História Boku no Hero, I. Midoriya - 010

Sua versão mais nova estava em sua frente, ele chorava, soluçava sem saber o que fazer. A garota que veio perguntar se estava bem agora era sufocava enquanto era mantida no ar, seu rosto aos poucos tomava uma cor rosada que ia ficando escuros, seus lábios se abriam tentando puxar o ar, seus olhos embaçados por causa das lágrimas pedia por socorro. As crianças em volta saíram correndo chamando pela professora que no momento não estava na sala. Você chorava e implorava para que a sua individualidade parasse, enquanto outros gritavam que ela iria morrer. Aqueles segundos, talvez minutos, foram os mais aterrorizantes de sua vida. A professora quando chegou avistou a garota desacordada e você sentado em um canto da sala, estando abraçado com as próprias pernas enquanto chorava sem parar, e engasgava com as próprias salivas.

Depois daquele ocorrido as crianças não se aproximavam mais de você, mantiam distância com medo de serem as próximas vítimas. Os pais não os deixavam se aproximar de você, aqueles adultos temiam o seu poder.

Os seus pais, eles são divorciados desde seu nascimento, o homem nunca os procurou e vocês nunca sentiram falta dele, sua mãe é uma mulher trabalhadeira e orgulhosa. Foi a única que permaneceu ao seu lado e naquela época não foi diferente.

Sua versão mais nova estava sentado na cama infantil, nas paredes de seu quarto havia posters de seus desenhos favoritos e atores de alguns filmes infantis. Em sua cama estava algumas pelúcias, você dormia abraçado com elas, é uma mania que você tinha e leva consigo até hoje.

Sua versão mais nova abraçava um travesseiro, molhando-o com as suas lágrimas, acabara de acordar após um pesadelo. A porta de seu quarto foi aberta e uma mulher mais velha entrou, acendeu a luz e soltou um suspiro preocupada. Com passos calmos ela se aproximou e sentou-se na cama e te puxou para o colo dela.

Ela já não sabia mais o que fazer, já fazia três meses que aquilo estava acontecendo, nem o psicológo estava ajudando. Ela te apertou em seus braços enquanto beijava a sua testa te acalmando, ela passou aquela noite consigo. Os dias foram se passando, na escola os alunos que te temiam começaram a fazer brincadeiras que somente os agradavam. 

Comentários maldosos, risadas enquanto apontavam para a sua versão mais novo que passava pelos corredores. Depois veio as agressões, empurrões aqui ou ali, colocando os pés em sua frente que te fazia cair, bolinhas de papéis em sua direção. E o pior de tudo, os adultos não se moviam para os impedir, eles diziam que era somente brincadeira de criança. 

Com medo de como a sua mãe reagiria você não contava esses acontecimentos a ela, sempre omitindo essas partes, dizendo: "o dia foi legal, me diverti com o meus colegas, mãe!" Ou um simples "foi legal!", Até que a mesma descobriu ao ir te buscar no colégio. 

A mulher colocou aquela escola de ponta cabeça, gritou berrou e todos os envolvidos foram para a delegacia. Ela não aceitou que o seu filho estivesse passando por aquilo e por ninguém interferir. Foi o maior barraco que ela já fez em sua frente, mas não foi o último. Ela é uma mãe que sempre irá proteger a própria cria com unhas e dentes.

Por causa desse acontecimento você se tornou uma pessoa reclusa e reservada em certas situações e circunstâncias. Um ano depois despertou uma quink elemental sendo o controle da água, e depois passou a ignorar a telecinese. Mas... Os pesadelos não sessaram, você só se acostumou com eles.

Esses ocorridos do passado passava em sua frente, como se você tivesse entrado em sua própria lembranças. E nesse momento você estava no escuro, as lembranças cessaram. E derrepente apareceu um trincado no ar que foi se abrindo, e por ela uma luz que te cegou por alguns segundos, te fazendo fechar os olhos e ir abrir, se acostumando com o clarão em sua frente. Confuso foi até ela.

⚫⚪⚫⚪

[Nome] a pertou as pálpebras, e os abriu vagarosamente enquanto os piscava. Avistou o teto branco, olhou em volta pelos cantos dos olhos, paredes brancas e cortinas da mesma cor que o separava de outras camas, estava na enfermaria. Seu corpo não estava dolorido mas cansado, em seu rosto e braços havia ataduras sobre alguns ferimentos leves que estavam se curando. Voltou a fechar os olhos ao senti-los cansados.

"Desta vez, as circunstâncias são essas. Eu não direi nada."— a voz rouca da enfermeira que cuidava dos alunos quebrou o silêncio, talvez [nome] tenha despertado no meio de um assunto importante. 

"Eu não duvido que eu... Provavelmente esteja sendo imprudente com o meu limite de tempo... Se eu tivesse uma hora a mais..."— [nome] arregalou os olhos ao ouvir a voz do All Might.

"All Might...!"— Midoriya murmurou, ambos estavam deitados na cama hospitalar, feridos e cansados.

"Bom, o que você pode fazer? Apenas aceite, essas coisas acontecem."— A velha falou enquanto olhava para o seu prontuário.

Soltando alguns resmungos o All Might tentou se levantar, encostando a costa no encosto da cama.

"Olá!"— Uma nova voz preencheu o quarto, passos se aproximou e entrou no cômodo.— "All Might, a quanto tempo não nos vemos!"

"Tsukauchi, é você!! Então você também apareceu!!"— All Might disse após cuspir um bocado de sangue.

"All Might... Ele conhece... A sua verdadeira forma!?"— Midoriya perguntou enquanto gaguejava, [nome] serrou os olhos curioso sobre aquilo.

"Sim! Ele é Tsukauchi Naomasa, um policial e um grande amigo meu!"— Diz olhando de lado para o garoto de cabelos verdes.

"Haha, que tipo de apresentação é essa? Desculpe por aparecer tão derrepente, mas preciso de seu testemunho, especialmente sobre os vilões..."— o policial falou com um sorriso pequeno no rosto.

"Espere um pouco, antes de começarmos... Todos os alunos estão bem!? O Aiza... Eraserhead e o nº13!!?"— All Might Indagou.

"... Tirando os garotos ao seu lado, a maior parte dos alunos estão bem. Apenas alguns machucados aqui ou ali. Os outros dois professores estão mais seriamente feridos, mas não correm risco de vida. Mas você sabe, caso vocês três não tivessem se empenhado e lutado tão bravamente, provavelmente as crianças estariam em uma situação bem diferente."— o policial falava olhando para o herói número um.

"Então é isso? Contudo, você cometeu um pequeno erro, Tsukauchi. Os alunos também lutaram bravamente e deram tudo de si. Eles participaram de uma batalha sendo tão novos e sobreviveram! Me diga, você conhece algum outro colégio de novatos que passou por esse pavor? Que enfrentaram os perigos reais do mundo dos adultos!? Ele fizeram os vilões se tornarem piada hoje! Os alunos da 1A se tornarão grandes heróis!! Eu tenho certeza disso, guarde as minhas palavras!"— [nome] abriu um sorriso pequeno enquanto ouvia o discurso de All Might, era bom saber que alguém confiava em si depois de muito tempo sendo tachado como vilão...

⚪⚫⚪⚫

No dia seguinte a escola ficou temporariamente fechada, mas para ser honesto, nós mal sabíamos como superar aquele ocorrido. Aquele dia só se tornou mais um pesadelo em minha mente.

Alguns dias depois.

"Certo, ouçam!! É hora das aulas desta manhã! Sentem em seus lugares, todos!!"— Iida gritou estando na frente da classe, balançando os seus braços para os lados robóticamente.

"Nós estamos em nossos lugares, você é o único de pé."— Sero falou zombando.

[Nome] estava com o rosto deitado na mesa, sobre os braços, mantendo os olhos fechados.

"Bom dia."— Aizawa disse entrando na sala, ele estava com o rosto totalmente enfaixado e os membros do corpo engessado.

"Aizawa-sensei, você voltou!!!?"— os alunos gritaram junto, [nome] ergueu o rosto e avistou o professor.

"Sensei, você está bem!!!"— Gritaram.

"Não se preocupem tanto comigo. Afinal de contas, a batalha, ainda não acabou para vocês."— falava sombriamente assustando os alunos.

"A batalha...?"— Bakugou murmurou franzindo as sobrancelhas.

"Você não que dizer..."— Midoriya Indagou com a frase morrendo no meio do caminho.

"Mais vilões!!?"— Mineta gritou.

"O festival de esportes da U.A está se aproximando!"— Aizawa falou e os alunos soltaram suspiro aliviados e relaxaram os seus corpos tensos.