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História Breathing (One Shot Namjoon) - Único


Escrita por: themaviis2

Notas do Autor


curtinha pra exaltar o homem mais incrível da terra: nosso nam. ❤️

Capítulo 1 - Único


Você se esforçou para ficar bem durante o dia inteiro, tentou se distrair e despistar todos os problemas que se acumulam em sua mente. E nada, nada funcionou.

Prometeu para si mesma que quando chegasse à noite, não deixaria isso transparecer para o Kim que te esperava no estúdio dele todas as noites.

Você e Namjoon estão mantendo uma boa amizade há algum tempo, claro que em alguns momentos (a maioria deles) ele parecia bom demais para ser verdade. A existência dele é indescritível.

Você trabalha no mesmo prédio que o Kim tem seu estúdio para produzir músicas. Realmente parece um museu; Yoongi tem razão. Depois de se encontrarem tanto e trocarem tantas conversas cotidianas, Nam começou a convidá-la para lhe fazer companhia enquanto trabalhava (jogava conversa fora na maior parte do tempo). Sempre no fim do seu expediente como recepcionista, por volta das oito da noite, se dirigia ao estúdio, o acompanhava e opinava sobre as músicas que ele estava produzindo.

Dessa vez, demorou mais que o normal para tomar coragem e subir pelo elevador. Respirou fundo centenas de vezes, querendo se preparar psicologicamente para fingir.

Fingir que estava bem.

Assim que a porta do elevador se abriu e você deu alguns passos pelo corredor, começou a se arrepender de estar ali. Sabia que poderia desabar a qualquer momento e não poderia atrapalhar o trabalho dele com bobagens cotidianas.

Estava dando a volta quando ouviu a voz conhecida chamar seu nome a alguns metros de distância, no fim do corredor. Então se virou para ele, sorrindo fechado.

— Você não vem hoje? — Namjoon se aproximou com um sorriso gentil, segurando uma garrafinha de água — Fui pegar mais água. Por sinal, tem bebido corretamente?

— Sim e sim — Você assentiu e seguiu o caminho pelo local vazio com ele, ajeitando a alça da pequena mochila nas costas.

Assim que adentraram a sala acústica, você deixou a mochilinha sobre o sofá de estofado cinza e se sentou ali. Respirando fundo de novo.

Nam voltou a se sentar em sua cadeira altamente confortável e giratória, mexendo em algo no computador ligado. O espaço bem é elaborado e todos os objetos, quadros, a paleta de cores e os móveis formam uma harmonia incrível. É o tipo de lugar que qualquer pessoa se sentiria segura e confortável para trabalhar ou só para gastar tempo. Ele faz os dois.

Quando você chega, ele gosta de gastar tempo com você, só nunca disse especificamente com essas palavras.

— Sabia que o Hoseok me ligou hoje e perguntou sobre você? — Ele se virou para você, com um sorriso viscoso no rosto.

— Jura? E o que ele queria? — Você deu uma pequena risada. Aprendia um pouco sobre cada um dos meninos a cada vez que passava mais tempo com o Nam. Ele realmente tem um carinho muito especial pelos membros do grupo.

— Disse que passaria aqui um dia só para te conhecer pessoalmente. Sério, vou parar de falar bem de você para eles. Que absurdo. 

— E o que você anda falando de mim, hm? — Soou descontraída, se apoiando nos braços do sofá.

— Que você é uma excelente companhia e ótima em dar opiniões. Entre outras coisas, mas já estou mudando de ideia. Desse jeito vão acabar invadindo meu estúdio a qualquer momento com uma porrada de perguntas.

Você sorriu pequeno enquanto ouvia ele falar, tentou se concentrar naquilo e desfrutar do bom papo que sempre tinham, porém congelou em sua própria mente.

O tempo parece estranhamente lento, como se fosse parar a qualquer momento. Suas expressões diminuem pouco a pouco, até não conseguir esboçar nada além um rosto cansado. Estava dissociando mais uma vez hoje, se perdendo na infinidade de coisas atravessando sem nenhum pudor em sua mente.

Parou de escutar o que o Kim falava, estava ouvindo apenas ruídos distantes. O vazio preencheu seu peito a ponto de esmagá-lo e te fazer perder o ar. Os olhos ardem, se enchem d'água e tudo começa a desmoronar. Isso não poderia estar acontecendo, não ali quando se importava tanto em como ele te vê.

Estava ali para ser uma boa companhia, não alguém que ele deva se preocupar. Então sua visão embaça, as lágrimas rolam sem parar.

Namjoon rapidamente se levanta e vai até você, se agachando em sua frente. Ela havia te chamado e perguntado se estava bem, mas você estava longe demais para conseguir assimilar. Você se levantou, agarrando a alça da mochila prestes a sair correndo dali.

Mas ele a impediu. Segurou seu braço e a trouxe para perto, envolvendo seu corpo num abraço apertado. Seus músculos tensos perderam qualquer controle, a mochila foi ao chão. Sentiu o arrepio percorrer seu corpo e quase teve certeza que o sentiu acalentando sua alma. Ele apoiou sua cabeça no peito dele e deslizou uma das mãos em seus cabelos.

Você estava presa em um choro silencioso, mas que a quebrava por dentro. Seus braços se prenderam nele, sem querer sair dali. Estava vivendo tanto no automático que não percebeu quando chegou àquele ponto de esgotamento emocional. Muito disso causado pela falta de tempo sem frequentar o psicólogo.

— Por favor, confie em mim. Prometo tentar te ajudar com qualquer coisa que precise. Eu estou aqui com você agora. Tudo bem?

Você assentiu devagar, soluçando e evitando olhar para ele. Não sabia como reagir àquilo. Era como se estivesse conectada a ele de alguma forma. De alguma forma, a energia que ele transmitia tocava em lugares profundos seus. Estava envolvida em um abraço tão profundamente especial que se sentiu igualmente tocada.

Nunca se imaginou numa situação dessas, vocês nunca trocaram algo tão íntimo, apesar de se sentir estranhamente eufórica com os pequenos abraços de cumprimento que trocavam as vezes.

— Respire, por favor, respire fundo.

Estar com ele fazia até o ato de respirar fundo algo especial, confortável e fortalecedor. Respirar nunca fez tanto sentido.

Nos últimos dias se pegou sufocada por tempo demais, fingindo bem demais, deixando para lá por tempo demais. Colocou a dor debaixo do tapete, como uma criança preguiçosa.

Há momentos que existir se torna exaustivo, então você se esquece do que realmente vale a pena consertar ou não. E há muitas coisas para consertar.

Mas agora queria deixar que ele cuidasse de você. Naquele momento, apenas por alguns minutos, queria deixar que alguém cuidasse da sua dor.

Sentir dor é muito mais inexplicável do que parece, especialmente para as pessoas que carregam o mundo inteiro dentro da sua própria consciência.

E Namjoon sabia disso mais do que ninguém. Sentia o peito apertado em agonia pela garota em sua frente. Não sabia o que estava acontecendo exatamente, mas entendia a gravidade da situação.

O Kim entendia todas as pessoas que sofrem em silêncio, que sentem como se nunca tivessem sido ouvidas, que se sentem sozinhas e perdidas, que se sentem desconectadas de tudo e que esperam por uma vida melhor.

Após ficarem algum tempo ali, Namjoon vestiu um sobretudo e pegou sua mão para que vocês descessem pelas escadas do prédio. Em completo silêncio, começaram a caminhar tranquilamente pelas ruas pouco agitadas dali. O vento sopra contra vocês, movendo seus cabelos.

— Se sente um pouco melhor?

— Sim... Obrigada por isso.

Você sorriu pequeno, continuando seu foco nos detalhes do lugar que normalmente passam, notando coisas que não havia notado antes. Algumas árvores balançam e o silêncio da noite é confortável.

— Não precisa fingir que está bem quando não estiver, pelo menos não comigo.

— Desculpa... É que eu não queria te incomodar ou algo do tipo.

— Me incomoda saber que alguém especial está passando por algo ruim e esconde de mim por esse motivo — Ele olha para mim, aperta os olhos como se estivesse me espionando e sorri logo em seguida, colocando as mãos no bolso do sobretudo — Tudo bem não se sentir confortável em alguns momentos, e tudo certo não querer compartilhar também. Só não precisa carregar esse peso sozinha o tempo inteiro, certo?

Você assentiu, reflexiva sobre aquilo. O jeito que ele a faz parecer muito especial com pouquíssimas palavras é impressionante. Você deixa escapar um pequeno riso.

— O que foi? — Ele sorri pequeno, curioso.

— Você é muito bom é confortar as pessoas. Acho que é um dom.

— É importante ter alguém que te ajude a respirar de vez em quando.

— Existem momentos que são sufocantes a ponto de ser exaustivo até fazer algo tão natural. É horrível a sensação de tentar a todo custo sair de tal situação e sua mente estar constantemente te sabotando até pensar que nem deveria estar aqui..

Estava dizendo aquilo mais para si do que para ele, evitando contato visual. Namjoon assentia tranquilamente, entendendo o que dizia.

— Quer saber o que realmente falei sobre você no grupo com os membros?

— Quero — Você olhou para ele, esperando a resposta.

— Disse o quanto você parecia serena e o quanto sua aura é encantadora. Digo isso honestamente, você transforma o ambiente em algo tão leve que é imperceptível que tudo esteja desmoronando aí dentro. Disse que sua sutileza e espontaneidade faz de você alguém absurdamente brilhante. E que independente de qualquer coisa, você é alguém que me faz bem, que me cura de alguma forma pela qual não consigo explicar.

— Joon... isso não é necessário. Não... não precisa dizer tudo isso só porque estou mal... E, na verdade, eu já estou melhor. Obrigada.

Claro que ficou nervosa. O cara mais admirável e incrível que conhece estava te dizendo algo tão bonito e sincero. Como poderia reagir de alguma forma normal?

Riu de nervoso, fazendo uma pequena reverência de agradecimento. Então ele se pôs à sua frente, tocando suas mãos devagar, mantendo a expressão gentil com aquele sorriso lindo.

— Está nervosa por que eu disse a verdade?

— Não, não é isso...

— Eu tô com vergonha agora... Haha — Ele forçou uma risada, arrastando os cabelos para trás e desviando o olhar.

— Você é irritantemente adorável. Por favor, pare de ser tão bom em tudo e, principalmente, tão bom para mim. 

Você riu, tocando o rosto dele com uma das mãos, a pele macia e morna sob seus dedos.

— Posso fazer isso se você me prometer que não vai esconder coisas de mim, e que vai se lembrar do que eu disse. Combinado?

— Tudo bem.

E continuaram caminhando, com sorrisos bobos no rosto. Quando perceberam algumas nuvens carregadas começarem a se aproximar, adiantaram os passos até uma loja de conveniência, procurando algo quente para comer. Acabaram a noite sentados, desfrutando do sabor de um lamén e observando a chuva caindo do lado de fora.

Você respirou fundo, enquanto terminava de engolir o macarrão. Olhou para o acompanhante ao seu lado, sorrindo minimamente. 

A existência dele é divina. É encantador. Ele havia acabado de se tornar o lembrete mais importante para continuar respirando. 



Notas Finais


perdão por qualquer erro.


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