1. Spirit Fanfics >
  2. Bring Back To Life >
  3. New path

História Bring Back To Life - New path


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Oi gente, to indo pro Rio agoooooora! Não dá pra falar muito, bj bj

Capítulo 94 - New path


  - Eu quero ver o Justin, manda ele vir aqui! - eu dizia. 

- Você não quer saber o que você tem? - o doutor perguntou enquanto olhava a prancheta. - Aposto que está curiosa. 

- Só caiu a minha pressão, não? - perguntei com o cenho franzido e o jeito que ele encarou algo na prancheta, depois me encarou, me fez estremecer. 

- Dezoito anos. Hoje! Olha só, meus parabéns. - ele disse e eu agradeci, mas só queria que me dissesse logo o que eu tenho. 

- Doutor, é algo grave? Me diz logo! - perguntei entrando em desespero. Eu desmaiei ontem e só acordei hoje. Pra ser mais precisa, agora mesmo. Me sentia fraca, dependente de alguém pra ajudar e eu odiava essas sensações.  

- Ah, não. Não é nada grave. - ele disse se aproximando. - Você está grávida, apenas isso. Parabéns, mamãe! 

- Eu o que?! - quase gritei. Só não gritei porque não conseguia. - Isso é algum tipo de brincadeira, né? - eu e Justin usamos camisinhas todas as vezes e eu tomei pílula do dia seguinte! - Isso é impossível. 

- Vou chamar o seu namorado. - ele disse e se retirou. 

Não, eu não podia estar grávida. Não de novo. Tudo bem que as coisas ficariam mais pacíficas agora, após a morte de Nathan, mas exatamente isso... não foi apenas Nathan que morreu. Megan também morreu. Cameron também morreu. Jenna também morreu. Muitas pessoas morreram, e eu não estava preparada para ter uma nova preocupação justo agora. Além de que, Jason ia me matar! Não só a mim, mas Justin também. Jason pode amar o Justin, pode amar tudo que Justin faz, e pode até saber que não ficamos só nos beijinhos, mas agora que eu apareço grávida? Tudo bem que já aconteceu uma vez, mas eu estava morta para eles e não fez diferença nenhuma. Pra mim, eu queria ter o bebê porque era a única coisa que eu teria se nunca mais visse a minha família, mas e agora? 

Depois de pensar em todo o lado negativo, meus pensamentos foram para o lado positivo. Minha vida estava uma merda, e esse bebê podia mudar tudo. Eu estou ferida, ainda não me curei, e talvez essa criança possa remendar meu coração. Possa fazer eu me sentir feliz novamente, porque isso é tudo que eu quero. Tudo que eu quero é encontrar um meio de ser feliz novamente. E acredito que esse será o novo meio. 

- Você está bem? - percebi a presença de Justin quando ele segurou minha mão. - Está se sentindo melhor? - o doutor não tinha contado nada a ele, supus. 

- Sim. - suspirei. - Quer dizer, mais ou menos. - dei de ombros. 

- Você parece... diferente. O que foi? 

- Você tem razão, eu quero gritar! - abri um sorriso e ele franziu o cenho. Deve achar que eu estou maluca. - Eu... - não conseguia dizer. - Eu estou grávida! - passei a mão na barriga. 

Justin arregalou os olhos, apertou minha mão mais forte e depois abriu um sorriso maravilhoso, logo me abraçando, me beijando e me amando...

- É pra valer mesmo? Ou você está tirando com a minha cara? - ele perguntou ainda não acreditando. Fiquei tão feliz de vê-lo tão radiante assim... era a primeira vez em meses! 

- É pra valer! - respondi e segurei seu rosto com as duas mãos. - Nós vamos ter um bebê! - dei um selinho nele e o abracei novamente. 

- Então... - ele sussurrou no meio do abraço. - Parabéns, mamãe... eu te amo. - ele sussurrou e logo após colocou as mãos em meu rosto, dando um beijo em minha testa e depois um selinho. 

- Obrigada, amor! - falei. - Te amo, te amo, te amo! 

- Agora não é mais pedofilia eu namorar e abusar de você. - disse com uma expressão de safado e eu dei um tapa no braço dele enquanto dava risada. 

- Agora eu é que vou abusar de você. - sorri safada também e ele até ficou sério. Comecei a rir. - Aí aí, você ainda é louquinho por mim. 

- Sempre vou ser. - ele disse sorrindo pra mim e eu suspirei, também sorrindo, enquanto o abraçava novamente. 

- Eu amo você!

O Justin não gostava de dizer que também me amava. Quer dizer, ele dizia que me amava, mas ele não gostava de dizer 'também'. Ele gostava de dizer 'eu te amo', 'eu te amo mais' e eu entendia muito bem porque isso. Ele não diz 'também' porque mesmo se um dia eu não amá-lo mais, ou não dizer mais 'eu te amo' pra ele, ele vai continuar me amando e porque ele não me ama só porque eu o amo, ele me ama porque ele ama, ué. Sem dúvidas, sem poréns.

- Eu te amo mais... - ele sussurrou e depois beijou minha testa novamente. 

Recebi a notícia de que teria alta daqui vinte minutos, então comecei a arrumar as minhas coisas. Quer dizer, só tirei a camisola do hospital e coloquei roupas minhas que Kelsey foi buscar pra mim enquanto eu ainda estava desmaiada, tomando soro. 

- Já posso assinar a minha própria alta agora. - falei animada e Justin riu enquanto entrelaçava nossos dedos. - Justin, eu tomei uma decisão. - falei olhando pra ele e paramos no meio do caminho, antes de irmos para recepção. 

- Sobre o que? - ele perguntou se virando pra mim. 

- Eu não quero ficar me lamentando sobre o que aconteceu ontem. - falei enquanto mudava o meu cabelo de lado. Caiu no meu olho e Justin tirou. - Ainda está doendo demais, e vai doer pra sempre, mas eu não quero fazer igual fiz quando Cameron morreu. Eu parei de viver, Justin. Parei de viver. Fiquei todos os dias na academia, falando apenas bom dia, mas como me disseram, quem morreu foi eles e não eu. 

- Quem te disse isso? 

- É que eu tive um sonho muito forte. Você me disse isso. - falei. - Claro que vão fazer falta, aliás, nunca vou parar de sentir falta, mas... eu continuo viva, eu tenho a vida inteira pela frente e não vale a pena parar de viver, ainda mais eu que valorizo demais a vida. 

- Sou mais esperto no seu sonho do que na vida real porque nunca pensei em te dizer isso. Mas é exatamente o que eu diria se soubesse como expressar. - disse. - Vai tudo ficar bem agora, Hayley. - ele deu um passo pra frente e colocou uma das mãos em meu rosto. - Nós vamos ter uma família juntos, tudo vai entrar nos eixos. - sorri pra ele. 

- Eu sei... vamos só olhar daqui pra frente agora, tá? - ele assentiu e deu um beijo em minha testa. 

Chegamos na recepção, e após assinar a alta, fui até onde o pessoal estava. Avistei apenas Jason perto do banheiro e gostei, pois queria que ele fosse um dos primeiros a saber. 

- Oi. - falei chegando perto dele e ele me abraçou por longos segundos. 

- Você está melhor? 

Me afastei dele e fiquei ao lado do Justin. Estava com medo de contar. 

- Sim, mas... - ele já me olhou estranho. - Tenho uma coisa pra te contar. - falei.

- Ah, não. O que foi, Hayley? 

- Eu... - olhei pra Justin e ele me olhou de volta, mas deixou essa só pra mim. Medroso! - Eu estou grávida. 

E ao contrário do que pensei que ele faria, ele abriu o maior sorriso! Além de abrir o maior sorriso, ele se aproximou para me abraçar. Quer dizer, eu pensei que era para apenas me abraçar, mas ele puxou eu e o Justin, abraçando nós dois ao mesmo tempo. Eu e Justin nos olhamos surpresos durante o abraço e com uma das sobrancelhas arqueadas, mas logo percebemos que é claro que ele ia ficar feliz! Ele será titio! Além de que isso vai me distrair de tudo, e o que ele menos queria, era que eu sofresse. 

- Eu fico feliz por vocês. - Jason disse. - Vocês dois merecem isso. - ele nos abraçou novamente e dessa vez, eu e Justin comemoramos junto com ele. Mas Jason parecia estar um pouco mais, não sei, surpreso pelo Justin. Não sei nem se a palavra certa era essa.

Eu não sabia da história entre Justin e Jason. Não sabia como eles tinham se conhecido, nem o que eles já passaram juntos, mas Jason o considera um irmão mais novo, um irmão de sangue mesmo. Exatamente como eu. 

- O que aconteceu? Por que estão se abraçando? - Lizzie perguntou vindo até nós, acompanhada pelos outros meninos e Kelsey. 

Sorri pra ela. Olhei para o rosto de todos eles com um sorriso e coloquei a mão na barriga. Só faltou a Lizzie morrer. 

- Men-ti-ra! - Lizzie disse e eu ri enquanto assentia. - Aí, Deus. - ela veio me abraçar. - Eu estou tão feliz por você! Isso vai melhorar muito a sua vida. - ela sussurrou durante o abraço. 

- Eu sei... eu espero. - sussurrei de volta e ela se afastou pra poder me olhar. Colocou as mãos na minha barriga, olhou pra Justin sorrindo e foi abraçá-lo. 

- Parabéns, Haylz! - Chaz disse vindo me abraçar e foi o maior fuzuê no meio da recepção. 

Os meninos ficaram super felizes e cada vez eu ficava mais curiosa sobre a história do Justin com eles, porque eles pareciam estar mais comovidos com Justin estar... não sei, mudando? Se regenerando? Não sei, mas sei que peguei os meninos olhando pra nós meio bobos diversas vezes. Como se nós fôssemos a preciosidade de todos eles. Eu e Justin.  Inclusive Justin. 

Nós íamos pegar um voo de volta para Atlanta no final da tarde, após arrumarmos todas as nossas coisas, agradecer e nos despedirmos das pessoas que nos ajudaram aqui em Miami. Eu e Lizzie tivemos que arrumar as coisas da Megan e foi difícil me controlar enquanto sentia a presença dali, o cheiro dela ali. Jason parecia não estar nem um pouco abalado com a morte da Megan, não era novidade que ele não considerava a Megan uma irmã do jeito que ele me considera. Ele e Megan sempre se estranharam, desde pequenos. Mas não eram aquelas brigas normais de irmãos, era mais pesado. Eles competiam e tentavam se enfrentar o tempo todo, passavam a perna um no outro e para Jason, não fez diferença nenhuma a morte dela. 

Pra falar bem a verdade, nenhum dos meninos ligaram muito. Apenas eu, Lizzie e Ethan ligamos. Ethan por motivos óbvios, Lizzie porque nós crescemos juntas e todos os momentos de irmãs que tive com Megan, Lizzie também estava, como nossa irmã também. E eu... eu também por motivos óbvios. Como Justin sempre me diz, eu sempre tento ver o melhor nas pessoas. Ela pode ter sido maluca, louca, doida, pirada ou qualquer adjetivo que qualquer pessoa queira usar, mas ela continuava sendo minha irmã. Continuava sendo a pessoa que tinha os melhores conselhos no mundo, a pessoa que sempre ia me fazer dormir por medo do trovão, a pessoa que sempre quis me proteger do mundo lá fora, a pessoa que quase matou seu ex namorado atropelado, deixando a irmã mais nova traumatizada (eu!). Sim, ela era louca. Piradinha. Mas as melhores pessoas são... 

- Lizzie, eu estava pensando aqui e você não acha que seria melhor se a gente fosse procurar por aquele tal de Seth? 

- O amigo do seu pai? - assenti. - Ele mora em Nova York, né?

- Sim. - respondi. - Nós devíamos ir pra lá, perguntar se ele sabe onde a fortuna está escondido. 

- Se ele soubesse, ele já não teria pego?

- Acho que não. Eu me lembro de um melhor amigo do meu pai, esse Seth. Além de que não tem como pegar sem a chave. - segurei o colar em meu pescoço. - Vou falar com os meninos. Eles vão querer ir na hora, estão desesperados pelo dinheiro. 

- Agora ele não tem mais dinheiro sujo... - ela disse. - Na verdade, não era totalmente sujo, porque eles roubavam dos ladrões ricos, mas... - ri. Era verdade. Eles roubavam dos ladrões ricos, tipo Martin. 

Levantei da cama e desci as escadas, para conversar com os meninos logo de uma vez. Precisávamos ter um rumo da nossa vida agora. Não vamos mais fazer coisas ilegais, ao não ser rachas que era impossível se desfazer, mas não tinha como ficar sem fazer nada. Será que eles teriam que trabalhar?!?!?! Meu Deus, eu nunca pensei que isso poderia acontecer. 

Os meninos estavam jogando vídeo game, tomando cerveja e rindo alto por algum motivo. Me sentei ao lado de Ryan e Chaz. 

- Ih, quando você vem sentando assim é porque alguma coisa tem. - Ryan disse. - O que aconteceu, Hayley? 

- Quero falar com vocês. - falei. - Meninos! - chamei atenção do Justin e Chris que me ignoraram porque estavam se vencendo no vídeo game. - Ei! - gritei, mas eles continuaram me ignorando. 

Levantei e desliguei a televisão. 

- Ow! - eles falaram ao mesmo tempo. 

- Sorte sua, se livrou de perder de lavada! - Justin disse para Chris que riu como se fosse uma piada. - O que foi, patricinha? 

- Eu, Lizzie, Kelsey e... - senti um amargo na garganta. - E Megan fomos no antigo escritório do meu pai no dia que Cameron morreu, e descobrimos que ele tinha um amigo muito próximo. Seth Fields. Nova York. E eu e Lizzie achamos que ele pode saber onde o dinheiro está. 

- Nova York? - Jason passou a mão no queixo como se estivesse pensando. - Beleza, arrumem suas coisas enquanto eu compro as passagens. 

- Que?! Agora?! - perguntei inconformada. 

- Agora! - Ryan disse. 

- Vocês estão desesperados por esse dinheiro. - afirmei balançando a cabeça com um sorriso e com os braços cruzados.
Todos eles. Todos mesmo. 

- Vocês estão muito desesperados por esse dinheiro. - falei rindo. Eles ficavam até preocupados com a possibilidade de não conseguir. 

- Se não vamos mais ficar na vida antiga, não tem como ficar sem grana, né? - Chris disse. 

- Ué, nunca ouviram a palavra trabalhar? - perguntei e os meninos se entreolharam, engolindo em seco, com os olhos arregalados.

E eu comecei a gargalhar. 

- Vocês só querem o dinheiro pra não trabalhar! Vagabundos! - falei inconformada, mas rindo. 

- Eu não falo nada sobre isso. - Chaz disse levantando e todos levantaram também, passando por mim e eu me senti no meio de um monte de gigante. 

- Não me deixem aqui falando sozinha! - falei enquanto eles subiam, e eu voltei a rir ao perceber que eles me ignoraram. Eles tinham mesmo medo de trabalhar. 

- Só arruma suas coisas! - Jason disse. 

Subi as escadas também e fui pro meu quarto, encontrando Justin arrumando as malas. 

- Você acha que esse tal de Seth Fields pode mesmo saber onde está? - Justin me perguntou enquanto eu arrumava a minha mala. 

- Eu acredito que sim. - respondi. - No diário da minha mãe não tem nada. Meu pai nunca revelou isso pra ela. 

- Espero que ele saiba. 

- É, eu também. 

(...)

Chegamos em Nova York ontem a noite, e depois de ver e rever o endereço do Seth milhares de vezes, me preparei para ir encontrá-lo. Nenhum dos meninos ia comigo, porque ele poderia se assustar se visse tanto homem forte, alto e tatuado na frente dele, mas se fosse apenas eu e a Lizzie, talvez ele dissesse o que sabia. 

- Não digam coisas demais sobre vocês. Nem sobre nós. - Jason disse antes de sairmos da casa daquele amigo dele, o Caleb. Aquele homem que estava com o meu carro aqui quando eu e Justin terminamos, eu vim morar pra cá. 

- Pode ficar tranquilo. - falei enquanto fazia um rabo de cavalo no cabelo. 

Ryan ia nos levar até lá e a casa dele era Manhattan, ou seja, bem de vida ele era. 

- Nós ligamos quando terminar. - falei quando Ryan parou o carro na frente do prédio do Seth. 

- Boa sorte. 

- Obrigada. - Lizzie respondeu, então saímos do carro e Ryan arrancou com o carro. 

- Será que ele vai nos atender? - perguntei um pouco receosa. 

- Espero que sim. 

Falamos para o porteiro com quem gostaríamos de falar, então vimos ele ligando para o apartamento de Seth.

- Quem são vocês? 

- Diz pra ele que é a filha de Will Mitchell. - falei e o porteiro assentiu.

- A entrada de vocês está liberada. - e ouvimos barulho do portão se abrindo, então entramos no prédio. - Sexto andar. Apartamento 68. 

- Ok. Obrigada. - agradecemos e entramos no elevador. 

Eu e Lizzie ficamos conversando sobre possibilidades do que poderia acontecer, e fiquei um pouco mais confiante. Meu pai tem que ter falado pra alguém onde estava, senão, ele nunca deixaria a chave comigo. E eu me lembro quando ele me deu esse colar... ele disse: Nunca tire do pescoço, cuide muito bem, como se fosse uma parte de você. 

- Seth Fields? - perguntei assim que a porta se abriu e vi um homem de mais ou menos trinta e cinco anos parado na nossa frente. 

- Hayley Mitchell... - ele parecia surpreso, mas ao mesmo tempo feliz. - Podem entrar. - ok. Ele sabe quem eu sou. - E você é a Megan? - ele apontou pra Lizzie. 

- Não, essa é a Lizzie. Minha amiga. - respondi. 

- Podem ficar a vontade, sentem-se. - obedecemos. - Então... o que a trouxe aqui, Hayley? - ele perguntou. 

- Você era muito amigo do meu pai, certo? - perguntei e ele assentiu. - Bom, você sabe algo sobre uma fortuna que ele guardava? - fui direto ao ponto. 

- Eu sabia que um dia alguém me procuraria para falar sobre isso. - disse balançando a cabeça e rindo. - Bom, eu sei sim. Mas boa sorte para encontrar a chave. 

- Bom, eu tenho a chave. - respondi e seus olhos se arregalaram. - Ele me deu a chave, sem eu saber o que era. Descobri há alguns meses, mas não faço ideia da onde procurar. 

- Fica em Nassau, nas Bahamas. - ele disse. - Mas preciso avisar: é muito bem protegido. Will sempre teve medo que descobrissem sobre isso, e até hoje, de anos após a morte dele, continuam tomando conta. 

- E nunca tentaram abrir? - perguntei. 

- Muitas vezes. Mas tem apenas uma chave. - disse e seu olhar foi parar no meu pescoço. - É esse? 

Assenti e segurei o colar. 

- Você... você vai querer alguma coisa em troca? Quer dizer, você era amigo do meu pai e ele ia adorar que você recebesse uma recompensa. - falei. 

- Ah, não. - ele balançou a cabeça. - Eu tenho a minha vida. E ela está ótima. Não quero dinheiro do seu pai, ele sempre quis deixar tudo pra você. 

- Pra mim? - perguntei surpresa. - Você quer dizer... só pra mim? 

- O seu pai se orgulhava de você. - ele disse me olhando. - Os seus irmãos o decepcionaram muito. E acho que ele tinha fé em você.

De repente, me senti mal. Ele se decepcionaria comigo se estivesse vivo. 

- Que você faria o que queria fazer, e que não iria fugir das obrigações como Jason e Megan fizeram. - disse. - Bom, não quero que você fique triste nem nada, então nem vou falar mais nada sobre isso. 

- Está tudo bem. - suspirei. - Muito obrigada por dizer onde está. Ainda mais sem querer nada em troca. Entendo porque ele era seu amigo. - sorri e ele fez o mesmo.

Ele fez algumas perguntas sobre Jason, Megan e sobre como estava a minha vida, e custou para eu responder. Não sabia se respondia a verdade ou não. Mas falei que Megan, infelizmente, faleceu. Falei que eu e Jason estamos juntos, cuidando um do outro e falei que moro com os amigos dele, apenas isso. E ele perguntou se eu fazia faculdade, ou o que eu fazia da vida. 

- Eu comecei a fazer faculdade, mas parei. - respondi. - É que várias coisas acontecem o tempo todo, e eu não consigo me concentrar. Mas pretendo continuar. 

- Seth, a Courtney... - uma mulher, de aparentemente trinta anos, apareceu na sala e parou de falar quando nos viu. - Ah, eu não sabia que você estava com visita. Desculpa. 

- Hayley, Lizzie, essa é minha esposa. Lauren. - a Lauren sentou ao lado do Seth, nos cumprimentando com um aceno. - E Lauren, essa é a filha do Will, Hayley e sua amiga, Lizzie. 

- Prazer. - ela disse e nós falamos o mesmo. 

Seth fez mais algumas perguntas, mas acho que ele percebeu que eu não queria falar demais, então parou. 

- Desculpa perguntar, mas... - Lauren começou a falar. - Você está grávida? - fiquei branca. 

- Como... como você sabe? - ainda nem estava aparecendo! 

- É que você fica com a mão na barriga o tempo todo, como se tivesse medo... eu também era assim. - ela sorriu pra mim. 

- Você está grávida?! - Seth perguntou surpreso. 

- Sim. - respondi sorrindo. Ele ia pensar que eu era uma puta, então acrescentei: - Estou noiva.

Ambos olharam para meu dedo, para ver o anel, mas eu não estava usando nenhum anel porque era mentira, mas... eles não questionaram. 

- Aí, que maravilha! Will ficaria muito feliz. - ela conheceu meu pai?! 

- Fico feliz por você, Hayley. É bom saber que você está seguindo com a sua vida mesmo depois da morte de seus pais, e da Megan... - ele disse um pouco triste. Deve pensar que eu não tenho ninguém, que sou solitária. 

- No começo foi bem difícil mesmo. - falei. - Não tinha ninguém, apenas a Lizzie. - olhei pra ela de relance. - Mas Jason voltou para ficar comigo quando eu tinha quinze e um tempo depois, conheci meu namorado. Quer dizer, noivo. 

- Você é uma menina muito forte. - ele disse como se estivesse admirado, mas eu não gostava muito de ouvir isso. Eu não queria precisar ser forte. 

- É... - suspirei. - Bom, nós precisamos ir. - falei. 

Lauren ofereceu um café, mas eu e Lizzie dissemos que estávamos com pressa, então eles nos acompanharam até a porta. Seth disse que desejava tudo do bom e do melhor pra mim, mas também disse algo que fez ver meu pai nele: tome conta do dinheiro direito, um dia ele acaba. E era exatamente isso que eu fazer. Vi meu pai em Seth naquele momento e entendi como um último pedido do meu pai. 

E agora eu sabia para onde era nosso próximo destino: Nassau, Bahamas. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...