1. Spirit Fanfics >
  2. Broken Strings >
  3. Switch partners

História Broken Strings - Switch partners


Escrita por: Komotsuri

Notas do Autor


Okay, eu confesso que talvez tenha chorado um tantinho ao escrever.
Queria agradecer a todos os favoritos e comentários, eu fico simplesmente maravilhada com o carinho e amo discutir sobre a história com vocês.

Capítulo 7 - Switch partners


Alguns dias se passaram desde os últimos acontecimentos e nenhum dos três ousou falar sobre aquela situação. Shen apenas voltou ao seu trabalho, fingindo que aquele final de semana simplesmente não aconteceu.

Era mais uma tarde de plantão, mas hoje o hospital encontrava-se anormalmente calmo, tão calmo que Shen se encontrava sentado em uma das cadeiras do corredor, jogando conversa fora com as enfermeiras e tomando um copo do café ruim da cantina. Eles conversavam animadamente sobre o baile de gala promovido pelo hospital todo ano para arrecadar fundos. As enfermeiras comentavam tudo sobre o evento, fazendo o trabalho de convencer Shen a comparecer.

-Vocês estão realmente tentando convencer esse cabeça dura a ir? Podem desistir, mais teimoso do que isso daí, só dois dele - Akali debocha, debruçando-se sobre o balcão de atendimento.

-Ah, é isso o que você pensa sobre mim? - Ele arqueia as sobrancelhas, encarando-a, que apenas ri em resposta. - Pois pronto, meu turno já está no fim, estou indo procurar o smoking perfeito para o baile.

-É assim que se convence ele - a jovem enfermeira comenta assim que ele sai, piscando para as outras que riem.

Shen se vira abruptamente, ouvindo o que ela disse. Se olhar matasse, o que ele lhe direcionou a teria metralhado. Ele realmente queria desistir dessa ideia idiota, seu subconsciente lhe dizia que alguma coisa certamente aconteceria nesse evento e ele não estava preparado para isso, mas havia acabado de cair na armadilha de Akali e agora encontrava-se em um beco sem saída.

-Não se esquece da máscara- ela grita e recebe um dedo do meio como resposta. 

Shen vai até o vestiário trocar de roupa reclamando consigo mesmo. Não que ele odiasse a ideia de ir em um baile, mas depois do último final de semana, ele só queria passar longe de qualquer coisa que tivesse o mínimo de teor alcoólico. E o fato de ter que usar um terno e gravata também não lhe agradava em nada. Ele só volta a prestar atenção no que estava fazendo ao ouvir a risada de Kennen, que se encontrava parado na entrada, debochando da sua cara de inconformado.

-Deixe-me adivinhar - ele estreita os olhos e bate com a ponta do indicador pensativamente no queixo. - Você caiu na armadilha da Akali e agora vai ter que ir ao baile, certo?

Shen faz careta e resmunga em resposta, arrancando outro riso.

-Você tem noção de que eu ainda tenho que achar algo para vestir? E uma máscara! Meu Deus, por que vocês são assim?!

-Deveria se apressar que você tem apenas um pouco mais do que vinte e quatro horas para arrumar isso. Confio em você para ser a pessoa mais deslumbrante da noite - pisca e por fim dá as costas, voltando para suas tarefas.

Shen suspira uma última vez antes de finalmente se trocar e sair pelas ruas da cidade atrás da dita roupa. Após ir de loja em loja, encontrou um terno cor de vinho, o qual ele vestia agora enquanto estava parado em frente ao espelho, arrumando o cabelo. A roupa valorizava bastante seu corpo e isso o deixava levemente desconfortável, uma vez que nunca gostou de ser o centro das atenções.

A verdade é que a única atenção que importava para ele, já estava distante demais.

Shen encara seu reflexo por mais alguns segundos antes de respirar fundo e ajeitar a máscara preta e simples sobre seu rosto, indo encontrar seus amigos que já lhe esperavam no carro. Kennen usava um terno preto e uma máscara no estilo da do fantasma da ópera, cobrindo apenas um dos lados do seu rosto, e Akali usava um vestido frente única verde esmeralda com uma máscara prata.

O trio, que mais parecia ter saído de uma capa de revista de moda, atraiu muitos olhares admirados enquanto subiam os degraus cobertos pelo tapete vermelho. A primeira coisa que fez ao colocar os pés no amplo e impecavelmente decorado salão, foi pegar uma taça de espumante de um dos garçons que passava por ali. Ele não planejava ficar bêbado, mas também não achava que conseguiria aguentar a noite toda no local estando completamente sóbrio. Shen cumprimentou alguns colegas e tirou algumas fotos antes de se dedicar à sua missão de se esconder o máximo possível e isso até funcionou por algum tempo, mas logo foi tirado dali por Kennen, que lhe pega pelo braço e o arrasta até o meio do salão para dançar uma valsa.

-Por que você está me torturando dessa maneira? - resmunga, fazendo careta por baixo da máscara.

-Porque quem sabe assim, quando a gente trocar de parceiros, você não conhece alguém - sorri maliciosamente, recebendo um olhar chocado do outro.

-O quê?! Como assim trocar de parceiros?

-Você não conhece as danças tradicionais? Nesse estilo de valsa, em certa altura se troca os parceiros. Ou acha que eu iria te tirar para dançar apenas pelo prazer da sua companhia?

-Kenny! - Ele protesta, soltando-se de Kennen, que apenas sorri e o deixa ir. Shen tenta escapar, mas logo é puxado por outra pessoa com força o suficiente para fazê-lo colidir contra seu peito. - Ei! - Começa a reclamar, mas sua voz morre na garganta ao ver de quem se tratava.

Shen se encontrava completamente estupefato enquanto sentia a grande mão alheia parar na base da sua coluna. Seus pés se moviam quase que automaticamente enquanto era conduzido no ritmo da música. Seus olhos simplesmente não conseguiam se desviar daquelas duas orbes vermelho sangue que também lhe encaravam tão calorosamente. Aquele cheiro amadeirado tão inebriante também pouco colaborava com a sua sanidade.

-Podemos conversar? - Aquela voz rouca próxima ao seu ouvido finalmente o fez acordar daquele transe.

-Conversar sobre o quê? - Shen murmura, desviando o olhar numa tentativa de esconder o rubor em suas bochechas.

-Você não acha que ambos devemos algumas explicações?

Shen respira fundo e apoia a testa no ombro alheio, decidindo se estava pronto para tal conversa. Ao perceber que, muito provavelmente, ele nunca estaria pronto para esse momento, Shen assente em concordância. Zed prefere não esperar para ver se ele vai mudar de ideia e segura seu pulso sem muita força, apenas o suficiente para tirá-lo dali e achar um local mais reservado.

Eles saem do centro de eventos do hotel e andam pelo lugar até chegarem na área da piscina, que se encontrava completamente vazia. Ambos se sentam nas espreguiçadeiras, um de frente para o outros, mas sem se encarar. Após alguns minutos de um silêncio ensurdecedor, Zed cria coragem o suficiente para perguntar:

-Por que você foi embora?

-Você sabe o porquê.

-Eu quero ouvir a sua resposta, Shen. Por favor.

Ele suspira e fecha os olhos por alguns segundos, pensando em como responder.

-Que motivos eu tinha para ficar? - Zed arqueia as sobrancelhas e o encara, esperando que ele explique. - Você estava extremamente distante antes mesmo de tudo acontecer. No início você parecia tão animado com a ideia de ter um filho e de repente você simplesmente sumiu. Passava o dia todo treinando, estava sempre cansado e mal falava comigo. E então tudo aconteceu e no momento em que eu mais precisei de ti, você não estava lá. Eu perdi tudo naquele dia, Zed - Shen engole em seco, tentando suprimir algumas lágrimas que começavam a se formar. - Imagine qual não foi a minha surpresa quando, após dias internado em um hospital, sentindo uma dor física horrível, mas uma dor sentimental ainda pior, eu descubro que você foi preso por assassinato. Assassinato! Tudo o que falavam era sobre o maldito lutador que matou um homem com os próprios punhos!

-Você acredita nisso? Acredita que eu soquei a cara de alguém a ponto de matar essa pessoa? - Seu tom de voz permanecia inalterado, mas transbordava ressentimento.

-Essa é a questão! Eu não sei no que acreditar! Motivos para fazer isso você tinha - o nó em sua garganta faz com que a última frase seja apenas um murmúrio, mas ainda assim foi ouvida pela outra parte.

-Sim, motivação não era o que faltava para matar o cara que tirou meu filho de mim antes mesmo que eu pudesse conhecê-lo. Mas eu não o fiz. Sabe por quê? Porque eu passei cada maldito minuto, desde que eu soube que você estava no hospital, sentado naquela sala de espera, implorando para cada maldito enfermeiro que passasse por ali para me deixarem entrar. Sabe o que eu ouvia como resposta absolutamente todas as vezes? Que a família do paciente havia vetado a minha entrada. 

-O quê? - A mente de Shen parecia começar a entrar em parafuso com essas novas informações. Naquela época, quando ele perguntou a Kusho sobre Zed, esse apenas respondeu vagamente que ele não havia aparecido por ali. Shen acabou acreditando nisso porque logo depois vieram as notícias da prisão. 

-Certamente Kusho lhe contou uma história diferente, mas se você perguntar a qualquer pessoa que estivesse trabalhando no hospital na época, eles podem te confirmar a minha versão. Tudo o que eu mais queria era poder estar ao seu lado, porque eu sabia que se eu estava sofrendo com tudo isso, você estaria sofrendo dez vezes mais.

Shen sentia suas mãos tremerem e sua visão estava completamente embaçada por conta das lágrimas. Todas aquelas informações giravam dentro da sua cabeça, deixando-o cada vez mais confuso.

-Meu pai não é a melhor pessoa do mundo, mas ele não faria algo assim - a dúvida na sua voz era tão grande que a frase saiu muito mais como uma pergunta do que como uma afirmação. - E outra, como poderiam te prender por assassinato se você estava no hospital?

-Qualquer um pode ir preso, se essa for a vontade de alguém com dinheiro e poder, Shen - Zed suspira e recua, vendo o estado em que o outro homem se encontrava. Queria muito abraçá-lo naquele momento, mas sabia que ele não estava pronto pra isso ainda. - Olha, você sabe muito bem que Kusho nunca aprovou nosso relacionamento, ele sempre quis que você se casasse com alguém que fosse do interesse dele para ser exibido por aí como um troféu e lhe dar filhos como se você fosse um coelho. 

-Para! - Shen grita, sua voz completamente trêmula. Ele se levanta e arranca a máscara do rosto, que se encontrava vermelho pelas lágrimas que ele já não conseguia mais segurar. -Para, por favor. Isso é coisa demais para a minha cabeça - ele tenta secar o rosto com a mão, mas as lágrimas insistem em continuar saindo. Ele nega com a cabeça antes de começar a andar rapidamente em direção à saída, mas logo é interrompido pela voz grossa e também cheia de emoção de Zed.

-Se você precisa de alguma prova para acreditar que eu nunca te abandonaria ou faria algo para te prejudicar - Zed atravessa a distância a passos largos até se encontrar parado em frente a Shen. Ele então enfia a mão dentro do colarinho da camisa e puxa a correntinha na qual havia uma chave pendurada. - A senha é nosso aniversário, se depois de ver isso, você estiver disposto a escutar o meu lado da história, sabe onde me encontrar - seu tom de voz agora era suave. Ele largou a chave na palma da mão de Shen e então, sem conseguir se segurar, afastou os cabelos, que agora caíam sobre sua testa, e depositou um beijo ali.

Zed recuou alguns passos e apenas o observou sair praticamente correndo dali. Ele encara o ponto vazio por mais alguns segundos antes de voltar até onde estavam e juntas a máscara que fora abandonada pelo dono. Zed rapidamente a guarda no bolso junto com a sua e também vai embora, uma vez que já havia feito tudo o que precisava ali.

Ao chegar em casa, já sem paletó, colete, gravata e com as mangas dobradas até os cotovelos, ele encontra Kayn encolhido no canto do sofá, assistindo alguma coisa na televisão e cavocando um pote de sorvete com a colher. Ele desvia o olhar da tela e encolhe os ombros, assumindo a culpa por ter prometido não comer mais tanto sorvete, mas Zed apenas balança a cabeça, fazendo pouco caso do assunto e se jogando ao lado dele. Shieda então larga o pote na mesa de centro e senta no colo de Zed, com uma perna de cada lado do seu corpo.

-Kayn - sua voz tem tom de advertência, o que faz o mais novo bufar e voltar para o seu lugar, cruzando os braços sobre o peito e fazendo careta.

-Qual é, eu tô aqui todo gostoso e louco para transar e você não me dá bola - resmunga, revirando os olhos.

-Ja conversamos sobre isso.

-Ah, claro, aparentemente agora que o amor da sua vida voltou, seu pau não sobre pra nenhum outro homem além dele - provoca, fazendo Zed soltar uma pequena risada. 

-Como se você dependesse exclusivamente de mim para conseguir sexo.

-Mas você fode bem. Sabe o tamanho da burocracia que é para achar alguém bom? Quantas transas ruins eu vou ter até achar alguém que me satisfaça?

-Evelynn tá aí pra isso - pisca, agora fazendo o outro rir. Ambos ficam em silêncio novamente, encarando a televisão sem realmente prestar atenção no conteúdo. Após algum tempo, Zed murmura: - Você já desejou poder voltar no tempo?

-Meu passado não tem nada que mereça ser vivido novamente - Kayn encolhe os ombros e então inclina a cabeça para olhá-lo. - O que aconteceu entre vocês dois?

-Coisas que estão muito acima do meu controle para que eu possa mudar.

-Você não pode mudar o passado, mas isso foi tão foda a ponto de você não conseguir consertar agora?

-Sinceramente? Eu não faço a mínima ideia. Eu tô tentando, mas no fundo me pergunto se não vai ser em vão.

-E ele vale a pena o esforço?

-Ele é mais importante para mim do que minha própria vida.

-Entao eu acho que você na tem sua resposta.


Notas Finais


Mais uma vez obrigada a todos, nem acredito que já estamos no capítulo sete 🤧🤧


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...