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História Broken Characters - III - Why Not Just Be Solo?


Escrita por: Cadaverine

Notas do Autor


Yoo, mais um capítulo fresquinho, dessa vez eu deixei algumas das minhas ideias fluírem, espero que gostem. Boa leitura!

Capítulo 9 - III - Why Not Just Be Solo?


“Ninguém sabe como é sentir estes sentimentos, como eu sinto, e eu te culpo por isso.”



Lábios trêmulos e tímidos se aproximavam dos de Todoroki, estavam cada vez mais próximos, conseguia ignorar toda a dor vinda do ferimento em sua mão com o calor convalescente que Midoriya exalava. Fechou os olhos, deixando os lábios entreabertos, silencioso, até sentir o gentil toque de suas bocas se colidindo, tendo um encaixe harmônico. No início foi estranho, não souberam ao certo o que fazer, movendo-se lentamente, não arriscando línguas até estarem mais confiáveis e acostumados com a molhada sensação de suas bocas, por fim, entrelaçando suas línguas aos poucos, de forma desajeitada e inexperiente, até mesmo batendo dente no processo, gerando risadas constrangidas, quando pararam, estavam igualmente rubros, havia sido um inesperado primeiro beijo francês.


Midoriya não sabia dizer o que o havia feito ter aquela atitude tão repentina, estava com os lábios umedecidos e uma expressão constrangida, não conseguindo manter contato visual com o outro, que o encarava sem receio algum, perguntava-se como ele conseguia, mas logo seus pensamentos e murmúrios foram calados por mais um beijo, sendo puxado para cima de Todoroki pelo mesmo, beijavam-se intensa e delicadamente, com breves pausas para respirar, mas sempre retornando.


Pararam apenas minutos depois, quando ouviram o toque de recolher, lhes fazendo levantarem-se, envergonhados, entreolharam-se mais uma vez, deixando sorrisos tímidos surgirem, denunciando seus sentimentos que floresciam cada vez mais.


— M-Me desculpe se não foi muito bom, é que esse foi meu primeiro beijo… — Midoriya falou, enquanto desciam as escadarias lado a lado.


— Tudo bem, também foi o meu, não tenho o que reclamar, deveríamos repetir para melhorar. — Todoroki o respondeu, não reparando no quão malicioso o final da sentença poderia soar, deixando o “amigo” ainda mais envergonhado.


— Claro! — Exclamou o moreno, nervoso, rindo para disfarçar — É difícil acreditar que alguém tão bonito e inteligente como você não tenha beijado uma dúzia de garotas já, devo me sentir honrado?


— Não. Eu que devo. — Piscou para o menor, abrindo um sorriso caloroso, lhe puxando para mais perto quando chegaram aos corredores.


As palavras do meio-ruivo eram suficientes para constranger Izuku cada vez mais, o deixando quieto, algo raro de se acontecer, se aconchegando no braço do outro, ele era estranhamente quente do lado esquerdo, poderia jurar que ele estava com algum tipo de febre caso não soubesse de sua individualidade.


— Você é realmente quentinho, Shoto… — Falou em um tom manhoso o rapaz de cabelos escuros, envolvendo um braço na cintura do outro, encostando a cabeça em seu ombro.


Caminharam até chegarem na classe A, era aula de história, acabaram sendo os últimos a entrarem, mas por sorte Midnight era do tipo de professora que se atrasava. Os outros alunos estranharam a proximidade com que adentraram o espaço, colados um ao outro, com sorrisos bobos. Midoriya foi para seu lugar, enquanto caminhava para a própria carteira, acabou por tropeçar, quase perdendo ó equilíbrio e caindo. O riso do garoto loiro que estenderá a perna propositalmente a sua frente ecoou, era Bakugo, seu amigo de infância com quem nutria uma rivalidade insalubre, diferente da que tinha com Todoroki, este que por sinal não ficou nada feliz em ver o que havia acontecido.


— Faça isso de novo e você perde a perna. — Ameaçou Shoto, sentando-se, percebendo que Momo olhava preocupada para sua mão ferida, cujo machucado havia sido aberto de novo.


— O que você disse, seu meio-a-meio!? — Indagava Katsuki, se erguendo, tendo que ser segurado pelo amigo ao lado, Kirishima, que tentava o acalmar com um sorriso pontiagudo e sem jeito.


— Calma, Bakugo! — Exclama Momo, gerando um curativo com sua individualidade e o entregando gentilmente para Todoroki. — Foi só um mal entendido, a professora já deve estar vindo, que tal ficarmos bem uns com os outros? — Ela concluiu, suspirando ao ver os dois rapazes se tranquilizando, apesar de claramente ouvir os resmungos irritados de Bakugo.


Não demorou para que Midnight chegasse, com sua animação de costume, sempre extrovertida e chamativa, era difícil para alguns garotos se concentrarem em sua aula, mas não para alguém como Shoto, cujos olhos só existiam para Midoriya, continuava o encarando por toda a aula, era mais do que perceptível, todos já haviam reparado aquilo, até tentavam encontrar o que poderia estar errado com Midoriya para que ele fosse tão fixado nele, o seguindo pela escola e até mesmo na hora da saída, mas ninguém tinha coragem de pôr esse assunto na mesa, era demasiado constrangedor.


— Todoroki! Preste atenção em MIM, se você ficar olhando assim para o baixinho vai acabar babando! — Exclamou repentinamente a professora, chamando sua atenção, gerando risos pela classe, até mesmo do próprio rapaz, que se envergonhou e escondeu-se atrás dos cadernos, se debruçando na mesa, fechando os olhos e tentando concentrar-se nas explicações, as aulas de história costumam ser mais para se ouvir que escrever.


Ficará encolhido até os últimos dez minutos dá aula, no qual o anúncio feito pela professora o animará imediatamente, teriam um trabalho em dupla, poderia então ficar com Midoriya! Seria uma boa desculpa para tê-lo por perto, mas logo seu sorriso se desvaneceu ao escutar o decepcionante “Eu escolherei os parceiros de cada um” vindo de Midnight, que o fez voltar a se prostrar sobre a mesa, perdendo as esperanças.


— Bakugo e Kirishima! — Ela começou, dando um pouco mais de expectativas para Shoto, talvez ela estivesse escolhendo por afeição. — Momo e Jirou. Mineta e Ashido. Koda e Aoyama. Tsuyu e Hagakure. Kaminari e Ojiro. Tenya e Uraraka. Sato e Koda. Tokoyami e Todoroki — Ela parou para respirar, Shoto suspirou mais aliviado ao ver que estaria com alguém mais inteligente — E por último o trio dos que sobraram, Midoriya, Sero e Shoji — Concluiu por fim, sorrindo.


Midnight passou todas as instruções na lousa, explicando as circunstâncias em que deveriam desenvolver o projeto, seria sobre a história do desenvolvimento de individualidades, suas características únicas e os tipos, teria uma pequena parte de biologia e evolução humana inclusa, daria um grande amontoado de folhas e cartazes, tendo sido pedido o manuscrito do processo de pesquisa, fontes e dados, é um cartaz explicando sobre as individualidades da dupla em questão.


Os últimos minutos de aula foram de discussões sobre querer trocar de parceiro e como fariam cada tarefa juntos. Alguns olharam invejados para a situação de pessoas como Bakugo e Jirou, que puderam ficar com alguém que gostavam, por outro lado, estavam começando a se conformarem com as escolhas, não poderia ser tão ruim assim.


As duas últimas aulas foram de matemática, Ectoplasm era do tipo de professor rígido que se divertia em dar um nó na cabeça dos alunos, era considerado louco por conseguir decorar tantas fórmulas, cálculos e métodos de solucionar uma operação, mas ser maluco é normal para professores de exatas.


Quando o sinal para retornarem aos dormitórios tocou, Todoroki dessa vez foi o primeiro a sair, não o último como de costume, havia se esquecido por completo de seu hábito de vasculhar o lixo após todas as emoções que havia vivenciado em um só dia.


— Eu queria muito que tivéssemos ficado juntos no trabalho de história! — Começou Midoriya, caminhando ao lado do amigo.


— Eu também, mas você está na famosa dupla de três no momento. — Brincou, sorrindo para ele e brincando com seus cabelos ondulados.


— Verdade! Mas você foi mais sortudo, o Tokoyami é um cara MUITO legal. — Riu, deixando o braço envolta do torso de Todoroki, apertando um pouco seu quadril.


— Nunca falei muito com ele, acho que vai ser uma boa chance para o conhecer melhor — Constatou, com um olhar pensativo.


— Sim. — Midoriya acenou positivamente com a cabeça — Sobre o Bakugo hoje… Você não precisava ter me defendido.


— Sim, eu precisava. — Torceu o nariz, odiava até ouvir o nome de Bakugo.


— Não… O Kazinho é sempre assim, mas ele é uma boa pessoa, estive com ele por bastante tempo, posso afirmar! — Insistia, com sua constante alegria.


— Mas ele não estava com você durante esse tempo. Ele não se importa e é um completo rebaixado, ele me lembra do meu pai, irá crescer e se tornar algum herói famoso pelo poder, mas com um coração negro até demais para sequer pensar no bem estar de alguém. — Falou Todoroki, visivelmente alterado — Ele é do tipo de pessoa que eu sinceramente odeio saber que está perto de você, sempre te machucando…


— Você está com ciúmes…? — Indagou Deku um pouco assustado com a reação do outro.


— Eu!? Claro que não! Eu só estou… irritado. — Negou, se era verdade ou mentira, não saberemos.


Midoriya fingiu acreditar, ficando silencioso pelo resto do percurso pelo Campus até o albergue, já sendo roubado por Sero e Shoji na entrada, não podendo se despedir propriamente de Todoroki, já sendo levado para discutir os termos do trabalho.

Shoto foi atrás de Tokoyami, que estava na sala, em um canto escuro, silencioso e com seu tom de mistério típico, a aura obscura pairava sob sua corvinal silhueta, cuja estatura baixa enfatizava as feições animalescas que possuía do pescoço para cima, apesar do corpo ser de um humano comum.


— Oi… — Cumprimenta o meio-ruivo, ficando a frente do sombrio.


— Olá, você está bem? — Respondeu gentilmente Fumikage, mantendo a seriedade na voz.


— Eu acho que sim. E você?


— Estou com um humor obscuro como a própria escuridão que ronda esses cantos esquecidos pela luz. — Retrucou, deixando o clima um tanto estranho, mas Todoroki não se intimidou, sentiu que se dariam bem.


— Entendo perfeitamente, que tal iluminarmos um pouco com algumas idéias? As sombras só existem por conta da luz, quando a escuridão chega, não se fundem a ela, apenas inexistem. — Sorriu de forma melancólica, recebendo um olhar de aprovação.


— Nietzsche?


— Sim, “O Viajante e Sua Sombra”, um ótimo livro, não acha? — Afirmou, ficando um tanto empolgado com a conversa.


— Sim, um dos melhores, meu preferido dele para ser mais específico. — Tokoyami descruzou os braços, saindo do canto e ficando ao lado de Todoroki.


— Quer fazer o trabalho? Podemos ilustrar com alguns desenhos em contraste negativo, ficaria realmente obscuro. — Perguntou, sorridente.


Tokoyami acenou positivamente com a cabeça, caminhando em silêncio para o elevador, sendo seguido por Shoto, que imitava sua postura com as mãos nos bolsos e a posição soturna com o pescoço curvado, perguntaram-se porque não haviam conversado ainda. O corvo não tinha uma visão muito boa de Todoroki até então, não sabia o que pensar dele, apenas o considerava forte. Shoto a princípio via Tokoyami como uma figura demasiado sombria para ser entendida, apesar de que tinha interesse em o conhecer melhor, talvez tivessem mais em comum do que pensavam.


Notas Finais


Sempre achei que o Tokoyami e o Todoroki se dariam bem, por isso resolvi os colocar juntos, será interessante ver um certo desenvolvimento entre os dois, se ajudando mutuamente em seus casos de corações negros. Fim de mais um ato, no próximo teremos um Tokoyami conselheiro amoroso e um Todoroki gótico, para quebrar o gelo.
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Até o próximo!


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