um musical? Qualquer um vale, tipo Hamilton, Heathers. Posso deixar passar até músicas do High School Musical se você… digo, se ele for bom.

Tsukishima estava começando a se arrepender de todas as escolhas que tinha feito no último sábado.

 

Ao contrário de Kei, Yamaguchi tinha lido as regras sobre as audições no quadro de informações de classe e agora estava procurando algo que pudesse cantar. Graças à sua fase “maníaco por filmes musicais e musicais”, ele tinha um grande repertório para escolher.

— Ei, Yamaguchi, você errou o tempo, cara — Tanaka disse, quando o moreno esqueceu de começar a cantar.

— Desculpe, estava pensando em outra coisa. Vamos começar de novo.

O problema número um era que isso estava começando a atrapalhar seus pensamentos. Tadashi não conseguia se concentrar nas aulas e muito menos nos seus ensaios com a banda. E o problema número dois era que ele não tinha contado nada sobre o desafio (ele também não sabia como chamar aquela pequena aposta) para os seus amigos, então todos estavam achando que Yamaguchi estava com problemas.

— Tem certeza que está dormindo direito? — Yachi perguntou, depois do ensaio.

— Fui dormir às dez, como você me intimou, Yachi — ele disse, revirando os olhos. — Não se preocupe, eu tô bem, só preciso de um pouco de café.

— Nada de café! — Hinata exclamou, do outro lado da sala. — Você está perto de virar um viciado em cafeína, pelo amor de Deus!

— Pessoal, eu só errei a entrada duas vezes. Vocês estão exagerando.

— O Yamaguchi tá certo — Tanaka concordou, colocando a mochila nas costas. — Vamos pra casa descansar, isso vai deixar todo mundo melhor.

Os dois ainda saíram reclamando algo como "esse garoto precisa de uma babá, onde já se viu dormir só quatro horas por dia?", mas Tadashi fingiu não ouvir.

Era segunda, então os membros do Electric Blue e do RedVoid se encontraram no saguão do pequeno prédio. Tanaka já foi logo se enfiando no meio de Nishinoya e Asahi, que estavam cochichando baixinho, apenas confirmando o seu péssimo timing... Yamaguchi ainda ouviu o careca perguntando se “estava atrapalhando alguma coisa” que foi logo negado com um sorriso sem graça de Asahi. Se alguém merecia ir para o céu, essa pessoa era Asahi Azumane.

Enquanto Sugawara e Yachi conversavam, Tsukishima estava ao lado da porta de saída, com seus característicos fones de ouvido, murmurando algo consigo mesmo. Ele parecia bem concentrado, por isso, Tadashi achou que seria uma boa hora irritá-lo.

— Deixe eu adivinhar — ele disse, num tom baixo para que ninguém mais ouvisse. — Você escolheu uma música do High School Musical para a audição? Ou talvez seja Camp Rock.

Tsukishima abaixou o olhar para o moreno. Yamaguchi odiava ter que levantar o queixo para poder falar com o loiro, era quase humilhante.

— Por que está interessado? — o garoto deu um sorriso ladino. — Está pensando em cantar um dueto estilo Troy e Gabriella comigo?

— Nos seus sonhos, loiro azedo —  Tadashi respondeu, torcendo o nariz.

— Awn, estamos até usando apelidinhos agora.

— O que acha se eu começar a te chamar de filho de uma…

— Yamaguchi, você não vem? — Yachi perguntou, interrompendo o palavrão do amigo.

— Você pode terminar esse apelido carinhoso na quarta — Tsukishima disse.

O loiro voltou a colocar seus fones, acenou com a cabeça para Yachi e saiu do prédio. Tadashi quase correu atrás de Kei para conseguir terminar seu insulto e, talvez, dar um chute em sua canela, mas foi impedido por Hitoka, que segurou seu braço, lhe lançando um olhar de repreensão.

Ele teria que deixar seu chute para outra hora.

 

Tsukishima estava atrasado para a audição.

Era meio irônico, considerando que o teste era há apenas dois andares de distância de sua sala de aula, mas com Kageyama Tobio em seu encalço, ele teve que ir até metade do caminho, inventar que tinha esquecido algo na escola e voltar correndo, torcendo para não levar bronca do pessoal do clube de teatro. Aqueles aspirantes a atores podiam ser bem assustadores quando queriam.

Quando chegou na quadra (a menor, porque o clube de basquete estava usando a outra) Yoshida já tinha terminado de explicar sobre como funcionaria a audição e agora a primeira pessoa já começava a cantar. O local estava todo organizado para os testes. Havia um espaço vazio, apenas com um piano para as músicas (Kei não fazia a menor ideia de como eles tinham conseguido trazer o instrumento até ali, muito menos como iriam tirar, mas não era problema dele), uma mesa comprida onde se sentavam dois membros do clube de teatro e Yoshida e, por último, várias cadeiras dobráveis onde os contestantes esperavam por sua vez.

Tsukishima tentou entrar sem ser percebido, mas era um pouco difícil sendo um garoto de um metro e noventa e dois entrando no meio de uma apresentação. Um dos membros do clube de teatro lhe lançou um olhar de repreensão, Kei fez uma pequena reverência e se apressou para se sentar.

O loiro ouviu a cadeira dobrável ao seu lado ranger, e quando se virou, lá estava Yamaguchi Tadashi e toda sua (des)graça. Apesar de não estar tão calor, o moreno tinha as mangas da camisa dobradas até o cotovelo e alguns botões abertos, deixando sua pele bronzeada à mostra. Metade do seu cabelo estava preso, mas algumas mechas ainda caíam em seus olhos. Mais sardas pareciam ter surgido em seu nariz.

— É falta de educação chegar atrasado, sabia?

— E é falta de educação falar durante uma apresentação — Kei respondeu, com um sorriso falso.

Touché.

Os dois param de falar quando a garota que fazia audição termina de cantar dá lugar a outra participante. Agora que Tsukishima tinha olhado com calma para a pequena plateia de contestantes, percebeu que mais de 80% era composta por meninas (considerando que havia um total de quinze pessoas, não era um número tão grande). A próxima menina fez uma breve apresentação, cochichou com o garoto que tocava o piano e logo começou a cantar uma música que Kei não reconheceu.

— É do musical Waitress — Tadashi explicou, como se lesse seus pensamentos. — Você não tinha ensaio com a banda hoje?

— Disse que era aniversário do Akiteru.

— Ele não faz aniversário em março?

— Quê? Eu não sei, não costumo lembrar dessas coisas — ele respondeu, franzindo a testa. — Qual foi sua desculpa?

— Disse que ia ajudar Yoshida com umas planilhas.

Tsukishima torceu o nariz. Foi uma boa desculpa. Ambos ficaram quietos e continuaram a observar a cantoria. Aparentemente, não precisavam cantar a música inteira, um ou dois minutos eram suficientes para dizer se você era bom ou um completo desastre.

— Yamaguchi Tadashi, por favor.

— Não sinta minha falta — Yamaguchi cochicha, com uma piscadinha que arrancou um grunhido de Tsukishima.

Tadashi caminhou até o garoto que tocava piano e disse que a música que cantaria era Candy Shop do musical Readers ou Heathers, Kei não conseguiu ouvir direito a última parte já que estava meio longe. Fez uma apresentação rápida, dizendo seu nome e o porquê queria participar do musical (ele mentiu, é claro, já que não podia dizer que fora uma aposta). Yoshida comentou algo com os outros dois membros do clube, provavelmente contando que Yamaguchi era vocalista de uma banda.

Depois de se preparar, o piano começou.

Nós vamos ter um problema?

Você quer arrumar uma briga?

Você veio tão longe, por que agora está querendo me ferrar?

Normalmente, eu daria um tapa na sua cara

E todos aqui poderiam ver 

Mas estou me sentindo bonzinho

Aqui vai um conselho

Escute bem, vadia

No começo, Tadashi não estava exatamente cantando, era mais como um diálogo com ritmo e um piano dramático ao fundo. Não que Tsukishima estivesse reclamando. Apesar de ser bem doloroso de admitir, Yamaguchi era bom usando suas expressões faciais. A expressão de irritação não era algo novo para Tsukishima, era a mesma cara que Yamaguchi fazia quando o loiro fazia um comentário minimamente irônico. Aquilo fez seu estômago gelar.

Quando começou a cantar realmente, Tsukishima se surpreendeu. Bom, a voz era tecnicamente a mesma, mas mudar de um rock para Heathers era um salto e tanto. Por incrível que pareça, a voz de Yamaguchi era estranhamente agradável quando combinada com aquele estilo de música e os agudos eram bem melhores do que o esperado. 

Querido, o que você tá esperando?

Bem-vindo à minha loja de doces

É hora de você provar que

Você não é mais um perdedor

Então venha para minha loja de doces

Os olhos esverdeados do moreno tinham uma energia forte e hipnotizante, que cativava todos na sala. Todos no ginásio estavam em completo silêncio, até os “avaliadores”. Nenhum dos três tirava os olhos de Yamaguchi, nem mesmo para fazer anotações. Kei queria deixar esse tipo de impressão.

Quando o moreno terminou, algumas pessoas bateram palmas e ele voltou para o seu lugar. Tsukishima deu seu máximo para não esboçar qualquer reação, mas provavelmente não deu certo, já que Tadashi tinha um sorriso vitorioso estampado no rosto. O moreno colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e se inclinou, sussurrando:

— Não precisa ficar com inveja, você ainda tem sua carreira no Electric Blue.

— Vá para o inferno — Kei murmurou.

 

Tsukishima foi o último a se apresentar e para a sua sorte, algumas pessoas já tinham ido embora, então sua plateia era bem menor, no máximo oito pessoas.

Ele trocou algumas palavras com o pianista (seu nome era Akaashi, ou algo assim) que o encarou com as sobrancelhas franzidas, mas concordou com a cabeça, procurando a partitura para a música na internet. Yamaguchi não sabia que música Kei cantaria, mas esperava que fosse algo tosco, como Camp Rock ou Mamma Mia para que ele pudesse fazer ainda mais piadinhas depois que ganhasse o papel de protagonista.

Assim que o piano começou, Yamaguchi piscou algumas vezes, em total choque. Era Grease. Para ser mais específico, There Are Worse Things I Could Do. Aquele era seu filme favorito aos doze anos e Tsukishima sabia. Ou, pelo menos, deveria saber, já que eles ainda eram melhores amigos naquela época.

Antes de começar a cantar, Tadashi conseguiu ver a determinação nos olhos âmbar de Tsukishima de encontro aos seus, mas que foi logo substituído por um olhar de pesar assim que o primeiro verso da música começou:

Há coisas piores que eu poderia fazer

Do que sair com um garoto ou dois

Apesar de a vizinhança pensar que eu sou inútil

E não presto

Eu suponho que isto poderia ser verdade

Mas há coisas piores que eu posso fazer

Ele se apoiou no piano enquanto cantava, como se fosse duro demais carregar o próprio peso. Sua expressão era inocente e sofrida, a mão no peito dando um toque a mais de drama. Mas, então, o próximo verso começou.

Eu poderia flertar com todos os garotos

Ele se virou para a mesa onde o clube de teatro estava, com um olhar divertido.

Sorrir para eles e piscar meus olhos

Um pequeno sorriso pretensioso surgiu em seu rosto e ele piscou lentamente, olhando na direção de Yamaguchi, que endireitou a coluna.

Me pressionar contra eles quando dançamos

O loiro se afastou preguiçosamente do piano usando os quadris. Tadashi estava simplesmente chocado. Quem era aquele garoto e o que ele tinha feito com Tsukishima Kei? Sua voz, apesar de um pouco mais grave, era estranhamente agradável de se ouvir. Agradável demais.

Fazê-los pensar que tem uma chance

Depois não querer vê-los mais

Isso é uma coisa que eu nunca faria

Ele fechou os olhos enquanto cantava, mas foi diferente de quando estava com a banda. Os olhos estavam fechados, mas a expressão no rosto continuava cativante e chamativa, os quadris mexendo suavemente enquanto andava pelo pequeno “palco”. Yamaguchi nunca tinha visto Tsukishima cantar daquele jeito. Era como se fosse a primeira vez que Tadashi o visse desde os catorze anos.

— Oi, Yamaguchi — uma voz disse, ao seu lado, fazendo o garoto pular em seu banco.

Sentado do seu lado, estava Kageyama Tobio, parecendo um pouco entediado. Tadashi não fazia ideia de quando nem como ele havia chegado ali.

— O-oi, Kageyama. O que você está fazendo aqui? — ele sussurrou, sem olhar para o amigo (ele podia chamá-lo assim?), ainda prestando atenção na audição.

— O Tsukishima disse que ia buscar alguma coisa aqui na escola e tava demorando, então eu vim ver o que estava acontecendo. O que está acontecendo? — ele disse, confuso.

Nessa hora, Kei parou de cantar.

— Bom, acho melhor ele te explicar.

Yamaguchi viu o sorriso implicante de Tsukishima se transformar numa expressão de confusão e, em seguida, desespero assim que viu Tobio. Ele quase sentiu pena (quase). Quando chegou mais perto, Tadashi conseguiu ver o quão vermelhas estavam suas orelhas. Ele devia estar morrendo de vergonha por dentro.

— Kageyama, que merda você tá fazendo aqui? — ele perguntou, entredentes.

— Eu estava te esperando lá perto da loja de celular, mas você demorou tanto que eu achei que você tinha caído e batido a cabeça, sei lá — ele disse, cruzando os braços. — Agora, me diz, que raios foi isso?

— Depois a gente conversa sobre isso. Você não tinha ensaio com a banda?

Kageyama abriu a boca.

— Porra, é verdade.

— Kageyama, eu juro…

Os insultos de Tsukishima foram interrompidos quando Yoshida se levantou e virou para a pequena plateia que ainda sobrava. Os outros dois membros do clube de teatro estavam atrás dela, ambos muito altos, contrastando com a pequena garota. Um deles fazia um sinal de paz.

— Bom, obrigada a todos que fizeram o teste — ela anunciou. — Nós vamos designar os papéis e, até sexta, conversaremos com todos. Este é Bokuto Koutarou — ela apontou para o garoto fazendo sinal, — e aquele é Kuroo Tetsuro, do clube de teatro, eles que vão nos ajudar com a direção da nossa peça. Por hoje é só, obrigada.

Todos começam a se dispersar, inclusive Tsukishima e Kageyama, que pareciam prontos para ter uma Discussão de Relacionamento™, mas antes disso, Yamaguchi puxou o pulso de Kei, obrigando o garoto a olhá-lo nos olhos.

— Que vença o melhor.

— É o que eu pretendo fazer — o loiro respondeu.

 

— Kageyama, que merda você está fazendo aqui? — o loiro repetiu.

Tsukishima tinha levado o amigo até a lateral da quadra. Antes de correr para a escola, ele tinha inventado uma desculpa para se livrar de Tobio, então, por que raios ele estava ali?

— Eu que devia te perguntar! — ele exclamou. — Você vai participar do musical da nossa turma e não pensou em me contar?

— Primeiro, eu ainda não passei no teste. E, segundo, por que eu deveria te contar?

— Bom, eu sei que nós não nos damos bem na maior parte do tempo, — ele disse, com o cenho franzido, — mas, supostamente, nós somos amigos e deveríamos... sei lá, falar sobre coisas assim.

Kei quis rir, mas se segurou porque sabia que o moreno ficaria irritado e, apesar de ser muito tentador, aquele não era o momento de irritar a fera. Em algum momento, Tobio iria ficar sabendo, já que estavam na mesma classe, mas Tsukishima não queria ter que admitir que só estava fazendo aquilo por conta de uma provocação. Era uma coisa patética que Kageyama faria, não ele.

— Fiz uma aposta com o Yamaguchi — Kei murmurou, quase inaudivelmente.

— Você fez o quê?

— Apostei com o Yamaguchi que pegaria o papel principal no musical — ele disse, mais alto.

Kageyama o encarou como se ele fosse um alien ou a pessoa mais idiota do mundo, o que, vindo do moreno, era um grandíssimo insulto para Tsukishima. Depois de algum tempo o encarando, Tobio finalmente se pronunciou.

— Desde quando você liga tanto para o Yamaguchi?

Aquela pergunta o surpreendeu um pouco.

— Quer dizer, — ele coçou a nuca — eu sei que vocês eram, tipo, melhores amigos ou… algo assim, mas você mal fala com ele há uns quatro anos. E tem todo esse lance de que vocês se odeiam… um pouco estranho, não acha?

Tsukishima cruzou os braços encarando o amigo com um olhar de estranhamento. Desde quando Kageyama tinha virado especialista na relação dele e Yamaguchi? Bom, não que eles tivessem uma pra começo de conversa, ainda assim, era uma boa análise. E Kageyama Tobio não fazia boas análises.

— Não sei, Kageyama. Talvez eu tenha achado que seria divertido.

— Corta essa! Você gosta de um total de quatro coisas — Tobio disse, levantando quatro dedos. — Escrever suas músicas, atazanar a vida dos outros, dinossauros e sobremesas extremamente doces. Como você pode ver, "apostar um papel num musical escolar com um cara que eu nem gosto", com certeza, não entrou na lista.

Tsukishima estava começando a se irritar.

— Você não tem coisas mais importantes pra fazer? Tipo o ensaio da banda?

— Ah, você quer dizer aquele ensaio que você vai faltar? O ensaio da sua banda?

— Eu gostava mais de você quando você era complexado e não falava o que pensava — Kei disse, começando a andar.

— Antes de começar a terapia, você quer dizer — Tobio respondeu, alcançando seu passo.

— Exatamente.

 

Já era sexta-feira e o sinal do café da manhã tinha acabado de tocar, mas Yoshida ainda não tinha vindo conversar com Yamaguchi e, pelo o que ele sabia, nem com Tsukishima.

Tadashi não podia negar que estava um pouco preocupado com os resultados. Antes da audição do loiro, ele estava confiante de que a personalidade rígida e inflexível de Kei se faria presente e ele cantaria de forma mecânica e excessivamente ensaiada, mas quando There Are Worse Things I Could Do começou a tocar e Tsukishima afiou o olhar, ele não tinha mais certeza de absolutamente nada.

Como fazia todas as manhãs, Yamaguchi se sentou atrás de Hinata para conversar durante o intervalo. Havia mais algumas pessoas na sala, conversando e comendo, e entre elas estavam Tsukishima e Kageyama, que pareciam estar no meio de uma pequena discussão, algo comum na amizade deles, aparentemente.

— A Yoshida ainda não falou com você? — Hinata perguntou, fazendo o moreno engasgar com o leite que tomava.

— S-sobre o quê?

— Ora, eu sei lá — ele disse, desconfiado. — Você que estava ajudando ela com sei lá o quê esses dias atrás. Pensei que ela ia te convidar pra fazer parte do conselho estudantil ou algo do tipo.

Yamaguchi respirou fundo, aliviado, tentando acalmar o coração. Ele não tinha contado a nenhum de seus amigos sobre o musical e a audição, então as únicas pessoas que sabiam eram Yoshida, o clube de teatro e Tsukishima (bom, e Kageyama, mas ele não estava nos planos).

— Ela só pediu ajuda com alguns gráficos, não foi nada de mais — o garoto explicou, se levantando.

Ele foi até a frente da sala de aula e jogou a sua caixinha de leite no lixo, mas antes de voltar para o seu lugar, foi parado por Tsukishima Kei, que simplesmente entrou na sua frente e o encarou. Os óculos estavam na ponta do seu nariz irritantemente longo, os olhos âmbar o encaravam com as pupilas dilatadas. Os lábios rosados com as extremidades para baixo numa expressão impaciente.

— Eu sei que você deve gostar de olhar meu rosto adorável — disse Tadashi, impaciente, — mas será que você pode sair da minha frente? Se quiser olhar pra minha cara, tire uma foto ou algo assim.

— Não se preocupe, já tenho várias fotos com o seu “rosto adorável”, não é por isso que eu quero falar com você — Kei respondeu, implicante.

Tadashi quis bater com a própria cabeça numa parede por ter corado como um idiota, mas, ao invés disso, cruzou os braços.

— Fala logo o que você quer.

Tsukishima limpou a garganta, parecendo um pouco desconfortável,

— A Yoshida comentou alguma coisa com você sobre… você sabe... a audição?

— Ainda não. Está com medo de…

Antes que pudesse terminar de fazer sua provocação, Yoshida Nagisa entrou na sala e foi diretamente até os dois rapazes. A garota estava segurando um caderno e tinha uma caneta vermelha atrás da orelha, prendendo uma mecha de cabelo.

— Posso falar com vocês? Ali no corredor — ela disse, mudando o caderno de mão. — É sobre o musical.

Yamaguchi levantou levemente as sobrancelhas, surpreso. Ela iria escolher um dos dois na frente um do outro? Um pouco maldoso, ele diria, mas não se importava (contanto que ele ficasse com o papel principal, é claro). Antes de ir para o corredor, o moreno acenou para Hinata, indicando que logo voltaria.

Não havia tantos alunos passeando pelos corredores, porque era o começo do intervalo e a maioria, provavelmente, estava na cantina, tentando comprar seus sanduíches favoritos antes que acabassem. Tadashi não estava reclamando. Se ele não pegasse o papel principal, não queria que ninguém visse o quão estúpido ele iria parecer, tendo que aguentar calado as piadinhas de Tsukishima.

Yamaguchi e Tsukishima pararam de frente para a garota, esperando em silêncio.

— Parabéns — ela anuncia, com um grande sorriso — vocês conseguiram os papéis principais.

Tadashi franziu a testa. Papéis? No plural?

— Desculpe, Nagisa, mas… como assim? — ele perguntou, balançando a cabeça.

— Não deveria ter apenas um papel principal masculino? — Tsukishima disse, igualmente confuso.

O sorriso da garota se desfez na hora, dando lugar a uma expressão de preocupação. A têmpora de Yamaguchi latejou. Ele não gostou nem um pouco daquela cara.

— V-vocês perderam o começo da audição? Onde eu falei sobre o enredo do musical?

— Nós chegamos atrasados — Kei explicou, encostando na parede.

Tsukishima parecia prestes a cair duro no chão.

— Sobre o que é a peça, Yoshida? — Tadashi a questionou.

Ela olhou para o moreno por longos segundos e, depois, fez a mesma coisa com o loiro, deu um suspiro e disse:

— É um romance. Entre dois garotos.


Notas Finais


*shocked face*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...