História Boku no Hero: Heroes Fall (Interativa) - Vingança

 Samui estava determinado a vingar-se de Noire, uma vez que a mesma tinha assassinado friamente seu melhor amigo. Cerca de uma hora atrás, Samui havia capturado um dos capangas de Regicida, após torturá-lo, usufruindo de métodos antigos envolvendo sua individualidade, os mesmos haviam sido levados até o covil de Regicida. Porém, após o início da batalha, uma explosão separou todos.

— Onde você está? — Samui perguntou à si mesmo.

O corpo do homem estava trêmulo de ódio, faziam dias cujo ele mal era capaz de dormir devido os constantes pesadelos, era difícil para Samui, o homem guardava muitos segredos, e, entre eles, estava o seu passado sangrento. “Fúria do Gelo, Demônio das Neves”, uma alcunha digna dos seus feitos antigos, talvez, por conta disso, ele implorou a Light para dar uma chance a Edward. Era egoísmo tentar acreditar nos outros para poder crer em si mesmo? Afinal, ele havia cometido dezenas de pecados; a atmosfera do local ficou mais densa, imediatamente Samui pôs-se em guarda, sentindo seu corpo pesar ainda mais.

— Apareça, Noire! — Samui ordenou. — Eu esperei muito tempo por isso!

A menina de cabelos castanhos com as pontas avermelhadas apareceu diante de Samui, o homem tentou atacá-la disparando uma rajada de gelo à queima roupa, surpreendendo-se ao vê-la simplesmente quebrar o ataque.

— Como... — Samui arregalou os olhos.

Noire desapareceu da vista do homem, após, ele urrou de dor ao levar um chute na costela, sendo arremessado longe. Samui segurou-se no solo, voltando à investir contra Noire, desta vez, ele formou duas longas lâminas feitas da sua individualidade, ao aproximar-se, ele desferiu uma sequência de cortes, cujo era facilmente evitados. Noire, por sua vez, contra-atacou enviando uma onda gravitacional para frente, fazendo Samui ser arremessado longe. Ainda no ar, Noire apareceu diante dos olhos do mesmo, desferindo um soco com o punho direito, Samui tentou defender-se cruzando braços em forma de “X”, com êxito, porém, o impacto fez o corpo do homem tremer, tamanho era o poder da mulher. Ao ser atingido, Samui foi empurrado contra o solo, formando uma enorme cratera.

— Não é atoa que você venceu ele. — Samui disse.

A menina aparentava ter perdido sua sanidade, seus ataques eram completamente desordenados, fazendo Samui ter dificuldade de prevê-los, no olhar da mesma havia somente ódio, fazendo jus ao seu título, “Joker, condecente da desgraça”, além, de seu cargo como Pecado da Ira. Porém, Samui estava preparado para pôr em risco a própria vida, ou mesmo sacrificar-se em prol de matá-la; Samui levantou-se com dificuldade, após ficar de pé, o homem pisou sobre o solo, congelado tudo ao redor em um raio de cinquenta metros. Após, espinhos brotaram do solo, crescendo, indo contra Noire, por sua vez, a mulher desviava dos ataques, flutuando no ar. A temperatura do local havia baixado drasticamente, para dificultar os movimentos de Noire, Samui formou uma cúpula ao redor de ambos, tentando levá-la para uma armadilha. Finalmente, a menina viu-se encurralada, os espinhos a levaram até a ponta da barreira. Primeiro, um espinho atravessou a coxa direita da vilã, após, outro perfurou seu antebraço esquerdo, prendendo-a. Conforme ela era atingida, a mesma tentava escapar de forma animalesca, soando como uma fera enfurecida. Porém, era inútil. O gelo estava começando à encobrir a pele da menina, e, conforme a temperatura ia baixando, aproximava-se do zero da escala de Kelvin, o “Zero Absoluto”, cujo, em tese, a matéria, e até mesmo a luz, cairiam ante tal poder.

— Você luta sedenta por ódio, com vontade de matar, não é? — Samui perguntou. — Por isso, você matou ele. Eu vou lhe dar uma morte lenta e dolorosa, somente assim você poderá pagar a vida que você levou.

A pele de Samui estava aos poucos sendo congelada, a fraqueza da sua individualidade consistia como uma faca de dois gumes, cujo quanto mais era utilizada, uma camada de gelo encobria seu corpo, deixando-o mais lento. Até mesmo ele tinha um limite, era um ataque suicida. Samui retirou um cantil do bolso, o abrindo, após um longo gole, ele arremessou-o longe. Era assim que tudo acabaria, no final, ele nunca poderia ser salvo de si mesmo, quantas vidas ele havia tirado? O homem estava nesta vida desde os seis anos, vivendo nas ruas, lutando para sobreviver, “matar ou morrer”, quantos atos imperdoáveis ele havia cometido, justificando-os com a lei das ruas? E, quando ele finalmente encontrou a luz, após o duro massacre, ele deixou-a. Samui tinha muitos arrependimentos, mas nenhum importava à essa altura.

— Adeus, Noire. Eu te vejo no inferno. — Samui disse.

Prestes à acabar com aquilo, Samui sentiu seu corpo sendo empurrado, ao cair, ele olhou para cima, surpreendendo-se. Diante dos seus olhos estava Copperspoon, o homem estava ensanguentado, mal mantia-se de pé, porém, exalava uma aura majestosa.

— Por que... Você está aqui? — Samui perguntou, surpreso.

— O que você acha que está fazendo? — Copperspoon perguntou, visivelmente alterado. — Você estava prestes à sacrificar todo o esforço dos últimos anos. Por mais que nós tenhamos nossas diferenças, eu não posso vê-lo cruzar esta linha. Não terá volta se você continuar.

— Do que você está falando? — Samui cerrou os dentes. — O que eles fizeram todos estes anos, o caos, as mortes, eles merecem isso! Pelo Hen...

Copperspoon virou-se bruscamente, desferindo um soco na face de Samui, fazendo o homem cair para trás. Samui revidou com um chute, fazendo Copperspoon cair, após, Samui levantou-se, puxando Copperspoon pelo pescoço, prestes à lhe dar um soco. No último instante, Samui hesitou. Copperspoon, por sua vez, deu uma cabeçada contra Samui, fazendo a testa de ambos colidirem, Samui caiu para trás, sentindo o sangue escorrer.

— Quanto tempo mais você vai ficar colocando seus erros nas costas dos outros? Você estava prestes à matar uma jovem, em nome de alguém morto? — Copperspoon cerrou os dentes. — Você só está sujando o legado dele. É fácil ceder ao ódio, tentador, mas você está disposto à desistir de tudo por isso?

— Você não entende! — Samui gritou. — Você acha que eu não sei disso? Eu não me importo com a minha vida, ou minha honra. Eu só...

— Você está cego pelo ódio. — Copperspoon suspirou. — Henry estaria decepcionado com você.

Samui cerrou os punhos, apertando-os fortemente até gotas de sangue escorrerem dos mesmos. Ao olhar para cima, Samui arregalou os olhos, inúmeras fendas negras haviam surgido, espalhadas, elas puxavam tudo ao redor, “minis buraco-negros”, por assim dizer. Em um instante, a cúpula de Gelo foi destruída, assim, Noire escapou. Imediatamente a menina disparou em alta velocidade até Samui, ela cativou-o pelo pescoço, o empurrando contra o solo. Samui sentiu a gravidade ao seu redor ficar ainda maior, seus ossos pareciam estar sendo esmagados. Ele tentou atacá-la, sem êxito, o homem se sentiu sufocado, lutando para escapar. Copperspoon apareceu ao lado de ambos, desferindo um soco contra Noire, fazendo a menina ser empurrada longe. Copperspoon tentou auxiliar Samui à levantar-se, mas Noire voltou a aparecer diante dos mesmos, uma troca de socos iniciou-se entre Copperspoon e Noire, ambos movimentavam-se em alta velocidade ao redor do campo de batalha; Samui levantou-se com dificuldade, haviam inúmeras fraturas, incluindo costelas quebradas. O mesmo utilizou sua individualidade, tentando consertar e realocar os ossos, os cobrindo com gelo.

— Droga... — Samui tossiu sangue.

Samui odiava admitir, mas no fundo, ele sabia que Copperspoon estava certo, porém, odiar alguém, tentar se focar em se vingar, era muito mais fácil do quê aceitar a perda. Sem pensar duas vezes, Samui partiu rumo aos dois lutadores, intrometendo-se na batalha, auxiliando Copperspoon cujo estava ferido, ambos iniciaram um embate contra Noire. Não havia como mudar o passado, porém, Samui iria fazer o possível para acabar com aquilo de uma vez por todas, assim, criaria um mundo cujo Henry poderia ser orgulhar.