História Breaking Rules - Jortini - Chapter Thirty-Six

Pov’s Jorge Blanco:

Já faz uma hora que me encontro sentado na recepção da enfermaria do colégio, depois da queda que Tini sofreu, trouxeram ela pra cá. E até agora nada, nenhuma informação.

-Porque essa demora toda? - questionei andando de um lado para o outro, quase fazendo um buraco no chão

-Calma, Jorge - Mechi indagou sentada em uma das cadeiras - Logo eles nos avisam como ela tá

-O pai dela tá ai dentro, vai ficar tudo bem - Ruggero apontou para a porta branca

German chegou alguns minutos depois do pequeno acidente, ficou muito nervoso e não acreditou como um colégio tão renomado pode deixar algo assim acontecer. Depois disso ele entrou para ver a filha, e não voltou aqui mais.

-Quem vocês acham que fez aquilo? - Alba questionou apoiada no ombro de Facundo, que remexia no cabelo cacheado dela

-Não é óbvio? - Cande pronunciou - Com certeza foi a Valeria - afirmou e eu concordei

-Ela viu que a Tini estava ganhando e resolveu boicotar a apresentação dela - Respondi juntando os fatos

-Porque não a Gery? - Nicolas perguntou se apoiando na cadeira de frente à sua - sabemos que ela também tem motivos para uma coisa dessa - fez aspas na palavra “motivos”

-Ele tem razão - Ruggero concordou com o amigo - Todo mundo sabe que a Gery queria participar da competição, foi praticamente humilhada aquele dia - relembrou a votação uma semana antes da competição

-Tanto faz, vou quebrar a cara de qualquer uma das duas - Mechi revirou os olhos - A Tini estava tão empolgada com a competição, não merecia que acabasse assim

-Espero que não tenha acontecido nada grave com ela - indaguei encarando o chão de porcelanato branco

Mais alguns minutos se passaram e nenhuma notícia, a vontade de invadir aquela enfermaria só aumentava dentro de mim. Até que a porta se abriu revelando um German ainda mais furioso do que antes.

-Algum aluno dessa escola medíocre colocou aquele óleo no palco e sabotou a minha filha - gritou com o diretor que o seguia - Agora lá está ela com o pé quebrado e frustrada com essa injustiça - completou

-Ela quebrou o pé? - Ruggero questionou indignado, antes mesmo que eu pudesse fazer o mesmo

-Sim - o diretor concordou - A queda foi forte, o impacto com o chão fez com que trincasse o osso do pé dela - explicou em tom de voz baixo, parecia envergonhado com toda aquela situação

-E agora? - German indagou tentando parecer paciente - Como fica a situação da minha filha?

-Senhor German, podemos conseguir uma indenização para o senhor e sua filha - o diretor começou a falar, porém foi interrompido

-Que droga de indenização - German praticamente gritou, assustando todos que estavam presentes - Eu quero que descubram quem fez isso com a minha filha, e que essa pessoa seja punida - ordenou

-Eu entendo, já estamos procurando nas imagens das câmeras de segurança - se justificou e por coincidência uma das professoras apareceram na sala, carregando o que parecia ser um tablet

-Diretor, já descobrimos o responsável pelo ocorrido com a senhorita Martina - pronunciou atraindo a atenção de todos

-E quem foi? - não contive minha curiosidade

-Logo vocês serão comunicados, por agora vou me reunir com o senhor German e discutir uma punição adequada - o diretor me encarou compreensivo e logo depois seguiu para sua sala, acompanhado de German e da professora

-Droga - dei um soco na parede ao meu lado, não é justo que eles nos escondam isso - Eu preciso ver ela - indaguei determinado a entrar naquela porta

-Você não pode entrar aí - Diego me interrompeu

-Boa tarde - o médico que estava atendendo Tini saiu da enfermaria - Preciso ir até meu consultório buscar alguns medicamentos, a senhorita Stoessel pediu para Jorge a acompanhar, qual de vocês? - questionou nos observando

-Sou eu - respondi rapidamente me aproximando da porta onde ele estava

-Ótimo - sorriu gentilmente - Não devo demorar, mas qualquer coisa uma das minhas enfermeiras vai ficar aqui fora, é só acionar ela - explicou e eu concordei

Então ele deu espaço para que eu passasse e fechou a porta, observei o local todo branco e com cheiro de hospital. Uma mesa no canto, ao lado alguns armários brancos e por fim a maca onde estava ela.

-Tini - me aproximei sorrindo, mas meu sorriso não foi retribuído - Como você tá? - questionei me aproximando

-Com o pé engessado - fez uma careta e apontou para seu pé

-Continua linda - me apoiei na cama e acariciei seu rosto, afastando alguns fios de cabelo que ameaçavam cair em sua testa

-Idiota - sorriu me dando um leve soco no braço -Isso doeu bastante - fez uma cara de sofrimento, fofa

-Claro, se não doesse qual seria a graça? - questionei divertido e recebi outro soco no braço -Agora falando sério, me preocupei com você - sentei na beirada da cama, fazendo com que ela apoiasse sua cabeça em meu peito

-Óbvio que se preocupou, você me ama - sorriu se gabando

-Amo mesmo - admiti e vi ela ficar em silêncio, como se processasse o que eu acabei de dizer

Imaginei varias formas de dizer que a amo pela primeira vez, com certeza em uma enfermaria não foi uma das opções. Sei que eu tenho certeza que é isso que eu sinto por ela, agora ainda mais.

-Você vai mesmo dizer que me ama pela primeira vez aqui? - questionou - Isso não é nada romântico, muito menos clichê - indagou sem levar seu olhar até mim, parecia não querer me encarar

-Então tem tudo a ver com a gente - zombei da nossa relação nada clichê - E você não precisa inventar desculpas para não precisar dizer que não sente o mesmo agora - expliquei acariciando seu longo cabelo loiro

-Não ficou bravo? - tomou coragem de olhar nos meus olhos

-Claro que não - sorri aproximando meu rosto do seu -Não precisa se sentir pressionada em me dizer nada, eu só disse isso porque é o que eu sinto - admirei seus olhos fechados com meu carinho em sua bochecha - Nunca me senti tão bem em amar alguém - admiti

-Você não existe - sorriu levando sua mão até minha nuca e selando seus lábios aos meus. Eu não sei se já disse isso alguma vez, mas os beijos dessa garota me viciam cada dia mais, é sempre um diferente do anterior. Não sei como ela consegue a cada vez me fazer sentir uma sensação diferente, um sentimento novo. E por acaso hoje eu descobri nos seus lábios um gosto incrível, talvez vocês o chamem de amor.

[...]

O médico realmente é um homem de palavra, não demorou quase nada e eu tive que voltar para aquela recepção desconfortável, porém agora bem mais aliviado por saber que minha garota estava bem.

Agora eu e meus incríveis amigos nos encontramos no lado de fora do colégio, esperando que a Tini seja finalmente liberada para ir pra casa. Até agora German e o diretor ainda não nos avisaram sobre a culpada do incidente, por mais que já seja óbvio.

-Achei que agora estaríamos comemorando a vitória da Tini - Diego lamentou encostado em uma árvore

-De certa forma ela ganhou - Alba encarou o amigo, sentada em um banco ao seu lado

-Mas não da forma que queria - Ruggero se intrometeu e eles concordaram

-Bolsistas - a voz fina de Lodovica gritou em nossa direção, a mesma saiu correndo de dentro do colégio e caminhou até nós - Eu já sei quem fez aquilo com a Tini - anunciou despertando minha curiosidade

-E quem foi? - questionei pela segunda vez hoje

-As duas pessoas mais prováveis, juntas - respondeu revirando os olhos - Valeria e Gery

-As duas? - Mechi questionou indignada

-Sim - concordou - Parece que a Valeria teve a ideia ontem, ela disse que era só uma hipótese caso estivesse perdendo - explicou - Então ela percebeu que iria perder e contou para a Gery, nas imagens das câmeras mostra as duas lá no palco

-O que vai acontecer com elas? - Cande questionou

-German me disse que a Gery falou para o diretor que não fazia ideia do plano da Valeria, que achou fazer parte da coreografia dela - indagou com raiva - Então não vai acontecer nada com ela, já a Valeria vai voltar a morar com os pais dela, em outra cidade - esclareceu - Parece que ela odeia eles

-Odiar é pouco - me lembrei de quando ela me falava sobre a cidade pequena em que morava, e sobre seus pais donos de uma fazenda

-Acho isso pouco, eu deveria quebrar a cara daquela garota - Mechi protestou

-Essa é sua chance - Ruggero apontou em direção a porta do colégio, Valeria descia os pequenos degraus de entrada acompanhada do diretor do seu colégio. Quando nos viu disse algo para o diretor e caminhou em nossa direção

-Eu queria pedir - começou a falar mais Mechi a interrompeu

-Ai garota, cala essa boca - a encarou com nojo -Quer pedir desculpas? - debochou - Está vendo a Tini por aqui? - questionou

-Não me deixaram falar com ela - respondeu em tom de voz baixo

-É óbvio que não deixaram - Lodo a encarou de cima a baixo - Vai que você da outro ataque de inveja e ataca minha amiga - debochou

-Me disseram que ela quebrou a patinha - Valeria fez uma careta - Que pena que foi só isso - sorriu

-Sua vadia - Mechi gritou indo pra cima dela e lhe acertando um tapa no rosto

-Mercedes - Ruggero a segurou antes que ela continuasse

-Você é louca? - Valeria gritou colocando a mão sobre o rosto vermelho

-Você não viu nada - a loira respondeu tentando se soltar de Ruggero

-É melhor você ficar bem longe da minha amiga, se não eu acabo com essa sua raça de vadia invejosa - Lodo ameaçou se aproximando dela

Depois disso o diretor a chamou e então ela finalmente foi embora dali, nem acredito que finalmente me livrei desse carma na minha vida.