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História Borderline - Mentiras


Escrita por: lady-bird

Notas do Autor


E AÍ DEMOREI MAS VOLTEI VEZES 2

Att dupla!
Um hoje, outro amanhã!

Ah, não se esqueçam: leitores de be my quarantine a fic está sendo corrigida e já postei, link nas notas finais!
Boa leitura!

Capítulo 11 - Mentiras


Fanfic / Fanfiction Borderline - Mentiras

Harry's P.O.V.

Wild nights, wild nights. Were I with thee… Wild nights should be, our luxury! — recitei com os olhos no teto do prédio. 

— Noites selvagens… Hm, Emily Dickinson? — Amalie chutou e eu sorri concordando.

— Tá ficando boa nisso, bailarina! — Baixei meus olhos aos seus.

— É claro, você não para de recitar poemas o tempo todo… — Revirou os olhos, sentando-se no chão. 

— Porque eu gosto!

— Ah não venha com essa pose de "romântico incurável" pra cima de mim, não — disse vestindo seu casaco e eu resolvi brincar com ela.

Sentei-me ao seu lado, encarando seus olhos castanhos fixamente e ao mesmo tempo percebi uma ralentada em seus movimentos. Amalie com certeza era diferente, e a cada dia que se passava, vendo ela preocupada com a mãe e com a dança com tanta energia que nem parecia que por trás sei que ela não dorme direito a noite e que ela trabalha o máximo possível para se manter. Ela se recusou a me explicar exatamente os problemas da mãe, e não a culpo por isso também odeio falar da minha família por diversos motivos. Entretanto, ela parecia ter medo de revelar a verdade como se estivesse negando uma parte dela também.

Ela é muito mais forte do que eu sequer poderia ser.

— Que os sentimentos que aparecerem em teu coração sejam como esses do meu peito! — recitei e a garota revirou os olhos segurando o riso.

— Para com isso Romeu… Agora se veste logo, preciso ir para casa. — Ela dizia enquanto prendia os cabelos de maneira impecável. Aproveitei para roubar um beijo rápido e ela mordeu os lábios após um riso nasalado.

Peguei minha camiseta e a vesti, assim como meus sapatos.

Amalie já estava de pé com a bolsa sobre os ombros, pronta para sair. Tranquei tudo e a acompanhei até o lado de fora.

O inverno se aproximava e as chuvas se intensificaram na capital britânica. 

Destravei o carro de Froy e nós corremos pra dentro tentando evitar a chuva gelada.

Coloquei meu celular no painel enquanto Amalie procurava por algo na bolsa. 

— Você vai… Bem, você sabe? — ela perguntou tímida e eu concordei já sabendo exatamente do que se tratava.

Ultimamente estamos dormindo juntos, literalmente dormindo. Eu estava com medo do estado de dependência que aquilo estava gerando entre nós dois. Claramente estávamos apegados, talvez pelo tempo que passamos longe desse tipo de contato. Mas Amalie tinha mais a perder do que eu.

Ela evoluiu ainda mais na dança e estava confiante para a apresentação de sábado, desde que eu a acompanhasse. 

— Eu estou um pouco nervosa para sábado. — Amalie confessou enquanto subíamos pelas escadas até seu apartamento. — É a primeira porta para a academia de ballet contemporâneo em Birmingham, preciso ir bem por mim e pela minha mãe… 

— Você vai ser ótima, Amy — confortei, colocando as mãos nos bolsos. 

— Você vai estar lá, né? — Parou para perguntar antes de abrir a porta do apartamento.

Segurei um sorriso pela sua expressão de certa forma infantil, esperando ansiosamente por uma resposta de preferência positiva.

Levei minhas mãos até seu rosto, acariciando as bochechas frias. Uni nossos lábios num beijo lento.

Amalie desceu as mãos até a barra do meu moletom apertando o tecido e eu mordisquei seu lábio inferior, tentando deixar as respostas para suas inseguranças nas minhas ações. 

Antes que pudéssemos continuar meu celular tocou no meu bolso.

Soltei seu rosto com pesar e peguei o aparelho já sentindo um cansaço enorme ao ver o nome do meu pai.

— Vou entrando para tomar um banho, te espero no quarto — disse ao passar pela porta e eu concordei com ela, aceitando que era a hora de conversar com Chad.

Esperei Amalie ir em direção ao quarto antes de atender.

Cansou de fugir? — Sua voz soou arrogante pelo telefone.

Revirei os olhos me encostando na parede da sala.

— Diz o que precisa, Chad.

Preciso de você aqui sábado, é aniversário da sua avó e, você sabe, precisamos conversar. — Já ia devolver com uma resposta ácida, mas ele não deixou — Olha, eu não dou a mínima para as suas desculpas, envio um motorista e você vai vir, ponto final. — e desligou. Sem muitas regalias, meu pai simplesmente desligou como se estivesse lidando com uma criança birrenta.

Conferi o celular algumas vezes, ainda incrédulo pelo modo como fui tratado, antes de desistir e ir até o quarto de Amalie.

Empurrei a porta devagar e a vi deitada com o celular na mão. 

— E aí, quem era? — perguntou bloqueando e guardando o celular. 

Me aproximei tirando o moletom e me deitando ao seu lado.

— Era… — engoli em seco pensando em algo para contornar. — Froy, querendo saber onde eu estava com o carro dele… — fiquei de frente pra ela. 

— Ah, certo — disse tirando o cabelo dos olhos e se aproximando um pouco mais. — Não acha que estamos indo muito rápido? — Sua voz falhou um pouco. Mirei meu olhar para o teto.

É óbvio que estávamos apressando as coisas; uma semana e já estamos dormindo na mesma cama, mas por mais que parecesse rápido, eu não me sentia como se estivesse correndo contra um relógio, e sim aproveitando cada momento.

— Apenas… Vamos dormir, Amy. 

 

Amalie's P.O.V.

 

— Muito bem, Amalie, perfeito! — ouvi a professora dizer assim que terminamos a coreografia. — Eu quero você na frente junto com Natalie e Helena!

— Como? — Anna, que estava na primeira fila, exclamou incrédula. Ao menos disfarçou. A senhora Sanders lançou um olhar em sua direção e a loira não discutiu, andando até o banco.

— Certo meninas, decorem suas posições e quero todas às quatro em ponto no anfiteatro…

Peguei meu celular na bolsa, eu chegaria alguns minutos atrasada na consulta com a doutora Ellen, teria que comprar algo na máquina automática mesmo.

— Amalie, você vai usar seus dois ingressos? — Helena perguntou ao se aproximar. — Preciso de mais um e achei uma boa te perguntar.

— Tenho um sobrando, posso te entregar na porta… — expliquei colocando a mochila nas costas.

— Certo, muitíssimo obrigada!

Harry já estava com um dos ingressos em mãos, e não seria problema nenhum repassar o outro, afinal minha mãe não está aqui.

Na verdade, creio que o ingresso sobraria mesmo que ela estivesse em casa, Jeane nunca acreditou muito na minha paixão pela dança. Já que é para gastar o dinheiro do meu pai, "que seja com medicina ou direito!" era o que ela dizia. Mas pela primeira vez eu me sentia completamente realizada com o ballet.

Eu não duvidava do meu potencial, eu sempre fui muito boa em guardar as sequências, entretanto sei que faltava algo para me tornar uma bailarina essencial. Algo que, injustamente, só descobri com ele.

Conhecer Harry, foi como trazer um novo sentido à vida. Foi transformar nossas artes em uma.

Comprei um pacote de batatas na máquina e fui de bicicleta até o consultório. 

Não demorou muito para eu ser chamada. 

Como sempre Ellen perguntou sobre minha mãe, e eu expliquei o que tinha ouvido da última vez que falei com Jeane.

— Bom, isso é ótimo então. Mas como você está, Amalie? — Pousou os braços sobre a mesa e eu sorri.

— Estou bem, de verdade.

— Uau, essa é a primeira vez que você não pergunta sobre TPB, estou surpresa! — A terapeuta brincou. Era verdade, pela primeira vez eu não sentia a necessidade de perguntar sobre.

— É claro que às vezes penso na possibilidade, mas no momento tenho outras coisas para me preocupar — confessei colocando uma mecha teimosa de cabelo atrás da orelha.

— Verdade, é sua apresentação hoje não?

— Sim, é a primeira porta para o meu futuro — respondi apertando as mãos. 

— O que você sente sobre isso? — perguntou já segurando seu caderno.

Respirei fundo. 

— Sinto-me pressionada, mas sei que vou conseguir dar o meu melhor. — dei uma resposta vaga e ela não insistiu por nenhuma outra resposta a respeito da dança, afinal eu já estava visivelmente ansiosa.

...

 

Eu alongava meus pés no camarim.

Procurava distrair minha cabeça com o estalar dos dedos, mas mal conseguia respirar sem sentir uma agitação no estômago. Eu poderia vomitar a qualquer momento, porém Anna já tinha o feito e o resultado foi uma bronca enorme da professora.

Todas espiavam de tempos em tempos pelas cortinas, já eu preferi esperar a hora certa.

— Vão meninas, é a hora de brilhar, tem muitos profissionais na plateia de olho em vocês. — A senhora Sanders disse com um sorriso confortante e ao passar por mim afagou meus ombros. 

Naquele momento incorporei o melhor de mim. 

Lembrei de todas as falas de Harry. Ali eu não era apenas Amalie. Eu possuía um coração partido.

Mentalizei os passos e canalizei a emoção que gostaria de transmitir, pena que elas se tornaram a minha realidade quando a cortina se abriu e não enxerguei seu rosto.


Notas Finais


"Wild nights, wild nights. Were I with thee… Wild nights should be, our luxury!"
— Emily Dickinson.
Cap mais curtinho porque o próximo promete!
Muito obrigada pelos favoritos e comentários!
Amanhã tem mais ein!

Be My Quarantine: https://www.spiritfanfiction.com/historia/be-my-quarantine--em-correcao-20417867
Sugestão de uma fic que eu A M E I: https://www.spiritfanfiction.com/historia/for-sale-this-farm-21612096


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