História Bro (em pausa) - Enfim, casadas.

Pov. Ruby.

 

         Abri os olhos com dificuldade e a claridade os invadiu sem piedade. Minha cabeça doía mais que tudo nessa vida, parecia que uma manada havia passado por cima dela. Sentei com dificuldade na cama e análise o quarto.

        — Droga! A Julie vai me matar. — passei a mão pelo rosto.

          Olho para os lados tentando achar meu celular, porém me deparo com um loiro nu somente coberto por um lençol.

         — aí meu Deus. — sussurrei.

        Mil coisas me passaram pela  cabeça, mas eu decidi confirmar antes. Olhei para mim mesma e droga eu estava totalmente nua.

                — isso não pode está acontecendo, não pode está acontecendo .  — murmurei para mim mesma.

                Olhei por baixo do meu lençol mais uma vez para vê se aquilo era  verdade. Droga, não é mentira.  

             — Justin, Justin, seu filho da puta. — falei enquanto batia nele com o  travesseiro.

            — o que foi? — levantou sonolento.

             —  me diz que nada aconteceu entre nós. — tentei manter a calma.

               — aconteceu tudo o que você está imaginando entre nós. — ela falou se ajeitando na cama. — e você gostou e pediu mais. — sorriu de lado.

               — como você pode? — dei um tapa em sua cabeça.

                 — Ai! ―resmungou de dor.

               — aí meu Deus a Julie vai me matar. — levantei da cama.  — cadê meu celular?

                — não sei. — deu de ombro.  Bufei.

                 — eu não acredito que eu fiz isso. — falei enquanto procurava meu celular. — que nojo, eu transei com homem, e o pior, meu mano. — ele riu. — não  ri. — taquei a primeira coisa que eu achei pela frente.

                Fui acha meu celular debaixo da cama e quando peguei e o desbloqueei tomei um susto, havia várias chamadas e mensagens dela.

                 — to ferrada. — falei enquanto ligava pra ela. — alô ?

        — Ruby, você pode me explicar o por que não está em casa? — berrou.

                — calma,  Julie . Eu estou na casa dos garotos. — menti.

        — e o que você está fazendo aí, posso saber?

        — EEE.....

                — Isabele falou que ela não poderia ver a noiva antes do casamento, então mandou ela ficar por aqui. — Justin pegou o celular da minha mão e deu a desculpa.

       — hmm, por que eu não consigo acreditar? —  olhei pro Justin preocupada.

                — pode confiar, vamos mandar buscar o terno da Ruby pra ela se arrumar aqui, ok? Tchau. — desligou o celular e me  entregou.

            —valeu. — agradeci. —mas agora sai de perto de mim com esse seu amiguinho. — falei evitando olhar pra baixo.

        — você não o queria longe ontem a noite. — sorriu de lado.

        — sai pra lá, seu pervertido. — o empurrei.

           — olha quem fala. — riu e se afastou.

         Bufei. Comecei a pegar minhas roupas que estavam jogadas pelo chão e comecei a vestir virada de costa pra ele. Quando terminei senti falta da minha blusa e jaqueta.

        — onde está o resto da minha roupa. — falei enquanto enrolava a tala em meus seios. 

         — no banheiro. — respondeu acabando de se vestir.

         — e onde fica isso?

         — o que está suas roupas fica do outro lado da pista de  dança.  — ajeitou os cabelos em frente o espelho. Assenti.

            — ok. — a confirmei e fui andando até a porta.

          — Ruby. — Justin me chamou e veio se aproximando.

         Quando chegou perto de mim não deu a oportunidade para escapar e me prensou contra a porta, segurou minha cintura e tomou meus lábios em um beijo urgente. Eu tentava me soltar de seus braços, mas estava impossível e quando tentei acertar um soco no seu  estômago ele segurou minhas mãos. Quando meus pulmões começaram a berrar por oxigênio ele me soltou.

           — isso é para você não se esquecer da nossa noite. — sorriu de lado.

       Antes que eu pudesse acertar um belo soco para ele aprender a não fazer essas coisas ele correu.

         — idiota. — bufei e sai do quarto.

          — ei, o que você está fazendo aqui, Ruby? —por infelicidade encontrei os garotos no corredor.

          — sai da frente. — falei.

          — se quiser a segunda dose eu estou aqui. — Justin gritou da porta do quarto.  Mostrei o dedo e fui embora cuspindo fogo.

          Pov. Justin

     

         — isso é o que eu estou pensando? — Chaz falou rindo. Dei de ombro.

        — mano, você e a Ruby? — Chris perguntou. Sorri de lado. — puta que pariu, você é foda.

       Eles entraram no quarto e eu já vi que uma chuva de perguntas viria.

         — cara, você é foda. Como você conseguiu arrastar a Ruby pra cama? — Ryan perguntou se jogando na cama. Folgado.

           — tenho meus truques. — pisquei.

          — cara, uma coisa que me intriga, quem enfiou o pau em quem? — Chaz questionou fazendo gracinha.

          — pra sua informação, Chaz, ela não tem pau. — falei.

           — e ela é gostosa? — Chris perguntou curioso.

          — pra caralho, tenho que confessar, ela me surpreendeu.

          — fode bem? — Ryan questionou .

           Não respondi, apenas tirei minha blusa pra mostrar os arranhões em meu peito e costas.

          — Wow. — falaram em uníssono.

           — foi tudo ela que fez? — Chaz perguntou surpreso. Assenti.

             — na cama aquela mulher e suicida. Você sabe muito bem que patricinha não se compara, mas um sexo punk não tem comparação. — falei me jogando na poltrona. — é um desperdício uma mulher boa de cama ser lésbica.

                P.O.V Ruby

 

Faltavam exatamente duas horas para o casamento. Duas horas para eu me tornar uma mulher comprometida. Duas horas para meu futuro estar de certa forma traçado, eu deveria estar feliz não devia? Porém algo estava me incomodando, só não sei o que é. Flashes de minha noite com Justin começaram a rodar minha cabeça.

 

“―ele é seu por essa noite. Pode fazer o que quiser com seu brinquedinho. — falou, sorri e o mesmo me jogou na cama. “

 

           “  — a Julie te da o que eu estou de dando? — provocou. Neguei. — você está gostando? — confirmei — você quer mais?

            — Justin, para com  isso e me fode logo. — resmunguei me remexendo.”

 

“— por que parou? Não vai deixar ele assim, né?  —falou, sorri de lado.”

 

           “ — você quer mais? — perguntou me pondo entre suas pernas e as acariciando.

            — sim, eu preciso de mais.  — sussurrei de olhos fechados.

           ―Então isso será seu presente de casamento. Vou fazer você  delirar a noite toda. — falou com uma voz roca próximo de meu ouvido.”

 

         Fui livrada destes pensamentos quando uma agulha espetou minha cintura. Resmunguei e a velha que estava arrumando meu terno e dando os últimos retoques nem se abalou e continuou ajeitando com suas mãos de fada, para não dizer ao contrário, em meu corpo. 

        

          Por que raios eu estava pensando em minha noite com Justin? Foi um erro, e um erro muito grande. Eu trai a Julie, por um lado estou me sentindo mal, mas por outro as sensações novas que senti foram tão prazerosas que voltam à tona como uma avalanche de sentimentos.

Bati em minha cabeça repetindo a mesma palavra "Erro, erro, erro". Hoje vou casar com a mulher que eu amo e vamos ser muito felizes juntas, amanhã mesmo essa noite vai ser totalmente apagada de minha mente.

―Já está tudo pronto aqui - Ela disse juntando suas coisas. Logo vejo Ryan, Chris, Chaz e Justin adentrando o quarto, Droga! O Justin.

― Finalmente em! Nosso mano vai estar na coleira - Chaz faz graça.

― O sexo delas vai ser frenético no Caribe - Ryan completa.

― Não tão frenético quando o nosso - Justin implica e eu o fulmino com um olhar.

―Esqueci isso, idiota - Lhe dou um tapa na cabeça e o mesmo resmunga.

― Nunca, noivinha - Responde com uma voz maliciosa e lhe mando um dedo do meio.

― Vocês a viram? - Pergunto tentando mudar totalmente o rumo da conversa.

―Sim! Ela é chata, mas estava bem gostosa, naquele vestido - Chaz admite, o fulmino e o mesmo da de ombros.

―Verdade, mano. Estava linda até - Diz Ryan.

Um sorriso gigante brota em meus lábios imaginado ela com aquele vestido vindo em minha direção. Uma mulher linda. A minha mulher.

Ficamos conversando coisas aleatórias até que deu a hora de ir até meu posto. Descemos para a grande festa.

O jardim da grande mansão alugada estava deslumbrante, a grama verdinha dava um belo contraste com as milhares de flores espalhadas por ali. O padre já estava no fim do altar e a maioria das pessoas sentadas, todos bem vestidos, amigos de Julie e meus, os pais da mesma se encontravam ansiosos conversando com outros velhos que não faço questão de saber quem são.

Passei pela multidão recebendo milhares de parabéns e tapinhas nas costas, quando rumei até o altar alguém tocou o meu ombro. Virei-me vendo Justin ali parado.

―Olha, se for comentar sobre a noite que tivemos é melhor...

―Não, sua besta. Tem uma surpresa pra você lá na parte de trás do jardim - Fiz uma careta e corri até lá.

Quando cheguei ao local meu queixo literalmente caiu, o choque foi instantâneo e minha garganta secou, meus batimentos cardíacos ficaram acelerados.

―O-que v-você faz aqui? - Perguntei a senhora a minha frente bem vestida me olhando receosa.

― Filha... Só me escute tá bem? –

Minha mãe pergunta, eu estava muito supressa para descordar então ela apenas prosseguiu.

 ―Sei que esses anos perdidos não podem ser desculpados apenas em um dia ou com meras palavras principalmente em um tão especial pra vocês duas. Mas eu não poderia perder o casamento da minha menina!

― Então podemos esquecer só por hoje? Por favor, é sonho de qualquer mãe ver sua filha casando, e eu por incrível que pareça estou feliz por você ter encontrado alguém que te faça bem e feliz, mesmo que não seja um homem. ― continuou.

―Não digo que aceito totalmente seu estilo de vida, mas eu posso tentar me acostumar ok?

 Quando ela termina, eu seguro as lágrimas. Não tenho mais o que dizer então só a abraço, um abraço forte e apertado. A saudade vai se esvaindo aos poucos e ela já estava chorando.

―Fico feliz que esteja aqui - Sussurro em seu ouvido.

Ela assentiu e rumamos até a parte principal do jardim. Finalmente assumo meu posto no altar. Um misto de felicidade e ansiedade correm por meu corpo, não consigo evitar um sorriso que escapa.

 Logo depois de minutos escuto a marcha nupcial, aquilo no momento era música pra meus ouvidos. Julie aparece deslumbrante, ela estava realmente maravilhosa.

Seu vestido branco tomara que caia e justo na cintura marcando suas belas curvas, e mais para baixo uma calda enorme. Seus cabelos estavam presos em um coque e nele continha uma coroa de pedras e as mesmas reluziam tanto podendo se comparar com seu sorriso que estava radiante, assim como o meu.

Seu pai lhe deu um beijo na testa e a entregou a mim, entrelaçamos nossas mãos, seus olhos já estavam marejados e a felicidade era mais que visível.

― Noivos caríssimos, viestes à casa da Igreja para que o vosso propósito de contrair Matrimónio, seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da Igreja e na presença da comunidade cristã.

―Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal. Ele, que já vos consagrou pelo santo Baptismo,  vai agora dotar-vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo Sacramento  para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do Matrimónio.

―Diante da Igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições - O padre começou a falar.

 

― Ruby Rose e Julie Marie Campbell, viestes aqui para celebrar o vosso Matrimónio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?

― Sim.

―Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da sua Igreja?

―Sim.

― Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimónio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja.

 Unimos nossas mãos direitas

― Ruby Rose, você aceita Julie Marie Campbell como sua legítima esposa, para amá-la e respeita-la por todos os dias de sua vida?

―Sim - Respondo com convicção.

―Então, repita comigo: Eu Ruby recebo-te por minha esposa a ti Julie Marie Campbell e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

― Eu, Ruby recebo-te por minha esposa a ti Julie Marie Campbell e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

―Julie Marie Campbell, você aceita Ruby Rose como sua legítima esposa para amá-la e respeita-la por todos os dias de sua vida?

― Sim - Ela responde feliz.

―Então, repita comigo: Eu Julie Marie Campbell recebo-te por minha esposa a ti Ruby Rose e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

― Eu, Julie Marie Campbell recebo-te por minha esposa a ti Ruby Rose e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

Trocamos as alianças.

― Se alguém tem alguma coisa contra esse casamento, que fale agora ou cale-se para sempre.

Todo se mantém calados.

―É isso aí, porra - Chaz grita, todos rimos e o padre o fulmina com um olhar.

― Pelo poder concedido à mim, eu vos declaro casadas, em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo. Não separe o homem aquilo que Deus uniu. Amém.

Todos disseram "amém" em uníssono.

 ―Já pode beijar a noiva - Finalmente!

 Pego pela cintura colando nossos lábios, uma gritaria se forma juntamente com palmas, um beijo calmo cheio de carinho e amor, era aquilo que eu queria para a vida toda.