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História Bonds of Love - Yurachka


Escrita por: 45Rabbit

Notas do Autor


E aqui surge o nosso querido Yurio!
Nikolai, pra quem não lembra, é o nome (no anime, mesmo) do avô do Yuri.
Esse foi o capítulo que mais demorei pra escrever porque, bem, metade é só papo de velho....mas a conversa é importante, juro!!!
Enfim, divirtam-se!!!!! xD

Capítulo 3 - Yurachka


Fanfic / Fanfiction Bonds of Love - Yurachka

Era uma vez, duas deusas que se amavam muito. No entanto, o pai de uma delas, o rei dos deuses, se opôs à união, pois não era possível dar origem a herdeiros. As duas, embora entristecidas com aquelas palavras, não se separaram.

“Se nós duas não podemos ter filhos, vamos criar um lugar onde isso seja possível!” falou uma delas. “Os filhos dessa terra serão nossos filhos!”.

Com a ajuda de espíritos dos mares, elas criaram um continente enorme e protegido contra os outros deuses. Os humanos que foram criados ali e abençoados pelas duas deusas, eram guiados pelo coração. Eram livres para amar quem quisessem, e qualquer união feita por amor – independentemente do sexo – dava origem a filhos. Bebês começaram a ser respeitados como o fruto de um amor mais que verdadeiro. O casamento era um ritual com mais peso que o normal: era símbolo apenas daqueles que se amavam de verdade.

Aos poucos, o continente foi se organizando em quatro grandes reinos, e as duas deusas, contentes com os avanços do santuário que haviam criado, abençoaram os monarcas com poderes especiais. Ao norte, em seu Trono de Gelo, reinava a Rainha do Gelo. A Oeste, em seu Trono Mecânico, reinava o Rei do Ferro. Ao leste, em seu Trono Efêmero, reinava a Rainha do Vento. Por último, ao sul, em seu Trono de Chamas, reinava o Rei do Fogo. As deusas também avisaram aos quatro governantes que os poderes seriam passados àqueles dignos de governar, não obedecendo a padrões sociais que elas consideravam irrelevantes.

Como um sinal de respeito aos monarcas, os indivíduos que sucederam os primeiros reinantes herdaram seus sobrenomes, que acabaram se tornando os símbolos daqueles com poderes e, consequentemente, símbolo da realeza. O sobrenome do Rei do Gelo tornou-se Nikiforov, o do Rei do Ferro tornou-se...

– VÁ DIRETO AO PONTO, DROGA! – Yuri jogou o livro de História no canto mais distante do quarto, frustrado.

– O que houve, Yurachka? – perguntou seu avô, colocando a cabeça para dentro do quarto do neto. Ele não parecia preocupado, já que estava acostumado com o que o líder da vila chamava de forma debochada de “surtos adolescentes”.

– Vovô, não consigo ler seus livros de História do Continente. São muito chatas, e além disso, não passam de lendas. – Yuri se esticou na cama, empurrando todos os livros para fora.

Paciente como sempre, Nikolai abaixou-se para apanhar os livros caídos no chão e devolveu-os à prateleira ao lado da cama.

– Yurachka. – começou o velho. – Se tudo fosse apenas lenda, não estaríamos sofrendo com o inverno.

– Mas vovô, – Yuri se aproximou do avô, se sentando – nós não estamos sofrendo com o inverno aqui na vila. Por quê?

Como se quisesse provar seu argumento, levantou-se com um pulo digno de um dançarino e abriu as cortinas da janela. A luz do sol penetrou intensamente no quarto, iluminando a poeira acumulada ali.

Nikolai não soube o que responder. Seu doce e inocente neto não sabia que apenas a vila deles era protegida contra o inverno. Não sabia que os moradores tinham escondido a vila inteira devido à bênção do verão. Não sabia que...

– Nikolai! – gritou uma voz masculina na frente da pequena casa onde o velho morava com o neto, interrompendo os pensamentos de Nikolai.

Aquela voz duas vezes mais alta que a de qualquer um da vila só podia pertencer a uma pessoa. Dirigiu-se para o portão, mas Yuri foi mais rápido. Passou correndo pelo avô, quase esbarrou no velho parado na porta e desapareceu pelas ruas ensolaradas.

– Yakov. – saudou o velho, apoiando-se no umbral da porta. – Chegou cedo, como sempre.

– Nikolai. – falou Yakov em tom de acusação, tirando o chapéu que sempre usava. – Vejo que seu neto continua a me evitar.

Nikolai riu com gosto, puxando o cachimbo de dentro do bolso. Acendeu, e ficou um tempo aproveitando o gosto do fumo antes de responder:

– Foi você quem o assustou quando ele ainda era pequeno, quando veio a nossa casa de repente, e gritando como se fosse o fim do mundo.

Yakov bufou, mas não falou nada. Ele se lembrava claramente do garotinho loiro chorando e gritando a plenos pulmões enquanto um garoto um pouco mais velho de cabelos escuros tentava consolar o outro enquanto encarava Yakov com um olhar assustador.

– E? – Nikolai soprou a fumaça para cima. – Sobre o que queria falar comigo? Pelas roupas úmidas, creio que tenha vindo de outra vila.

Yakov concordou, de mau humor.

– As coisas estão começando a ficar péssimas, Nikolai. Todas as vilas ao redor estão completamente congeladas. Pelo menos um décimo dos habitantes morre de frio todos os anos, e nenhum deles tem como se proteger contra o próprio rei. – Yakov se esforçou para manter o tom de voz baixo. – Eles estão desesperados. Aquele rei que eles amavam não existe mais. Além disso, seu neto...

– O que tem ele? – Nikolai fechou a cara, os dedos agarraram com mais força o cachimbo.

– Se – Yakov se aproximou ainda mais, olhando para os lados, inquieto – seu neto realmente tiver os poderes daquele homem, todos da vila estarão correndo perigo...

– EU SEI. – Nikolai enfatizou cada palavra que saiu de sua boca, sem levantar a voz. – Acha mesmo que eu criei meu neto por dezesseis anos sem saber disso?

Yakov abriu e fechou a boca, ficando sem palavras. Depois de um tempo em silêncio, perguntou:

– Você estava planejando se tornar inimigo do Rei do Gelo desde o início?

O mais velho encarou Yakov por um tempo.

– Você tem parte da culpa, Yakov. – falou, por fim.

– Ele é o homem que matou o antigo Grande Sacerdote do Verão. Creio que saiba disso também.

Nikolai abanou a mão, com uma expressão de desdém.

– São apenas boatos, assim como o que andam falando do Yurachka.

Yakov parecia estar à beira de um ataque de nervos. Ele agitou os braços, indicando a paisagem ao redor. Os pássaros cantavam alegremente naquela manhã, e uma brisa morna agitava os galhos das árvores.

– ISSO é apenas um boato?! Nikolai, eu esperava algo mais de alguém com um passado como o seu. – no último minuto ele pareceu se controlar, fechando a boca e abaixando as mãos, cerrando-as em punhos. – Se, Nikolai, se Yuri for realmente a reencarnação daquele homem, como dizem os boatos...a morte pode ser a coisa mais gentil que o Rei do Gelo vai oferecer a você.

– Eu sei, Yakov. – os olhos de Nikolai refletiam a dor de uma ferida aberta há muito, muito tempo atrás. – Eu sei.

Nenhum dos dois pareceu notar uma ave branca que voava em direção ao Palácio de Gelo, um ponto minúsculo ao horizonte.


Notas Finais


Esse capítulo foi só pra introduzir o Yuri(o)!
Nos próximos dois capítulos, aparecerão os outros "Reis"!!!
O segundo rei a aparecer vai ser o Rei do Ferro! E contem com a aparição de Pichit no próximo capítulo!!!!! <3


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