Pov’s Martina Stoessel:
Não me lembrava do quão bom é estar com ele, conversando sobre coisas bobas ou não conversando sobre nada. Só aproveitando sua companhia.
Eu poderia dizer que nesses dois meses o que me fez mais falta foi Buenos Aires, com sua temperatura mais alta e pessoas mais dispostas.
Ou então diria que senti falta dos meus amigos, senti falta da minha melhor amiga ou até mesmo senti falta do colégio.
Eu não estaria mentindo, afinal tudo isso me fez falta, porém não tenho dúvidas que senti mais falta dele do que de tudo isso.
-As pessoas daquele colégio vão adorar que você finalmente voltou - comentou - Parece que você é uma parte muito importante daquele lugar, não só para mim - sorriu
-É claro, afinal eu sou representante do colégio, sou líder de torcida, comando alguns grupos e ainda por cima sou sua namorada - me gabei e ele riu
-Com certeza a última parte é a mais importante - respondeu em voz alta, com a música era quase impossível conversar
Nós dois estávamos sentados em um dos sofás espalhados no fundo da mansão, onde havia uma piscina, algumas mesas e um bar.
Nossos amigos estavam sentados em uma mesa por perto, depois que todos me cumprimentaram decidiram dar um tempo para nós dois.
-Sabe, por coincidência meus pais fizeram uma viagem nesse fim de semana e eu estou sozinho em casa - comentou atraindo minha atenção - Você bem que podia dormir lá - sorriu com malícia e depositou um beijo no meu pescoço
-Não teria um plano melhor para essa noite mesmo - respondi com desdém
Ele me encarou indignado, sempre acredita nas minhas ironias.
As vezes ele me parece tão indefeso e outras vezes tão impenetrável. Com seu rosto angelical e pensamentos não tão puros assim.
-Vou adorar passar essa noite com você - respondi com um sorriso - Mas agora preciso dar um pouco de atenção para a aniversariante - sussurrei apontando em direção a Lodo
A mesma não parava de olhar em nossa direção, conheço bem suas formas de chamar minha atenção.
-E eu vou pegar mais uma bebida - concordou se levantando e depositando um beijo rápido em meus lábios
O observei caminhar até o bar e então me levantei e fui até onde estava minha melhor amiga.
Quando me aproximei dela Mercedes, Cande e Alba fizeram a mesma coisa. Nos sentamos ao seu lado no sofá desocupado próximo da piscina.
-Como está sendo sua primeira noite com dezenove anos? - questionei animada
-Seria melhor se você deixasse de lado o galã de olhos verdes e desse mais atenção para sua melhor amiga - sorriu irônica
-Eles ficaram dois meses longe, merecem um tempo a sós - Mechi se intrometeu para me defender
Sorri em sua direção e ela deu de ombros, como se dissesse que não foi nada demais.
-Falando sobre esses dois meses - Alba me encarou - Porque ele está aqui? - voltou seu olhar em direção ao bar
No canto de frente ao balcão, Tomas estava sentado em um banco. Tomava uma bebida qualquer com sua postura séria e ereta.
-Meu pai pediu que ele viesse até Buenos Aires, quer conversar com ele - respondi com desdém
-Ela está se referindo a festa - Cande explicou
Pensei em uma resposta, mas nada parecia justificável, na verdade eu nem sei porque trouxe ele até essa festa.
-Não acho que foi uma boa ideia - Lodo chamou minha atenção novamente - Aposto que em vinte minutos o nosso querido Jorge vai perder a paciência e quebrar a cara dele - sugeriu
-Eu aposto que em dez minutos - Alba concordou
-Talvez cinco - Cande sorriu
Revirei os olhos, como elas podem ser tão maldosas e irônicas?
-Isso não vai acontecer, eu expliquei tudo para o Jorge e ele entendeu que não passou de um mal entendido - respondi dando de ombros - Além de que - comecei a falar, porém fui interrompida por uma movimentação perto do bar
Algumas pessoas se aproximaram gritando feito loucas, pensei ser alguma brincadeira ou a bebida subindo a cabeça.
-Tini - Ruggero veio correndo até nós - É o Jorge - disse ofegante
Me levantei rapidamente e o segui até a movimentação perto do bar. Passei entre todas as pessoas bêbadas e me assustei ao ver do que se tratava.
Tomas estava no chão com o nariz sangrando e Jorge estava por cima dele lhe acertando socos. Não sabia o que fazer, ele parecia estar tomado de raiva e as pessoas gritando só piorava tudo.
-Jorge - gritei tentando chegar até ele, porém com todo o barulho ele não conseguiu me escutar
Me aproximei tentando tirar ele de cima do Tomas.
-Para com isso - gritei novamente, dessa vez ele pareceu me escutar - Por favor - pedi segurando seu rosto
Ele me entendeu e então saiu de cima dele e se levantou. Jimmy se aproximou e ajudou Tomas a se levantar.
-Eu vou matar você - gritou passando a mão pelo rosto na tentativa de limpar o sangue que escorria
-Não se eu matar você antes - Jorge ameaçou voltar a bater nele
Me intrometi entre os dois e encarei Jorge, seus olhos transbordavam de ódio.
-Já chega - gritei colocando as mãos em seu peitoral e o impedindo de se aproximar do Tomas - Leva ele daqui, por favor - me virei encarando Jimmy
Ele concordou segurando o braço de Tomas e o levando para longe daquela confusão.
Voltei minha atenção para Jorge e o mesmo me encarava arrependido.
-Martina, eu - começou a se explicar
Eu nem se quer continuei ali para escutar suas desculpas, revirei os olhos e sai de perto dele.
Pov’s Jorge Blanco:
O vento que adentrava a janela do carro me deixava um pouco mais calmo e aliviado, porém não o suficiente.
Tini está dirigindo há alguns minutos, ao julgar pelo caminho diria que está indo para minha casa.
A mesma não trocou uma palavra comigo depois da confusão com aquele idiota do Tomas, só pegou a chave do meu carro e me obrigou a entrar nele.
Não consigo parar de pensar no imbecil que eu sou, passei dois meses longe dela e quando ela finalmente está de volta a primeira coisa que eu faço é arranjar uma briga.
Me deixei levar pelas provocações do Tomas e quando vi já estava quebrando a cara dele. Não posso dizer que me arrependo, afinal ele merecia uma lição depois de beijar a minha namorada.
-Não vai falar comigo? - questionei com receio
Ela nem se quer me olhou, continuou concentrada no caminho.
Por mais que esteja brava comigo, não posso deixar de reparar o quão linda ela fica quando está concentrada. Tenho tanta sorte de ter essa garota.
-Ficar me olhando não ajuda em nada - disse sem desviar seu olhar até mim
Dei de ombros e voltei minha atenção para a janela, observando todo o caminho até chegar na minha casa.
[...]
Quando chegamos ela deixou sua bolsa sobre o sofá e adentrou a cozinha. Cansei de ser ignorado e então a segui.
Ela abriu todas as portas do armário à procura de alguma coisa.
-Posso ajudar? - questionei me sentando em uma das banquetas de frente para a ilha da cozinha
Ela abriu a ultima porta e pareceu encontrar o que tanto procurava, um remédio para machucados e alguns curativos. Pegou e colocou sobre a bancada de frente para mim.
A encarei sem entender o porque daquilo.
-Seu rosto - indicou tocando sua testa - Está sangrando - explicou
Levei minha mão até onde ela apontou e senti o sangue nos meus dedos, não sei como não senti nenhuma dor.
-Isso não é nada - dei de ombros e me levantei da banqueta
Estava prestes a sair da cozinha, mas ela me interrompeu se colocando na minha frente.
-Senta lá - me empurrou até a banqueta novamente
-Tini, não precisa disso - protestei observando ela pegar um algodão e colocar o remédio
Ela se aproximou levando sua mão até meu rosto e com cuidado limpando o machucado.
Seu rosto estava tão próximo do meu que eu podia sentir sua respiração se misturar com a minha. Impossível manter a pose séria com ela tão perto de mim.
-Porque você é assim? - questionou quando seu olhar cruzou com o meu
-Irresistível? - arqueei as sobrancelhas e esbocei um sorriso divertido
Sei que ela tentou manter seu olhar sério, mas não aguentou e sorriu com a minha provocação.
Ela deixou o algodão sobre a bancada e pegou um curativo, abriu o mesmo e colocou no meu machucado.
Antes que ela se afastasse para guardar as coisas novamente, segurei sua mão e aproximei seu corpo do meu. Para minha surpresa ela não relutou ou tentou se afastar.
-Queria que esses dois meses nunca tivessem existido - confessei levando minha mão até seu rosto e colocando alguns fios de cabelo por trás da sua orelha - Assim você nunca sairia aqui do meu lado, não teria conhecido aquele idiota e tudo que veio depois - expliquei
-Eu também queria, muito - concordou aproveitando meu carinho em seu rosto - Mas tudo isso aconteceu e só nos resta uma saída - disse
Senti um aperto no peito quando pensei na possibilidade dela querer terminar comigo ou algo assim.
-Uma saída? - perguntei arqueando as sobrancelhas e a encarando curioso - Qual? - completei
-Esquecer - acariciou meu braço com suas mãos quentes e macias - Esquecer tudo que aconteceu esses últimos dias e lembrar somente de todas as coisas boas que aconteceram antes - esboçou um sorriso lindo em seus lábios rosados - Lembrar de como o nosso relacionamento é incrível sem toda esse ciúme e desconfiança
-Você tem razão - concordei envolvendo meus braços em sua cintura - Você sempre tem razão - admiti e ela riu orgulhosa
Por alguns segundos sua risada tirou meu foco, seu sorriso perfeito e seus olhos cor de mel, tão irresistível.
Não disse nada, aproximei ainda mais seu rosto do meu e colei nossos lábios em um beijo.
Beijar ela a cada vez é uma experiência diferente, a cada dia melhor e mais surpreendente. Seus lábios macios e carnudos, suas mãos acariciando minha nuca e seu corpo colado ao meu. Uma junção de coisas que tornam tudo ainda mais atraente.
Nosso beijo deixou de ser calmo e romântico e se tornou quente e rápido. Minhas mãos percorreram cada centímetro entre seu rosto e suas coxas cobertas com seu vestido curto. Sua respiração ofegante só aumentava minha vontade de tê-la.
Entre os beijos em cerca de segundos ela estava sobre a bancada, minha camisa sobre o chão e seu vestido sendo desabotoado.
Seus suspiros aumentavam a cada centímetro do seu corpo que eu percorria com beijos, sua pele se arrepiava com leves mordidas e suas unhas arranhavam minhas costas.
Que falta que essa mulher me fez.
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