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História Break The Rules - (Jeon Jungkook) - - SEGUNDA TEMPORADA: 1- Is your life better without me?


Escrita por: angelkea e Theyluvbanana

Notas do Autor


Oi meuzamores, tudo bem com vocês?
Eu estou muito bem e muito empolgada. Sabem por quê?

CHEGOU A SEGUNDA TEMPORADAAAAAAAAAA! Sabem aquele treco que nós enfiamos no bolo, e sai um fogarel? Eu tô só aquilo, gente.

Com o tempo, deixarei nos comentários a listinha de idade e nome do povinho que entrará nesses primeiros capítulos dessa temporada, tudo bem?

Vejo vocês nas considerações finais e nos comentários.
Boa leitura, irmãsss ✨.

Capítulo 70 - - SEGUNDA TEMPORADA: 1- Is your life better without me?


Fanfic / Fanfiction Break The Rules - (Jeon Jungkook) - - SEGUNDA TEMPORADA: 1- Is your life better without me?

Easton Town. ⊹──⊱✠⊰──⊹ Grande cidade.  

                                      S/n point of view.

9 anos depois.


O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Pensei que esses nove anos seria uma tremenda montanha russa. Eu achei que eu me sentiria mal por tudo o que aconteceu. Pensei em desistir várias vezes quando eu me via sozinha. Nunca gostei do silêncio. Chorei feito criança. Mas se quer saber como eu estou após nove anos? 

Eu estou bem. Muito bem, inclusive. Falo disso mentalmente, fisicamente e inteiramente. Eu acho que estou na melhor fase da minha vida. Nós crescemos, passamos por tantas coisas que deixamos o passado para trás. Eu achei que seria difícil fazer isso, deixar tudo para trás e me jogar de ponta na mudança. Mas vivi. Vivi como se não houvesse o amanhã. Estudei, me formei, conquistei os meus sonhos e hoje sou considerada a melhor pediatra da cidade. Tenho a minha própria clínica médica, que recebeu um retorno excelente sendo premiada a melhor da cidade. E olha que eu moro em uma cidade grande como Easton Town. Há muita concorrência por aqui, a indústria médica é enorme e não são todos que entram na lista de preferência. É uma hierarquia por trás. É bizarro. 

Eu tive que me entregar para tudo isso acontecer. Quebrar as correntes que me aprisionavam, acreditar, correr atrás e deixar as minhas vontades para o que realmente era necessário. Sou muito grata por tudo que eu passei. Sou grata pela minha família, que nunca deixou-me desistir e sempre vibrou com cada conquista. Tudo mudou desde então. Literalmente tudo...

Chloe se mudou para Healdsburg, também formada em medicina, casou-se com um homem bem rico. Do jeito que ela queria. Richard é bem legal, e merece-a por inteiro. Ela ainda tem uns surtos de superioridade, afinal, ela é a Chloe. E eu infelizmente não pude ir no casamento deles pelo meu trabalho. 

Nancy, já está uma adolescente, ela já tem 14 anos. Quando olho para ela, vejo que o tempo realmente passou e eu nem percebi. Medicina é algo de louco, não nos permite olhar para o tempo. Ela sempre conta-me as novidades, somos ótimas amigas. Algo engraçado que me faz rir todos os dias, é lembrar da Nancy reclamando de nosso pai. Dizendo que ele não sai do pé dela. É um paizão. Murmura que perdeu duas filhas e que não quer perder a mais nova. Nem parece o Frederic Murder que eu bem conheci. 

April e Taehyung sempre deram certo. Ambos se mudaram de cidade, mas não foram para muito longe. Os dois são jornalistas, e jornalistas bem cotados. Nós tentamos nos falar todos os dias possíveis. Nem sempre dá, pelo meu trabalho. Mas, eu tento. Nós tentamos. 

Já com a minha avó, eu falo todos os dias. Ainda mais agora que o tempo decidiu colocar o livro escrito na mesa, para Genevieve e Dong-hae. Para a minha maior alegria, eles se casaram. Vovó e Dong-hae moram juntos atualmente. Acho que eles não se separaram desde aquele tempo. Sempre cobro o meu mérito à eles, mas nunca consigo-o. Merda...

Eles me falam sobre tudo que vêm acontecendo. Principalmente sobre ele. Quem eu não vejo há séculos. Eu achei que eu poderia ver ele em algum dia de chamada, sem querer mas ver. Vovó contou-me que ele se mudou, mas não para fora de West River, como eu. Não gosto de parecer curiosa sobre Jungkook, pergunto sempre por cima dos assuntos. Não sei, acho que é algo de minha cabeça. Mesmo que eu esteja chateada com tudo que aconteceu, e sentindo um pouco de raiva dele, ainda ligo para saber dele. De como ele está, o que ele têm feito... E eles me falam. Tudo. Fiquei sabendo que ele está ainda mais tatuado e que não abandonou a máfia, mesmo depois de tudo. E que agora, ele está mais focado em seu trabalho. Soube que ele está muito rico, mais do que já era. E eu fico feliz. Mesmo não tendo contato e escolhendo a distância, eu fico feliz. 

Não tem como esconder de mim mesma que tivemos algo. Acho que ninguém conseguiria esquecer ou tentar, de alguma forma, esquecer o que foi intenso. É impossível. Amei tanto ele que não tenho como esquecer. Ele deixou marcas em mim, tanto boas quanto ruins. E uma de suas marcas, foi a escolha de não gostar de ninguém. Estou há nove anos sem me relacionar. Talvez seja trauma, ou  apenas os anos de estudo que fez-me tornar uma pessoa meio fria para sentimentos. Nunca senti vontades ou me preocupei com o ato de ficar com alguém. Seja apenas um beijinho, uma transa ou um date. Já me chamaram de chata, careta e impossível. Mas eu sou isso e mais um pouco. Sinto que receberei o mesmo de todos. E eu prefiro o meu trabalho do que passar por tudo novamente. Talvez seja o buraco que ele deixou em minha alma. Só talvez...

Suspirei fundo alisando o meu jaleco branco, vendo o meu nome bordado em meu peito, como doutora S/n. Olhei em meu relógio notando a falta de quarenta minutos para eu ir para o meu consultório. Eu ainda tenho um tempo para ser apenas a S/n. Sentei-me em minha cama encarando o closet aberto, notando a presença de uma caixa preta que eu trouxe de West River, há nove anos atrás. Não lembro-me de ter aberto ela depois de tanto tempo. Coloquei a cadeira por perto para eu poder subir na prateleira e conseguir pegá-la. E por graças, ela não está empoeirada. Caminhei com a caixa mediana em minhas mãos até a minha cama, sentando-me ao seu lado enquanto retirava o meu anuário escolar de seu fundo. Fazia anos que eu não olhava para aquelas fotos, de quando eu havia dezessete anos. 

Tanto tempo se passou desde então, apenas as fotos para fazerem-me lembrar de certos momentos. Que tempos penosos foram aqueles anos – ter o desejo e necessidade de viver, mas não a habilidade. Sorri alisando a minha foto com April, éramos novas demais. Passei os meus olhos pelas fotos ao lado, reparando em cada detalhe. Nunca pensei que sentiria falta daqueles momentos, mas não daquele tempo. Sorri me lembrando de todos os meus colegas de classes, desde Max até a Liv. Perdi contato com tantos que as vezes me pergunto por onde andas. Daria tudo para reencontrar eles novamente. 

Meu sorriso desmanchou aos poucos ao ver a foto de Jungkook, ao lado da minha. Suspirei fundo virando a página do anuário, dando de cara com uma foto de nós quatro, totalmente distraídos entre nós mesmos. Taehyung, April, eu e Jungkook. Ele sorria para mim e eu ria de algo que ele falou, eu aposto. Umedeci meus lábios alisando aquela foto com os meus dedos. Os meus olhos focavam em sua imagem, em como ele estava e em como ele se posturava naquele momento. 

Memories on.

— Vamos embora, finalmente. – Jungkook bufou retirando a beca de seu corpo fazendo-me rir ajeitando a minha em meu corpo. – Você não irá tirar? 

— Acho que não, daqui a pouco vou ir embora mesmo. – Ri. – E quando eu chegar, deixarei essa beca para limpar as coisas do Spartacus. 

— Boa! – Rimos. – O que você vai fazer agora? – Jungkook questionou-me dobrando a sua beca vendo-me levantar os meus calcanhares para olhar o palco, onde meus pais estavam. – Você vai ir até lá? 

— Vou conversar com a minha avó um pouquinho... 

Memories off.

Depois de uma certa idade, você já perdeu tantas pessoas que aprende a apreciar as lembranças que tem, e para de se ressentir das que nunca vai ter. Há tantas coisas que essa simples foto faz-me lembrar, em tão poucos segundos. Eu cresci em uma verdade, me transformei naquela mulher que as pessoas tanto falam. A menina de dezessete anos que eu vejo agora não imaginaria quem ela se tornaria em nove anos. 

Fechei o anuário enquanto encarava o fundo daquela caixa, que ainda possuía muitas outras fotos. Ajeitei-as em minha mão para começar a ver cada uma, uma por vez. Há tantas fotos em que ele está. E há uma foto em específico, que estamos sozinhos, no coreto em que ele preparou aquela surpresa. Estávamos tão felizes que não imaginávamos que aquele seria o nosso último dia. Que aquele, seria o nosso último momento. E que aquela noite, seria a última em que eu ouviria sair palavras tão bonitas da boca de uma pessoa como ele. 

Memories on.

— Você... – Sorriu com a mão sobre o seu queixo. – Você é apaixonante. – Jungkook disse com um sorriso ladino em sua face, fazendo-me sorrir envergonhada. 

— Eu que falo isso de você, Jungkook. Eu não sabia que você escondia esse seu lado romântico, ficou tudo lindo. – Olhei ao redor encantada sentindo-o acariciar minha mão por cima da mesa. 

— Eu não sentia necessidade de usá-lo até eu me apaixonar por você. E eu nunca pensei que me apaixonei por você ou que eu caí por você. Eu não me apaixonei, eu cresci nisso. – Jungkook sorriu deixando um selar em minha mão, fazendo-me franzir os lábios me curvando por cima da mesa para deixar um selar em seus lábios. 

 ☬ঔৣ꧂

— Também temos vinho para acompanhar o jantar. – Jungkook abriu a garrafa enquanto umedecia seus lábios recém beijados, fazendo-me sorrir surpresa. – E também há outra coisa que você irá gostar...

— Quantas surpresas você irá fazer para mim, Jungkook? – Semi-cerrei os olhos vendo-o despejar vinho em nossas taças. 

— Até o fim de nossas vidas. Até quando eu puder fazer surpresas para você. – Jungkook sorriu olhando ao lado, retirando uma caixa muito bem conhecida por mim. – Sobremesa. 

— Biscoito amanteigado com geleia de goiaba? – Sorri encantada vendo-o afirmar abrindo a caixa. – Amor! 

Memories off. 

Ele fez jus à suas palavras de me surpreender até o fim de nossas vidas. Aliás, ele me surpreendeu no dia seguinte, que foi decretado o nosso fim. Não direi para sempre pois eu não sei o que o universo reserva para mim. Ele tem me surpreendido tanto desde aquele tempo, que eu não sei mais o que esperar dele. 

Ouvi a voz de minha secretária ecoar em meu vasto apartamento, fazendo-me limpar as lágrimas melancólicas que escorriam em minhas bochechas, e com certeza, borrando a minha maquiagem. Guardei as fotos de volta na caixa enquanto me levantava apressada, para Dóris não notar o meu abatimento. Ela me conheceu uma pessoa mais séria e mais madura, que não esboça muitas emoções quanto essas, e o seu jeitinho de ser...

— Bom dia chefinha, trouxe o seu café normal com espuma de canela. – Dóris sorriu animada entregando-me o copo, enquanto eu assenti colocando minha bolsa preta em meu ombro para irmos embora. 

— Quais são os meus compromissos de hoje? – Beberiquei meu café abrindo a porta de meu apartamento, esperando-a passar para eu trancar. – Vamos, Dóris. 

— Desculpe-me doutora S/n, hoje eu estou sobrecarregada. – Dóris disse rápido enquanto ajeitava seu óculos em seu rosto, tentando mexer em seu tablet. – A clínica está lotada, como sempre. E para você, há três pacientes por hoje. 

— Por que só três, Dóris? Pode marcar mais, você sabe que eu dou muita conta. – Franzi o cenho saindo do elevador acompanhada da minha assistente, que suspirou confusa mexendo em alguns papéis em seus braços. 

— O problema, chefinha... É que a senhorita tem uma conferência marcada para mais tarde, com alguns médicos da cidade. – Dóris semi-cerrou os olhos lendo os papéis, fazendo-me revirar os olhos abrindo a porta de meu carro. 

— Ganharei algo nessa conferência? – Negou. – Não irei. Avise a minha ausência à quem for o responsável do jantar. – Coloquei o cinto ao meu redor, vendo-a levantar a mão sem entender.

— Mas chefinha...

 – Você sabe o que eles falam nesses jantares? Nada com nada. E eu ganho algo? Não. Eles falam de suas prosperidades financeiras e abundâncias de clientela, e querem crescer acima das pessoas que estão presentes. Eu não sou assim e eu prefiro atender os meus pacientes do que jantar com pessoas asquerosas. – Disse irritada enquanto saia do estacionamento de meu apartamento, ouvindo-a se manter em silêncio. – E a maioria são donos de hospitais e nem são médicos. Se perguntar qual o nome da veia mais importante do corpo, não faz idéia. 

— Está certo, senhorita S/n. Eu irei cancelar o jantar de hoje, a conferência, no caso. – Dóris ajeitou o óculos em seu rosto enquanto discava algo em seu tablet. – O doutor Tom queria jantar com a senhorita, doutora S/n.

— Pode cancelar também. Não quero. – Neguei bebendo meu café, vendo-a olhar-me assustada. – O que foi, Dóris? 

— Doutora S/n, é o doutor Tom. Ele é lindo e... – Dóris disse empolgada fazendo-me dar de ombros. 

— Mulherengo. E além de ser mulherengo, ele não é tão bonito por dentro. Ele tem algumas falas machistas e isso me incomoda. Fica muito no meu pé, e eu nem gosto de chiclete. – Tossi colocando o meu café no porta copos, no meio dos bancos, vendo-a negar incrédula. 

— Doutora S/n... Eu sei que eu não tenho nada a ver com a vida pessoal da senhorita, mas você coloca muitos pingos onde não precisa. – Dóris disse calma, fazendo-me dar de ombros. – Ele é um cavalheiro, charmoso, inteligente, carismático. Seria o meu sonho jantar com ele... – Dóris disse encantada fazendo-me negar enojada. 

— Aí Dóris, por que não vai jantar com ele no meu lugar? Eu não quero sair com ninguém, eu odeio sair. – Disse com preguiça vendo-a olhar-me rapidamente. – Eu não me interesso por ninguém, isso é perda de tempo. 

— Aí chefinha, parece até que não é feliz... Por que és tão dura consigo mesma? – Dóris franziu o cenho fazendo-me bufar apoiando meu braço na porta do carro. – Onde está o seu coração? 

— Eu nem deveria falar isso com você, você é a minha secretária e a minha ajudante. – Pausei. – Vão-nos acontecendo coisas com o tempo. As pessoas vão abandonam-nos, ou não nos amam o suficiente, ou não nos percebem, ou nós não percebemos-as, e perdemos, falhamos e magoamo-nos uns aos outros. E o barco vai abrindo pequenas fendas. E quando o barco abre as fendas, o fim torna-se inevitável. Já viu algum barco conseguir navegar com um buraco nas velas?  – Negou. – Não existe. E o fim dói, Dóris. E sabe por que eu não tenho um coração? Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem. 

— O que será que colocaram neste café? Eu pedi sem açúcar. – Dóris levantou o meu café, indignada, fazendo-me negar retirando-o de suas mãos. – Mas, você é muito fria com os seus sentimentos e com as pessoas. 

— Dóris... Eu te contratei para o que mesmo? – Franzi o cenho vendo-a retornar sua atenção para o seu tablet. – Achei que você era psicóloga invés de minha assistente. 

— Desculpe-me, doutora S/n. – Dóris disse assustada, fazendo-me bufar enquanto estacionava em minha clínica, que já estava cheia como Dóris citou. – Não me meterei mais. 

— Ótimo! – Desliguei meu carro enquanto terminava meu café, vendo-a retirar o cinto de segurança. – Avise o Tom que eu não irei jantar com ele. 

— Ele está na clínica hoje, doutora S/n. Os cirurgiões estão de plantão hoje. – Dóris disse calma enquanto me acompanhava à sair do carro. 

— Mas não quero esbarrar com ele na clínica hoje. Por isso, libere a minha agenda de pacientes e deixem-os virem até mim. – Disse despreocupada jogando o meu copo no lixo, vendo-a afirmar indo até o balcão das secretárias da minha clínica. 

Dóris está comigo há alguns meses, e somos bem próximas, por sinal. Eu não gosto de falar para ninguém sobre o que aconteceu no meu passado e eu acho que isso não é do governo de ninguém. Ela acha-me fria por não me relacionar com alguém, e sempre que ela fala sobre o amor – ela fica empolgada com esse assunto –, eu falo o que eu acho sobre o amor. Ela sempre se assusta e dá as suas chatas sugestões. Ninguém gosta de receber sugestões sobre algo que já tem certeza. Principalmente pelo o Tom. Um dos médicos de minha clínica. Ele é cirurgião. Desde que cotei ele para entrar em minha clínica, junto dos outros médicos que trabalham aqui, ele tem essa ousadia de dar em cima de mim. Nunca vi um médico tão atoa quanto ele, mas também, é o melhor cirurgião que temos na cidade. 

Me irrita vê-lo dar em cima das mães que trazem os pequeninos para serem atendidos por mim, já que sou pediatra. Mas não é por ciúmes, imagina eu ter ciúmes de uma pessoa nesta altura do campeonato. Mas, pela a minha indignação pela sua falta de caráter. Era tempo que eu aceitava uma pessoa assim, era tempo.

E falando no diabo...

— Doutora S/n? Uau...– Tom sorriu com as mãos sobre a sua cintura, fazendo-me sorrir forçado até ti. – Bom dia! 

— Bom dia, doutor Tom. Precisa de alguma coisa? – Disse sem saco encarando a planilha em minhas mãos, vendo sua sombra pegar uma no balcão. 

— Com certeza... – Tom suspirou fundo folheando a planilha enquanto eu estiquei meu corpo para eu pegar uma caneta no pote de uma das secretárias. – Acabei de ver a mensagem de Dóris dizendo que a senhorita não aceitou o meu convite para jantar. Prossegue? 

— É claro, doutor Tom. Somos colegas de trabalho, aliás, sou sua chefe. – Sorri fraco assinando a última folha, vendo-o desviar o olhar. – Minha assistente é competente e esta sempre passando as minhas respostas corretamente. – Devolvi a caneta para a secretária, entregando o fichário para ela. – Quem sabe outro dia? 

— Você sempre diz isso, doutora S/n. – Sorriu fazendo o mesmo que eu. – Esse dia nunca chega, sabia? Você é a médica mais difícil que eu já conheci. 

— Até porque você conheceu muitas, né? – Sorri desacreditada ajeitando o jaleco em meu corpo enquanto caminhava para o quadro de escala médica. – Me desculpe, doutor Tom, mas hoje tenho muitos pacientes. 

— Você só tem três, doutora. – Tom cruzou os braços encarando a escala médica em meu lado, fazendo-me rir. – Você está me enrolando tanto. 

— E você tem duas cirurgias para fazer, pelo o que eu estou vendo aqui. – Semi-cerrei meus olhos olhando, vendo-o assentir mordiscando seu lábio inferior. – Estamos quites. 

— Já que a senhorita não quer jantar comigo, nós podemos almoçar juntos. – Tom sorriu arqueando a sobrancelha, fazendo-me olhá-lo seriamente. O filha da puta tem lábia. 

Não tenho horário de almoço hoje. – Sorri dando de ombros vendo-o revirar os olhos. – Tenha um bom dia e que suas cirurgias dê certo, doutor Tom. Tenho muito o que fazer. – Bati em seu ombro seguindo o caminho para a minha sala, vendo que a sala de espera estava variável, como a da entrada. 

Não serei hipócrita de dizer que ele não é bonito ou atraente. Tom é sim bonito, bastante por sinal. Mas, o seu jeito não faz o meu tipo. Sorri para alguns pacientes antes de entrar em minha sala, sentindo o seu cheiro perfumado do aromatizante de morango que incendiava a minha sala com o melhor cheiro de todos. Aquela clínica tem cheiros específicos, de frutas. Suspirei fundo colocando minha bolsa embaixo da minha mesa, enquanto retirava o meu estetoscópio de minha gaveta, colocando-o em meu pescoço. 

Liguei meu computador e ajeitei tudo para a minha primeira consulta do dia. O meu mau-humor matinal é jogado para fora quando o assunto é atender os meus minis pacientes. Alguns vêm pela primeira vez, e outros já me chama de tia. E isso deixa meu coração remendado extremamente mole. 

— Dóris, pode pedir para que o primeiro paciente entre no consultório? – Pressionei o botão do telefone, ouvindo-a afirmar imediatamente. 

Ajeitei-me na cadeira enquanto encarava a porta ansiosamente para conhecer ou reencontrar alguma criança. Sem demora, Dóris abriu a porta com um sorriso no rosto enquanto dava espaço para uma pequena menininha dos cabelos cor de mel entrar, acompanhada de uma moça extremamente gentil. 

— Obrigada, Dóris. – Sorri observando a menor se sentar no colo de sua mãe, envergonhada. – Bom dia! 

— Bom dia, doutora. – A mãe sorriu. – Fala oi com a médica, Jade? – A mãe acariciou o rosto da menor, que sorriu tampando seu rosto com os cabelos cumpridos de sua mãe. 

— Não precisa ter vergonha de mim, Jade. – Sorri afastando minha cadeira de minha mesa. – Vem cá... – Estiquei meus braços para a menor, que parecia ter quatro anos idade. 

A menor, mesmo envergonhada, veio até mim em passos curtinhos fazendo-me sorrir colocando-a em meu colo enquanto eu aproximava-nos novamente da mesa. 

— Em que eu posso ajudar vocês nesta manhã? – Sorri balançando-nos levemente entregando um ursinho para Jade, que se encontrava calada em meu colo. – Aliás, qual o seu nome? 

— Liz. – Sorrimos. – Eu havia ido em um hospital da cidade, por ser considerado um dos melhores, e o médico me atendeu com muita má vontade e disse que o caso da minha filha não havia solução. – Liz sorriu desacreditada fazendo-me franzir o cenho observando a menina brincar em meu colo. 

— Como assim? – Franzi o cenho sem entender, vendo-a retirar uma pasta de sua bolsa. 

— Aqui estão os exames que nós fizemos da pequena Jade, são todos recentes. Eu deixei de ir naquele hospital por achar que eles só estavam pegando o meu dinheiro, e nós não temos uma condição financeira muito boa. – Liz sorriu fraco fazendo-me assentir lentamente abrindo a pasta. 

— Você pode me falar sobre o que a pequena Jade tem, enquanto eu dou uma olhada nos exames? – Questionei calma espalhando os exames na minha mesa, vendo-a afirmar rapidamente. 

— A Jade está te atrapalhando, doutora? – Liz questionou-me ameaçando se levantar, enquanto eu neguei ajeitando-a em meu colo. 

— Já estou acostumada. – Sorri. – Pode ficar tranquila que Jade não está me atrapalhando. 

— Bom... Eu irei contar um pouco de tudo para você entender, tem problema? – Liz engoliu seco encarando-me ler alguns papéis, enquanto eu neguei rapidamente. – Jade tem quatro anos de idade. – Na mosca. – Eu tive-a sozinha e criei ela da mesma forma, sem ajudas. O pai dela nos abandonou quando eu estava grávida dela. Ele não queria, sabe? – Afirmei colocando o papel na mesa, atenta em suas palavras. – E quando ela nasceu, eu senti que estava tudo bem. Ela é tudo para mim. – Liz sorriu com os olhos cheios de lágrimas. – Só que, quando ela completou três anos de idade, alguns sintomas começaram à aparecer. Como a diabete. E me preocupou. Jade é tão nova para ter algo assim, e que não partiu de mim, pois na minha família não teve nenhum caso dessa doença. – Liz limpou seus olhos rapidamente. 

— Eu sinto muito por isso, Liz. – Disse cabisbaixa. – Jade tem...

— Ela tem câncer. Descobri que ela tem um tumor no pâncreas e que se transformou em um câncer. Isso mexe comigo pois, ela é tão nova e o hospital disse que não é possível curar-se. E que, as chances de eu perder a minha filha são altíssimas. – Liz soluçou com a mão na boca, fazendo-me suspirar desacreditada. – Fala para mim que tem cura, doutora. 

— Diabete é uma doença crônica, que ocorre pela quantidade de glicose no sangue. Jade pode ter alguma insuficiência de insulina no pâncreas, que costuma controlar o nível de glicose em nosso corpo. – Ajeitei-me em minha cadeira, vendo Jade olhar-me atentamente. – Qual o tipo da diabetes dela? 

— 2. Foi neste momento que o médico disse que não tinha o que fazer. Eu estou tão assustada e desesperada para vê-la curada, doutora. – Liz fungou fazendo-me assentir alisando as costas da menor. 

— O tipo dois é bem comum entre a sociedade, Liz. Normalmente ele é recebido pela obesidade, estilo de vida e pela ascendência familiar. Você tem certeza que pela sua parte não há nenhum caso de câncer ou de diabetes? 

— Tenho, doutora. A minha família é saudável. Eu era atleta na escola e o pai da Jade também era. Éramos jovens, mas eu não comia besteiras. – Assenti. – Eu não conheci a família dele, eu engravidei sem querer. E os meus ascendentes não tiveram câncer ou algo do tipo. 

— Então... Pode partir dele esse diabete e provavelmente este câncer. – Franzi os lábios vendo-a negar incrédula. – Vou passar algumas informações para você enquanto nós conversamos, e depois, tirarei uma conclusão sobre tudo, combinado? – Afirmou. – Diabete é algo sério. E o medo do médico foi pela cirurgia que deve ser feita. Diabete tem vários fatores que influência-o, principalmente a dificuldade para cicatrização. Se ela se ralar, para fechar, levaria um tempo e é perigoso deixar aberto pelas bactérias. – Assentiu. – Diabete não tem cura, Liz. E pelo o que eu vi aqui, ela possuí um subdiagnostico. 

— Ou seja...

— Não é confirmado. Teríamos que fazer mais alguns exames para saber oficialmente se ela possuí diabetes e se esse é o motivo do tumor, tudo bem? – Disse calma vendo-a assentir olhando para Jade. – Ainda temos esperança, Liz. 

— Mas o câncer? Ela ainda tem? – Liz questionou-me interessada, fazendo-me levantar o raio-x para a luz. 

— É difícil delinear isso, Liz. Nós precisamos fazer novos exames, extremamente concretos, para nós vermos isso direitinho. Como o diabetes é um subdiagnostico, temos que ver também um pouco sobre esse tumor. Tem algumas pessoas que dizem ser câncer, como foi a questão deste hospital. Eles diagnosticaram-a sem se aprofundarem na verdade, e isso é um peso mental para você e para a pequena. – Afirmou. – Eu já vi o quanto você ama a sua filha e sei o quanto você quer ver ela bem, e ouvir a sua história, fez-me enxergar as situações com clareza. E pode ter certeza, Liz, que você tem a minha palavra de que eu farei o possível e o impossível pela vida da Jade. 

— Meu Deus... – Liz soltou todo o seu ar, como um alívio. – Doutora, você é um anjo. Quando me falaram sobre a sua clínica, eu não imaginava que você era tão boa assim. 

— Liz, a sua história mexeu comigo. – Sorri com os olhos cheios de lágrimas. – E quando eu vi vocês entrando naquela porta, meu coração falou algo tão alto para mim, que eu não resisti. Eu tenho orgulho de você, Liz. Mesmo não te conhecendo inteiramente, mas te conheci o suficiente para saber disso. Você é uma mãezona para a Jade. – Sorri engolindo o choro, vendo-a rir limpando seus olhos. – Mantenha a sua cabeça positiva sobre tudo, Liz. Nós iremos conseguir juntas, está bem? Eu não vou deixar você nem a Jade. Eu prometo.

— Obrigada, doutora. – Liz fungou deixando algumas lágrimas cederem, fazendo-me sorrir entregando um lenço para ela. – Muito obrigada. 

— Não há de que, Liz. – Sorri. – Eu irei fazer algumas análises na pequena Jade, e depois, nós iremos conversar sobre os exames necessários. Seu caso é de extrema urgência, então teremos que acelerar com tudo, está bem? – Afirmou. – Te darei o meu número particular para você me atualizar diariamente sobre a Jade, e eu fazer o mesmo. 

— Doutora, você é tão conhecida e eu não quero atrapalhar a sua vida pessoal. – Liz sorriu desacreditada, fazendo-me negar anotando meu número em um papel. – Eu tenho o seu número. – Liz sorriu encarando o papel, fazendo-me sorrir. – Não passarei para ninguém. 

— Quero acompanhar você e a Jade sempre, Liz. Peguei um carinho imenso por vocês e agora, trabalharemos juntas nisso. – Sorri levantando-me com Jade em meus braços, caminhando até a maca para fazer os exames básicos. 

Chequei tudo o que eu precisava checar para escrever em minha planilha. Ela está sem nenhuma infecção aparente ou qualquer tipo de marca que possa indicar alguma das alternativas que assombram a Liz. Escrevi em meu computador algumas observações, desde o comportamento de Jade até as informações que obtive e ainda obtenho enquanto converso com Liz. O hospital citado pela menina, foi o hospital em que eu saí e decidi criar a minha própria clínica. Sempre gostei de fazer as coisas com o coração e do meu jeito, sem ter que seguir regras ou padrões. Jungkook me ensinou a quebrar eles, e desde então nunca fui a mesma. E ver que Liz gastou uma fortuna que não tem naquele lugar, para receber respostas erradas e preocupantes, é reprovante. Nunca fiquei tão intrigada em toda a minha vida. Liz é nova, tem dezoito anos ainda. Mãe de uma menina de quatro, que provavelmente tem um câncer no pâncreas. O que essas meninas passaram, tão novas, me sensibiliza. 

Eu estudei a minha juventude inteira para isso. Para trabalhar do meu jeito e ainda ganhar o sorriso de alívio de uma mãe nova, solteira, batalhado e que tem uma filha espetacular. Eu amo o meu trabalho mais que tudo, e eu amo quando eu prometo. Nunca quebrei promessas na minha vida, porque isso me dá um gás para avançar nas minhas prioridades. E eu estudarei, trabalharei, investirei nas duas. 

A história tem demonstrado que os mais notáveis vencedores, normalmente encontraram obstáculos dolorosos antes de triunfarem. Eles venceram porque se recusaram a se tornarem desencorajados por suas derrotas”. 













 



Notas Finais


O que vocês acharam? Não se esqueçam de compartilhar comigo seus surtos e teorias.

E ai, gostaram o primeiro capítulo dessa temporada? Eu amei escrever ele. De coração.

S/n cresceu, gente. Ver o profissionalismo dela nesse capítulo foi um prazer enorme, e fiquem cientes que veremos bastante ainda.
Vemos que ela não quis se envolver com ninguém desde aquele tempo.
Mesmo que Tom seja um médico bonitão, ela ainda tem seus olhos presos em Jungkook.
Parece que ambos se desconhecem, né? Doideira.

Chloe casou e Genevieve também AAAAAAAAAAAAAAA! A minha alegria, gente. Agora veremos eles juntos como casal, finalmente. Teremos presença dos dois nos povs do JK, obviamente.

Tadinha da Dóris KKAKSKAKSKWKAKSKWAK. S/n é o oposto dela, como vocês perceberam.
Mas ela é fofinha.

Estou ANSIOSA para postar esse capítulo, então não darei muita trégua por aqui não. Então, saibam que eu amei escrever essa capítulo e que oa próximos serão ainda melhores. Beleza?!

Vejo vocês no próximo capítulo, beijosss ❤️.


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