História Bring Back To Life - Home

Um mês depois

Hayley Mitchell P.O.V

Eu não saí do hospital em nenhum momento sequer desde que Justin entrou aqui, assim como a Lizzie que não queria me deixar sozinha. Bom, como meu pai era amigo do médico, ele disponibilizava chuveiros, então estávamos bem. Na verdade, outro motivo para eu não ter saído daqui, era porque estava com a pressão baixa por umas duas semanas também devido ao todo o nervosismo e tive que ficar de repouso. Não apenas pressão baixa, mas vários surtos. Lizzie dorme aqui comigo todas as noites, e todo santo dia perguntávamos se Justin não estava mesmo reagindo. Eu ainda não estava muito bem, apenas hoje consegui começar a pensar direito, a organizar as minhas ideias, porque antes eu parecia uma maluca que precisava ser dopada a cada duas horas. O Doutor não permitiu que fossemos ver Justin novamente, devido a sua recuperação, mas ele disse que agora ele estava melhor e que podíamos ir vê-lo mesmo sabendo que ele não acordará ainda. 

- Me acompanhe. - o Doutor disse e eu o segui até o quarto de Justin. Ele abriu a porta, mas eu permaneci atrás, com medo de vê-lo. - Pode entrar, Hayley. Ele está melhor. 

- Eu... eu estou com medo. - falei. 

- Venha. - ele me puxou com delicadeza e eu fiquei assustada quando o vi. 

Óbvio que ele estava melhor do que antes, mas ele ainda estava com muitas queimaduras. Seu rosto não estava tanto, como seu corpo, mas... mas era horrível vê-lo assim. 

- Vou deixa-los a sós. - o doutor disse, se retirando e fechando a porta. 

Sentei ao lado de sua cama, segurando a sua mão com toda a delicadeza do mundo com medo de machucá-lo e já senti lágrimas em minhas bochechas lembrando de todo o desespero que eu passei ao saber que eles tinham encontrado um corpo. 

- "Nós encontramos um corpo"... No momento que ouvi essa palavras meu coração afundou - comecei a dizer. - Eu não conseguia me mover, não conseguia pensar, eu não conseguia respirar. E agora que eu consegui algum movimento, tudo que eu consigo pensar era um momento que nós tivemos algum tempo atrás. - falei limpando a lágrima que escorreu. - Eu estava chateada por Cameron ter deixado a cidade e você deixou o seu ciúme de lado para tentar me animar. - sorri. - Você me levou ao karaokê, e eu o chamei para cantar comigo em cima daquele palco. Eu sabia que você nunca faria isso, em cima de um palco, ou por mim, mas... mas você fez. - sorri novamente e senti minhas mãos tremendo em contato com a dele. - De novo e de novo, aquele insignificante momento repete em minha cabeça, eu... eu não consigo te dizer por que. - balancei a cabeça. - E foi a primeira vez que percebi que você não estava fazendo nada por você mesmo. Você estava fazendo tudo por mim, todo o tempo, por sua família. E eu me dei conta que ainda temos muitas coisa para aprender sobre o outro. Eu aprendi sobre o homem maravilhoso, altruísta, humilde e forte que você é. - respirei fundo. - Eu não posso ouvir que você nunca voltará para a casa novamente. - falei com voz de choro e bem baixo. - Ou que eu nunca vou aprender algo novo sobre você novamente. Nunca experimentar sua abnegação, seu amor, seu toque quente novamente. Nós realmente tivemos nossa última conversa? Nosso último beijo? - comecei a falar mais desesperada, ainda com a voz calma e voz de choro. - Eu não sei o que eu faço. - minha voz quebrou em um tom de choro. - Por favor... - sussurrei. 

O monitor cardíaco começou a fazer um barulho duradouro, indicando que os batimentos de Justin haviam diminuido de forma absurda, me fazendo entrar em desespero. Não deu tempo de ter outra reação porque quatro enfermeiros entraram no quarto, me expulsando de lá e fecharam a porta. 

Fiquei parada na frente da porta chorando desesperadamente por saber que ele pode ter tido uma parada cardíaca por minha causa! O doutor disse que ele pode entender tudo o que falamos, mas não consegue reagir a nada, e agora? E se ele morrer?! Minhas mãos ainda estavam tremendo de forma vergonhosa e aquele momento com Justin continuava se passando repetidamente em minha cabeça, me fazendo chorar ainda mais por saber que talvez eu nunca mais veja aqueles olhos de perto, ou sentir o seu toque, ou seus beijos, ou a sua voz rouca que sussurrava "eu te amo" em minha cabeça a todo momento. Eu... eu não sei o que fazer. 

(...)

Eu estava sem notícias do Justin fazia três horas e isso estava me deixando mais aflita! Eu via enfermeiros correndo pra lá e pra cá a todo momento, e eu sinto que talvez seja uma emergência com o Justin, mas eu... eu saberia se ele tivesse morrido. Eu sentiria. É como se ele fizesse parte de mim e eu conseguia sentir quando algo de ruim acontecia com ele, por isso passei mau quando vi aquela explosão. Só queria saber quem o tirou de lá e por que. 

- Alguma notícia? - Jason perguntou. 

- Nada. - balancei a cabeça. 

Flashback on: 

Alguns dias atrás

- Vamos, Hayley. Por favor, eu juro que vai gostar. - Justin dizia, mas eu não estava com vontade de fazer nada. Olhei pra ele. - Vamos, é uma surpresa. 

- Que tipo de surpresa? - perguntei cedendo e levantando da cama. 

- Terá que fechar os olhos novamente. - disse. 

Descemos as escadas e entramos no carro dele. O que ele estava aprontando? Fechei os olhos assim que entramos no carro, já que ele mandou, mas eu estava espionando. 

- Eu não consigo. - falei abrindo os olhos. - Me dá seu boné, gato. - tirei o boné de sua cabeça e coloquei na frente de meus olhos para eu não olhar. 

Depois de mais uns dez minutos, vi que Justin parou o carro e desligou o mesmo, então ele saiu do carro e abriu a porta pra mim. Super cavalheiro, não? 

- Continua com o boné na cara. - ele disse rindo enquanto me ajudava. 

- Seu cabelo não está bagunçado, princesa? - brinquei. 

- Otária. - disse rindo, me fazendo rir também e ele tirou o boné, colocando em sua cabeça novamente. 

- Ai, que fofo! Isso me traz tantas lembranças... - falei batendo palminhas e dei um selinho nele. - Vem, vamos entrar. - o puxei pela mão. - E você vai cantar comigo. 

- Nem ferrando. - disse balançando a cabeça. 

- Qual é, amor. Você canta tãaao bem! Sempre quis ouvir nossa vozes lindas e fofas juntas. - falei fazendo-o rir. 

- Não é dessa vez, patricinha. - revirei os olhos. 

Sentamos em uma mesa e fiquei esperando o garoto que estava cantando sair, então eu fui até o palco, pedindo para o DJ colocar Let Me Love You do Ne-Yo só que em uma versão mais lenta. Eu sabia que Justin conhecia essa música e eu tinha planos. 

- Much as you blame yourself, you can't be blamed for the way that you feel. - comecei a cantar. - Had no example of a love, that was even remotely real. - parei de cantar e sorri ao olhar para Justin. - Ei! - chamei atenção de todos. - Vocês podem me ajudar a chamar meu namorado para vir aqui cantar comigo? - perguntei apontando para o Justin e colocaram a luz nele. Fiquei com tanta vontade de rir pela cara dele. 

Todos fizeram um coro de "uuuhuuu" e "vaai", mas Justin balançou a cabeça dizendo não tentando ser simpático. 

- Vamos, eles já te amam! - brinquei e o pessoal continuou gritando para ele ir. 

- Não. Eu não vou. - ele continuou dizendo.

- Vai mesmo me deixar aqui cantando sozinha? - sussurrei pra ele sem omitir nenhum som e ele revirou os olhos, enquanto levantava. 

- Uhuuuu! - todos gritaram e entreguei o microfone pra ele. 

O DJ colocou a música desde o começo, então ele começou cantando e olhando pra mim devido a vergonha. Nossa, como eu o amava. E eu nunca ia me esquecer desse momento. 

Flashback off 

(...)

Justin Bieber P.O.V

- Cadê ela? Eu quero falar com ela! 

- Se acalma, Sr. Bieber. Você precisa ficar de repouso! - a enfermeira disse quando tentei levantar. 

Ainda não estava acreditando que consegui me livrar daquela explosão e ainda sem queimaduras tão graves. Tinham algumas queimaduras pelo meu corpo mais nada que com alguns dias desaparecesse. 

Foi horrível ouvir Jason e Hayley falando comigo quando eu tentava gritar dizendo que estava ouvindo, mas eu não reagia. Não conseguia fazer nada. E talvez a vontade de falar com a Hayley, e apertar a mão dela para dizer que eu estava entendendo o que ela dizia, fez com que eu acordasse depois de quase ter morrido já que tive uma parada cardíaca. 

- Mas que porra! Manda a Hayley vir aqui agora, senão eu vou levantar daqui e vou até lá... 

- Tudo bem! - ela me interrompeu. - Eu chamo a garota. - ela disse. 

- Ótimo. - falei balançando a cabeça positivamente. - Obrigado. 

Ela saiu do quarto e eu levantei da cama para tentar achar algumas roupas minhas por aqui, já que acho que alguém deve ter trazido. Ou não, já que não sabiam quando eu ia acordar. 

- Ai meu Deus - ouvi a voz doce de Hayley e me virei pra ela na mesma hora. 

Ela estava com as mãos na boca, com os olhos aguados e soltou um sorriso lindo enquanto me olhava ainda não acreditando. Acho que ela estava com medo de me machucar se me abraçasse, então abri os braços insinuando que ela poderia vir me abraçar, que estaria tudo bem mesmo que me machucasse um pouco. 

Hayley Mitchell P.O.V

Me apressei em sua direção, o abraçando com toda a força do mundo, sentindo ele me abraçar pela cintura com a mesma intensidade. Ficamos abraçados por tantos, tantos segundos e eu fiquei sentindo seu cheiro e sentindo seu toque quente que eu tanto sentia falta. Justin me afastou para poder me olhar, e eu coloquei minhas mãos em seu rosto, olhando bem para o seu rosto para ter certeza de que aquilo não era um sonho bom. 

- Eu te amo, eu te amo tanto. - sussurrei enquanto chorava e lhe abracei novamente. - Você quase me matou do coração! Eu pensei... eu pensei que tinha perdido você pra sempre. 

- Você nunca vai me perder, Hayley. - ele disse me olhando nos olhos. - Deus, eu amo tanto você. - disse colocando as mãos em meu rosto e me beijou, fazendo eu quase ter um colapso com seus lábios tocando os meus novamente. 

- Vem, você precisa sentar. - falei quando percebi que ele estava um pouco cansado. - Deite. - o ajudei a deitar na cama novamente, então sentei ao lado da cama, segurando sua mão novamente. - Quem te salvou? Ou como conseguiu sair? 

- Eu entrei em pânico, Hayley. - disse. - Eu só conseguia pensar em você. - limpei os olhos e beijei a sua mão. - Que eu não poderia te deixar ou pensar que nunca mais veria você mesmo se estivesse morto. - falou sentando na cama, cansou de ficar deitado. - Que eu precisava te encontrar e te entregar algo... 

- Me entregar o que? O que seria tão importante naquele momento? - perguntei ainda com os lábios tremendo. 

- E eu também só conseguia pensar em um momento que passamos há algum tempo atrás. - ele disse. - Naquela festa de gala, enquanto dançávamos. Eu... - ele abaixou a cabeça. - Eu queria ter aquela última dança para te entregar isso. - ele tirou um anel de seu bolso, que era de prata, mas estava em uma cor escura.

- Justin, o que é isso? - perguntei nervosa. - V-você ia me pedir em casamento?! - perguntei surpresa. 

- É, eu ia... - disse. - Guardei no meu bolso para tentar salvar, mas... - ele girou o anel em seu dedo. - Está preto. - soltou uma risadinha. 

Eu ainda o olhava inconformada. 

- Isso é sério?! - perguntei ainda não acreditando. 

- Por que acha que eu não te pediria em casamento depois de tudo que passamos juntos? - perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. - Eu quero ficar com você, Hayley. Pra sempre. Não tenho duvidas nenhuma sobre isso, eu te amo tanto. Eu nunca pensei que seria possível sentir isso por alguém. - a esse ponto eu já estava bem mais do que chorando.

- Nem pela Megan? - perguntei mexendo nas minhas unhas e ele soltou uma risadinha. 

- Eu nem ao menos lembro quem é Megan. - ele disse. - E não, Hayley. Nem pela Megan. - disse. - Eu nem ao menos a amava. Amor é o que eu sinto por você. - acho que ele bateu a cabeça e ficou fofo, porque meu Deus, eu estava chorando tanto. 

- Eu pensei que... que ia perder você. Imagina se eu nunca ouvisse essa voz? Ou nunca mais sentisse seu toque? Ou o pior, nunca mais te ver? - comecei a dizer rapidamente, mas Justin me calou. 

- Para com isso. - disse. - Eu estou aqui, ok? Pare de chorar. - ele disse com uma voz suave e limpou a lágrima que escorreu. 

- Eu amo você, Justin. - falei baixo, olhando em seus olhos. - Eu... nossa, não é isso! É bem mais do que isso! Qual a palavra para definir mais do que amo? 

- Não existe, patricinha. - disse soltando uma risadinha e eu soltei um grunhido do choro pelo patricinha. 

- Eu te amo taaaanto! - dei dois beijos em sua bochecha e depois um selinho. 

(...)

Duas semanas depois

Justin teve alta do hospital há alguns minutos e nós estávamos voltando para a casa dele. Eu estava dirigindo mesmo sabendo que Justin já estava bom, e ele ainda precisava ficar de repouso, então eu tinha que dirigir mesmo. Justin só estava com algumas marcas de queimadura em suas pernas, e algumas marquinhas em seu rosto, mas não era nada demais. Não contei nada ao Justin, mas eu agitei para o pessoal fazerem uma festa de boas vindas para o Justin, e eu não sabia mesmo como ele ia reagir a isso, ainda mais porque só eu fiquei com ele na última semana. 

- Feliz de estar em casa? - perguntei quando estacionei o carro na garagem. 

- Com certeza. - disse.

Nós descemos do carro e eu fui o ajudando a ir até a porta de entrada, mas ele era orgulhoso demais para querer a minha ajuda. Típico dele, mesmo ficando cara a cara com a morte. 

- SURPRESA! - todos gritaram quando entramos, inclusive eu e eu vi a feição de Justin de surpresa, mas depois ele sorriu. 

Jason, Ryan, Chaz, Chris, Lizzie, Kelsey, Caitlin, Nina estavam ali, inclusive a Megan. Fiquei surpresa por ela estar ali, mas não me importei. Lizzie foi a primeira a ir correndo na direção do Justin e o abraçou, assim como ele. Que coisa linda! Depois Jason foi abraçar o Justin e fiquei emocionada, porque Justin me contou o que Jason disse a ele quando ele estava em coma. 

- Eu estou tão feliz! - comentei com a Lizzie e a gente se abraçou novamente, completamente felizes e aliviadas por saber que as coisas poderiam se estabilizar. - Agora espero que eles deem um tempo nisso! - falei. 

- Eu também espero! - ela disse. 

- Ele ia me pedir em casamento. - sussurrei pra ela e ela me encarou com os olhos arregalados. 

- AI MEU DEUS! - ela chamou a atenção de todos. - Não é nada! - ela disse alto, então todos voltaram ao que estavam fazendo. - Ai meu Deus! - ela sussurrou gritando e eu comecei a rir. 

- Eu estou tão... surpresa até gora. - admiti. - Nunca imaginei que ele iria querer casar ou ter filhos com alguém um dia, muito menos comigo. 

- Nem eu! Mas parece que ele realmente ama você. - disse. 

- Eu não tinha dúvidas disso. - sorri. - Nunca duvidei. - falei. - Porque desde o momento que ele disse que me amava, nunca me deixou na mão. Sempre esteve aqui por mim, sempre me salvava quando eu precisava ser salva, sempre... ele sempre estava aqui por mim. 

- Mesmo quando teve o erro com a Megan... - ela disse. - Ele sempre fazia questão de dizer que amava você e sempre tentava ter você de volta. - falou e eu assenti. 

- O que vocês tanto conversam? - Kelsey, Nina, Cait e Megan se aproximaram de nós. 

- Nada demais. - dei de ombros. 

Nem me importei em falar com a Megan, porque o que ela disse sobre mim no casamento estava evidente que ela não gostava de mim ou que não me queria por perto. 

Vi meu celular apitando e eu fiquei gelada com a mensagem. 

"Está feliz de estar em casa novamente, Haylz? Eu esperava que você saísse de lá aos prantos, não sorrindo, mas... sempre temos um plano B, certo? - K"