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História Bringing to Reality - Aprenda a lidar e prepare-se


Escrita por: DennyHope

Notas do Autor


OLÁÁÁÁHHH ^_^

Como estão, bem?

Vim o mais rápido possível, estou viajando e tentando atualizar tudo que tenho por aqui hehehe

Ainnnn meu povo, obrigada por cada favorito e comentário, sério, é muito bom saber que estão gostando tanto da fanfic hehehe

Bom, agora vamos saber como esse final de semana do menino Jeongin terminou!

Boa leitura.

Capítulo 10 - Aprenda a lidar e prepare-se


Fanfic / Fanfiction Bringing to Reality - Aprenda a lidar e prepare-se

O pôr do sol foi trocado fazia uma hora pela noite, e desde então, foi o infinito de luzes que passou a iluminar a cidade. Jeongin podia ver por sua visão periférica que, havia alguns lugares por onde passavam que o emaranhado de luzes era tanto, ao ponto de lembrá-lo um céu bem estrelado.

 

Infelizmente, não podia aproveitar tanto da paisagem, apenas da música melodiosa que tocava baixo no ônibus, enquanto mantinha sua cabeça baixa e olhava para suas mãos que continuavam entrelaçadas em seu colo.

 

Agradecia mentalmente por não estar mais tonto e que a viagem, com todas suas curvas e paradas, também não estar o deixando daquele jeito novamente. Seu propósito era se manter daquela forma, quase imóvel, durante toda a viagem até poder finalmente chegar a sua casa. Claro que não era confortável e o deixava despercebido sobre o que acontecia ao seu redor, mas era o jeito, pois não queria ter que levantar a cabeça, sendo que se assim fizesse, encontraria Hyunjin ― esse que estava em pé bem em sua frente, enquanto segurava-se nas barras do ônibus.

 

Mesmo que não pudesse ver, mas definitivamente, sentia o peso dos olhos dele atentos em si.

 

Não gostava de lembrar, mas depois que tinha passado mal, ficou muito envergonhado para levantar-se e até mesmo para dizer qualquer coisa. Hyunjin pareceu entender e se ofereceu para levá-lo ao banheiro, mas Jeongin não podia, realmente não podia o encarar naquele momento. Então se recusou, mas Christopher insistiu e Jeongin aceitou que o platinado o acompanhasse; bom, mesmo que ainda fosse vergonhoso, pelo menos não era Hyunjin.

 

No banheiro, agradeceu mentalmente por não ter ninguém e poder se limpar sem nenhum olhar questionador sobre si.

 

Christopher não se conteve em apenas olhar e o perguntou o que tinha acontecido. Jeongin explicou que tinha trauma quando ainda criança ter caído no mar, e o contato muito próximo com a água junto ao balanço da canoa só tinha piorado tudo o fazendo passar mal. O platinado não conteve a indignação e sentiu-se culpado, pois Jeongin não tinha o contado quando perguntou mais cedo e assim, não pôde evitar que aquilo acontecesse.

 

O mesmo também não o deixou ir sozinho quando disse que não queria voltar com Hyunjin. Christopher parecia ter um grande senso de responsabilidade e disse que ele teria que voltar com Hyunjin, pois como já se sentia culpado, queria ter certeza que chegaria bem em casa e só Hyunjin poderia o confirmar aquilo.

 

E pra fechar com chave de ouro, surpreendeu Jeongin ainda mais, quando o fez trocar seu número com ele. O platinado o fez prometer que quando chegasse em casa era pra mandá-lo uma mensagem, dizendo se estava bem, nem que fosse apenas com um joinha.

 

Jeongin estava voltando com Hyunjin, mas desde que fizeram todo o percurso de volta até pegarem o ônibus, os dois garotos não trocaram uma palavra. Quer dizer, Jeongin evitou isso o máximo que pôde, pois percebeu que algumas vezes Hyunjin abriu a boca para falar consigo, mas Jeongin fingia que não percebia e Hyunjin chegava a se arrepender antes e desistia de falar.

 

Estava contando os minutos para chegar em casa e acabar com aquela tortura.

 

O ônibus mais uma vez fez uma parada e demorando pouco, logo tomou partida novamente. Jeongin se distraía com seus dedos, quando foi cutucado no ombro o fazendo levantar a cabeça e olhar Hyunjin que, indicou discretamente o senhor idoso em pé bem ao seu lado. Jeongin olhou para o mesmo e cumprindo seu dever levantou-se rapidamente oferecendo seu lugar ao senhor já de idade ― esse que sorriu agradecido e aceitou, sentando-se com a ajuda de Jeongin para não cair com o movimento do ônibus.

 

Jeongin olhou para os lados, procurando onde se segurar, já que todas as cadeiras do ônibus estavam ocupadas. Olhou um pouco hesitante para Hyunjin que também o olhou; poderia se segurar próximo dele? Poderia, mas decidiu por ficar em outro lugar, e enquanto já passava para o outro lado, não contava com a curva que o ônibus faria o fazendo cambalear e quase cair, porém, Hyunjin foi rápido em segurá-lo pelo braço e o puxar para perto de si.

 

Jeongin o encarou com os olhos levemente arregalados, surpreso por ele ter conseguido o segurar tão rápido evitando assim, que se esborrachasse no meio do ônibus. Com os rostos levemente próximos, estava de frente para ele, segurando também na mesma barra que ele segurava. Depois de evitar o máximo que pôde, estava ali encarando os olhos que não queria ter que olhar tão cedo. Parecia até brincadeira do destino, o colocar bem de frente ao que tanto queria evitar.

 

Pensou que ele aproveitaria para falar o que quer quê estivesse pensando antes, mas enganou-se, pois Hyunjin apenas permaneceu o olhando também. Jeongin engoliu em seco. Pensar em encará-lo parecia um bicho de sete cabeças, mas quando acontecia, era ainda mais difícil parar de encarar. Talvez porque os olhos dele eram bonitos? Talvez porque o encaravam com certa intensidade que pareciam prender os seus? Não sabia, e tinha medo da resposta.

 

― Mas que pouca vergonha é essa? ― desviaram os olhos quando ouviram o senhor que Jeongin cedeu o lugar falar. O mesmo os olhava com olhos duros e julgadores. ― Eu não sou obrigado a ter que aturar isso. ― disse e levantou-se ― mesmo com dificuldade ― e se afastou indo para o fundo do ônibus.

 

Naquele momento, olhando para aquele senhor que antes tinha sorrido para si e agora, se afastar com uma careta de nojo, fez com quê algo dentro de Jeongin o atingisse bem no coração, como se tivesse levado uma facada. Seus olhos instintivamente foram enchendo-se de lágrimas, enquanto olhava para o rosto de cada pessoa dentro daquele ônibus. Olhares acusadores, olhares duros, olhares tortos, olhares que machucavam tanto como um tiro, só que talvez fosse um pouco mais, pois chegavam a atingir sua alma, coisa que uma bala não faria.

 

O que tinha feito de errado? O que fez para de repente, ser julgado tão duramente como daquela forma? Foi porque estava perto demais de outro garoto? Foi porque o olhou diferente? Era aquilo, só podia ser aquilo! E cada vez mais sentia que iria desmoronar dentro daquele ônibus, para ser ainda mais humilhado do que antes.

 

Antes de a primeira lágrima descer de vez, sentiu seu braço ser novamente segurado e olhou para Hyunjin que tinha acabado de pedir parada. Jeongin analisou seu rosto ― mesmo com os olhos encharcados de lágrimas ― e pôde perceber o quão irritado ele estava. O mesmo mantinha seus olhos fixos apenas na porta perto de si, enquanto o segurava com certa força pelo braço e tinha a mandíbula travada junto aos lábios franzidos.

 

Quando o ônibus parou e as portas abriram, Hyunjin o puxou para fora caminhando sem olhar para trás, e Jeongin deixou-se ser levado por ele, também agradecendo mentalmente pelo mesmo ter feito algo que não conseguiria; ignorar todos aqueles olhares e pedir parada, descendo com o queixo erguido.

 

Tinha acontecido consigo o mesmo que já tinha lido em algumas historias, assistido em filmes, novelas e que também já tinha estudado, mas quê ainda não conseguia acreditar que tinha acontecido de verdade consigo. Tinha acabado de sofrer preconceito dentro de um ônibus!

 

A dor que sentiu enquanto tinha lido e assistido, agora podia sentir duas vezes pior, porque no seu caso, não fora nenhuma ficção e sim de verdade. E quanto mais a ficha caia, mas lágrimas rolavam por seu rosto. Parecia não existir mais nada ao seu redor, apenas as lembranças daqueles olhares seguidos pela frase daquele senhor permanecia em sua mente.

 

― Ei. ― ouviu Hyunjin falar quando pararam, mas Jeongin ainda estava concentrado em suas lembranças. ― Jeongin, olha pra mim. ― pediu ele conseguindo a atenção do mesmo quando segurou de forma firme seu rosto em suas mãos. ― Você não pode ficar assim.

 

― O que nós somos pra eles? Aberrações? ― perguntou indignado. Hyunjin suspirou soltando seu rosto.

 

― Talvez, mas o que você tem que fazer é não ficar pensando nisso. ― disse ele.

 

― Acho que não consigo... O jeito em que olhavam pra gente, era como se tivéssemos cometido um crime, e apenas porque nos olhamos! ― disse e quando se tocou do que tinha acabado de falar olhou para Hyunjin abrindo a boca se arrependendo imediatamente.

 

― Imagina se tivéssemos nos beijado. ― disse ele sorrindo de lado. ― Com certeza nos chutariam do ônibus. ― balançou a cabeça negativamente.

 

Jeongin desviou os olhos, confuso pelo rumo que a conversa tinha tomado. Então aquela troca de olhar no ônibus teve outro significado e todos de lá perceberam, até mesmo Hyunjin, menos Jeongin que até agora não tinha percebido nada?

 

― Você... Já passou por isso antes? ― perguntou curioso. Hyunjin se controlou tão bem, fingiu que nada estava acontecendo, enquanto ele estava prestes a se desmanchar em lágrimas.

 

― Algumas vezes. ― respondeu o olhando. Jeongin abaixou a cabeça sentindo-se triste novamente. Não queria passar por aquilo de novo, não queria pensar nas pessoas que já tinham passado e que estavam passando naquele momento. ― O que você tem que fazer agora é tentar não pensar nisso.

 

― Como se fosse fácil. ― murmurou sentindo sua garganta arder com vontade de chorar de novo. Céus, que absurdo! Quantas vezes mais choraria na frente dele?

 

― Eu sei que não é... ― começou ele se aproximando. ― Mas se você não tentar, vai ficar ainda mais difícil. ― disse e Jeongin limpou uma lágrima teimosa que desceu por seu rosto. ― Aprender a lidar com isso é a melhor coisa que pode fazer no momento.

 

Hyunjin estava certo. Chorar e se lamentar não era o melhor a se fazer, na verdade só pioraria a situação. Deveria estar preparado para aprender a lidar com aquilo caso acontecesse uma próxima vez.

 

― Eu vou tentar. ― disse forçando um sorriso ― esse que logo se desfez quando fungou ameaçando a chorar novamente. Por que era tão difícil? Jeongin já imaginava que passaria a noite toda chorando.

 

Hyunjin se aproximou e deixou Jeongin surpreso, quando colocou uma mão em sua nuca o puxando para si. O mesmo o manteve ali, próximo de si com uma mão em sua nuca e a outra em suas costas, o envolvendo em um abraço desajeitado. Jeongin nem sabia se podia chamar aquilo de abraço, estava tão tenso, com os braços caídos ao lado de seu corpo, enquanto Hyunjin só mantinha suas mãos de forma gentil contra si. Sua mente estava uma bagunça, e seu coração batia desenfreado dentro do peito, mas não levou aquilo como uma das provocações dele, e sim, uma forma de tentar o ajudar.

 

Jeongin aceitou a ajuda dele e levou os braços até sua cintura o abraçando apertado, enquanto apoiava seu rosto no ombro dele. Sentiu que Hyunjin pareceu ficar um pouco tenso, mas logo o garoto suspirou, enquanto voltava a relaxar o corpo e o abraçar direito. Jeongin não conseguia descrever as sensações que estava sentindo com aquele abraço, mas uma delas era que realmente tinha ficado mais calmo, e até sentia vontade de fechar os olhos para se concentrar em ouvir melhor o som da respiração de Hyunjin contra seus cabelos, ou o cheiro do perfume dele que tinha certeza, não esqueceria tão cedo.

 

Quando percebeu que realmente tinha fechado os olhos, e que aquele abraço iria demorar mais que o normal, abriu os olhos imediatamente e obrigou-se a se separar de Hyunjin.

 

― Preciso ir. ― disse meio sem jeito.

 

― Eu te levo. ― se ofereceu, e quando Jeongin estava prestes a recusar, Hyunjin já se encontrava agachado, de costas para si e com um dos joelhos no chão.

 

― O que está fazendo? ― perguntou confuso.

 

― Eu te carrego nas costas, não tem problema. ― disse deixando Jeongin nervoso.

 

― Não é preciso, eu vou a pé e sozinho. ― disse.

 

― Qual é Jeongin, eu fiz você andar mais do que deveria com esse pé cortado. Eu te devo essa. ― disse o olhando.

 

― Mas você não me obrigou a nada, eu fui porque quis. ― insistiu. A ideia de ser carregado nas costas por Hyunjin parecia absurda. Não conseguiria fazer aquilo.

 

― Mas você é mesmo muito orgulhoso. ― disse ele se levantando e indo até Jeongin.

 

― O quê? ― perguntou irritado por ter sido chamado de orgulhoso. Hyunjin nem o respondeu, apenas seguiu até o menor decidido a fazer apenas uma coisa. ― O que você está fazendo? ― perguntou desesperado, quando o mesmo colocou um de seus braços em suas costas e o outro tentou passar por trás de suas pernas, mas Jeongin foi rápido em segurá-lo, impedindo que o garoto mais uma vez o segurasse nos braços.

 

― Se você não quer ir em minhas costas, então vou ter que levar você nos braços. ― disse tentando novamente, mas Jeongin se afastou.

 

― Qual o seu problema? ― perguntou irritado. ― Eu já disse que não vou. ― disse cruzando os braços.

 

― E por que não? ― quis saber.

 

― Porque eu posso ir sozinho, falta apenas duas quadras. ― disse. Na verdade, Jeongin apenas não queria ir nas costas de Hyunjin. Seria tempo e contado demais com ele.

 

― Então você prefere ir mancando... ― começou ele, enquanto se aproximava. ― Magoando ainda mais o seu pé, correndo o risco de nem conseguir andar direito para ir a escola, e ainda chegar tarde em casa e receber uma bronca de seus pais? ― perguntou ele e Jeongin suspirou alto, aquele garoto sabia exatamente o que falar para fazê-lo repensar. Estava tarde e mesmo que chegasse logo ou mais tarde, não escaparia da bronca de seus pais.

 

― Tudo bem. ― disse a contra gosto. Hyunjin conteve um sorriso satisfeito. ― Mas apenas porque meu pé está doendo muito e é tudo culpa sua.

 

― Concordo. ― disse ele voltando a se abaixar na frente de Jeongin.

 

Jeongin engoliu em seco, antes de se aproximar e se abaixar um pouco, passando os braços em volta do pescoço de Hyunjin ― esse que logo segurou em suas pernas e levantou-se consigo em suas costas.

 

― Viu, não foi tão difícil. ― disse ele quando virou o rosto de lado para o olhar.

 

Jeongin precisou afastar um pouco seu rosto, por estarem próximos demais. Ah, como tinha previsto, muito contato e proximidade. Não disse nada e Hyunjin passou a andar consigo em suas costas, em direção a sua casa.

 

...

 

 

O tênis foi sendo retirado de seu pé com cuidado, e mesmo assim, Jeongin segurava-se com força contra o colchão da cama. Suspirou aliviado por só faltar agora a meia ― essa que estava suja de sangue, fazendo Jeongin ficar preocupado. E quando a mesma começou a ser também retirada, fez uma careta e mordeu os lábios com força tentando segurar o gemido de dor que queria escapar de sua boca.

 

― Aí, aí, aí... ― gemeu de dor quando sua mãe passou a meia por seu corte, e assim, terminando de tirá-la.

 

― Meu Deus, Jeongin, isso está muito feio. ― disse ela preocupada.

 

Jeongin cruzou as pernas e puxou seu pé olhando para o corte. Arregalou os olhos assustado por realmente o mesmo estar feio. Ao redor estava muito vermelho e o corte sangrava levemente. Por isso que quase não estava mais aguentando andar, parecia até que agulhas estavam perfurando o lugar quando apoiava o pé no chão.

 

― Como pôde ficar desse jeito? ― perguntou incrédulo.

 

― Você deveria ter ficado em casa. ― disse sua mãe se levantando. ― Vai precisar de todo repouso possível pra conseguir pelo menos ir mancando segunda-feira pra escola. Nada de sair mais de casa, e agora os passos que vai dar vão ser da sua cama até o banheiro, nada mais. ― ditou fazendo Jeongin suspirar entediado. ― Acho melhor você ir tomar banho para mim poder cuidar desse seu pé, vai ser preciso ser enfaixado.

 

― Droga... ― reclamou baixo, mas sua mãe ouviu.

 

― Deveria ter pensado nisso antes de sair por aí. ― disse ela o deixando sozinho no quarto.

 

Jeongin olhou um pouco hesitante para seu pai que se encontrava parado na soleira da porta de seu quarto. O mesmo descruzou os braços e entrou, assim que sua mãe tinha saído. Parou em sua frente e permaneceu de pé voltando a cruzar os braços.

 

― Você sabe que horas são? ― perguntou ele. Jeongin apenas assentiu. ― Então por que chegou tarde, sendo que você sabe que não deve ficar até tarde na rua? ― perguntou ele.

 

― Me desculpa, é que meu pé começou a doer, e isso acabou me fazendo atrasar. ― inventou.

 

― Eu sei que está mentindo. ― disse fazendo Jeongin levantar a cabeça para olhá-lo. ― Quem era aquele garoto que trouxe você? ― perguntou semicerrando os olhos.

 

― Um amigo da escola. ― respondeu.

 

― Amigo? Que eu saiba, seu único amigo é Seungmin. Agora aquele outro, nunca o vi. ― disse ele, e Jeongin já começava a se arrepender de levar apenas pessoas que considerava mesmo como seus amigos. ― Quero nome e sobrenome. ― pediu.

 

― Hwang Hyunjin. ― respondeu.

 

― Onde mora, quem são os pais, de que trabalham... ― começou, mas foi interrompido antes que a lista se tornasse maior.

 

― Pai. ― chamou a atenção dele. ― Na verdade ele não é totalmente meu amigo, como Seungmin, mas estamos nos conhecendo e ele é legal... ― e logo também foi interrompido.

 

― Você sabe que não gostamos que saia com pessoas estranhas e que não conhecemos. ― disse ele e Jeongin abaixou a cabeça. ― Se você o quer como seu amigo, trate de conhecê-lo muito bem, e se quer sair com ele traga-o aqui para conhecermos. ― disse fazendo Jeongin amaldiçoar mentalmente a insistência de Hyunjin.

 

― Sim, pai. ― disse baixo e o ouviu suspirar.

 

― Não quero ser rígido com você, mas você é nosso único filho, por isso, nos certificamos de redobrar o cuidado com você. Nos preocupamos com você, e não queremos correr o risco de você se envolver com pessoas erradas. ― disse passando a mão sobre seu cabelo. ― Você consegue entender, não é? ― perguntou.

 

― É claro. ― forçou um sorriso.

 

― Que bom. ― disse beijando sua testa. ― Agora faça o que sua mãe mandou e cuide desse pé. ― mandou se dirigindo para fora de seu quarto e fechando a porta.

 

Jeongin formou um bico com os lábios, antes de se levantar e andar com dificuldade até o banheiro. Não podia apoiar seu pé cortado no chão, então tinha que andar com ele apenas na ponta dos dedos. Tirou sua roupa e colocou-se debaixo do chuveiro, contando até três antes de deixar a água cair sobre si.

 

Era nessas horas que não gostava de ser filho único. Não podia dar um passo ali, fazer aquilo, sair para algum lugar com um amigo que seus pais já estavam a postos para saber de tudo. Às vezes todo o cuidado deles o deixava sufocado, mas não tinha coragem de falar nada, seus pais explicavam que apenas queriam o proteger, porém, necessitava de seu próprio espaço e conhecer as coisas por si só.

 

Demorou-se ainda mais no banho por causa de seu pé cortado, mas depois de muita paciência e cuidado, terminou seu banho, indo ― tentando na verdade ― rapidamente para seu quarto. Vestiu um dos seus pijamas mais confortáveis e deitou-se em sua cama, enquanto esperava sua mãe chegar.

 

Lembrou-se de enviar uma mensagem para Christopher e logo pegou seu celular na escrivaninha ao seu lado. Pensou no que digitaria e resolveu por ser um simples Estou bem, obrigado por se preocupar.

 

Deixou o celular de lado e encarou o teto de seu quarto. Seus olhos estavam pesados e insistiam em fechar. Jeongin lutou por alguns minutos, mas foi vencido pelo cansaço e acabou dormindo.

 

...

 

 

― Prontinho. ― disse sua mãe, quando terminou de limpar o corte em seu pé e novamente enfaixá-lo.

 

Jeongin arrastou-se na cama até chegar perto dos travesseiros e tombar para trás, deitando.

 

Observou a mesma guardando os medicamentos e gazes, entre outras coisas na maletinha de primeiros socorros. Ainda era cedo, uma manhã de domingo bem ensolarada, mas a mãe de Jeongin fez questão de ir cuidar do filho bem cedo.

 

― Você não vai comer? ― perguntou ela e Jeongin negou, agarrando um travesseiro. ― O que meu bebê tem? ― perguntou indo até o garoto deitado na cama e sentando ao seu lado.

 

― Nada... ― murmurou.

 

― Já sei, brigou com Seungmin. ― tentou adivinhar.

 

― Não. ― disse, e esperava não brigar de novo com ele.

 

― Então por que está tão tristinho assim? ― insistiu.

 

Jeongin pensou por alguns segundos, mas não soube encontrar o motivo de estar tão pra baixo naquela manhã de domingo. Apenas queria ficar quieto, sem se preocupar com nada, nem pensar em Hyunjin ou Seungmin.

 

― Me deixa ver seu aparelho. ― foi tirado de seus pensamentos com sua mãe puxando seu lábio inferior.

 

― Mãe! ― reclamou.

 

― Você está novamente sentindo dor? ― perguntou ela analisando a parte de cima. ― Vou ter que te levar essa semana no consultório. ― concluiu se afastando.

 

― Quando vou poder tirar isso? ― perguntou.

 

― Logo. ― disse verificando as horas em seu relógio de pulso. ― Nada de ficar andando pela casa. Vou ter que sair agora para ir ao mercado. ― avisou pondo a mão sobre a testa de Jeongin. ― Se precisar de alguma coisa me liga, você está com um pouco de febre por causa do corte ainda estar inflamado.

 

Jeongin apenas assentiu vendo sua mãe sair e fechar a porta do quarto. Respirou fundo e fechou os olhos, estava sentindo muito sono, além de seu corpo não colaborar consigo e o deixar indisposto a qualquer coisa que pensasse em fazer.

 

Abriu os olhos quando ouviu seu celular tocar, avisando que tinha recebido uma mensagem. Com muita preguiça o pegou e abriu a mesma vendo se tratar de Christopher.

 

Que bom que chegou bem, e me desculpa por responder apenas agora, estive muito ocupado ontem.

 

Jeongin achou um pouco estranho o platinado não o ter respondido ontem, sendo que o fez prometer enviar uma mensagem para ele. Mas não ficou irritado, agora sabendo o motivo pôde entender bem. Christopher realmente parecia ocupado atendendo todas aquelas pessoas, além de os dar uma rápida aula de canoagem, os aconselhava cuidando para que tudo desse certo.

 

Não tem problema, eu entendo. Respondeu.

 

Jogou novamente o celular de lado e voltou a fechar os olhos. Queria dormir tanto, queria dormir e só acordar no próximo ano, talvez as coisas pudessem estar diferentes. Mas quando ouviu novamente seu celular tocar respirou fundo, provavelmente deveria ser Christopher o respondendo.

 

Pegou o aparelho de novo para verificar a mensagem e quando viu de quem se tratava, Jeongin arregalou os olhos e sentou-se rápido na cama com o coração batendo acelerado.

 

Estou à caminho de volta, espero que tenha sentido muitas saudades, porque senão, te mato por sentir isso sozinho.

Vamos nos encontrar mais tarde?

 

― Seungmin... ― murmurou sentindo suas mãos suarem.

 

Seungmin estava voltando e só  em pensar nisso ficava nervoso a ponto de ter um ataque do coração. O que faria agora? O que respondia? Não sabia como o olhar com tantas dúvidas rondando sua mente. E de pensar que ainda tinha que se encontrar mais uma vez com Hyunjin, fazia um iceberg congelar todo seu estômago. Ainda precisava que ele o respondesse mais uma pergunta e então, poderia organizar seus pensamentos e chegar a uma conclusão.

 

Oii.

É claro que senti saudades! Mas não posso me encontrar com você hoje, cortei meu pé e fui intimado a caminhar apenas da minha cama para o banheiro.

Vamos nos encontrar amanhã, na escola.

 

Enviou a mensagem, torcendo para que ele não pensasse em o visitar. Realmente não estava preparado para ver Seungmin. Com certeza não saberia agir como sempre na frente dele e ficaria todo estranho, fazendo Seungmin perceber e o encher de perguntas.

 

Então eu posso ir na sua casa. Respondeu ele fazendo Jeongin sentir seu sangue gelar.

 

Sério, não é preciso. Você  deve estar cansado da viagem. É melhor descansar bem, amanhã temos aula. Enviou a mensagem.

 

Tudo bem, você venceu! Mas amanhã nem pense que vai fugir das minhas perguntas, quero saber como tudo aconteceu. Respondeu Seungmin.

 

Ok, prometo não fugir. Respondeu e suspirou aliviado por ter conseguido o despistar pelo menos por enquanto.

 

Nem percebeu quando passou a mordiscar o lábio inferior. A segunda-feira ainda nem tinha chegado e já sentia-se totalmente sobrecarregado, além de nervoso por encontrar Seungmin. Tinha medo de ele perceber algo de estranho, pois seu amigo parecia ter um sensor que captava quando tinha algo fora do normal.

 

E seus encontros com Hyunjin eram, definitivamente, algo completamente fora do normal.

 


Notas Finais


AHAMAHAMMM

Por hoje foi isso meu povo, espero que tenham gostado hehehe

Estou tentando me organizar pra postar, por isso às vezes demoro, é tanta coisa medeus!!

Quem está esperando o Seungmin, ele já está voltando hehehe próximo já vai nos presentear com sua ilustre presença ashuashuashua

Me desculpem se tiver algum erro escroto por aí, depois vou ler de novo pra revisar.

Venham me dizer sem medo aqui nos coments o que estão achando!!

Até o próximo!

XOXO!


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