As férias estavam durando bastante, Eijirou tinha ido passar o fim de semana na casa de Masaru – pai de Katsuki –, o qual o recebeu muito bem. A mulher de Masaru era quem Kirishima não tinha se dado tão bem, enquanto o garotinho (que era a cópia de Katsuki, tirando os olhos vermelhos) se deu bem com o tio com dente de tubarão.
No momento o ruivo estava no quarto com a criança brincando, Eijirou tinha crescido na casa dos avós, no campo com os primos então conhecia várias brincadeiras porque os senhores eram contra a TV vinte-quatro horas. Eles estavam jogando cama de gato enquanto Katsuki estava lendo um mangá aleatório.
— Já sei, você tem giz de caixinha de quadro? — Eijirou perguntou a criança que deu a cama de gato para ele e saiu corrrendo indo até o próprio quarto para pegar a caixa de giz, Bakugou tirou os olhos do mangá virando para o avermelhado que ainda fazia coisas com aquele barbante.
— Agora ele não vai largar do seu pé. — Voltou o olhar para a revista virando a página quando a pequena cópia de Katsuki entrou e entregou uma caixa de giz para o mais alto que pegou na mãozinha dele o levando para fora do quarto.
Ao chegarem no andar debaixo, Kirishima foi até a parte de cimento começando a desenhar retângulos e números. — Isso aqui se chama amarelinha e é bem simples, a gente vai pegar essas pedrinhas e jogar, no número que parar nós não podemos pular nele, assim — E jogou a pedrinha demonstrando.
Katsuki olhou pela janela vendo os dois pulando igual idiotas e riu, Eijirou alegrava qualquer um, não era milagre Kanta ter gostado de primeira do mais velho.
Já era de tarde quando Katsuki desceu para comer alguma coisa e olhou para sala, na televisão passava Meu Amigo Totoro, enquanto no tapete Kirishima estava dormindo e ele viu a pequena criança loira na barriga dele. Deu um sorrisinho antes de ir no armário de parede e pegar um lençol jogando por cima dos dois.
Desligou a televisão e fechou as cortinas, uma pequena fresta de luz entrava iluminando o rosto de Eijirou. O loiro mais velho se sentou no sofá olhando para os dois, pegou o celular e tirou uma foto dos dois.
Em algum momento o terceiro pegou no sono com a cabeça no sofá, e quando Masaru chegou em casa com sua esposa, ele riu e ela revirou os olhos querendo acorda-los mas impedida pelo mais velho. A mulher tinha mais uma filha, mas a menininha estava passando férias com o pai, então ali só estava Katsuki e Kanta que agora dormia na barriga do namorado de seu filho, aquilo era muito lindo.
Quando chegou o jantar Kanta insistiu para se sentar ao lado de Eijirou que riu e deu espaço. — Sua mãe me ligou, ela sente sua falta. — Masaru disse para Katsuki que parou de comer e olhou para ele debochado.
— É mesmo? Estranho, porque para mim ela não desejou nem feliz natal. — E voltou a comer, Kirishima sentiu o clima pesar e começou a auxiliar a criança a comer para não ficar envolto aquele clima chato.
Masaru enfiou mais uma garfada na boca, Sakura estava ao lado deste quieta. — De qualquer jeito, acho que deveria procurar ela, Mitsuki é sua mãe ainda.
— Seguinte velho, nem você aguentou ela e foi embora, por que eu tenho que ficar com ela? — Respirou fundo, aquele assunto o aborrecia. — Mas tá’ insistindo tanto é porque não quer que eu fique, relaxa, depois do jantar eu vou voltar para U.A, passei todas minhas férias e feriados lá, não vai ser o primeiro e nem o último. — E voltou a comer, Masaru sentiu seu coração se apertar.
— Katsuki eu nunca quis que ficasse em U.A, eu achei que não gostasse de vir pra’ cá, por isso eu nunca o chamo. — Ele disse, seus olhos já estavam com lágrimas.
O loiro não respondendo terminando de jantar e se levantando, Eijirou pediu licença e saiu dali correndo até o namorado, Katsuki socava as coisas dentro da mochila quando se ajoelhou e encostou a cabeça na cama chorando. Kirishima se aproximou devagar tocando a cabeça dele devagar fazendo um carinho bem singelo.
Poucas vezes tinha visto o loiro chorar, e sempre era de partir o coração, mas a pergunta que ele fez acabou com todas as estruturas do ruivo. — Por que ninguém gosta de mim Eijirou?
O mencionado puxou o loiro para um abraço apertado enquanto deixava com que ele chorasse em seu peito, sentia sua camisa ser puxada e ficando molhada aos poucos, odiava esses seus momentos de fraqueza principalmente na frente do ruivo. Kirishima tomou o rosto deste o fazendo encarar-lo. — Olha pra mim, eu amo você, seu pai ama você e sua mãe ama você. Você tem isso Katsuki, você atrai as pessoas tentando espanta-las para longe. Você não precisa de esforço para atrair as pessoas para você, entenda isso.
Katsuki piscou os olhos sentindo mais lágrimas descerem de seus olhos, puxou o ruivo pelo braço beijando a boca deste, Eijirou sentia o rosto molhado do loiro molhar o seu próprio. — Me desculpa.
Shhh, sibilou. — Eu te amo bombinha. — E foi respondido com um soquinho no braço, e logo um abraço apertado. — Se quiser ir para a casa da sua mãe eu vou com você, não precisa enfrentar todos os seus demônios sozinhos, você tem eu, o Sero, o Kaminari apesar de não parecer ele se importa muito contigo, tem o Midoriya que enche a sua paciência porque se importa e até mesmo a Mina.
— Nossa eu… — Deu um pausa virando para o chão, dando um sorrisinho. — Eu tenho tantos amigos, eu…
— Claro que tem!
Midoriya tinha decidido fugir com Shouto, o namorado o havia ligado dizendo que Fuyumi e Natsuo iriam para onde Dabi fosse e ele que não iria ficar com Endeavor naquele lugar. Deku passou as últimas horas pensando naquilo, sua mãe surtaria com aquela ideia, e como ficariam Shinsou? Uraraka? Na indecisão ligou pra Shinsou que rindo lhe disse “eu tenho dois namorados, uma melhor amiga e uma quarta pessoa burguesa, quem não pode ficar sem você é o Todoroki!”, e com isso em mente Izuku enfiou seus remédios, suas cuecas limpas e uma pelúcia dentro da mochila, e de madrugada quando a mãe dormia o garoto esperou.
No horário marcado Shouto estava ali, sua roupa estava diferente e ele estava sorrindo. Midoriya via o namorado sorrir em poucas situações, então ali ele soube que estava fazendo o certo. Jogou primeiro a mochila de nuvens no chão, em seguida desceu pela grade da roseira sem espinhos e então beijou o namorado.
Shouto montou na bicicleta colocando o garoto na frente e então começaram a pedalar para longe dali, a brisa batendo no rosto deles dois enquanto riam de toda aquela situação, e os corações acelerados.
Quando chegaram, Izuku olhou para aqueles panos coloridos e fogueira, olhou as pessoas dançando em volta dela, e então viu Fuyumi ali. — Izu-kun você veio! — Ela estava tão diferente, parecia mais viva. Seus cabelos estavam presos em uma trança e ela usava uma saia longa branca com uma blusa de ombro caído vermelha e estava descalça.
— Que lugar lindo. — Disse e Shouto o acompanhou até uma tenda maior, mais dourada e ali dentro viu algumas mulheres trançando os cabelos umas das outras e de alguns garotos.
Shouto disse algo no ouvido de uma mulher negra com os olhos verdes e cabelos longos e ondulados que virou sorrindo para Izuku. — Venha criança, vamos vesti-lo. Tome isso.
Entregou um copo de barro para o garoto que virou o conteúdo sem perguntar, aquela mulher lhe trazia confiança, se sentiu tonto e então uma queimação por dentro, foi amparado pelo namorado que sorriu confortante. Várias coisas passavam em sua mente, enquanto seus olhos pareciam girar.
Bem vindo Izuku.
Piscou duas vezes vendo o braço da mulher esticado com várias pulseiras douradas e o garoto aceitou. — Tire os sapatos, não vai precisar deles, saia Shouto!
Shouto esperava ansioso do lado de fora, Dabi também não podia negar que estava curioso em como o cunhado ficaria. — Se continuar desse jeito eu ficarei com ciúmes. — Shigaraki encostou a mão no rosto do homem.
— Achei que este sentimento fosse baixo.
Shigaraki sorriu tomando os lábios do homem para si. — E é, mas sendo você posso me permitir sucumbir à um sentimento deste. — E então Deku saiu de dentro da barraca, se antes Shigaraki sorria dizendo que ficaria com ciúmes, agora ele entendia a curiosidade do seu homem.
Era impossível descrever a beleza de Midoriya Izuku, ele era perfeito e com a roupa que tinham posto nele tinha ficado mais bonito ainda. Os olhos verdes se destacavam das roupas prateadas, ele estava sem camisa com uma saia e tinha colares e os olhos pintados, até o cateter tinha sido pintado.
— Uau. — Shouto disse, e se aproximou, Deku estava com o rosto vermelho o que deixava suas sardas mais brilhantes. Se beijaram ali mesmo foi quando Natsuo apareceu por ali, usava uma calça branca.
— Vai ficar? — A mulher, que descobriu se chamar Esmeralda perguntou e depois de olhar em volta, as pessoas com sorrisos felizes até mesmo a criança, ele assentiu.
— Vou, eu vou ficar.
Momo estava decidida a acabar com a paz da própria família, estava com um short jeans e uma blusa de Shinsou. Estava de mãos dadas com a namorada e atrás dela vinha o squad de proteção de momojirou.
Logo que abriu a porta o coração acelerou, estava tão confiante e agora estava com um pouco de receio, mas ao olhar para trás e ver os três tão encantados com a sua casa e olhar a menina mais baixa comentando que puta merda, cabe uns sete pianos aqui, ela soube que estava tudo bem.
Sua família estava reunida na sala de TV, e foi para lá que ela seguiu. Encontrou seus pais e sua irmã mais velha sentados vendo algum filme que provavelmente ela detestava quando a garota disse. — Olá.
— Yaoyorozu! — A mãe sorriu beijando as bochechas da filha. — Seus amigos?
— Sim, estudam em U.A comigo.
— Aquela escola já foi mais bem frequentada. — Yodo disse, olhando para as próprias unhas, Jirou avançou sendo segurada pela namorada.
A mais alta riu. — Eu vim apenas para dizer que agora eu sou comprometida, eu estou namorando. Pai, mãe, demônio com a unha falsa, essa é Jirou Kyouka, minha namorada, ah, o loiro é o Kaminari, o namorado da minha namorada, e o Shinsou e o Sero, namorados do Kaminari.
Seu pai engasgou e sua mãe se sentou no sofá, a boca da mulher parecia pesar uma tonelada pois ela não conseguia fechar. Yodo tinha parado de olhar as unhas e agora olhava para os pais e para a irmã. — Como assim alguém te suporta?
— Yodo, insuportável aqui é você! Você só vai casar porque o papai tem interesse naquela merda de empresa, você é fútil, interesseira e mimada. E além disso tudo você é corna!
Jirou começou a rir sendo acompanhada pelos garotos. Seu pai estava com um sorrisinho quase imperceptível no rosto, e sua mãe parecia que iria surtar, mas agora estava feito, e ela com certeza se sentia mais leve.
Uraraka tinha viajado para os EUA sozinha, intercâmbio? Não, a garota iria conhecer sua namorada virtual, seu coração estava acelerado quando no meio de todas aquelas pessoas uma garota ruiva com sardas pelo rosto segurava uma placa com um japonês meio errado mas o que valia era a intenção.
Bem vinda Uraraka!
Correu no meio de todo mundo agarrando o pescoço da garota e na frente de todos a beijando, a ruiva rindo no meio do beijo e voltando a beija-la. — É tão bom estar aqui, estar com você!
A ruiva riu do sotaque completamente encantada com a garota, queria ficar admirando Uraraka para sempre. Estavam apaixonadas mesmo. — Minha mãe comprou comida japonesa, mas eu disse pra’ ela que a nossa comida japonesa não é a mesma que a sua.
— Não tem problema Tory. — Riu. — Eu estou feliz só de estar aqui com você.
Tsuyu estava na praça sentada no balanço, se sentia um pouco chateada porque sentia falta da mãe, uma pena que a mulher não sentia o mesmo. Os tênis se arrastando nas pedras e na areia, enquanto ela batia os dedos na corrente do balanço.
Parecia até brincadeira mas Tokoyami morava ali por perto e tinha saído para comprar cigarro e pão para mãe, inconfundível aquele cabelo verde, ele se aproximou. Asui ergueu os olhos para o garoto. — O que tá fazendo sozinha?
— Tenya-kun se mudou para os Estados Unidos, Izuku-kun fugiu com o Shouto-kun, e a Ochaco tá no Estados Unidos também, talvez eles se encontrem por lá, e sobrou eu que não tenho a vida tão interessante. — Disse chutando uma pedrinha enquanto se apoiava nos joelhos.
Fumikage se sentou no outro balanço ao lado dela. — E aquela rosinha?
— A Ashido-chan? — Ela riu virando para o outro lado. — Ela está com os amigos dela, e você? O que faz aqui?
— Eu moro naquela rua ali. — E Tsuyu arregalou os olhos, fazendo o garoto rir. — E você?
— Como a gente nunca se viu? Eu moro na última casa daquela rua. — E os dois riram alto.
Tokoyami se levantou metendo a mão no bolso e contando o dinheiro. — Quer ir na sorveteria comigo?
Tsuyu riu se levantando, bateu nas pernas empoeiradas e assentiu.
Os dois garotos tinham acabado de descer do uber, Katsuki estava ainda nervoso, estavam de frente para sua casa antiga e o garoto sentia que seu coração podia sair pela boca a qualquer momento. Assim que subiram a curta escadinha da casa salmão, Bakugou agarrou a mão do ruivo e assim tocou a campainha.
Enquanto esperava foram incontáveis vezes que o loiro pensou em sair correndo, engoliu a seco quando a porta foi aberta. — O que você tá fazendo aqui? Não deveria estar com seu pai?
Katsuki mordeu a boca, já tinha se arrependido de estar ali. — O velho me mandou, acho que nem ele me suporta mais. — Não era o objetivo de Katsuki fazer drama, mas escapou da boca dele. — Mas tudo bem, eu vou voltar para o dormitório.
— Espera. — Segurou o braço do garoto. — Entrem, eu vou… Eu vou fazer uma lasanha e não tenho como guardar.
Kirishima notou a grande semelhança dos dois, tanto na aparência quanto no jeito – na falta deles – com as palavras. O loiro ajeitou a mochila nas costas e foi seguindo o ruivo e então deixou o ruivo na sala indo para a cozinha. — Você quer ajuda?
— Toma. — Entregou a lasanha congelada para ele. — Deixa eu te fazer uma pergunta, o que aconteceu com o filho da Inko? Ela ficou desesperada, teve que ser internada.
Katsuki riu desembalando a lasanha. — Ele fugiu com o namorado dele.
— Puta merda, aquele moleque meio-a-meio? — Katsuki assentiu. — E o que aquele garoto com aquele cabelo de merda tá fazendo na minha sala?
— Parece que estamos namorando. — Colocou no micro-ondas.
— Corajoso. — Falou, e Katsuki arqueou a sobrancelha. — Ele, claro. — Revirou os olhos ligando o micro-ondas.
Assim que voltaram para a sala, Eijirou parecia uma pedra sentado no sofá, parecia ter medo de quebrar qualquer coisa. — Velha esse é o Eijirou, cabelo de merda essa é a minha velha.
Mitsuki acertou um tapa na nuca do garoto. — Me respeita caralho, eu em, muito prazer Eijirou.
— Prazer senhora Bakugou.
— Senhora é o caralho, me chama só de Mitsuki.
Mais tarde, naquele mesmo dia, depois de ligar para suas mães Eijirou se deitou na cama de Katsuki e foi bombardeado por vários beijos do loiro. — Você e sua mãe são muito parecidos, fisicamente, acho que até na personalidade.
— Me respeita caralho. — Se levantou. — Eu sou igual meu pai porra.
Nem de longe.
Kirishima puxou o rosto do loiro para beija-lo novamente, Katsuki montou no colo do ruivo o olhando nos olhos e então o abraçou. — Obrigado por vir junto comigo, eu não sei se conseguiria.
Eijirou passou as mãos nas costas do outro e em seguida beijou os cabelos macios do loiro sorrindo. — Obrigado por me querer na sua vida. — Kirishima deitou a cabeça no ombro do loiro e o garoto encostou a cabeça na dele.
Suspiraram juntos, estavam bem.
Fim?
Kirishima talvez nunca contasse pra ninguém quando uma vez estava apertado para usar o banheiro e entrou no qual só uma cabine funcionava e de lá saiu Kaminari, em seguida o Sero, depois Hitoshi, Momo e Jirou. Parecia até mesmo um carro de palhaço onde vários vão saindo.
Agora sim, fim!
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