É uma das minhas melhores lembranças de 2016, apesar de ter sido um péssimo ano para mim, mas ele teve suas coisas boas e esse dia foi uma delas.
Era novembro e todo mundo estava ansioso para a super lua que seria dia 14. Eu estava bem receosa se iria ou não, gabi já perdeu a fé em mim. Não tenho culpa se bate uma preguiça de sair, mas eu tava muito afim de ir. Até porque sai essa semana toda e queria dar uma pausada. Então fez chegar um dia antes da super lua para ter minha certeza que iria comparecer. Seria eu, o van, gabi e a mary.
Como eu tive a brilhante ideia de se decidir quase em cima da hora a gabi planejou de ir junto com a mary e eu e o van tivemos que ir juntos. Já se arrumando para ir à praia (sim, iríamos ver a super lua na praia, especificamente na praia na praia dos crush, beira mar), minha irmã inventou de ir junto com a gente. Tínhamos um horário para chegar, pois como iríamos pegar um ônibus para ir para o centro da nossa cidade para depois pegar o metrô e descer em um dos terminais da capital iríamos demorar e muito. A gente poderia pegar simplesmente um ônibus direto para pegar outro ônibus, mas como seria um pouco mais caro, a gente resolver perder tempo.
Tudo isso começou quando eu conheci uma garota pelo tinder, isso faz um bom tempo até e a gente nunca tinha se visto e quando comentamos em se ver ela falou sobre o evento do Facebook da super lua, tipo um sarau na praia dos crushs. Eu falei “vamo”, mas eu tava pensando “vou furar”, mas não nego que tava afim. Como não sou nem boba, comentei com a minha amiga a gabi que no tempo a gente estudava juntas e sempre a gente marcava uns roles. A gabi topou na hora. Depois de uns dias eu já tava quase desistindo e a gabi ficou pistola comigo, aí chamou a mary pra ir com ela, mas eu percebi que não queria ficar em casa fazendo nada e seria uma boa ir para a praia até porque a bm é um dos melhores lugares que você pode ir aqui em fortal city. Como eu finalmente me decidi, pensei em chamar o Van que conhecia a Ana, a garota do tinder, pois eu já tinha falado sobre ela e ele tinha adicionado ela no Facebook. Daí eu não iria vê-la sozinha, afinal, sou tímida.
Já adiantando um pouco a história, estávamos no ônibus que levava para a bm e começamos a receber varias ligações, com certeza da gabi perguntando onde a gente estava. Essa desgraçada chegou foi cedo na praia. Eu até achei que era só a gabi ligando, mas a Ana também estava ligando e querendo saber em que local iríamos se encontrar, a única coisa que eu consegui pensar foi “A PONTE” quem não sabe onde é a ponte? Então seria lá. Quando chegamos na praia já conseguíamos ver uma multidão sentada na praia dos crush, mas como eu ia achar as minhas frenols? Único jeito era ligar e elas falaram que estavam em frente ao tio do churrasco. Beleza! Achei o tio do churrasco, mas não vi elas, só que eu fui olhar para frente e estava lá a mary fazendo pose olhando para gente e andando mais um pouco vi a gabi em pé olhando para a praia.
- vocês chegaram faz tempo? - perguntei observando a gabi se sentar.
- faz pouco tempo. - mary fala enquanto anda em direção a gabi.
Elas parecia que iam fazer um picnic, ah quem dera. Elas colocaram uma toalha na areia e em cima suas mochilas, gabi estava com uma cerveja na mão, parecia um hippie. Mary estava no mundo da lua como sempre e também não saia do lado da gabi, parecem mãe e filha ou duas irmãs. Ficamos sentados naquele pequeno espaço em meio a varias pessoas conversando e esperando o por do sol. A gabi pediu para a mary comprar uma cerveja é um churrasco para ela e acompanhei ela. Compramos churrascos, a cerveja da gabi e fiquei afim de comprar uma skolbeats azul, queria saber se era bom, ela me fez lembrar ano novo. Depois de comermos, guardei a garrafa dentro da minha bolsa e fui com o Van atrás da Ana. Fomos até a ponte e não achamos ela, então decidimos voltar, foi aí que quando estávamos voltando para as meninas, uma garota que parecia com a Ana passeou pela gente e o Van perguntou pra mim se era ela é eu não sabia pois nem vi o rosto dela. Ele correu até a frente dela e gritou, era ela mesmo. Corri para abraçar ela depois dele. Ela estava com outra garota e essa garota tava bem desconfortável com a gente e eu entendi nada.
- vocês vão embora que horas? - perguntou Ana.
- Só umas 9 por aí. - Van falou
- Então antes de ir embora vocês vão lá para a ponte, vou ficar lá com meus amigos.
Concordamos e voltando para onde as meninas estavam, começamos a escutar varias pessoas gritando ou com tom de surpresa. Não entendemos muito bem.
- Chelly olha pra lua. - falou Van apontando para a lua.
Olhei imediatamente e quando vi fiquei sem acreditar. A lua estava tão linda, ela tava meio laranja e vermelha, sem falar que muito grande! Ela estava perfeita. Começamos a correr para vermos junto com as meninas. Chegando lá só estava minha irmã gravando.
- Cadê as meninas?
- Elas foram lá para outra ponte gravar.
- Ah, então vamos voltar para a outra ponte.
- Não, fica aqui até elas voltarem. As coisas delas estão aqui e eu to esperando minhas amigas, porque eu vou ficar com elas.
Mas que droga, achei que essa égua iria ficar era com a gente. Já fiquei estressada quando ela disse que iria junto com a gente.
- Mas elas já chegaram?
- Não
- Então quando elas chegarem tu avisa que a gente volta.
Ela ficou com raiva, mas nem liguei muito. Eu e o Van voltamos para a ponte e dessa vez a Ana estava lá com seus amigos sentados no final da ponte onde tinha uns assentos. Sentamos lá e ficamos conversando e eu passando vergonha por conta do Van.
- Então Ana, a minha amiga Chelly tá bem carente. Cê não queria dar uma chance pra ela, não?
Ela começou a rir e falar umas coisas bem sentido. Ela estava fumando cigarro, segurava como alguém que fumava faz um bom tempo, mas ela só tinha 16. Ela me lembrava a Amy Winehouse, era magra, cabelo grande, mas era ruivo. O clima estava bem estranho então decidimos voltar. Minha irmã ainda estava lá, mas agora com as meninas, foi então que eu decidi era melhor a gente ir para ponte e ficar lá. Fomos, mas no meio do caminho percebemos que iria ficar difícil para voltarmos de ônibus e sentamos em uns bancos no meio do caminho e começamos a debater sobre a volta. A gabi tava muito loucona que quando ela comida o salgadinho dela deixava cair, a mary preocupada com que a mãe dela iria falar, minha irmã me enchendo o saco por dinheiro por conta da fome dela, o Van tava de boa. Foi aí que a gabi chamou a gente pra tirar foto em um beco que tinha as paredes grafitadas. Isso me fez lembrar que iríamos passar um ano ali tirando foto (assim como chegamos na praia e o Van e minha irmã foram tirar fotos na ponte e eu fiz questão de pular essa parte). Depois de enrolar fomos para a ponte. A gabi ficou louca para pular a parte da ponte que da para parte não construída, ela chamou o Van e pularam juntos, só consegui ver a sombra deles indo em direção a onde estava os pescadores e um pessoal aleatório. Fiquei observando eles pela barreira, quando olhei para trás minha irmã estava conversando com uma garota, era uma das amigas dela que ela iria se encontrar. Minha irmã foi embora e fiquei com a mary falando de alguma coisa. Aquela noite estava muito fria, estava bom, mas um pouco triste. Achei que a primeira vez que eu veria a Ana seria legal, mas ela tava nem aí é nem estava mais na ponte. Os meninos voltaram e concordamos em voltar para casa, só que de Uber.
Único problema era a internet que ninguém tinha, então a mary teve que ir em um boteco se fazer de carente para conseguir a senha e pior que ela conseguiu, mas o chefe do cara ficou olhando com cara estranha para ele, espero que ele não tenha sido demitido por isso. Enquanto eu ficava tentando pedir um Uber, as meninas foram ficar na fila do banheiro desse boteco. Eu tava quase chorando por não dar certo, um uber já tinha cancelado a porra da viagem e as meninas já estavam loucas por ter que esperar e não conseguir ir no banheiro (só era para clientes e a fila era grande). No meio do desespero todo um cara aceito a corrida, pedi para os meus frenols ficar olhando para rua e ver se era o cara do uber, mas o app tava muito louco e dava pra entender nada. Foi aí que a gabi achou 4 reais no chão e ficou feliz pelo menos um momento. Recebi uma mensagem pedindo para esperar no posto e fui com meus amigos para esse posto, andamos um pouco e nada desse cara e quando consegui internet de novo ele tinha cancelado a corrida. Já sem esperanças de conseguir um uber, começamos a voltar quando vi a placa de um carro que era a mesma do uber e dei sinal. Perguntando se era ele e ele se fez de louco e meus amigos começaram a gritar.
- MAS VOCÊ NÃO É UBER?
O cara começou a olhar pra gente estranho e fez sinal de silêncio e a gente ficou calado do nada e ele mandou a gente entrar no carro super rápido. Nunca corri tão rápido na minha vida. Ele fechou os vidros do carro.
- A bm tá lotada e eu não achei vocês. Os ubers estão cancelando as viagens.
RICARDO! Era o nome dele, foi a nossa salvação naquele dia. Ele perguntou que tipo de música a gente gostava e falamos que era pop, ele colocou na Jovem Pan estava tocando Runaways do Galantis e aumentou o volume. Começamos a cantar super alto e ele nem ligava, só começa a rir quando cantávamos ou falávamos alguma coisa nossa. Ele só trabalha pela parte de fortaleza e só cobrou 50 reais, levou cada um para sua casa, primeiro a gabi, depois eu e o Van e por fim a Mari que a propósito, ficou com medo do Ricardo desde o início com medo dele fazer algo com ela. Eu peguei o número dele.
Quando eu cheguei em casa descobri que a Ana tava ficando com a menina que tava do lado dela na hora do abraço. Quando fui para aula a garrafa ainda tava lá e tava puta álcool. Meu celular estava com ligações perdidas e também descobri que era de uma garota que eu tinha marcado de se encontrar. Hoje a Ana não fala mais comigo, ela chegou a deixar de me seguir no insta e só foi voltar a seguir quando viu que o meu tava privado. Ela tá crente agora. A menina que queria me ver, nem me responde ou fala comigo agora. Nem sei dela, na verdade não sei nada dela. Ainda tenho videos desse dia e só o que resta é saudades. E eu fui mais vezes para bm, mas isso já são outras histórias que viram em breve.
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