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História Broken - New Rules.


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Espero que gostem <3

Capítulo 2 - New Rules.


Fanfic / Fanfiction Broken - New Rules.

V A L E N T I N A

Raiva.

Foi tudo o que senti quando o meu pai anunciou o seu noivado com Margaret Jones. Nunca me importei com a possibilidade de ver meu pai seguir em frente, afinal, faziam mais de treze anos que a minha morreu, e deixou-nos em uma triste vida. No entanto, a sua escolhida para ocupar o lugar ao seu lado na cama, em eventos e em tudo que for ligado a exposições, não passava de uma grande megera. 

Eu abandonei o jantar, e não parei ao ouvir os gritos do meu pai que me seguiu em passos longos pelo jardim. Destravei o alarme do meu carro, e coloquei-me para dentro do veículo, e travei as portas. Meu pai bateu nos vidros, e continuou gritando, dei a volta, distanciando-me dele, e corri pela estrada até o portão. Os seguranças abriram o portão de imediato, pois o chefe que idolatravam ainda não tinha mandado prender-me, a deixa foi aproveitada. Acelerei o máximo que pude, e entrei em pistas desconhecidas, apenas para evitar ter a possibilidade de ter sido seguida pelo exército particular do poderoso, rico e confiante Governador da Califórnia.

Foi um erro tudo o que aconteceu naquela noite. Arrependi-me por cada segundo, assim que as consequências começaram a me atingir.

Abro os olhos, e forço-me a mantê-los abertos. Encaro o teto branco, com apenas duas lâmpadas e nada mais. Abaixo o olhar e encontro paredes brancas, e duas portas. Uma no canto e outra de frente para mim, tendo logo ao lado uma pequena televisão suspensa por um suporte de aço. Pisco duas vezes. Meus ouvidos me permitem voltar a ouvir, e assim que tudo me faz compreender o lugar em que estava, minha audição denuncia o som irritante do chiar das máquinas trabalhando ao meu lado.

Olho para as minhas mãos, percebo uma agulha perfurando minhas veias, e um pequeno suporte com soro acima de uma barra de ferro, faz com que estreite meus olhos. Sento-me rapidamente na cama, e avisto meu pai sobressaltar sobre o pequeno sofá. 

— Você acordou... - diz, e sinto os vincos confusos franzir em minha testa. 

— O que estou fazendo aqui? - soo um pouco confusa. 

Ele se inclina para frente, e abraça-me apertado, fazendo com que me escape um gemido baixo por sentir dores em minhas costelas, estômago, cabeça e em cada mínimo pedaço do meu corpo.

— O que houve? - questiono, assim que sinto-o se afastar. 

Sua expressão indicava completa exaustão. As olheiras em baixo de seus olhos estavam mais profundas, e seu terno, que sempre se mantinha alinhado, estava amassado, e, sua gravata frouxa e desalinhada. Ele aparentava estar sem dormir a dias.

— Não se lembra de nada?

Fecho os olhos, tentando me lembrar do que, realmente, aconteceu. 

Enquanto dobrava esquinas de ruas desconhecidas, tentava ligar para Madison, contatá-la para saber se poderia ficar em sua casa, ou, ao menos ter sua companhia. Sabia que não poderia ligar para Jake, seu encontro daquela noite era um intercambista brasileiro, e ele não tardou para conseguir chamá-lo para sair logo em sua segunda conversa com o rapaz sorridente. Então, do outro lado da rua, avistei um bar com várias motos grandes e, aparentemente, furiosas, estacionadas na parte da frente e lateral. Parecia ser um típico bar de motoqueiros. Era perfeito para a minha missão de quebrar regras e esfriar a cabeça por algumas horas.

Estacionei meu carro do outro lado da rua. Coloquei-me para fora, e caminhei até estar debaixo da fachada pouco atraente. Assim que me encorajei a empurrar as portas, senti um calafrio soprar minha espinha. Homens altos, musculosos e tatuados estavam por todos os cantos.  Eles gritavam uns com os outros, e falavam mais alto que o próprio Rock antigo que preenchia o lugar, transformando-o em um pub de motoqueiros, como os de filmes estrangeiros. Ponderei a ideia de voltar, mas um peitoral duro como rocha, empurrou-me para dentro, e para manter-me distante, adentrei por completo. Em passos de bebê, caminhei até o balcão, e, coloquei as pontas de meus dedos contra a madeira. Olhei para o lado, e encolhi os ombros ao notar os olhares sobre mim. Não eram amistosos, e não se comparavam aos dos garotos das fraternidades da universidade. Eram olhares carregados de malicia, e isso não era bom. Eu usava um jeans velho, uma camisa escura, e um par de tênis. Não estava atraente, e isso tinha que ser bom.

— Como entrou aqui? - uma voz grossa me assusta. 

Um homem de pele morena e cabelos vermelhos como fogo sorri para mim, apoiando seus cotovelos sobre o balcão. Ele usava um conjunto de roupas pretas, e por cima de sua camisa, um colete de couro com algumas escritas estranhas. E em seu pescoço havia um lenço vermelho com um símbolo desconhecido.

— Eu tenho dezoito anos. – replico, e tento não soar como uma garota amedrontada. 

— Fugiu de casa? – pergunta, casualmente. Olho para minhas próprias mãos, ainda firmes na beirada do balcão. 

— Sim. 

— Por quê? - por alguma razão, ele parecia interessado.

— Meu pai vai se casar. - confesso, e só então percebo que estou revelando meus problemas para um desconhecido. 

— Não gosta da mulher? 

— Definitivamente, não. Ela é uma verdadeira cobra. - ele sorri ainda mais e estende a sua mão para uma garota com um enorme decote. 

— Então, dê o troco neles. - grunhi e eu estreito os olhos. — Divirta-se. 

A garota coloca em nossa frente dois copos com uma bebida de cor clara. Eu franzo o cenho, e olho para o homem, que ainda tinha o mesmo sorriso presunçoso. 

— Beba!

Meus instintos gritavam para que eu corresse. 

— Eu não...

— Você fugiu. Está aqui por algum motivo, então, vamos esquecê-lo. Beba e esqueça-se do mundo lá fora. - ele diz e eu mordo o lábio inferior. 

Não beba. 

Beba!

Ele pode abusar de você. 

Se eu voltar para casa, além de ficar de castigo por meses, vou ter que aguentar as mesmas pessoas que resolvi me afastar.

Beba de uma vez. 

Não!

Apanho um dos copos e viro todo o liquido, sentindo o gosto amargo queimar minha língua e garganta. Faço uma careta, e vejo o homem estendendo a sua mão, mais uma vez, mas dessa vez a garota deixa uma garrafa sobre o balcão, entre nós dois.

Perco a conta após a quinta doze. Não conseguia me lembrar de nada, depois de ter subido em uma moto. Paramos em um lugar movimentado. As mãos daquele homem, que não me lembro do nome, passavam por cada canto do meu corpo. E o resto era como nevoa.

— Meu Deus... – murmuro, e coloco uma de minhas mãos sobre meus lábios.

— Você foi sequestrada ao sair de um racha, Valentina. Onde estava o seu juízo? 

— Eu fui... 

— Por vários dias! – meu pai se afasta da cama, e passa as mãos por cabelo um pouco mais grisalho. Ele estava nervoso. — Como pode fazer essa loucura? Você podia ter sido morta!

— Como eu... Oh, meu Deus!  

— Você está aqui, desacordada há quatro dias! - balança sua cabeça. — Foi salva por um rapaz.

Mais uma vez fecho os olhos, e, um clarão se passa por minha mente, com imagens rápidas e sem muita nitidez. Eu levei pancadas fortes em meu corpo, eles tentaram me tocar, mas desistiram por algum motivo. Embora, tenham me espancado mais.

Aperto os meus olhos, temendo ver mais alguma cena torturante. Mas, uma voz... O dono daquela voz...

''Eu não vou te machucar''.

E ele não me machucou. Ele me tirou daquele lugar sujo. Ele me salvou!

— O-Onde ele está? - minha voz sai embargada. Abro os olhos, e vejo o meu pai andando de um lado para o outro. 

— Preso. - arregalo os olhos. — Ele confessou ter matado os seus sequestradores. 

— Mas, ele me salvou... Ele não me machucou. - murmuro baixo.

— É assim que funciona a lei. No entanto, eu irei soltá-lo. - diz friamente. — E para você, Valentina... - ele aponta para mim, pressionando seu maxilar. — Acabaram as suas mordomias. Você conseguiu fazer a faculdade que desejou, conseguiu sua liberdade para frequentar festas com seus amigos e até mesmo me fez confiar em te dar um carro. Mas, isso acabou. As coisas irão mudar a partir de agora. 

Eram raras as vezes que o meu pai agia dessa forma comigo. O seu tom de voz elevado só surgia quando ele discutia seus negócios em seu escritório, mas vendo-o assim, depois do que aconteceu, não posso tirar a sua razão. Eu agi com estupidez, mesmo que tenha sido por ele não saber escolher uma mulher para ter ao seu lado. Não podia respondê-lo. E ele não queria respostas. 

— Vou avisar ao médico que você acordou. - branda e me dá as costas. 

Sempre que ele passava por uma porta, dizia que me amava. Dessa vez, ele não disse as palavras. E eu senti falta de ouvi-las.

(...)

Passaram-se alguns dias desde que voltei para casa. Fiquei em minha cama, de repouso, tomando medicamentos nas horas indicadas, e tudo por causa de alguns hematomas e escoriações profundas em minha pele. Segundo o médico que me tratou, por pouco eu não tive uma costela e uma perna quebrada. Alimentei-me extremamente bem, pois segundo ele, também, eu estava desidratada há vários dias.

Meu pai não tocou no assunto dos meus sequestradores, mas vi em muitos jornais e noticiários que o meu rosto estava estampado, e me denominaram como a ''adolescente rebelde da Califórnia''.

Eu odiava os tabloides. 

— Bom dia, Lilian. Bom dia, Carmen. – saúdo minha governanta e a cozinheira da casa.

Eram como mães, para mim.

— Bom dia, querida. - Lilian diz, e seca suas mãos em um pano de prato, andando até mim, e depositando um beijo terno em minha testa. 

— O cheiro está bom. - me sento no banco atrás do balcão. 

— Carmen fez as panquecas que você gosta. E seu café com creme e um pouco de canela. - ela diz e eu solto um gemido baixo. Eu amava isso. — Não sente mais dor?

— Minhas costelas ainda doem quando faço algum movimento, ou me deito, me levanto... Até mesmo quando respiro. - faço careta. — E, de vez em quando, sinto pontadas nos pontos dos meus joelhos. 

— O seu rosto está melhor. - murmura e analisa o meu rosto. 

Fiquei com um olho roxo, lábios cortados e minhas bochechas estavam inchadas. O médico me passou uma pomada para passar sobre os hematomas, e fiz isso todas as noites, com ajuda de Lilian e Carmen. 

— Onde está a cobra? - pergunto e pego a caneca com café. 

— Menina! - Carmen me repreende. — Ela não voltou aqui desde o jantar. 

— Ela podia viajar para bem longe. Talvez para o Alasca? - murmuro e Lilian ri fraco, balançando sua cabeça. 

— Pare já com isso. - ela endireita a sua postura. — O seu pai disse para ir até o seu escritório assim que terminar o café. 

— O que ele quer comigo? - resmungo. — Ele me evitou toda a semana.

— Ele está chateado, Val. - Carmen indaga em defesa do Governador, enquanto fatia seus legumes sobre a bancada da pia.

— Eu também estou. Ele vai se casar com aquela... - abocanho uma uva que retiro da pequena tigela antes que eu fale o que não devia. 

— Mas, você foi sequestrada, Valentina. Ele ficou louco. Eu só o vi daquele jeito quando... - Lilian suspira. 

— Quando a mamãe morreu. - sinto minha garganta secar. — Eu tinha apenas cinco anos, mas eu me lembro. Ele quebrou metade de seu escritório e não quis me ver por horas. 

— Ele te ama. - Carmen diz com firmeza. — Mais do que qualquer outra coisa.

— E eu também o amo, mas não o entendo. - digo e me levanto. 

— Não grite com ele. - Carmen me alerta. 

— Depende do que ele queira comigo. - digo já na porta para deixar a cozinha. 

— Ele está com um rapaz, e com Mason. - Lilian diz e eu franzo o cenho em confusão. 

Mason era o chefe da segurança, mas quase nunca aparecia em minha casa. Ele sempre está viajando. Uma vez por mês reúne seus melhores homens e os testa em missões quase suicidas. Meu pai sempre fica satisfeito com a sua segurança, mas de uns meses para cá, nada parece satisfazê-lo. E eu temo saber o que ele queira comigo. 

Bato na porta e espero a sua resposta. Até que ouço um ''entre'' abafado. Empurro a porta.

— Ela chegou. - papai diz, sentado em sua cadeira, em sua tradicional postura firme. 

Em frente a sua mesa, estavam mais duas cadeiras. Mason se vira para mim, e sorri sem mostrar os dentes. A outra cadeira permanece virada para o meu pai. 

— Disseram que queria falar comigo. - fecho a porta atrás de mim. 

— Sim, filha. Sente-se. - papai pede, e nego com a cabeça, olhando-o, desconfiada. 

— O que houve? - questiono.

— Eu disse que tomaria providências... - ele começa a dizer, e se levanta, ajeitando o nó de sua gravata. — Eu não irei mais permitir que o que aconteceu com você, se repita, Valentina. Então, eu pensei, e decidi que a sua segurança será dobrada.

— Pai, eu não preciso de babás!

— Isso é apenas para a sua segurança. Eu me arrependo por ter caído nos seus encantos, e te liberado para andar desprotegida. - ele diz sério, solto um longo suspiro.

— Tenho dezoito anos, eu sei me cuidar.

Ele sorri com deboche. 

— Tem certeza? Se fosse por isso você não teria ido a um bar e subido na garupa de uma moto com um completo desconhecido, Valentina. Você tem apenas idade, nada mais que isso. - ele diz e sei que quer me ferir. 

— Eu não vou aceitar ter nada além da minha sombra debaixo dos meus pés! - replico, sentindo pontadas em minha cabeça. 

— Será apenas uma segurança reforçada, nada mais que cinco homens te seguindo. Você nem irá notá-los. - e é a minha vez de rir e perder o controle. 

— Eu não quero! Porque não manda todos eles para a sua futura esposa? Ela sim precisa de seguranças atrás dela. – estava completamente alterada.

Sua expressão endurece, e ele fica rígido, colocando as mãos sobre sua mesa. 

— Qual é o seu problema com Margaret? - eu sinto vontade de gritar. — E eu já me decidi. Você terá sua segurança, e um guarda costas atrás de você, vinte e quatro horas por dia.

Dou passos para trás.

— Pai... Diga-me que está brincando. - estava em chamas. 

— Não estou. - ele diz realmente sério. — Eu te dei muitas chances, mas você destruiu cada uma delas. Você já fugiu de casa, já matou aulas na faculdade para ir a festas, e fez muitas coisas que eu nunca permitiria. Tudo nas minhas costas. Acabou! Agora você vai seguir as minhas regras.

— Pai... - ele ignora a minha suplica e vira-se para a pessoa sentada na cadeira alta, que me impedia de ver até mesmo seus ombros. 

Ele acena com a cabeça para a pessoa, e como se tudo tivesse ficado em câmera lenta, a cadeira se vira. Dando-me a visão de alguém que me deixa de boca aberta. 

— Filha, este é Luke Hemmings. O seu novo guarda costas. 


Notas Finais




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