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História Boss and Slave II - Contagem Regressiva 10


Escrita por: Barthoviche

Notas do Autor


Bom... Podem ofender o Natsu o quanto quizerem.
Permito isso...
Chorem! Os sentimentos vão brotar. É que eu fiquei tão feliz com os comments que eu não me segurei em escrever e postar mais. Apenas não me atirem pedras mais tarde.

A mascara vai cair!!!!

Capítulo 30 - Contagem Regressiva 10


Fanfic / Fanfiction Boss and Slave II - Contagem Regressiva 10

Magnólia, ano X830

Fairy Bistrô, bar da Fairy Tail

 

 

 

Lucy tinha terminado de escrever o ultimo relatório que tinha para entregar na semana.

Poderia dizer que seria o ultimo.

Porque ela iria embora, mas ainda não tinha explicado nada a Jason. Este, com o novo trabalho em Crocus, conseguiu uma vaga no jornal para a amiga e a fazia companhia agora. Na verdade, esperava que ela cessasse com a digitação para que o explicasse o motivo da sua partida repentina. Estranhou que Lucy trabalhasse no Bistrô, mas Gajeel disse: ‘Contando que trabalhe dentro dos limites da empresa, é como se estivesses no teu escritório próprio.’

― Lucy, quanto tempo ainda vais demorar? ― indagou o loiro, que arrastava as letras, suspirando de tão aborrecido.

― Já esta. ― riu, nervosa, observando os olhos azuis do amigo brilhar ― Bom, aproveitando que Gajeel não esta no balcão… Vou sair de Fiore porque o que eu procurava não existe mais.

― O rapaz que procuravas?

― Correção: o Homem. Mais concretamente, o meu patrão. ― admitiu, arrancando um sorriso de Jason ― Ele não me quer mais.

O sorriso desapareceu.

― Como? ― indagou num berro, escandalizado ― Ele praticamente implora para que fiques ao lado dele e, agora que ele esta divorciado, livre para ti, ele não te quer? ― falava rápido, ficando cada vez mais vermelho ― Ele é gay?

O sorriso reapareceu.

― Não.

― Que pena.

― Fénix, já te falei sobre ele… ― disse rapidamente, impedindo-o de fala detalhes que a envergonhassem.

― Ah, aqueles que queres chutar fora da tua vida? ― gargalhou, deixando Lucy envergonhada na mesma ― Me pergunto, porque lançar fora um sexo tão bom?!

― Porque não é real! ― disse, com veemência, tirando mais uma vez o sorriso do loiro ― É sempre uma noite de prazer e nada mais. De manha acordo só, como só e saio só. Ninguém do meu lado, e eu não sou mulher de ficar só.

― Então, só porque ele não quer assumir uma relação…

― Só porque eu não sei nada dele, só sei que ele é sexy demais e fode que nem um maldito leão… Só isso. Nem sei a idade, o nome, se ele é um criminoso ou se e casado…

― Ok. Mas, não é melhor assim?

― Para quem? ― riu ironicamente, sentindo-se triste ― Já esta obsoleto. Preciso de novos ares e nada como um novo amor para enterrar o outro.

― Nada enterra o primeiro amor.

― Fala aquele que nem sabe com quem perdeu a virgindade.

― Fala aquela que deu a sua ultima virgindade para um desconhecido.

Ambos caíram na risada, corando absurdamente, mesmo quando Gajeel aproximava-se dos dois. Encarou a loira e, pela milésima vez, percebeu porque Natsu estava obcecado por ela. Porem, havia uma outra razão.

Gajeel podia ser um pouco lerdo, mas não era denso como o rosado.

Natsu amava Lucy, talvez ate mais do que Gajeel ama Levy. E isso não impediu o rosado de esquecer tudo e amar a loira com todas as suas forças. Quase todos os que conheciam Natsu, alem de respeito e admiração, tinham também pena dele. Um homem que podia ter o grande coração que ele possuía na infância, agora gelado e fechado.

― Dragneel quer-te no seu escritório em cinco minutos. ― disse, lançando um olhar de complacência que ela não entendeu. Ele estava com pena dela?

Os loiros entreolharam-se.

Só aquilo serviu como despedida e a loira correu para o elevador. Sorria feliz por daqui a algum tempo teria uma nova vida, uma nova casa e… um novo boss. Quando as portas de metal abriram para o hall, Lucy correu até ao corredor e alcançou a porta de ouro em pouco tempo. Como sempre, a porta abria com aquele suspense tenebroso, revelando o rosado, imponente, na sua poltrona.

― Sente-se, por favor, miss Lucy. ― ele ditou, um pouco irritado ― Sabe que horas são?

Ela afirmou com um movimento de cabeça.

― Sim, me desculpe. Eu e o meu amigo estávamos no bistrô almoçando e Gajeel disse que…

― Não me importo se almoçava com a porra de um deus. Quero-te no teu escritório, ou nada feito. ― dizia frio ― Estas aqui para trabalhar e espero que faças exatamente isso. Há pouco tempo tiveste uma gripe. E, depois, teve aquele problema de estômago, há algumas semanas. Além disso, nos próximos dias, vais tirar uma licença. Eu só espero que o fato de me teres ajudado não te tenha subido a cabeça!

Lucu sentiu-se levemente culpada. Na verdade, não esteve doente. Teve sim um problema no estomago porque não comia muito bem nos últimos tempos. Mas a licença era para organizar a sua partida para Crocus e arrumar a sua futura casa para quando Juvia chegasse com o bebe. Estava ansiosa para recebe-los!

― Podes voltar ao trabalho. ― chiou, vendo que a loira ficou cabisbaixa ― Só espero que não se atrase outra vez!

― Não vai acontecer novamente.

O Natsu suspirou e recostou-se na cadeira.

― Ótimo. Agora, se tiver qualquer problema fora do trabalho, no futuro, sugiro que venhas a mim em primeiro lugar. Podes fazer isso? ― Natsu disse a frase com tando carinho na voz, que Lucy não conseguiu evitar uma risadinha em deboche.

Mas logo disfarçou quando viu a carranca do rosado.

― É claro. Certamente.

A calma voltou a irradiar dele, e Lucy soube que Natsu estava no controle. Já o tinha visto ficar irritado com Igneel um dia, e não foi nada bonito. O rosado parecia a ponto de matar o pai, se não fosse por Guildartz e Sting, ele provavelmente estava preso a essa altura.

― És uma ótima funcionária, Lucy. Vamos manter isso assim.

Balançando a cabeça de novo, levantou-se

― Obrigada! ― disse enquanto aproximava-se da secretaria dele ― E sinto muito por estar atrasada.

― Já disse que a perdoou.

― Será mesmo a ultima vez porque…. Porque quero pedir demissão.

Natsu concordou com a cabeça também, sem dizer mais nada e apontou para a porta, num convite mudo para que ela saísse. Ela saiu, mas estranhando o fato dele não ter perguntado nada e nem discordado, como Juvia disse que ele faria.

Não haveria problemas se ela saísse num mês porque já tinha falado com Levy e pedido sigilo. A azulada já tinha selecionada algumas candidatas, entre elas, Kyoka Etherious. Lucy já a tinha entrevistado por mail e esta mulher era um poço de egocentrismo puro. Faltou-lhe mesmo dizer que era o centro do mundo e que todos rodavam a volta dela.

Mas, no momento não dava para ficar pensando em senhoras de meia idade demasiado egocêntricas para o mundo atual. Ela tinha de terminar de digitar uma serie de contratos o mais rápido possível, para ir ao hospital. Tinha de pedir a opinião de Juvia sobre alguns moveis e só umas horas com ela não eram o suficiente.

Terminou de digitar, guardou tudo e enviou a Natsu.

Praticamente voou da cadeira, correndo para o elevador depois de despedir-se de Levy, Sting e Flare. O sorriso que lhe rasgava as bochechas, contagiava a todos pelo caminho.

Impaciente e animada, dirigiu ate ao hospital.

Queria contar a Juvia que Natsu não se opôs a sua demissão como tinha dito. Mas, o tempo parecia lento demais, o elevador subia muito devagar, as portas abriam muito devagar e ate as pessoas pareciam mais lentas.

O sorriso infantil iluminava os corredores.

Quando finalmente viu-se em frente a porta do quarto da azulada, sentiu um alivio imenso. Mas quando a abriu, congelou quase que instantaneamente. Juvia estava sentada na cama, bastante aborrecida, com uma seria de policias e ministros de Clover em cima dela aos berros. Eram perguntas e ordens de todos os tons sendo proferidos ao mesmo tempo. Uma cacofonia de vozes esguichadas que atordoaram a loira. As enfermeiras tentavam persuadi-los a saírem do quarto, mas os policias barravam-nas, negando.

Juvia desviou o olhar para a porta e viu a loira.

O seu olhar quase a matou.

― Como pudeste?! ― indagou a azulada, com os olhos marejados ― Juvia pediu para que Lucy-sama não contasse a ninguém!

― Juvia eu…

― Pensei que Lucy-sama fosse amiga de Juvia!

― Eu não fiz nada…

Lucy queria dizer mais, muito mais. Mas o choro cortou-lhe as palavras e o raciocínio. Ver Juvia chorando, mergulhada em dor ao sentir-se traída, magoou-a imensamente. Pior era que o alvo desse desprezo era ela… Ela quem tinha desprezado Natsu por tê-la deixado naquele dia, agora sentia esse olhar em si e reconhecia a dor da amiga.

O barulho cessou.

Haviam apenas os soluços e o choro de ambas.

Um guarda no local, bastante desconfortável para fazer qualquer coisa, preparou-se para deixar o local. Mas Juvia chamou-o.

― Pode, por favor, mandá-la embora também? Juvia não quer vê-la. ― ditou, fazendo um gesto em direção a loira, como uma verdadeira fidalga e, ignorou o resto das suas palavras.

O homem aproximou-se de Lucy mas ela esquivou-se.

― Juvia, por favor, tu sabes que eu jamais faria isso.

A azulada encarou um ponto perdido no quarto, as lagrimas como enxurradas caindo dos olhos avermelhados. Lucy só quis correr até ela e abraça-la, convence-la que jamais faria isso com ela. Jamais trairia a confiança de uma amiga tão preciosa!

Mas quem poderia ter feito isso?

Quem sabia da importância de Juvia eram Jason e Zeila, e nenhuma dos dois seria capaz de fazer tamanha crueldade. Os dois sabiam o sofrimento porque ela passou: Jason foi quem apresentou Juvia a Lucy e Zeila cuidava de Juvia desde sempre.

― Senhorita, tem de sair antes que seja presa. ― avisou o guarda, encarando a loira severamente.

Lucy sabia que seria impossível resolver a situação naquele dia. Ambas de cabeça quente e nervos a flor-da-pele. Daria a noite para Juvia pensar e voltaria amanhã de manhã. E, desanimada, voltou-se e caminhou em direção a porta, encontrando Zeila no fundo do corredor com um sorriso triste.

Quando a alcançou, a morena estendeu-lhe os braços magos e pequenos, oferecendo conforto. Lucy era maior e mais corpulenta que a pequena mulher, por isso escolheu abraça-la, apoiando-se no corpo miúdo dela.

― Eu não o fiz. ― sussurrou, em pânico. O coração e mil e as lagrimas que não paravam, molhando o seu rosto todo.

― Eu sei. ― Zeila respondeu, afagando as suas costas da melhor maneira que pôde ― Não fique tão chateada. Juvia tem sido tão usada pelas pessoas que tem dificuldade para confiar. Dê-lhe alguns dias. Tenho certeza de que ela vai entender. Vou conversar com ela assim que estiver mais calma, e ligo de manhã.

Um pouco aliviada, mas ainda a morrer por dentro pela duvida de Juvia, Lucy permitiu-se suspirar e cessar as lagrimas. Se Zeila acreditava nela, Juvia também acreditava, era só uma questão de tempo ate ela sabê-lo.

― Não se preocupe. ― Zeila sorriu ― Tudo vai ficar bem, na parte da manhã. Ela só precisa se acalmar um pouco.

― Obrigada… ― disse, com um sorriso fraco e despedindo-se.

A azulada precisava de tempo para lidar com tudo. Com o fato de saberem onde ela estava e com o perigo eminente de ser desafiada por qualquer outra besta que desejasse mais poder, especialmente Natsu. Mesmo assim, Juvia devia saber que não fazia sentido Lucy desperdiçar tanto tempo com ela e ainda arrendar uma casa numa outra cidade com um quarto para ela e depois, trai-la daquela forma.

Lucy andou ate a saída, ficando algum tempo vendo as estrelas e as lagrimas caindo. Os lábios estavam trémulos, ela fungava a cada minuto. As pessoas que passavam por ela ignoraram-na, porque era normal que as pessoas vissem outras a chorar na porta de um hospital. Porem, alguém se aproximou…

Blondy, porque choras?

Ela voltou-se e deu de caras com Sting.

O loiro tinha os olhos azuis tristes, encarando-a a espera de uma resposta ou reação. E Lucy, com o nó imenso na garganta, mal pôde falar alguma coisa. Ela começou a tremer, outras lagrimas a embaçarem a sua visão. Sentindo que começaria a soluçar, levou as mãos ao rosto, escondendo-o. Mesmo assim, tudo o que ela via era a expressão dolorosa de Juvia.

Era uma dor imensurável.

Sentiu-se envolvida pelos braços firmes do outro, que a estreitou contra si dizendo algumas palavras de consolo. Mesmo que ele não soubesse o que tinha acontecido, ele estava a suporta-la. Ela agarrou-se a ele, a tabua que surgiu no meio do oceano, soluçando e abanando.

Varias raparigas, escassamente vestidas, começaram a invadir as ruas com o cair da noite. Lucy havia ficado muito cansada com o choro, nem sabia quanto tempo ficou ali nos braços do loiro e nem ele reclamou.

― Estas a ficar fria. ― constatou, lançando uma lufada de ar e vendo que se condensava ― Dá-me as tuas chaves… Eu levo-te a casa.

Ela obedeceu.

Foi prontamente aparada no colo dele, que a suportou sem dificuldade alguma. O rapaz andou ate o carro, abrindo-o com uma das mãos e suportando-a com a outra. Aquela cena lembrou-lhe o inicio da noite que teve com Natsu, só que ele estava bêbado. Sting ocupou o lugar do condutor depois de ter deitado a loira nos bancos traseiros. Antes de fechar os olhos, Lucy riu vendo Sting lutar com a cadeira, incomodado pelo pequeno espaço que tinha de ocupar com o corpo tão comprido.

― Dorme. ― ele ditou e ela obedeceu.

Ela estava arrasada e com o coração partido.

 

 

Acordou com o barulho do telefone a tocar.

Devia ser Jason tentando obter alguma informação. Mas naquela hora da noite? A única coisa que se lembrava era de alguns rastilhos de um sonho. Havia sonhado com Natsu outra vez. Ele pedia perdão e estava todo ferido… Ela o perdoaria, se pensasse em esquecer o fato de ter sido negada.

Quando o telefone não parou, ela ergueu e foi atender.

Eram quase duas horas da madrugada. Estafada, andou ate o piso térreo, vestindo o seu roupão no caminho.

― Alô? ― sussurrou ao telefone. Não conseguiu segurar o bocejo que escapou.

― Lucy? ― chamou uma voz tocada pela urgência.

― Zeila? ― respondeu, completamente acordada, rezando para que fosse Juvia a pedir para falar com ela ― Juvia está bem? Ela quer conversar? Eu posso estar aí em menos de vinte minutos.

Um longo silencio instalou-se, mas prontamente quebrado pelo choro do outro lado da linha. Lucy teve que apoiar-se na parede para não cair.

― O que foi, Zeila?

― A pneumonia de Juvia voltou, mas esperamos que pudesse melhorar. ― contava, fungando e assoando a seguir ― Ela nos fez prometer que não contávamos nada, mas… Mas a cerca de um par de horas, ela teve uma serie de convulsões violentas e entrou em coma.

― Estou a caminho. ― desligou.

Podia ouvir o próprio coração disparado no ouvido, bloqueando todo e qualquer som. Só tomou uma ducha e vestiu qualquer roupa que encontrou. Não perdeu tempo e entrou no carro, cortando caminho, perigosamente. Chegou ao hospital em poucos minutos. Nem trancou a porta do carro e disparou escadas acima, ignorando os apelos de duas enfermeiras…

Estava cansada, mas desesperada para ver Juvia.

― Lucy, já chegaste. ― Zeila sussurrou do quarto de Juvia, quando a loira ofegava depois de ter subido todas as escadas.

― Onde está o Juvia? ― perguntou em pânico, quando não a viu no quarto.

― Nós tivemos de a transferir para a UTI. ― informava, arrumando a cama como se nunca a azulada la esteve ― Desligaste tão rápido que nem pude dizer-te!

O pânico aumentou umas cinco vezes ao escutar a palavra ‘UTI’.

― Onde é a UTI, Zeila? Podes levar-me para lá?

A morena assentiu, ainda com os olhos vermelhos de tanto chorar.

― É claro. Fica no primeiro andar.

Lucy a seguiu, atras dela, entrando no elevador, notou como a morena estava tensa. Com certeza haviam muito mais coisas por detrás disso e ela recusava-se a falar.

― O que está errado, Zeila? Por favor, me diga. ― implorou.

Logo os olhos negros voltaram-se para ela, fulminando-a com uma dor crescente. Mordendo o lábio inferior, ela tomou folego e voltou-se de frente a loira.

― Seus pulmões estão falhando. Nós tivemos que ligá-la a uma máquina para que ela respirasse. ― dizia, vendo a loira desmoronando pouco a pouco, tentando encontrar algum apoio dentro do cubículo.

Com os joelhos fracos e o estomago apertando em aginia, seguiu a morena para fora do elevador, apoiando uma mão nos ombros da mais pequena. Seguiram por um corredor branco e estreito, tão imaculado e cheirado a soro. Lucy não acreditava que Juvia havia desistido de lutar. Zeila parou em frente a uma porta blindada com sistema de segurança e digitou um numero qualquer, abrindo-a.

Lucy tentava manter-se firme…

Mas quando os seus olhos viram a azulada, o seu corpo não a suportou mais. Mas Zeila fez questão de ampara-la e senta-la numa poltrona ao lado de Juvia. Ela abafava a boca, contendo o barulho dos soluços em sintonia com o apito da maquina que catalogava os batimentos cardíacos de Juvia. Ela tinha a pele amarelada, com olheiras roxas, uma mascara enorme na sua cara que a ajudava a respirar, fora os vários tubos e fios que saiam do seu corpo.

― Eu vou ficar aqui esta noite. Não quero deixá-la. Eu me ofereci para ajudar aqui em um turno extra. ― Zeila sorriu timidamente, e Lucy esboçou um sorriso terno.

― Obrigada. Eu realmente aprecio isso.

Zeila sorriu, abraçando a loira, transmitindo um pouco de conforto. Depois, apressou-se a anotar os sinais vitais que as maquinas registravam.

― Não há nenhuma mudança… ― ela sussurrou.

― Qual será o resultado disso, Zeila? ― perguntou, penteando a amiga com os dedos.

― Esta é a pior parte. Não posso dizer com certeza… ― suspirou triste ― É uma incógnita. O tempo é a única coisa que vai dizer.

― Ela não pode desistir, Zeila. Ela não pode. ― chorava, sentindo uma vontade imensa de abraçar a sua amiga, que jazia tão doente na cama, viva graças as maquinas.

Entregando-a um lenço de papel, Zeila lhe deu uma tapinha nas costas.

― Vou deixar-vos a sós.

E saiu, dando a loira a privacidade para falar com a desfalecida azulada, que ainda não tinha dado sinais de melhora. Parecia tão frágil deitada daquela forma, que chegava a duvidar se era mesmo uma Besta. Laylah já a tinha dito que uma Besta sem companheiro, sem ninguém para marcar, é muito mais fraca e vulnerável do que as outras…

― Juvia… ― sussurrou ― Preciso que saibas que eu nunca te traí. Eu jamais faria qualquer coisa que pudesse magoar-te. Quero que saibas que estou ao seu lado para o que precisares. Nunca vou fazer nada para te magoar. Vou estar ao seu lado em todas as circunstâncias. Eu te amo, Juvia. Amo-te como a irmã que nunca tive. És tudo para mim, então, não posso te perder. Por favor, Juvia. Por favor, melhore. Não desista de mim.

A sua resposta foi o ruido das maquinas e o zumbindo constante nos seus ouvidos. Sentia-se vazia. Parecia que tinha ido a Fiore para ganhar um pouco mais de sofrimento: Juvia em risco de vida e Natsu que não dava a mínima para ela; sem falar do sermão ofensivo que recebeu de Rogue semanas atras, nem soube do que se tratava. Mas, naquele quarto blindado, tão branco e gélido, ninguém poderia ofendê-la ou magoá-la.

Beijou as mãos da azulada, deitando a cabeça ao lado dela. Relaxou sentindo a palma dela apertar um pouco e respirou profundamente, deixando-se levar pelo sono, sentindo o cheiro de Juvia cerca-la. Era o único conforto que tinha agora.

 

 

 

Um som estridente acordou-a.

Despertou assustada porque ouvia passos e vozes alteradas. Porque haviam pessoas no seu quarto? Mas então, alguém lhe agarrou pelos ombros, içando-a.

― Lucy, precisa se afastar.

Quando deu-se conta de onde estava, voltou a sentir o pânico nas veias. Viu que era Zeila quem a tinha levantado e tentava, desesperadamente, empurra-la para fora do quarto. Depois um medico e duas enfermeiras entraram com um carrinho que continha o equipamento de desfibrilhação.

― Juvia! ― gritou.

Tentou desesperadamente voltar para ela, mas Zeila, com a ajuda de um guarda, arrastaram-na para fora do recinto. Desistiu de forçar porque sabia que precisavam de calma e sossego para trabalhar. Mesmo assim, sentia-se impotente.

― Por favor! ― soluçou ― Por favor, ajudem-no!

O médico pegou o desfibrilador e o som ressoou em pelo corredor. Abrindo o avental que cobria o corpo de Juvia, ele colocou o aparelho no seu peito.

― Afaste! ― ele grita, pousando as pás do desfibrilador pele pálida e a eletrocutando. Ele levanta o aparelho, mas nada acontece. O médico refez o procedimento uma segunda vez, mas nada aconteceu.

Lucy sentia-se drenada por um buraco no seu peito.

O medo que sentiu ao ver Juvia deslizar por entre seus dedos era avassalador. Ela não

podia deixa-la. Não podia. O médico voltou a fazer o mesmo, mas nada aconteceu. Num esforço para salvá-lo, ele começou a fazer massagem cardíaca. Tudo aquilo parecia durar uma eternidade, e tudo o que Lucy podia fazer era orar e observar. Então, o médico gritou para uma das enfermeiras, pedindo uma injeção de adrenalina. Ela administrou a injeção rapidamente, mas, depois de mais algum tempo fazendo a massagem cardíaca, o médico encarou o relógio e depois Zeila.

― Não, não pode desistir. Tem que continuar! ― sentiu Zeila abraça-la por trás, enquanto o medico recolhia as suas mãos.

― Hora da morte, cinco e trinta e sete.

― Por favor… ― implorou, quase caindo no chão em epóxi branco.

O medico andou ate ela, retirando a mascara e revelando o seu rosto tatuado.

― Jellal…

― Eu sinto muito, Lucy. ― sussurrou, acariciando o rosto da prima com delicadeza ― Não havia mais nada a fazer… Seus pulmões começaram a falhar e todos os seus outros órgãos fizeram o mesmo, em seguida. Mesmo que pudéssemos tê-la trazido de volta, não teria sobrevivido por muito tempo.

Jellal foi chamado por um grupo de enfermeiras. Despediu-se da loira com um olhar triste, deixando-a amparada por Zeila. As suas mãos tremiam e o zunido nas suas têmporas era cada vez mais agudo.

― Não… ― dizia, balançando a cabeça inconformada ― Não, não pode ser. Diga-me que é só uma piada. Diga-me que ela está muito bem e que ela vai voltar para casa comigo. Diga-me, Zeila! ― libertou-se dos braços finos que a seguravam, mas antes que fizesse qualquer coisa…

Uma mão bloqueou a sua visão, logo que um braço rodava a sua cintura, puxando-a para trás. Ela embateu as costas num peito firme e plano. Com a voz entrecortada, só conseguia negar tudo enquanto ouvia o seu coração quebrar. Queria acreditar que Juvia acordaria a qualquer momento e confiaria nela outra vez, e viveriam juntas que nem família.

― Eu sei o que fizeste por ela… ― dizia o sujeito, com a voz rouca, demasiado alto para ser o guarda, cobrindo-a toda ― Eu sei que alugaste uma casa para vocês duas e que ias ajuda-la a criar o bebe.

― Sim…

― Ela teve muita sorte em conhecer e ela esta agradecida por isso… Em algum lugar.

Lucy não queria acreditar nisso.

― É minha culpa ela estar morta. Eu fiz isso com ela. Ela confiava em mim e morreu pensando que eu a enganei.

Zeila fungou e Lucy sentiu a palma pequena tocar o seu pulso. Imediatamente Lucy pôs a outra mão sobre aquela que a cegava.

― Não! Juvia era muito doente, Lucy. Ela morreu porque os seus órgãos não poderiam suportar muito mais, não por causa de algo que ela achou que tinhas feito. Não podes culpar-te por isso… ― explicou, apertando a mão dela ― E eu posso garantir-te que ela sabia que não tinhas nada a ver com o sucedido.

― Por favor… ― implorou entre meus soluços, não acreditando no discurso ― Por favor, me diga que é um erro. Diga-me que estou sonhando, Zeila. Que tudo isso é um grande pesadelo terrível. ― pedia, com os soluços presos a garganta enquanto ela lutava para respirar.

Juvia não queria ter ninguém por perto com medo de ser traída. O mesmo acontecia com a maioria das bestas – inclusive Natsu, com a sua paranoia – e todos afastavam-se porque não queria ser envolvidos pela doença dela. Porem Lucy, ela aproximou-se para mostra-la que podia confiar em algumas pessoas… Mas, o ultimo vislumbre que se lembrava, era a deceção estampada na cara da azulada.

― Sinto muito… ― disse o homem ― Queria dizer algo para rirem e sorrires como ontem de manhã, mas… Não posso. Ela foi-se, Blondie.

Lucy virou-se no abraço do loiro para vê-lo melhor.

Sting usava um casaco de capuz vermelho, a aparecia desarmou Lucy completamente.

Fénix? ― disse num pensamento, enquanto Sting acariciava o seu cabelo ― Fénix é o Sting… Ele seguiu-me ate ao hospital só para me ver?

― Eu estou aqui, Lucy… Para o que precisares.

Aquelas palavras a tocaram tanto, que se atirou para os braços dele, apertando-o com todas as suas forças. E ele refugiou-a no seu grande abraço, os longos braços envolvendo o seu corpo todo. A sua mente ficou em branco, não via nada e nem ouvia nada.

Nada se moveu, nada mudou, tudo parou.

Assim como ela.


Notas Finais


...


Proximo_ Nastu sofrendo pelas lagrimas da sua amada. Mesmo q ele não aceite.


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