História Bridesmaids - Jingle Bells

Tiffany afasta o corpo o suficiente da parede para conseguir analisar o seu trabalho, o azul está um pouco disforme, com alguns lugares o tom mais escuro que outros, mas infelizmente era o que conseguiria fazer naquele momento estando grávida de sete meses e uma barriga imensa, onde a camiseta já estava com manchas azuis por tocar a parede.

Faltando alguns dias para o Natal, Jessica estava bastante atarefada com a linha de roupas e ela estava se sentindo sozinha, por isso resolveu começar a pintar o quarto de azul para a chegada de Ren logo em março. Tiffany amava rosa, mas estava disposta a abrir mão de sua cor preferida.

Senta-se no chão encostando as costas contra a cama e observa o seu trabalho de mais longe. Até que não estava mal, mas ainda precisaria de ajuda de Hyoyeon, pois não arriscaria subir em uma cadeira ou escada.

Ouve passos no corredor e logo a cabeleira loira da Kim aparece na porta, a sua expressão de felicidade logo é substituída por preocupação ao ver a castanha sentada no chão com o rosto vermelho e a respiração descompassada, mas Tiffany lhe sorri e ao entrar no quarto e desviar a atenção da amiga e olhar para as paredes, a vontade de rir logo vem para Hyoyeon.

- Que tipo de guerra exatamente, aconteceu aqui? – franze a testa e senta no chão ao lado da amiga, apesar do inverno rigoroso do lado de fora, ali no apartamento estava bem quentinho e não tinha problemas sentar no chão.

- Só fiquei com vontade de pintar. – dá de ombros e aponta para o seu trabalho na parede.

- Nós temos bastante papel e lápis lá no quarto da Jessica. – ri. – Já está ensinando o bebê a rabiscar paredes? – provoca.

- Ha. Ha. Ha. – revira os olhos. – Vai sobrar pra você terminar aquela parte. – aponta para o mais alto.

- Disso eu já sabia. – levanta do chão e sai do quarto.

Enquanto Hyoyeon some em seu quarto, Tiffany vai até a cozinha lava as mãos tirando os respingos de tinta azul e prepara alguns lanches para elas, quando a loira volta está usando roupas velhas e guia a Hwang de volta para o quarto. Hyoyeon pega a cadeira no canto do quarto subindo e Tiffany lhe entrega o pincel, mas fica ali perto segurando a bandeja com a tinta.

- Como ela estava hoje? – questiona e não é necessário mencionar nomes para que a Kim saiba de quem ela está falando.

- Chegamos à conclusão que o frio e a neve deixam Taeyeon de bom humor. – ri. – Ou talvez seja a Irene, seu ar livre e jovem acaba contagiando todo mundo do estúdio.

E quem era Irene? Taeyeon estava apaixonada por outra pessoa? O que elas tiveram no verão não foi forte o suficiente para marcar a alma da Kim e ela já tinha esquecido a facilmente? Seu coração aperta e os olhos enchem de lágrimas, a voz sai rouca e falha ao tentar conter o choro.

- Irene é a nova namorada de Taeyeon? – pergunta e não sabe se de fato quer ouvir a resposta.

A risada de Hyoyeon faz Tiffany levar um susto e a própria Kim quase se desequilibra e cai da cadeira, apoiando as mãos na parede deixa uma marca de dedos além de sua mão azul.

- Ela é prima da Seohyun e ajudante do escritório. A garota tem quinze anos e é tipo a faz tudo. – explica.

Tiffany fica aliviada, mas nem tanto.

- Você acha que ela vai me perdoar? – era a pergunta que mais se fazia nas últimas semanas separadas e a resposta era a mais incerta possível.

- Vamos voltar a unir o grupo aos poucos. Não esqueça que além do problema Tiffany barra Taeyeon, ainda temos Jessica e Yuri. Não acredito que a irmã ursa esteja muito disposta a olhar na cara de Yuri por enquanto. Então agora, vamos trabalhar em você e na Taeyeon.

Tiffany sorri.

- Isso quer dizer que a irmã ursa tem um plano? – ergue a sobrancelha.

- É claro que eu tenho um plano. Sou a rainha dos planos. – joga os cabelos querendo parecer convencida. – Vou contar com a ajuda da Soo e da Sunny, mas toda ajuda será bem-vinda.

E seria mesmo, a castanha não achava que seria tão fácil assim fazer Taeyeon voltar a conversar com ela. Outro assunto lhe vem a cabeça e resolve contar de uma vez para Hyoyeon, sequer tinha discutido com a família ou com Jessica ainda, ela seria a primeira pessoa a saber de sua decisão.

Limpa a garganta.

- Eu estava pensando sobre o pai do bebê. – começa. – Pensei em voltar pra Califórnia e contar sobre o meu filho. – enfatiza bem as palavras “meu filho” pois, independentemente da decisão dele, Tiffany teria feito a sua parte em lhe contar que era pai. Seria ele querer assumir ou não, já era outra história.

Foi um descuido de ambos e Ren não tinha culpa, se o cara não quisesse saber do filho, Ren teria muito amor das outras pessoas para sentir falta do homem. Ela voltaria para a Coreia onde estabeleceria a sua vida.

- Você já o encontrou, ou irá pra lá com os olhos vendados sem saber pra que lado seguir? – pergunta largando o pincel e descendo da cadeira para dar total atenção ao assunto.

- Eu estou tendo bastante tempo de sobra ultimamente e com as redes sociais hoje em dia, não é difícil encontrar uma pessoa. Coincidência ou não, ele mora no bairro próximo ao meu, uns trinta minutos de carro.

- É o certo ele saber que tem um filho. Todos iremos te apoiar sabe disso. – segura a mão de Tiffany, que assente.

- Eu agradeço pelas maravilhosas melhores amigas que eu tenho. – sente lágrimas encherem os olhos, estava bastante emotiva por causa da gravidez e qualquer coisa lhe fazia verter em lágrimas, tanto de tristeza quanto de felicidade. – Obrigada por ser minha irmã ursa barra colega de apartamento. – abraça a Kim. Hyoyeon retribui o abraço, mas logo se afasta alguns segundos depois.

- Ok. Chega desse sentimentalismo todo. – ela disfarça, mas Tiffany conseguiu ver lágrimas nos olhos dela também. – Eu não estou gravida e muito menos emotiva! – protesta.

A Hwang solta uma risada.

- Vá lavar as mãos e vamos comer esse lanche que eu fiz lá na sala. – convida tirando as coisas das mãos da loira e deixando tudo no chão.

Ouvem barulho da porta do apartamento.

- Eu preciso de carinho. – Jessica grita ainda lá na sala.

- Estamos aqui no quarto do Ren. – Hyoyeon grita em resposta.

- Ei, o quarto ainda é o meu! – Tiffany protesta colocando as mãos na cintura. Jessica aparece na porta e qualquer provocação que fosse fazer em relação ao protesto da castanha fica para trás ao ver as manchas de tinta azul na roupa de Tiffany, e metade da parede pintada.

- Stephanie Young Hwang. – coloca as mãos na cintura. – Você sabe que o cheiro de tinta faz mal ao bebê e que subir em cadeiras pode ser perigoso. Se você caísse, não teria ninguém na casa para te socorrer.

Tiffany suspira revirando os olhos, segura o braço esquerdo de Hyoyeon e o direito de Jessica as guiando para fora do quarto até a sala.

- Primeiro que, nós compramos uma tinta especial que não tem cheiro justamente por causa do bebê. E segundo eu não subi em cadeira nenhuma. Quem fez isso foi a Hyo para pintar a parte mais alta da parede que eu não consegui alcançar por justamente não poder subir em cadeiras.

- Você não pode fazer muito esforço. – a Jung ainda argumenta. Tiffany senta no sofá puxando a amiga para o seu lado e a fazendo deitar e apoiar a cabeça em seu colo começando a fazer cafuné em seus cabelos.

- Os meses de risco pós acidente já passou e o próprio doutor me orientou a praticar exercícios físicos por fazer bem a nossa saúde. – aponta para si e para a barriga. – Além do mais, não quero ficar gorda depois que o Ren nascer.

- Vamos mudar de assunto e parar de drama. – Hyoyeon ocupa a outra ponta do sofá, erguendo os pés de Jessica e colocando em seu colo. – Porque você chegou aqui toda manhosa? – questiona voltando ao assunto anterior.

- Festa de Natal das empresas Jung e Kwon. – bufa. – Terei que ir como acompanhante da Yuri.

- Wow – Tiffany fica boquiaberta. Todos sabiam que o casamento de Jessica e Yuri não estava mais dando certo, que estavam morando em casas separadas e que, passando os dois anos do contrato das empresas, elas iriam oficialmente se separar.

As famílias não tentaram as forçar a permanecerem morando juntas e Jessica não quis saber se eles sabiam sobre a traição, para ela valia o fato de não ter que morar na mesma casa já bastava para si.

- Bem, tecnicamente o mundo ainda acha que vocês duas são um casal. – a Hwang defende.

- Você deveria sair em publico com o Tyler e dar uns amassos. – Hyoyeon brinca.

- Melhor ainda. Você deve encontrar o vestido mais bonito e mais provocante para mostrar a ela o que está perdendo. – Tiffany sentencia a Jessica e Hyoyeon solta uma risada.

- Que coisa mais filme sessão da tarde. – a Kim provoca.

- Mas eu super concordo em fazer uma tarde de compras das garotas. – a Jung sugere. – Podemos convidar a Sunny e a Sooyoung.

- Mas quem vai a festa é só você.

- Aish. Vocês acham que eu deixaria minhas irmãs ursas fora disso? Claro que não!

(...)

Yuri analisa o seu reflexo no espelho olhando para a sua roupa e pensando se a escolha foi a certa ou não. Era uma calça social e uma camisa vermelha, para combinar com a data natalina. Era bobo isso, mas ela estava feliz pois iria ver Jessica.

Ver não. Passaria ao menos três horas na maravilhosa companhia da Jung, pois para eventuais perguntas, elas eram um casal. Por mais fria e indiferente que Jessica estivesse, Yuri tentaria se manter bem e feliz.

- Você está bonita. – ouve atrás de si e desvia o olhar do espelho para olhar a porta do quarto, onde Yoona estava escorada de braços cruzados.

- O que você está fazendo aqui Yoona? Eu não te chamei. – fala desgostosa virando de costas e pegando o casaco sobre a cama.

Não deveria nem ter mandado a primeira mensagem, ou melhor, ter feito a primeira ligação. Apenas fez aquilo num momento de total fraqueza. Mas Yoona levou aquilo muito a sério e passou a enviar mensagens para a Kwon com frequência e por raiva ela foi aceitando se encontrar com a castanha.

- Eu estranhei que você não mandou mensagem essa semana, então vim ver se estava tudo bem. – entra no quarto caminhando até a cama e se jogando sobre o colchão. Yuri ouve barulho de chaves quando ela ergue a mão, então vê o chaveiro.

- Você fez a cópia da chave? – questiona.

- Não foi por mal. – dá de ombros.

- Devolva Yoona. – estende a mão e a Im solta uma risada.

- Não! – provoca segurando a gola da camisa e colocando a chave dentro do sutiã.

Yuri não teria medo ou receio de pegar a chave a força e expulsar Yoona de sua casa. Mas não iria amassar a sua roupa num esforço bobo.

- Vou trocar a fechadura de todas as portas da casa.

Yoona bufa e levanta da cama seguindo Yuri para fora do quarto. Descem até a sala onde a morena pega as chaves da casa e do carro pronta para sair. Não queria chegar atrasada na festa e também não queria perder a chegada de Jessica. Talvez devesse ir buscá-la? Faziam tantas semanas que não conversavam, que Yuri até esqueceu de combinar com a Jung.

- Eu te deixo no seu apartamento. Vamos. – faz sinal para Yoona a seguir, mas a mulher não sai do lugar. Quando percebe que não está sendo seguida, bufa e vira. – Vamos Yoongie, por favor!

A Im cruza os braços.

- Quando você quer alguma coisa eu sou a Yoongie, não é?

Yuri passa as mãos no rosto.

- Yoona. Fazer isso não vai mudar o fato de que eu amo a Jessica. E acima de tudo, você é a minha melhor amiga, eu não quero estragar isso magoando você.

- Mas você já está mais do que magoando. Eu estou aqui de corpo e alma me entregando pra você, que só pensa naquela mulher ingrata que te largou sem deixar que explicasse a verdadeira situação.

- Verdadeira situação? Então você admite que dissimulou tudo ao seu favor.

- Eu apenas contei a verdade. Você estava usando nós duas, se ela não te deixa se aproximar é porque não te ama o suficiente pra perdoar e ouvir a sua versão do fato.

- Olha, já chega. Me devolve a chave que você pegou e vai pro seu apartamento, tá legal.

- A verdade dói, não é mesmo? – sorri se aproximando e deixando a chave na palma da mão estendida.

- Tchau Yoona.

- Você sabe onde me encontrar. – se inclina deixando um beijo no canto de seus lábios.

(...)

Além da conversa com Yoona não ter levado a lugar nenhum, Yuri estava atrasada. No caminho até a empresa a morena pegou o celular no bolso do carro digitando uma mensagem rápida para Jessica querendo saber se ela precisaria de uma carona.

Com a resposta negativa, até pensou em argumentar que seria estranho o casal chegar separado na festa, mas resolve não contrariar a Jung, já foi um bom sinal o fato dela ter lhe respondido, mesmo que seja um simples e seco “não”.

Quando chegou na festa, um manobrista veio lhe abrir a porta do carro e depois dela descer ele foi levado ao estacionamento. A Kwon fica indecisa se deve entrar na festa ou esperar por Jessica, mas não sabia se ela já tinha chegado e estava lá dentro, ou se demoraria para chegar. Tinham alguns paparazzi ali fora e não queria fazer papel de boba em ficar esperando.

O salão onde aconteceria a festa era no terceiro andar da empresa, sobe de elevador analisando o seu reflexo mais uma vez e ajeitando rapidamente o cabelo bagunçado pelo vento. Quando as portas abrem já consegue ouvir a música e o burburinho das pessoas.

- Boa noite senhora Kwon. – a recepcionista lhe cumprimenta. Yuri sorri.

- Apenas Yuri. Senhora Kwon é a minha mãe. – pisca para a mulher e entra.

As pessoas mais próximas a entrada viram a cumprimentando com um aceno de cabeça. Os sócios, acionistas da empresa e suas famílias estavam presentes, mas para a morena eram pessoas que via todos os dias. Queria pessoas jovens.

A festa de Natal era sempre no dia vinte e dois de dezembro, quando a empresa entrava em recesso as férias de duas semanas de inverno. Todos funcionários eram convidados, dos estagiários até o presidente. Naquele ano teriam os funcionários da empresa de design de interiores da Jung e de arquitetura da Kwon. Uma grande festa.

Caminha pelo salão pegando um copo de champanhe para si parando em alguns grupinhos de pessoas e tendo breves conversas. E então avista o grupo de amigas, ou ao menos algumas delas.

Seohyun ergue a câmera fotográfica que tem pendurada no pescoço e tira uma foto dela. Revira os olhos indo direto para próximo da mulher, pega a câmera de suas mãos e tira do pescoço dela.

- Aqui hoje você é minha convidada. – deixa um beijo carinhoso em sua testa. – Se a Taeyeon te mandou trabalhar, pode esquecer. A regra hoje é diversão.

Olha feio para a Kim, que ergue as mãos.

- Eu. Não. Fiz. Nada. – se defende.

- Acho bom. – mostra a língua. – Olá garotas. – cumprimenta Sunny e Sooyoung.

A baixinha lhe cumprimenta com abraço e um beijo na bochecha. A Choi com um abraço.

- Esse ano foi inexplicável. – Sooyoung suspira. – Tanta coisa e ele nem terminou.

- Não deveríamos estar tendo essa conversa deprimente na noite do ano novo? Ou no primeiro de janeiro, quando estivermos com ressaca? – Taeyeon protesta.

Yuri solta uma risada.

- Foi um ano incrível. Quanto tempo não tínhamos o grupo todo junto? E com um membro a mais? – aponta para Seohyun, que se sente lisonjeada por ser incluída ao grupo.

- Eu sempre vou guardar esse ano como especial na minha vida. – Sooyoung segura a mão da esposa.

- Aliás, o que vamos fazer no ano novo? – Sunny questiona.

- Praia? – Taeyeon sugere.

- Um churrasco. Lá em casa. – Sooyoung oferece e os olhos da esposa brilham aprovando a ideia.

- Certo. – a Kim concorda.

- Oh. Chegou quem estava faltando. – Seohyun quebra o assunto.

A atenção de todas vai para a porta e o coração de Yuri quase sai pela boca ao ver Jessica. A Jung está usando um vestido vermelho combinado com o sapato. Os cabelos loiros estão com cachos nas pontas e um dos lados preso na lateral da cabeça com uma presilha.

(...)

Jessica podia sentir vários olhares sobre si, principalmente o de Yuri. Sabia que a morena estava em algum lugar daquele salão e só de pensar nisso sentia o coração bater forte contra o peito e a sensação de borboletas no estômago.

Nunca admitiria isso em voz alta mas, escolheu aquele vestido para provocar a morena. Tinha rido e desdenhado o que as amigas falaram, mas era verdade, queria mostrar para Yuri que ela era melhor do que Yoona e que a Kwon tinha sido idiota em lhe trair.

Ela, Tiffany e Hyoyeon caminham pelo salão sendo cumprimentadas e recebendo elogios de pessoas por sua marca, e críticas. Mas a Jung já estava preparada para isso.

- Mas você tem a empresa de sua família para assumir no futuro, porque criar uma marca se tem o sobrenome Jung?

- Minha família foi a principal incentivadora para que eu seguisse o meu sonho e ter a minha marca. Não é porque eu tenho a Blanc que não vou poder assumir a Jung.

As pessoas não entendiam que estava seguindo um sonho. Que estava tendo sua independência e saindo da sombra do sobrenome Jung. Pensavam que por já ser rica e herdeira, não poderia seguir outra carreira. Mas aquele era o dinheiro de seus pais.

Tiffany segura a sua mão e seguem juntas pelo salão, Jessica se sentia bem sabendo que tinha as melhores amigas ali consigo. Queria muito encontrar o resto do grupo, as avista mais num canto e puxa Hyoyeon e Tiffany para lá.

Sente o corpo da Hwang ficar tenso ao verem Taeyeon.

- Ei. Ela não vai fazer nada. – tranquiliza a castanha. – Não aqui.

Tiffany solta uma risada.

- Taeyeon está me ignorando. Para ela vai ser como se eu não estivesse aqui, quem dirá fazer algo contra mim.

- Ao menos você vai vê-la, não era isso que desejava? – Hyoyeon incentiva. – Deveria aparecer lá no estúdio, tipo fazer fotos de grávida.

- Oh claro. Obviamente um bom jeito de jogar na cara o motivo do nosso término.

- Vocês três estão lindas! – Sunny é a primeira a lhes cumprimentar. Abraça uma a uma e depois toca a barriga da Hwang. – Olá Minki ~ cantarola e o bebê mexe.

Mas o olhar de Tiffany está sobre Taeyeon, ela sustenta o olhar por alguns segundos antes de desviar.

- Nós estávamos falando sobre o ano novo. – Sooyoung conta. – Vamos juntar a turma lá em casa.

- Minha família vem lá da Califórnia me visitar. Estou com saudades dos meus sobrinhos. – Tiffany conta.

- Oh verdade. A Zoey também está grávida! – Sunny lembra.

- Eles já sabem o sexo do bebê? – Yuri entra no assunto, aproveitando para se aproximar de Jessica, alguns convidados curiosos estavam com a atenção voltada para o grupo.

- Uma menina. Os gêmeos estão com o pé atrás, mas acredito que ficaram felizes quando conhecerem a bebê.

- E quando souberem do priminho. – Hyoyeon coloca a mão na barriga da amiga.

- Quando você ganhar o bebê, vai voltar pra Califórnia? – todas já sabiam a resposta daquela pergunta, todas menos Taeyeon e queriam que justamente ela ouvisse a resposta.

- Vou apenas ir resolver assuntos da escola em que trabalhava, me despedir das minhas crianças e explicar a situação. Eu já estou criando toda uma vida nova aqui. Tenho a Blanc&Eclaire e um erro pra reparar. – seu olhar recai sobre Taeyeon.

- Você não vai sentir falta de sua família? – Seohyun pergunta.

- Eu sinto falta deles todo momento, mas eu tenho todas vocês pra me dar carinho e amor. – estende a segurando a dela.

- Jessica. – Yuri chama a atenção da loira. – Vamos dar uma volta pelo salão. – convida.

- Vamos sim. – a resposta positiva surpreende. – É isso que eles estão esperando de nós.

Pedem licença ao grupo de amigas e Yuri toma a atitude de segurar a mão Jessica, que não se afasta. Passam por vários grupos de pessoas, com os mais velhos o assunto era o mesmo, sobre as empresas.

- Vocês deviam investir para fora do país. – um dos acionistas começa o seu discurso.

Yuri deixa de prestar atenção no que o homem falava e começou a prestar atenção na mulher ao seu lado. No perfume de Jessica, que mesmo estando num lugar cheio de pessoas, parecia que só tinham elas ali. A loira estava perfeita e aquele penteado deixando o pescoço a mostra.

Estava sentindo muito falta de ter Jessica na sua vida, na rotina que elas tinham.

Continuam seguindo pelo salão, encontraram as famílias e trocaram algumas palavras, aliviados por verem ambas juntas naquela festa. Encontraram Krystal e Amber e ficaram ali de papo com as mais novas, um dos momentos que Jessica se sentiu mais agradável.

- As garotas estão mais lá no canto. – Yuri aponta para onde as amigas estavam. A verdade era que a maior parte dos jovens tinham se juntado lá.

- Nos encontramos em alguns minutos? – Krystal olha para a irmã e Jessica assente.

Os pés de Jessica estavam começando a doer um pouco. Quis usar aquele sapato que agora estava machucando os seus pés. Sorte tinha Tiffany que estava usando uma sapatilha.

Yuri percebe a expressão desgostosa dela e aperta sua mão.

- Você está bem? – pergunta baixinho. Jessica suspira erguendo a outra mão e passando na nuca.

- Cansada apenas. Foi um dia agitado. – e era verdade. Tinha ido comprar tecidos novos e linhas. Tiffany tinha pedido mais papel. Passou o dia fora de casa.

- Podemos nos sentar por alguns minutos. Ninguém vai nos julgar por fazer isso. – olha a sua volta onde a maioria das pessoas já estavam sentadas, tanto pela aproximação do horário do jantar, quanto por cansaço mesmo.

- Eu preciso de um remédio pra dor de cabeça. – resmunga.

- Hum. Não tenho isso aqui. – faz careta. – Mas acho que tenho uma cartela de comprimidos lá no escritório.

- Certo. Vamos subir.

(...)

Yuri observa Jessica deitada no sofá de sua sala no escritório, deveria estar procurando pelas gavetas pelo tal remédio para dor de cabeça que ela havia pedido, mas a Jung estava tão quietinha e de olhos fechados, que quis apenas a admirar por alguns.

- Yuri – sai do devaneio ao ouvir a voz dela. Jessica está com o braço esticado para fora do sofá.

Se apressa em dar a volta na mesa e procurar pelas gavetas a sua bolsinha de remédios. Ouve a Jung bufar e ao desviar o olhar, percebe que Jessica está sorrindo e lhe encarando.

- O que foi agora? – escora o corpo na mesa cruzando os braços.

- Você é idiota. – resmunga apontando o dedo e depois a chama com a mão para se aproximar.

Yuri suspira saindo de perto da mesa e se aproxima do sofá. Jessica segura a sua mão a puxando para sentar na beira do sofá.

- Você nem bebeu Jessica. Pare de agir como uma bêbada idiota.

A loira solta uma risada erguendo o corpo e ficando sentada, seu corpo fica perto de Yuri e a respiração dela toca seu rosto.

- Você quer me beijar? – Jessica provoca, e Yuri desvia o olhar dos olhos dela para os lábios. Seu coração fica acelerado.

Jessica inclina o corpo para frente até o seu nariz tocar o de Yuri, move a cabeça até seus lábios roçarem. As borboletas no estômago da morena entram em festa e ela não resiste em erguer a mão esquerda segurando a nuca de Jessica e a direita segura a cintura a puxando para si.

Suga o lábio inferior dela até ter espaço para sua língua entrar na boca dela. Jessica coloca as mãos em seus ombros tendo apoio para erguer o corpo e sentar no colo de Yuri.

Quando o ar lhes falta, a Kwon não perde o ritmo descendo os beijos pelo queixo e mandíbula de Jessica, suas mãos são rápidas em alcançar a parte de trás do vestido e abrir o fecho, lhe dando mais acesso a pele alva dela, o perfume e o gosto da Jung lhe inebriando em todos os sentidos.

Jessica puxa a camisa de Yuri trabalhando nos botões até se livrar da peça jogando em qualquer canto do chão, puxa as alças do sutiã sem muita paciência com a outra peça e a morena chega aos seus seios sugando os bicos e a fazendo se desconcertar por alguns segundos.

A morena aproveita desse momento para erguer o corpo com a Jung em seus braços, ajoelha no chão colocando Jessica sentada sobre a mesa de centro perto do sofá. Se afasta erguendo o corpo e ficando frente à frente a ela, toca seu rosto acariciando a pele macia e gravando na memória cada traço de sua expressão.

Ambas estavam com a respiração descompassada, Jessica move as mãos agora com mais calma tocando o fecho da calça dela e abrindo o botão. Yuri sorri maliciosa voltando a unir seus lábios num beijo afoito, ergue a mão direita voltando a tocar os seios dela e sente a mão da loira puxando o tecido de sua calça.

- Yul – murmura quebrando o beijo.

- Hum – sai como um gemido arrastado quando a Jung toca sua intimidade, massageando seu clitóris.

- Levanta – ordena, tirando a mão da calça dela.

Com certo receio a Kwon obedece, ficando em pé na frente de Jessica que morde o lábio inferior enquanto lhe olha com desejo. A Jung ergue as mãos segurando o cós da calça dela e puxa até a peça cair aos pés da morena. Jessica aproxima o rosto da barriga dela soprando o ar contra a pele e sorrindo ao a ver ficar arrepiada.

- Jess – murmura ao sentir a língua da loira tocar sua pele, chupando e mordendo a linha abaixo de seu umbigo.

Segura as mechas de cabelo loiro guiando os beijos de Jessica para onde mais deseja que a boca dela esteja. Ela se livra da última peça que cobre o corpo majestoso a sua frente e começa uma carícia com as pontas das unhas pela parte interna da coxa dela.

Yuri não era mais capaz de segurar os gemidos, a língua de Jessica chegou em sua parte sensível sugando seu clitóris enquanto as unhas raspavam a pele de sua virilha até chegar ao ponto molhado. Joga a cabeça para trás e aperta com mais força os cabelos dela ao senti-la penetrar dois dedos.

- Jessica – murmura. – Oh

Sua língua trabalhava maravilhosamente bem em conjunto aos dedos que bombeavam com força dentro dela. Iria enlouquecer nas mãos daquela mulher se não tivesse logo o orgasmo. Quando Yuri sente o ápice se aproximar, Jessica chupa com força seu clitóris e Yuri sente seu corpo explodir contra a boca dela.

Fica perdida por alguns segundos, apoiando o corpo contra o de Jessica que lhe segura. O seu coração está ainda mais acelerado e a respiração instável.

Abre os olhos olhando para Jessica, que tem um sorriso lindo nos lábios. Ergue as mãos segurando o rosto dela e abaixa o corpo voltando a ficar de joelhos, beija os lábios de Jessica sentindo-se a mulher mais feliz do mundo. Teria a esposa de volta para si.

Empurra o corpo dela até ter a esposa deitada sobre a mesa de centro ficando sobre ela e a beijando com todo o seu amor. Aquela sala nunca mais seria a mesma na sua opinião. Faria amor com Jessica em cada canto daquele lugar.

(...)

Aperta mais o corpo de Jessica contra o seu sentindo o contato das peles suadas quando ela tenta se afastar.

- Yuri. A festa já deve ter terminado. – ela fala, mas a Kwon pouco se importava com isso, por ela, poderiam passar o resto da semana de férias por ali.

O que não seria uma má ideia, afinal. Ninguém apareceria na empresa até depois do ano novo. Rola o corpo tentando ficar sobre Jessica, mas a loira é rápida em pular do sofá.

- O que – fica sem palavras ao vê-la inclinar o corpo pegando a calcinha no chão e logo em seguida começando a vestir o resto da roupa. – Jessica!

Levanta do sofá também segurando o braço dela e a impedindo de terminar de colocar o vestido.

- O que foi Yuri? – questiona ríspida.

- Nós podemos ficar aqui. Não se preocupe, meu amor. – tenta segurar o rosto dela, mas Jessica desvia e solta uma risada.

- Eu tenho que ir pra casa. Não é óbvio? – revira os olhos. – Sexo casual, Yuri. Aquilo que você também prática com a Yoona.

- O que? Jessica, eu te amo!

- Não seja idiota. – se inclina deixando um beijo no canto de seus lábios. – Não se apaixone pela pessoa que transou por uma noite.

Sente como se seu coração tivesse sido esmagado, a dor é forte e intensa que lhe falta o ar. Perde o equilíbrio caindo sentada na beira do sofá, enquanto observa a Jung sair de sua sala.

Porque Jessica estava fazendo aquilo? Machucando o seu coração.