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História Bonds of Love - O Grande Sacerdote do Inverno


Escrita por: 45Rabbit

Notas do Autor


E aqui está, enfim!!! Seung-gil! xD
Para aqueles que queriam rever a Minako, ela também está de volta!!!
É bem óbvio o tempo que se passa este capítulo, então, sem mais delongas...APROVEITEM xD

Capítulo 13 - O Grande Sacerdote do Inverno


Fanfic / Fanfiction Bonds of Love - O Grande Sacerdote do Inverno

Minako detestava a parte sul do Grande Templo Central. Era um buraco frio e monótono onde o Grande Sacerdote do Inverno se enfiava quando não queria falar com ninguém. Ou seja, aquele homem passava toda (ou quase toda) a sua estadia ali, encarando o Espelho de Gelo em silêncio.

No entanto, sentiu a urgência de ir ali quando recebeu a carta do Grande Sacerdote do Outono. As coisas estavam ficando ruins, e provavelmente iriam piorar durante a ausência do Rei do Gelo. A sacerdotisa esforçou-se para apressar o passo, a carta esmagada por sua mão nervosa. Seu capuz tinha caído durante o trajeto, deixando seu rosto à mostra, mas também não se importou. Mordeu o lábio inferior enquanto virava a última curva.

O portão Sul do Grande Templo Central era feito de gelo, assim como parecia ser o sacerdote que estava ali. Desenhos do céu estrelados decoravam os portões, brilhando devido à luz que batia neles. As maçanetas tinham o formato de luas, crescente e minguante. A Grande Sacerdotisa da Primavera pôs as mãos na cintura, impaciente.

– Abram-se. – ordenou, talvez de forma violenta demais. Os portões se escancararam, o barulho ecoando pelos longos corredores. A sacerdotisa entrou, sem sequer hesitar. Não tinha tempo para esperar a permissão daquele homem.

Os portões se fecharam após permitirem a passagem da sacerdotisa, deixando-a sozinha para percorrer outro corredor solitário. Já havia dito que detestava a parte sul do templo? Aquela era uma boa hora para repetir as palavras e xingamentos mentalmente. Por que o Grande Sacerdote do Inverno não podia decorar seu espaço de forma diferente? Aquele corredor era escuro, iluminado apenas por velas, cujas chamas bruxuleavam com uma coloração azulada. Deusas, aquele corredor parecia mais um palco de um ritual do que um corredor.

O Grande Sacerdote do Inverno estava onde Minako achou que estaria: de costas para o corredor que dava acesso à Sala do Inverno, olhando silenciosamente para o Espelho de Gelo, que refletia imagens sem nexo aleatoriamente. A sacerdotisa ficou em silêncio por um momento, parando no fim do corredor. Sabia que fizera barulho quando as portas se abriram, e também sabia que o outro havia notado sua presença ali, portanto esperou ele se virar. Quando este não o fez, ela pigarreou.

– Grande Sacerdote do Inverno. – chamou ela. – Isto é de extrema urgência. Peço que pare de ser irritante e pare de me ignorar.

O sacerdote finalmente se virou, parecendo um pouco contrariado. Pela primeira vez, Minako viu seu rosto sem estar coberto pelo capuz. Ele era lindo. Tinha uma beleza oposta à de Yuuri, embora também fossem parecidos, de certa forma. A beleza do Grande Sacerdote do Verão era discreta, embora seu sorriso fosse a coisa mais linda e inocente que Minako já vira na vida. Aquele homem tinha uma beleza afiada, como se já tivesse usado sua bela aparência diversas vezes. No entanto, ambos pareciam não ter consciência do quanto eram realmente belos.

Por baixo do capuz, o Grande Sacerdote do Inverno escondia olhos escuros e tão frios quanto a estação que representava. Seus cabelos negros estavam repartidos de modo a não cair nos olhos. Ele usava uma fina coroa de prata, que tinha adornos também prateados nas laterais de seu rosto, que tilintavam com um som belo quando ele movia a cabeça.

– O que deseja, Grande Sacerdotisa da Primavera? – perguntou ele, visivelmente irritado. Todos do templo sabiam que ele não gostava de ser interrompido enquanto olhava para o Espelho de Gelo. No entanto, devido à situação atual, Minako não podia dar-se ao luxo de respeitar aquele costume egoísta.

– Recebi uma carta do Grande Sacerdote do Outono, meu caro. – respondeu ela, balançando o papel amassado. – As coisas estão piorando muito rápido, e talvez eu mesma tenha que ir ao Reino do Gelo pessoalmente, e isso não me agrada.

O Grande Sacerdote do Inverno apenas encarou-a silenciosamente. O olhar dele foi atraído pela carta que ela balançava, e ele estendeu uma das mãos lentamente.

– Deixe-me ver o conteúdo. – pediu ele, comprimindo os lábios em uma linha reta quase perfeita.

Minako soltou a folha de papel, que flutuou pelo espaço entre os dois sacerdotes antes de pousar delicadamente na mão estendida do outro. Ele tentou desamassar a folha, e começou a ler, os olhos se estreitando. O leve tilintar de seus adornos prateados indicava que ele tremia.

– Pois bem. – falou ele ao terminar de ler. A folha se desfez em pó dourado, e ele bateu as mãos para limpá-las. – O Grande Sacerdote do Verão engravidou? É isso?

Minako assentiu. Não sabia se vibrava de alegria ou se encolhia de tristeza. Ela simplesmente ficou parada, as mãos na cintura, encarando o sacerdote à sua frente enquanto esperava ele formular outra frase. O Grande Sacerdote do Inverno tentou começar algumas frases, sem sucesso. Ele ficou abrindo e fechando a boca em choque até encontrar algo para falar:

– Mas...está cedo demais. – foi o que conseguiu falar. Ele estava com os olhos arregalados, percebeu Minako. – Está tudo acontecendo rápido demais.

Ele se virou para o Espelho, pondo uma das mãos cuidadosamente sobre sua superfície, que tremulou enquanto a imagem que o Sacerdote queria ver começava a ficar mais nítida. O Grande Sacerdote do Verão apareceu na superfície de gelo. Ele vestia roupas pretas e simples, e parecia sussurrar gentilmente para a barriga, cujo volume já estava ficando visível. A concentração do Grande Sacerdote do Inverno pareceu se romper, e a imagem sumiu.

– Não... – os olhos arregalados do sacerdote ainda encaravam a superfície do Espelho enquanto ele caía de joelhos. Os adornos de sua coroa tilintaram. – Não pode ser...

Minako ficou surpresa com aquela reação. O Grande Sacerdote do Inverno sempre fora o mais inexpressivo dentre os quatro. Ela nunca vira aquele homem sequer esboçar um traço de expressão na voz. Ele sempre fora controlado e frio, assim como a estação que representava. Ela fez menção de pigarrear novamente, mas ele se virou para trás antes de ela fazê-lo, o que a poupou de constrangimentos.

– O que houve? – ela perguntou, o mais gentilmente que pôde. Estava demasiadamente ansiosa e curiosa com o que o outro estava pensando. Ela se aproximou um pouco, ignorando o frio que penetrava por sua túnica.

– Grande Sacerdotisa da Primavera. – chamou o sacerdote, a voz tremendo. – Escreva uma carta em resposta ao Grande Sacerdote do Outono. Por favor.

Minako ficou realmente assustada. Nunca ouvira um “por favor” ser pronunciado por aquele homem. A situação era mais delicada que ela acreditara, e ela cerrou as mãos em punho.

– Não devíamos ter deixado Yuuri ir ao Norte. – falou ela, começando a tremer. – Se soubéssemos que isso iria acontecer, nunca deveríamos ter deixado ele sair do Grande Templo Central...

– Não. – cortou o outro, levantando-se com dificuldade. Seus joelhos tremiam violentamente, assim como seus adornos prateados. – Não, o Rei do Gelo não tem a menor culpa nisso. O amor que eles sentem pelo outro é mais que puro e verdadeiro. Afinal, eles estão esperando um filho. – ele se apoiou pesadamente no Espelho, parecendo refletir sobre suas próprias palavras.

Minako endireitou a postura quando percebeu que tinha se inclinado inconscientemente. Ela encarou aqueles olhos escuros, perguntando-se, não pela primeira vez, no que seu colega pensava. O Grande Sacerdote do Inverno estava preocupado? Era isso? No entanto, tinha de admitir que ela mesma estava nervosa.

Seus olhos pousaram no grande Espelho quando o sacerdote pôs novamente as duas mãos em sua superfície, concentrando-se novamente. Ela arregalou os olhos quando viu as imagens. Eram cenas aleatórias e sem nexo, mas que gelaram a espinha da sacerdotisa de uma forma mais intensa que o ar frio ao seu redor.

Um chão coberto com sangue. Um bebê, claramente recém-nascido com um fiapo de cabelos claros no topo da cabecinha chorando a plenos pulmões. Uma floresta escura. O rosto familiar de um velho. O Rei do Gelo chorando sobre o cadáver do amado Grande Sacerdote do Verão.

Sobrecarregado, o Grande Sacerdote do Inverno caiu para trás. Minako, ainda em choque devido às imagens, tenta ampará-lo, assustada. Ela notou que as mãos do colega exibiam queimaduras devido ao frio. Então, ele agarrou a manga da túnica dela, como se sua vida dependesse disso.

– Disse que iria pessoalmente ao Norte, não é? – perguntou o Grande Sacerdote do Inverno. Seus olhos escuros refletiam o medo devido ao que acabara de presenciar. Minako assentiu uma vez, a cor fugindo de seu rosto.

Seung-gil precisava tentar. Precisava proteger o que era importante para si. E faria isso, mesmo à custa de sua própria vida.

– Preciso que faça algo. Por mim.


Notas Finais


E aqui está, o capítulo de hoje! Alguma teoria? Sério, os comentários de vocês me fazem rir feito louca!!! xD


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