1. Spirit Fanfics >
  2. Break my barriers. (hiatus) >
  3. Vazio

História Break my barriers. (hiatus) - Vazio


Escrita por: choimyg

Notas do Autor


Olá, Tudo bom?? <3
Bom,eu costumava escrever poemas e pequenos texto no tumblr, essa é a primeira vez que eu escrevo uma historia
estava sempre por aqui lendo fics mas nunca tinha escrito uma, ai surgiu uma ideia e eu resolvi me arriscar ashausuh

Bom, espero que gostem <3 boa leitura e até as notas finais ashau

Artista da fanart do capitulo: wemosus|tumblr

Capítulo 1 - Vazio


Fanfic / Fanfiction Break my barriers. (hiatus) - Vazio

Com os olhos semicerrados olhei pela janela do meu quarto, o sol já invadira todo o cômodo, o que significava que já estava tarde. Sem muita vontade, levantei da cama, lavei meu rosto e escovei os dentes. Abri meu guarda roupa e vesti a primeira coisa que vi pela frente, desci as escadas e senti o familiar cheiro de katsudon. Yuuri estava em pé na cozinha, preparando o almoço, enquanto Victor estava lendo algum livro. Quanto mais eu olhava para eles mais eu via um casal de recém-casados. Apesar do Yuuri dizer que são apenas amigos, ele é o único que pensa assim. Que diabos de amigos usam uma aliança?  “É-é..é apenas um amuleto” – até consiguia ouvir a voz dele na minha cabeça respondendo, enquanto escondia o rosto corado.

Victor, por outro lado, não fazia nem um pouco de questão de esconder como lhe agradava a ideia de se casar com Yuuri. Era muito fácil ler suas emoções, por ser como um livro aberto, o total oposto do outro, que por sua vez era extremamente reservado, fazendo com que tivéssemos mais do que o nome em comum.

— Bom dia. – eu disse enquanto pegava uma xicara de café.

— Bom dia, Yurio. – disse Yuuri, usando o apelido ridículo que colocaram em mim para facilitar as coisas, já que eu e ele temos o mesmo nome.

— Bom dia, meu amor. – mesmo detestando o “Yurio”, era melhor do que o Victor me chamando de “meu amor” para lá e para cá. – Dormiu bem?

— Sim. – menti.

— Bom dia pra você também, Makka. – me abaixei para fazer carinho em suas orelhas – Makka é o poodle do Victor, o xodó da casa. Ele latiu e caminhou até sua tigela. Fui até o armário e peguei sua ração.

— Hm, Victor…depois do almoço você poderia me levar a floricultura? É hoje...

Eu não costumava tocar no assunto. Passava o tempo tentando não me lembrar e me distraindo com qualquer coisa que aparecesse, mas hoje era impossível. Faz um ano desde que tudo aconteceu, mas ainda parece tão recente.

— Claro. – respondeu Victor, desviando os olhos rapidamente, na tentativa vã de esconder seu olhar preocupado.

Terminei minha xicara de café e fui para a sala. Deitei no sofá, peguei meu celular, escorreguei meu dedo pela tela, fuçando minhas redes sociais. Não demorou muito para concluir que não acharia nada de interessante para me distrair, então coloquei meus fones e dei play. Fechei os olhos, suspirei pesadamente e tentei esvaziar minha mente para não pensar em nada.

Funcionou!

Bem, por uns instantes funcionou... Logo depois minha mente foi invadida por flashbacks, talvez pelo fato do maldito aleatório ter jogado justamente uma música que me lembrava dela tenha colaborado. Decidi me render e afundar nas lembranças. Ainda consigo ouvir sua voz brava me chamando de idiota depois de ter feito alguma brincadeira para tira-la do sério; ainda consigo ver seu sorriso caloroso, enquanto me contava animadamente alguma coisa idiota que tinha acontecido no seu dia. Senti um nó se formar na minha garganta e a sensação de vazio foi tomando conta de mim.

Ela está morta! – repeti para mim mesmo.

Ela não existe mais. Não tem por que ficar triste por alguém que não existe mais! – tentei mais uma vez me convencer.

Desde o dia em que ela morreu eu não derramei uma lagrima sequer. Não por não me importar mas...simplesmente não saiu. Acho que a ficha ainda não caiu. Naomi era minha melhor amiga de infância, a única pessoa que eu conhecia desde criança que tinha sobrado depois da morte do meu avô. Naomi era o meu lar, era a lembrança do Yuri inocente e sorridente que ia todos os dias brincar com ela no quintal de sua casa, antes de todas as tragédias da minha vida acontecerem. Não faço muito a linha supersticioso, mas às vezes me questiono se eu tenho algum tipo de maldição. A maldita maldição de perder todos que eu amo.

— Yurio! – gritou Yuuri, me arrancando dos meus pensamentos –, venha comer!

Comi silenciosamente enquanto observava Victor e Yuuri. Comecei a viver com eles sete anos atrás, após a morte do meu avô. Eu tinha aulas na escola de dança dos dois desde pequeno, eles eram o mais próximo de família depois do meu avô. Apesar de nunca dizer isso a eles, sou grato por tê-los na minha vida; os dois são como pais para mim, me acolheram e cuidaram de mim esse tempo todo sem reclamar, mesmo eu não sendo nada deles. Gostaria de um dia conseguir retribuir tudo que eles fizeram por mim.

— Quando quer que eu te leve? – perguntou Victor, enquanto comia. Era engraçado o brilho nos seus olhos ao olhar o katsudon no seu prato, dava pra ver como ele gostava disso. É provavelmente pelo Victor gostar tanto que o Yuuri sempre cozinha isso.

— Assim que você terminar, se não tiver mais nada importante pra fazer.

— Não tenho, eu te levo.

— Você vai querer que a gente te acompanhe? – perguntou Yuuri, notando que eu não estava bem. Esse era um dos problemas de ter tanto em comum com ele. Yuuri também era a pessoa que mais me compreendia, admito que não é uma coisa totalmente ruim.

— Não precisa, prefiro ir sozinho. – respondi calmamente.

Yuuri apenas assentiu com a cabeça.

Voltei para o meu quarto, tomei um banho e troquei de roupa. Peguei meu celular e desci. Victor já estava me esperando.

— Vamos.

Sentei no banco da frente, abri a janela do carro e coloquei os fones. Victor estava quieto. Normalmente ele não fecharia a boca durante todo o trajeto, mas hoje ele apenas ficou em silencio. Voltei minha atenção para fora do carro, conferi no meu celular a previsão do tempo: o dia seria ensolarado, o que não era uma surpresa, pois o céu estava de um azul perfeito e sem nuvens. Odeio esse clima, prefiro dias nublados.

Naomi amava o calor do sol.

Senti o vazio voltar a tomar conta de mim, mas hoje resolvi não lutar contra ele.

— Chegamos. – disse Victor, enquanto estacionava o carro.

— Já volto. – respondi.

Entrei na floricultura e pedi ao rapaz que estava no balcão um buque de girassóis. Era a flor preferida dela.

— Aqui está, senhor.

— Obrigado. – respondi enquanto pegava a carteira para pagar.

Victor me levou até o cemitério. Chegando lá, disse pra ele que não precisava me esperar, pegaria um taxi para voltar pra casa. Precisava ficar sozinho.

Victor disse que me esperaria. Insisti, dizendo que iria embora sozinho. Ele acabou cedendo e me deixou ali. Agora eu estava de pé em frente ao cemitério, com um buquê nos braços. Senti meu estomago apertar, respirei fundo e entrei.

Quanto mais olhava aquela lapide mais dor eu sentia. Sentei ao lado dela e encostei minha cabeça perto de onde estava a foto de Naomi. Encarei em silencio por um longo tempo.

— Sinto sua falta. – dizer em voz alta parecia deixar a dor no meu peito ainda mais aguda – as aulas da faculdade voltam amanhã e eu não aguento nem mais um segundo naquele lugar sem você. Tudo é tão cinza e sem vida sem você, Naomi! Eu trouxe flores...suas favoritas. Nunca te perguntei por que você gostava tanto desses malditos girassóis. Bem, acho que nunca vou saber. – voltei a ficar em silencio quando o nó na minha garganta começou a apertar demais. Mergulhei nas doces e dolorosas lembranças dela enquanto admirava sua foto.

— Eu te amo.

Peguei um taxi e voltei para casa. Chegando lá, vi Victor e Yuuri no sofá, assistindo filme. A julgar pela expressão dos dois era de terror. Fui até a sala e me sentei no sofá com eles, não me perguntaram nada, Yuuri apenas estendeu o braço e me envolveu com ele. Não sou muito receptivo a demonstrações de afeto e coisas do tipo, mas hoje eu aceitei de bom grado seu carinho. Victor sorriu pra mim e afagou a minha mão. Sorri para os dois tentando os deixar menos preocupados. Eu ficaria bem...eu acho.

Coloquei um outro filme e dei play, Victor agora estava com a cabeça no colo de Yuuri enquanto o mesmo lhe fazia cafuné. Revirei os olhos observando aquela cena de “amigos”.

— Até quando você vai negar? – perguntei ao Yuuri.

— Não começa... – respondeu timidamente.

— Negar o que? – Victor perguntou, confuso.

— Nada. – Yuuri respondeu rapidamente.

Segurei o riso e Yuuri me lançou um olhar repreensivo.

Na metade do filme os dois caíram no sono. Peguei um cobertor e os cobri, subi as escadas e segui para o meu quarto. Makka me acompanhou e deitou na cama comigo, abracei ele e fiquei ali, imóvel. Estava sem sono, mas emocionalmente exausto. Makka adormeceu e eu estava sozinho de novo. Era impossível fugir das lembranças, a dor me abraçou novamente e eu retribui o abraço. Eu sinto tanto a falta dela, a saudade estava me corroendo, e a culpa, a culpa também. Se não fosse eu, ela ainda estaria viva...

 

*Yuuri*

Acordei confuso e ainda bêbado de sono, não me lembro de quando cai no sono. Olhei para baixo e Victor estava aninhado no meu peito dormindo feito um bebê. Yurio sempre me provocava sobre sermos um casal, mas nunca me apaixonei por ninguém. Não tenho nenhuma experiencia com amor, apesar de já ser um adulto. De qualquer forma, Victor não me olha desse jeito. Ele brinca e tudo mais, mas é só isso, apenas uma brincadeira. Mas e eu? Como eu olho pra ele? Depois de todo esse tempo eu continuo confuso.

Decidi permanecer ali e aproveitar aquele momento, seja lá o que ele significasse.

— Boa noite, Vitya. – disse, enquanto afagava seus cabelos platinados.

*Yurio*

Acordo com o barulho infernal do despertador me fazendo o favor de lembrar que hoje é o retorno das aulas na faculdade. Escolhi o curso de dança por amar fazer isso, mas depois da morte da Naomi eu não conseguia mais me sentir bem dançando. Toda vez que eu dançava lembrava dela e do seu sorriso se iluminando, quando eu lhe mostrava alguma coreografia. Mas tenho certeza que ela me mataria se eu largasse a faculdade, então lá vamos nós! Me arrastei até o banheiro e tomei um bom banho, hoje não estava tão quente como ontem, então era aceitável vestir uma de minhas camisas de manga comprida. Peguei minha preferida, preta com um desenho de tigre na frente, calcei meu all star surrado e desci para tomar café.

— Bom dia. – disse pro Yuuri. – Onde está o Victor?

— Bom dia. Ele saiu mais cedo para o trabalho, eu te levo na faculdade.

— Certo. – sorri maliciosamente ao me lembrar da situação que deixei os dois ontem – E então Yuuri, como foi a noite com o Victor? Animada? – perguntei, rindo e desviando rapidamente do pão que ele jogou em mim.

— Pare já com isso! – respondeu corado – Você deveria ter me acordado.

— Desculpe, achei melhor não incomodar os pombinhos.— eu disse, rindo.

Yuuri me lançou a tentativa de um olhar furioso.

— Vamos, vou te levar logo antes que você comece a fantasiar com mais bobagens.

— Tenho certeza que não sou eu que fantasio com bobagens. – insinuei.

Chego à faculdade e já noto o tumulto dos calouros na entrada. Me lembro do meu primeiro dia aqui, mas logo afasto o pensamento, pois me fazia lembrar dela. Caminho até a entrada e noto um grupo diferente, não pareciam ser daqui. Encaro eles por um tempo até perceber um cara alto e moreno me encarando. Desvio o olhar rapidamente e sigo para encontrar minha turma. Ao me aproximar da sala já reconheço a voz escandalosa do JJ, um dos poucos - senão o único - amigos que eu tinha ali. Apesar de não ter nada em comum comigo, eu gostava de conversar com ele.

— Bom dia, Yurio. – diz JJ assim que me vê – Há quanto tempo, estou extremamente chateado por você ter recusado todos os meus convites para sair.

— Estava ocupado. – respondi.

— Essa sua frieza machuca o meu coração, Yurio.

— Deixe de drama.

O resto da turma entrou na sala e em seguida o professor. JJ voltou para seu assento e eu olhei pela janela enquanto o professor repetia o mesmo papo de primeiro dia de aula do ano anterior.  O céu estava ligeiramente nublado, pelo menos uma coisa boa no dia. Imagino como seria se a Naomi estivesse aqui e logo interrompo meu pensamento. Chega. Prometi evitar pensar nela, tenho que parar de preocupar o Victor e o Yuri!

Peguei meu celular e me tentei distrair, até ouvir uma voz grossa e não familiar conversando com o professor. Olhei para frente e lá estava ele, o moreno alto de hoje cedo. Ele provavelmente deve ser um intercambista. O encarei curioso. Vi o professor apontando para ele o lugar vago do meu lado e nossos olhares se cruzaram novamente. Abaixei a cabeça, constrangido.

Mas que diabos tinha dado em mim?!

Senti ele se sentar do meu lado e ajeitar suas coisas. Não disse nada, apenas continuei olhando para o meu celular, até que uma mão entrou no meu campo de visão.

— Olá, eu me chamo Otabek. Otabek Altin.–  ele disse, com a mão ainda estendida para mim.


Notas Finais


E então, o que acharam?, espero que tenham gostado :3

Sou totalmente aberta a criticas construtivas, sugestões e dicas <3

Encontrei uma pessoa maravilhosa pra betar os capítulos <3 @BloodyMarie muito obrigada <3, você é um amor


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...