História Borderline Love - O passado me fazendo sangrar

Acordei e me levantei sentindo uma forte dor nas costas, culpa de eu ter dormido no sofá e acordado ás 01:30 da manhã para levantar e ir deitar na cama.
Tomei um banho rápido, passei meu hidratante e vesti um shorts preto e uma blusa azul que deixava meu ombro direito á mostra.
Fiz uma maquiagem leve, apenas base, lápis preto e rímel, penteei meus cabelos e calcei meus novos tênis all star azul.
Sai de casa e decidi ir andando novamente até a escola.
Quando eu estava quase chegando a escola acabei encontrando Anthony saindo de seu carro.
- Bom dia! - digo.
- Bom dia baixinha! - me abraçou.
- Nos vemos depois?
- Claro! Não esqueça que eu irei te buscar ás 15 horas!
- Não esquecerei! - ri.

Entrei na escola e me juntei aos meus amigos.
- Oi gente! Oi amor - dei um beijo em Sonny.
- Oi baixinha! - disse sorrindo.
- Me explica - Nick chegou irritado dizendo - Me explica o que eu vi!
- Do que você está falando Nick!? - digo confusa.
- Eu vi você abraçando o desgraçado do Anthony na rua! Qual é a sua hein!? - disse irritado.
- O que!? - Alice disse.
- Maya! - Amber disse indignada.
- Por que diabos você estava abraçando ele!? - Sonny perguntou irritado.
- Eu... Não é o que vocês estão pensando!
- Então explica porra!
- O Anthony está doente ok!
- Idaí? Bem feito - Nick disse debochado.
- Como assim doente? - Mija disse confusa.
- Vai se ferrar Nick! Ele está com câncer porra!! - gritei.
- Ele o que!? - Sonny disse surpreso.
- Ele está com câncer no pulmão! Acharam um tumor em fase avançada no pulmão esquerdo dele
- Isso é verdade? - Alice disse.
- É claro que é! Vocês acham que eu estaria mentindo algo tão sério assim!? Caramba, eu quero ajuda-lo! Ele está morrendo!
- Mas como? Quando? - Sonny disse.
- Há um mês atrás... Ele está diferente, andamos conversando esses dias
- Como sabe se ele não está mentindo!? - Nick gritou.
- Como eu sei!? Porra é só você olhar pra cara dele, sua expressão está deplorável por conta da radioterapia
- Aposto que é por causa das drogas - Sonny disse.
- Nossa, como vocês são ridiculos! Querem saber? Que se foda! Eu vou ajuda-lo vocês querendo ou não
- Vai lá trouxa, dá trela pro maior mentiroso que você respeita - Nick provocou.
- Já chega Nick! - Mija alertou.
- Acha que eu sou idiota? HA, me desculpe amigo, mas ao contrario de você, eu não sou egoísta.
- Eu, egoísta!? Pelo menos eu não minto!
- Shiiiu! - Mija tapou sua boca.
- Do que vocês estão falando? - Sonny perguntou.
- Que isso gente? Eu hein! Oh chega dessa briguinha que já está me irritando! Maya está certa em querer ajuda-lo - Alice disse.
- Não, ela não esta!
- Chega! - eu saí irritada.

Logo as aulas começaram e durante duas aulas Sonny e Nick não dirigiram uma sequer palavra para mim.
Lá estava eu na aula de Física até que eu decidi ir ao banheiro, quer dizer, minha bexiga decidiu que eu precisava ir ao banheiro. Sai da sala com a permissão da professora e fui ao banheiro.
Depois de lavar as mãos e arrumar meu cabelo eu ouvi uma tosse muito reconhecida por mim no banheiro ao lado, ele estava tossindo muito. Corri até o banheiro ao lado, parei em frente ao banheiro masculino e pensei "droga! eu não posso entrar aqui mas... foda-se!"
Entrei no banheiro e encontrei-o encostado na pia cuspindo uma boa quantidade de sangue.
- Ai meu deus! Anthony! - gritei em desespero.
- Merda! Você precisa sair daqui May! - ele alertou.
- Não! Eu não vou te deixar aqui!
- Sai! Por favor, não quero que você me veja assim - implorou - Por favor.
- NÃO! Vou pedir ajuda! - sai correndo do banheiro e olhei em volta, vi uma pessoa indo tomar água no bebedouro e corri para chama-la. Quando cheguei perto percebi que era Sonny.
- Sonny! Por favor eu preciso de ajuda!
- Maya o que houve? Se acalme baixinha
- O Anthony tá passando muito mal no banheiro! Você precisa ajuda-lo! - implorei.
- No banheiro?
- Sim!
- Vem! - saimos correndo em direção ao banheiro. Desta vez Anthony estava sentado no chão com as costas na parede ainda tossindo com a boca um pouco suja de sangue.
- Wow! - chocou-se - Maya pega papel para limpar esse sangue!
- Ok

P.V Sonny

Vê-lo daquele jeito me fez querer vomitar. Ele estava péssimo! A pia acima estava suja de sangue assim como a sua boca e as mangas da sua camiseta preta.
- Tudo bem cara? Sente alguma dor?
- Meus pulmões estão doendo pra cacete cada vez que eu dou uma tossida, e estou sentindo uma dor no peito desde que acordei.
- Você precisa de um médico - Maya ajoelhou-se em frente a ele e limpou sua boca, admito que aquela cena me deixou bastante enciumado.
- Consegue levantar? - perguntou.
- Talvez - suspirou lentamente por conta da dor no peito.
- Me ajuda a levanta-lo - digo.

Anthony enrolou um braço em meu ombro e o outro no ombro da Maya.
Saimos do banheiro e levamos ele para fora, colocando-o sentado em um dos bancos do pátio.
- Você está suando frio - Maya disse após limpar a testa do mesmo - Droga! - bravejou com cara de choro.
- Vou ficar bem baixinha - disse com um fio de voz forçando um sorriso.
Baixinha!? Ok, ok... Isso não é hora de ter ciúmes John Moore!
- Hey! O que vocês estão fazendo!? - Nick apareceu gritando de longe.
- Nick! Nick, precisamos de ajuda!
- O que você está fazendo aqui?
- A professora me mandou vir atrás de vocês! Porque pela demora todos nós achavamos que vocês estavam se comendo né! O que houve com ele!? - disse espantado.
- Ele está passando mal! Preciso que você vá a secretaria pedir para chamarem uma ambulância agora! - Maya disse.
- Ok! - Nick correu até a secretaria.

Depois de uns 20 minutos a ambulância chegou e levaram Anthony para o hospital as pressas.
Maya ficou sentada no banco sem dizer uma sequer palavra depois que o levaram. Quando ouvi um choro silencioso decidi ir acalma-la.
- Vai ficar tudo bem baixinha - abracei-a enquanto acariciava seu cabelo.
- E se não ficar!? E se ele morrer?
- A vida é uma caixinha de surpresas meu amor, nem sempre as coisas saem como queremos... Ele está doente agora... E você está certa, devemos apoia-lo e ajuda-lo acima de tudo
- Acha que ele vai morrer? - perguntou com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu... Eu não sei meu amor, ele não me parece estar bem
- Eu sabia - foi ai que ela se permitiu chorar de verdade - Por que? Por que justo ele!?
- Bom, ele fez muita coisa errada... Mas não houve tempo suficiente para que ele percebesse o erro antes que fosse tarde demais. Agora é tarde para modificar o que está perdido, desculpe.
- Nada se perde Sonny! Tudo pode ser modificado!
- Nem tudo Maya
- NÃO! - gritou.
- Shiiu, vai ficar tudo bem...

Maya decidiu pedir permissão para ir para casa, ela me disse que não aguentaria ficar aqui.
Mais tarde eu iria vê-la, precisamos conversar.

P.V Maya

Peguei um táxi e voltei para casa, eu não estava afim de andar, eu só queria chegar o mais rápido possível em casa e me jogar na cama novamente.
E foi o que eu fiz.
Deitada com os olhos fechados, ouvindo Mitis - Hafan nos meus fones de ouvido, caramba essa música tem um poder sobrenatural que te leva para outra dimensão! Onde tudo é triste em tons pastéis, esse é o tipo de música que relaxa e limpa a alma. Levantei da cama e decidi ir tomar um banho para limpar o pouco sangue de Anthony que havia em mim.
Entrei no banheiro e comecei a me despir. No espelho vi minha imagem nua, com traços que contam as minhas histórias, logo abaixo do seio direito, estava lá a maior dor que já senti na vida, uma pequena cicatriz que fazia uma linha perfeita me lembrando da costela quebrada. Amarrei meus cabelos em um coque alto, e em minha testa estava estampado um corte meio cicatrizado feito a alguns dias atrás me lembrando da insônia, do medo e do pesadelo. Desci minhas mãos pelas laterais do meu pescoço e as juntei perto de minha face, vendo meus pulsos com grossas cicatrizes feitas da maneira mais cruel e doentia.
Aquela corda era tão grossa, ele sabe como dar um nó, e eu estava desesperada... Consegui sair após encharcar a corda com meu próprio sangue, meus pulsos ficaram em carne viva.
Minha garganta já estava doendo de segurar o choro que estava querendo sair. Anthony tem razão, isso se torna um trauma para a vitima, mas tudo muda.
Engoli o choro e liguei o chuveiro, iniciando um banho calmo, porém rápido.
Depois de desligar o chuveiro, passei meu hidratante e vesti um shorts jeans preto, uma camiseta com o simbolo da banda 30 Seconds To Mars (porque eu amo) e um moletom azul piscina de zíper. Calcei meus chinelos e decidi pedir comida japonesa para almoçar.

Após ter almoçado e lavado a louça eu permaneci na sala "assistindo" televisão. Até que a campainha toca, abro a porta e vejo Sonny com um semblante de chatiação.
- Oi - disse sorrindo.
- Oi amor - sorri - Entra - dei passagem.
- Está melhor?
- É, acho que sim
- Ele está piorando não é?
- Eu não sei, ontem eu encontrei ele no shopping e ele tossiu sangue também, mas nada comparado a hoje
- Merda... Sabe que isso não é nada bom, não é?
- Sei... - suspirei - Eu... Posso vê-lo hoje a tarde?
- Sim, ele precisa de alguém - sorriu fraco.
- Obrigada. E você, vai voltar pro estudio não é?
- Eu preciso
- Entendo, tudo bem - sorri sem jeito.
- Vai ficar bem?
- Uhum - concordei enquanto ele beijava minha testa delicadamente.
- Ótimo
- Sonny, eu sinto sua falta... Você anda tão ocupado ultimamente - eu sei lá o que diabos está acontecendo comigo, mas novamente aquela vontade de chorar me invadiu... Carência é foda.
- Eu sei baixinha, eu também sinto a sua. Podemos dormir juntos hoje
- Ok - sorri fraco.
- Não faz assim, por favor
- Fazer o que!? Sentir saudades do meu namorado enquanto ele trabalha a tarde toda e não atende minhas ligações por já estar dormindo cedo por conta do cansaço.
- Eu não posso deixar de trabalhar pra te dar atenção 24 horas por dia May!
- Não estou pedindo 24 horas, apenas 1 minuto me abraçando já seria o suficiente, você anda tão cansado! Para Sonny, não acha que isso já é demais?
- Desculpa baixinha, e-eu... vem cá - Sonny me envolveu em seus braços com carinho, me causando uma sensação anestesiante.
- Me perdoa, eu te amo muito ok
- Eu também te amo

Iniciamos um beijo calmo e apaixonado, que foi se intensificando a partir do momento em que Sonny me invadiu com sua língua.
- Te vejo mais tarde? - encostou nossas testas ofegando.
- Estarei te esperando acordada.
Nos separou e sorriu, se levantou do sofá e saiu pela porta, me deixando sozinha novamente.

Decidi colocar meu all star e pegar um táxi para ver Anthony no hospital, pois logo sua sessão de Radioterapia iria começar.

[...]

Quando cheguei lá informei meu nome e disse que queria ver o paciente Anthony McGregor. Então ela me respondeu "Quarto 202".

Ao entrar no quarto vejo ele mais pálido do que antes sentado na cama com vários aparelhos ligados em si.
- Olá - sorriu.
- Oi, fico feliz que tenha vindo
- Eu falei que viria. Como se sente?
- Um pouco melhor, eu acho
- Segundo susto da semana! Seu puto - ri.
- Desculpe - sorriu - Ah, muito obrigada por me ajudar! Agradeça ao Sonny e ao Nick também, eu nem sei o que teria acontecido se vocês não aparecessem
- Estou aqui pra isso, não? - sorri.
Um homem de aparentemente uns 42 anos entrou na sala, com um crachá escrito "Dr. Julian".
- Olá, boa tarde! - disse após entrar na sala.
- Boa tarde - dissemos.
- Anthony sua Radioterapia irá começar, a médica está subindo
- Hã, ok
- Você terá que esperar lá fora querida - disse.
- Oh, tudo bem - sorri.
- Vocês são um casal?
- Ah não, não! Apenas amigos! - Anthony disse constrangido.
- Perdão! - riu - Vejo vocês depois!
- Até! - ri.
Ele saiu da sala todo sem jeito.
- Um casal? Sério!? - Anthony disse gargalhando.
- Ei! Eu tenho uma aliança esqueceu?
- Ele errou feio!
- Concordo - ri - Ok, vou indo esperar lá fora, boa sorte!
- Obrigado, vou precisar!

Fiquei esperando a sessão acabar durante uns vinte minutos, um pouco mais talvez. Quando eu vi a médica saindo da sala eu resolvi perguntar.
- Ah, com licença! Poderia me dizer o atual estado do Anthony? Ele está reagindo bem ao tratamento?
- Toda querida - sorriu - Bom, não muito, mas é comum o tratamento não fazer muito efeito no primeiro mês, mas são os próximos meses que decidirão o futuro dele - fez uma cara de chatiação.
- Entendi... E o que você acha?
- Ele pode melhorar como a doença pode se espalhar e piorar. O tumor dele está localizado em uma região complicada e por isso não pôde ser retirado com cirurgia, o nosso medo é que ele cresça com o passar do tempo.
- Certo... Bom, obrigada pelas informações - sorri.
- Ah, ele precisa fazer mais atividades fisicas! Vai fazer bem a ele - disse sorrindo enquanto passava por mim, indo embora.

Acabei de ter uma ideia em minha cabecinha! :3