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História Bring Me To Life - Por favor, não vai...


Escrita por: rafa1

Capítulo 2 - Por favor, não vai...


-POR QUE EU NÃO QUERO ME MAGOAR DE NOVO, TA LEGAL?

 

            Magoar de novo... Ele já se magoou antes? Digo, magoar todos se magoam varias vezes na vida né, mas ao ponto de não querer mais ter amigos...

-Desculpa Peter... Sério... eu não sabia...

-ENTÃO ME DEIXA EM PAZ.

            Pera, ele estava... chorando?

            Dean vê Peter sair correndo do banheiro e, quando vai tentar alcança-lo, ele sai da escola, sem mochila, sem nada.

-Eu sou um burro mesmo... eu forcei muito a barra... agora mesmo que ele não vai querer falar mais comigo...- Suspira.

            Dean vai até a sala e arruma suas coisas, olha para a mesa de Peter e decide arrumar a mochila dele também. Vai até o professor e fala que não estava se sentindo bem, que precisava ir pra casa.

            Prontamente o professor permitiu e Dean saiu com as duas mochilas da sala.

            Talvez, se eu correr eu ainda alcance ele... Não... Nem a direção que ele foi eu sei... Talvez ele tenha ido pra casa... Isso, vou na casa dele... Mas onde é a casa dele? Será que na direção eles me diriam? Não... Melhor deixar pra lá...

            Dean saiu da escola e foi caminhando pela calçada, olhando pro céu.

-Ah, mas se for pensar bem, eu fui muito invasivo... Eu nem conheci ele direito e já fui querendo que ele fosse meu amigo... Ah, mas sei lá... Eu havia prometido pra minha tia que tentaria me enturmar nessa nova escola... –suspira e coloca as mãos nos bolsos- EU sempre falei pra eles que na outra escola eu era popular, tinha muitos amigos, varias garotas davam em cima de mim... Mas na verdade... Ah... Sei lá... Eu nunca fui popular, odeio pessoas atiradas, não tinha amigos... Eu pensei que talvez eu fosse ter uma vida diferente aqui se ao menos eu me esforçasse um pouco...

            Dean, passando por um parque, vê várias crianças brincando na areia, no escorregador, no castelinho e vários pais ou responsáveis observando seus pequenos e sorrindo, ou simplesmente interagindo entre si.

            Sorrindo, se senta num banco e começa a ver as crianças brincando, a paz e tranquilidade que eles emanavam. A calmaria que, mesmo em meio a brincadeiras, era tranquilizante.

            Devia ter se passado uns vinte minutos, talvez mais, talvez menos, quando Dean percebeu que havia alguém no balanço, sozinho, apenas olhando pro céu, sem se balançar ou falar com ninguém. De início, imaginou que fosse apenas uma criança que não tinha muitos amigos mas, quando olhou mais um pouco, notou que era grande de mais para ser apenas uma criança.

-Peter?

            Perguntou, mais para si mesmo, já que daquela distancia não dava para ele o ouvir.

            Com um sorriso no rosto, Dean foi calmamente até o balanço e se sentou ao lado de Peter mas, assim que o garoto o viu, se levantou. Sem nem olhar para ele, Dean segura seu pulso.

-Por favor, não vai...

            Meio contra vontade, Peter se sentou e não falou nada. De começo, apenas um silencio. Nem bom nem ruim. Apenas o silencio entre os dois, ambos observando as crianças brincando.

-Sabe...Eu não sou assim... Eu geralmente sou mais na minha, sabe... Não sou tão invasivo e

-Dean, não p

-Peter, por favor. Deixa eu falar.

            Não ouvindo nenhuma outra contestação do garoto, Dean entende que podia continuar a falar.

-Eu nunca fui alguém de muitos amigos. Eu tinha, sim, alguns que eu imaginava que fosse levar pra vida toda... Mas eu estava enganado... Eu costumava a levar eles pra minha casa, a gente jogava, comia e se divertia mas, certa vez, quando eu precisei sair um pouco para resolver alguns assuntos que nem lembro mais, eu deixei eles lá em casa, mais para cuidar da minha irmãzinha, sabe...Quando eu cheguei em casa, eu vi eles tentando estuprar ela... Poxa... Meus melhores amigos... Desde muito cedo eu fazia exercícios, treinava artes marciais, tinha um porte relativamente atlético... Eu espanquei os três e os expulsei da minha casa. Sophye não tinha entendido nada... Eu passei o resto do ano sem falar com mais ninguém da escola. Ia para as aulas mas apenas isso. Ninguém falava comigo e eu não falava com ninguém... Assim continuou até eu entrar no  Ensino Médio, quando meus pais morreram... Prontamente meus tios me acolheram e a minha Irmã... Quando passamos a morar com eles eu decidi que não daria nenhum trabalho, então eu ajudava em casa, cuidava praticamente sozinho da Sophye, só tirava notas boas, nunca me metia em problemas e sempre dizia ser popular na escola, ter muitos amigos, varias garotas se jogando aos meus pés... Por dois anos eu levei essa vida mas, quando meu tio conseguiu uma promoção, a gente se mudou e veio pra cá e a minha tia só me pediu uma coisa. Que eu vivesse a minha vida. Ela sabia que tudo que eu fazia era para não dar problemas pra eles e disse que não era pra ser assim, eu ainda era jovem e que como ela não teve filhos, a gente era como os filhos dela, que ela queria ter que resolver nossos problemas, ir na escola por culpa de uma briguinha tola, essas coisas. Queria que eu levasse amigos pra casa, que eu saísse mais... Essas coisas. E eu realmente estou tentando... Mas passei tanto tempo sem amigos que acabei perdendo o jeito, sabe. – Dean coça a cabeça e ri sem graça.- EU já imaginei que chegaria fazendo amigos, conversando com todo mundo e essas coisas mas, quando entrei na sala, já notei que não seria assim. A maior parte foi como na escola antiga. Garotas praticamente me comendo com os olhos, garotos querendo se pagar, menos você. O tempo todo na sua, então eu decidi que tentaria virar seu amigo, sabe... Eu não queria ter que fingir ser outra pessoa pra ser amigo dos outros, eu não suporto gente oferecida mas, com você seria diferente... Então meio que eu exagerei... Desculpa...

-Nossa... Eu sinto muito pela sua irmã... O que esses imbecis fizeram... Pelos seus pais também... E, sabe... Talvez eu também tenha exagerado... Eu não queria me aproximar de ninguém... Eu já me acostumei tanto a ficar sozinho, sem falar com  ninguém, que não consegui aceitar quando você se aproximou... Imaginei que seria mais um como os outros... Ou me zoaria ou se aproximaria, faria com que eu me apegasse a você e depois me abandonaria... Desculpe...

-E por que eu faria isso? – Só então Dean olhou para ele.

-Não é que você faria isso... Bem, não por vontade própria, sabe... As pessoas que se aproximam muito de mim acabam se enjoando e me colocando pra escanteio...

-Não se preocupe, Peter. Eu não vou fazer isso... Quer dizer, se você permitir que eu me aproxime de você e ganhe sua amizade...

            Dean olha a hora no relógio e se assusta.

-Nossa, ficamos muito tempo aqui. Eu tenho que ir na clínica marcar as consultas da Sophye.

-Posso ir junto?

            Por um momento, Dean se surpreendeu com a pergunta, mas logo abriu um sorriso.

-Claro, vamos.

            Ambos se levantaram e caminharam até a clínica, não era muito longe dali, levou apenas quinze minutos. Ao que chegaram, Peter se surpreendeu, dentre tantas clínicas na cidade, a irmã caçula de Dean estaria na mesma que ele.

            Ali, devem ter levado uns quarenta e cinco minutos, fazendo a ficha da Sophye, marcando consultas, vendo quem seria o médico...

-Você quer ir lá em casa?- Perguntou Dean.

-Melhor não, eu tenho que arrumar a casa...

-Ok... Nos vemos amanhã?

-Sim...

-Ah, já ia esquecendo... Sua mochila...- Dean tirou a mochila de Peter das costas e entregou para ele.

-Ah, obrigado...

-Bem, eu já vou indo então...

-Ok, tchau...

            Assim que se despediram, cada um foi pra um lado, rumo as suas casas. Dean, com um sorriso no rosto, feliz por finalmente ter conseguido um amigo... Ao menos, ele achava né...



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