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História Broken - Tragédia


Escrita por: LadyWritter

Notas do Autor


MANTI A PROMESSA DE UM POR SEMANA ~Desvia das pedras~
Galera, vocês continuariam lendo se eu colocasse dois personagens originais? Não vai ser agora. Vai ser bem mais pra frente. Só pra saber~

BOA LEITURA ☆☆☆

Capítulo 4 - Tragédia


Fanfic / Fanfiction Broken - Tragédia

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há."

(Pais e Filhos - Legião Urbana)

Eu sempre gostei bastante dessa música, apesar de sentir uma certa melancolia me preencher ao pensar nela devidamente.

Amor sempre foi uma questão bem complicada em minha vida.

Sinceramente, acho que nunca pude desfrutar disso como qualquer adolescente da minha idade, nem muito menos, ter da minha família o mínimo carinho que sempre esperei ter. Quero dizer, não depois que aquela calamidade aconteceu.

Eu perdi tudo. Tudo que realmente importava. E como uma casca vazia e valiosa, sustento meu corpo, abro um sorriso para as câmeras e finjo estar bem com tudo isso. Afinal, tenho tudo que um garoto comum poderia querer, não é? Tudo mesmo, não é?

Dinheiro deve comprar felicidade, no fim das contas.

— Adrieeen...! - Senti um braço puxar meu corpo num ato desesperado e meloso, não deixando dúvidas de quem poderia ser.

— Chloe..? - Estava confuso pela atitude dela e pela situação que acabara de acontecer não fazia muito tempo. Alya aos prantos e Nino esbravejando comigo.

— Adrien, será que isso foi um desses monstros? Eu não mereço estragar minhas unhas logo hoje..!

Pensei bem na pergunta dela, tentando ignorar o fato de ser tão grudenta e relativamente fútil. Mesmo assim, era minha amiga.

— Não... Não acho que seja o caso. Mas vou conferir. - Puxei o braço no intuito de me separar, mas ela resistiu levemente. - Chloe... Eu preciso ver como eles estão.

— Eu quero ir com você! - A patricinha mostrou certa coragem e aquilo me surpreendeu.

Talvez apenas quisesse um pretexto para segurar meu braço por mais um tempo. Soltei um longo suspiro e em seguida, sussurrei um "tá bom" para a loira. Nesses anos de convivência, aprendi que era bem inútil tirar algo da cabeça daquela garota quando ela queria.

[...]

Não demorou muito para que eu finalmente pudesse dar de cara com a porta da enfermaria. Chloe ainda estava agarrada a mim e por algum motivo, Sabrina também resolveu nos acompanhar. O resto da turma ficou na sala, proibidos pela professora de descer, já que ela achava que três pessoas já eram suficientes para ver o que estava acontecendo.

Minha mão deslizou até à maçaneta em minha frente, na intenção de desvendar aquele mistério, quando finalmente me toquei que alguém estava chorando. Mantive a mão sobre o metal gélido, mas não consegui fazer mais nada. Odiava ouvir pessoas chorando. Sentia uma sensação de prepotência paralisante.

— ...Adrien. - Sabrina sussurrou para mim e eu a encarei. - Não vamos entrar?

— ...Não sei se realmente devemos. - Eu sussurei de volta, quase desistindo da ideia.

— Ah, qual é o problema de vocês dois?! É só abrir a droga de uma porta! - E sem pensar muito, a loira entrou gritando na enfermaria, não nos dando escolha a não ser segui-la.

Eu realmente me arrependo de ter entrado naquele lugar. Me arrependo ainda mais de ter deixado Chloe vir comigo. Sua falta de sensibilidade só serviu para deixar a situação ainda mais caótica.

Alya chorava. Exalava profundo desespero. E eu estava assustado com aquilo. Ela nunca se mostrou tão frágil como estava. O pobre Nino tentava de alguma forma, ainda que inútil, confortá-la.

— Alguém pode explicar o que está acontecendo?! - Chloe questionou com sua costumeira marra, mas pude perceber que ela também carregava certa preocupação na voz.

— ...M-marinette.. M-m-marin-n-nette... - Alya não dizia mais nada a não ser o nome da amiga enquanto se contorcia ainda mais. Nino a abraçou com mais força.

— Nino, eu exijo saber! O que houve com essa perdedora..? - Seu tom de voz ainda era agressivo, mas estava relativamente mais baixo.

Sinceramente, nem eu nem Sabrina sabíamos se devíamos calar a boca dela ou não. A curiosidade também nos torturava naquele momento. E por algum motivo, senti algum muito ruim chegando.

— ...A M-mari..! - Os soluços da morena aumentaram de forma tão agonizante que Chloe chegou a perder a compostura.

O silêncio finalmente reinou. Ninguém mais gritava, falava, sussurrava. Era chegada a hora da verdade.

— Nino. - Eu o chamei, na esperança de que finalmente pudesse clarear a situação. - O que aconteceu com a Marinette?

Eu conhecia meu melhor amigo. Conhecia seus hábitos. E principalmente quando estava prestes a revelar algo importante. Ele me encarou com seriedade, preparando-me para o pior. Tentei respirar o mais fundo que a situação permitia e que ainda sim, não era muito.

— Adrien... A Marinette... - Deu uma pequena pausa antes de continuar e percebi que foi na intenção de envolver Alya com mais firmeza. - ...Foi atropelada.

Nem se eu tivesse pego todo o ar do mundo, estaria preparado para ouvir aquilo.

[...]

Minha limusine nunca esteve tão pequena. Ou talvez minha mente apenas estivesse divagando demais. Talvez... Tudo estivesse apenas demonstrando ser inútil demais.

Alya, Nino, Chloe e Sabrina estavam comigo. Dividindo o mesmo ar e procurações. Eu não sabia bem o que estava sentindo, mas não conseguia pensar direito. A imagem de Marinette parecia não querer sair de minha cabeça, como uma morte lenta.

Ninguém estava bem. Nem mesmo Chloe. E isso para mim não era nada surpreendente. Como amigo dela, sabia que era apenas uma garota orgulhosa, mas tinha emoções como qualquer outra pessoa.

E por falar em emoções, eu nem mesmo entendia as minhas. Obviamente, estava preocupado com Marinette como qualquer amigo dela estaria, mas ainda sim, sentia algo quebrando dentro de mim.

Eu carregava culpa. Isso eu sabia. Era a única coisa que realmente sabia, aliás. Culpa por não ter sido um Chat Noir útil naquele dia. E francamente, será que eu já fui alguma vez? Eu não queria ser uma sombra da Ladybug para sempre. Eu queria ser o herói dela. O escudo dela.

Mas como faria isso se não poderia proteger uma simples civil como Marinette?

— Chegamos, Sr. Agreste. - Meu chofer decretou e eu senti meu coração parando por instantes.

[...]

A tensão era grande na recepção. Esperávamos como loucos pelo número do quarto, contando os minutos que se passavam.

— Desculpem a demora. - A secretária disse por fim enquanto digitava algo no computador. - O leito da srta. Dupain-Cheng se encontra no quarto 113.

— Obrigado... - Eu disse por fim.

E junto com os outros, seguimos até o quarto dado.

Nenhum de nós queria realmente estar ali. Muito menos ver o que nos esperava por trás daquela porta. Senti os olhares caindo sobre mim.

Sim, eu teria que ser quem daria coragem aos outros. Coragem de vê-la.

— ... - Adentrei silencioso, deparando-me com os pais de Marinette sentados ao lado de seu leito.

Meus olhos se arregalaram ao vê-la. Era pior do que imaginava. Pior do que eu podia aguentar imaginar. Nem mesmo parecia nossa Marinette de sempre. Aquelas máquinas, presas em seu corpo, pareciam estar lhe dando um pouco de vida. Uma substância amarela entrava no braço espetado. As pernas estavam quebradas. E a cabeça enfaixada.

Hematomas... Hematomas por toda parte.

Aquela era a mesma garota que eu tinha visto ontem?

— Ah... Queridos.. Vocês vieram.. Que bom. Ela vai ficar feliz. - A Sra. Cheng abriu um fraco sorriso, tentando disfarçar os olhos avermelhados.

— Dona Cheng... A Mari... Ela.. - Alya apressadamente tentou saber mais da situação.

— Alya! - Nino tentou repreendê-la ainda que estivesse tão preocupado quanto ela.

Quando Sabine Cheng chorou diante de nós, eu senti o quão tensa a situação estava. Palavras não eram necessárias. Eu olhava para Marinette e parecia já saber.

—...Alya querida... A nossa pequena.. E-ela.. - Sabine mordeu os lábios. - Está em coma.

Naquele momento, aquela música pareceu refletir exatamente meus sentimentos. De fato, é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Afinal, Marinette talvez não tivesse mais um amanhã.

E a culpa era minha.

Eu não estava lá para salvá-la.

Chat Noir era inútil.

Não tinha conseguido nem sequer proteger uma garota indefesa.

E nunca seria bom o bastante para Ladybug.


Notas Finais


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