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História Brotheragem (Romance gay, Yaoi) - Confuso Entre Coração e Mente...


Escrita por: Equipe_Nerds

Notas do Autor


⚠Pode ser importante⚠

Uma boa música sempre ajuda a expressar emoções e sentimentos, como as trilhas sonoras dão todo o clima para um filme ou uma cena...

Então recomendamos duas para vocês:

🎶The Other - Lauv🎶 (Thalles)
🎶Follow You - Bring Me The Horizon🎶 (Olliver)

Links no final das "Notas Finais".

Capítulo 45 - Confuso Entre Coração e Mente...


A porta se fecha e não a nada que impeça essa conversa de ser iniciada. Para os dois sozinhos na sala, um em frente ao outro, essa conversa é um marco no relacionamento deles. Ambos nunca se sentiram tão apreensivos.


Olliver olha para aqueles olhos a dois metros de distância dele em uma sala fria e clara, sentindo um arrepio incomum possuir seu corpo. Por mais que queira iniciar a conversa, pois há muitos questionamentos percorrendo sua mente desde o momento que o mais novo o deixara sozinho naquele quarto, mesmo assim vai esperar pelo o que o outro tem a dizer. Dessa vez, quer que o menor tome a iniciativa e diga algo. Porém, Thalles está paralisado perante esses olhos, ele ainda não acredita que o maior está à sua frente esperando pacientemente por suas palavras. Ele realmente não quer começar essa conversa.


Ficam mudos durante alguns minutos, nessa oscilação de pensamentos e sentimentos de medo, receio e ansiedade. A antecipação de algo que ainda não sabem ao certo, esse aperto no peito de ambos prova o amor que sentem e que é tão difícil de desistir. Por mais que palavras significam a totalidade de um pensamento, só esses olhares vazios expressam a verdade dentro de cada um deles.


— Você está bem? – Thalles pergunta cortando o silencio na sala, ele não queria começar com essa frase tão habitual dita de uma forma tão cuidadosa e triste, mas sua confusão mental não o deixaria pensar em algo melhor.


— Estou. – Olliver responde naturalmente e sem peso, apesar de isso ser uma mentira, pois nesse exato momento, enfrentando o mais novo, seu tormento recomeça dolorosamente.


Thalles respira fundo, não sabe como continuar, é como se qualquer coisa que saísse de seus lábios não fossem suficiente, pois essa situação parece errada.


— Seu braço dói? – faz uma pergunta casual, implorando mentalmente que o maior dê mais do que uma simples frase direta como resposta.


— Não, não dói. – Olliver responde direto e manso, desapontado com seu amado, ele não vai fazer nenhum questionamento, nem incitar uma conversa.


Thalles fica cada vez mais envergonhado e medroso. 


Como ele pode chegar ao ponto de toda essa confusão? 


Mas seu maior problema é a postura de Olliver, não é isso que ele esperava. Então sem mais opções de fala, antes de ir direto ao ponto, vai fazer uma pergunta para ter certeza de algo que suspeita.


— Você está com raiva de mim? – pergunta lentamente e baixo, olhando firmemente para Olliver, já sentindo medo da resposta.


— Não... eu não estou. – Responde calmo e com leveza transparecendo sinceridade, ele já imaginava que Thalles o perguntaria isso.


Foi nesse momento, com essa simples resposta, que Thalles ficou mais confuso do que já estava. Ele não pode suportar mais.


— Mas deveria estar. – com a voz firme e mãos trêmulas, afirma isso olhando para seu amado com seriedade.


— O quê?! – Olliver está surpreso e confuso.


Thalles suspira, jogando toda a carga pesada de seus ombros para fora, relaxa seu corpo enquanto sente uma dor incomum ao lado do peito. Seu maior medo está ali, à sua frente, a dois metros de distância dele, mas não está reagindo da forma esperada.


— Isso tá errado. – o menor fala confuso consigo mesmo desviando seu olhar para outro lugar. Essa cena não faz sentido, esse Olliver calmo e sereno na sua frente é ilógico, nem há razão para ele estar aqui. – Tá tudo errado.


Olliver vê a postura de Thalles e acha isso incomum.


 O menor realmente esperava que ele estivesse com raiva dele? 


Ele não pode culpá-lo por se sentir assim, pois ele mesmo deixou parecer isso quando gritou com ele naquela noite.


— Thalles, você achou mesmo que eu ia te odiar por causa disso? – pergunta calmo esperando uma explicação, mas vê os olhos do menor o retribuir com medo. – Você achou mesmo que eu te culparia?


— Sim. – ele assume, jogando a verdade para fora, Thalles pretende dizer algo que realmente vai o machucar, mas é a única saída, a porta de escape que ele achara para essa situação, depois de pensar muito sobre. – Você precisa me odiar pra gente ter um motivo pra acabar com isso.


...


Os dois ficam mudos, se olham intensamente, sentindo o clima ficar cada vez mais pesado e dramático. Ele chegou no ponto chave, o que os dois mais têm medo. Mas Olliver foi o maior atingido por essa frase.


Então você quer realmente acabar com o nosso relacionamento?!” – Olliver percebe agora que seu único medo e o maior se realizou. Thalles ainda está inseguro com o futuro deles e com o amor que sentem, Olliver está decepcionado e terrivelmente triste, se perguntando por quanto tempo ainda o menor vai fugir, dando desculpas de forma fútil por causa do seu medo.


Os olhos dos dois estão ligados sem pausa para piscarem, depois dessa frase, Olliver sente que não vai conseguir segurar suas lágrimas, mas ele não quer desmoronar e mostrar sua fraqueza para o menor. Mesmo que seja doloroso ele quer entender o porquê.


— Como? – Olliver pergunta rouco com seus olhos marejados.


Thalles respira fundo antes de falar a pura verdade de modo apressado e firme, sem pensar muito nas palavras.


— Eu sabia que você ia fazer isso, sabia lá no fundo que você ia me perdoar e que voltaríamos da onde tínhamos parado, que você ainda ia me querer depois tudo. – Thalles desvia o olhar novamente, ele não quer chorar, mas isso é quase inevitável, sua voz está firme, mas ao mesmo tempo triste... Ele no fundo não queria ser medroso e fraco como ele realmente é. – Mas eu fiquei com tanto medo do depois disso que eu esperei mesmo que você me odiasse.


Thalles está abrindo seu coração, ele tentou ver isso de uma maneira otimista, mas isso é impossível. Depois de sua conversa com Alice, ele analisou tudo que aconteceu nesses últimos meses e percebeu que não há um final feliz, isso é uma confusão e vai continuar sendo.


Olliver realmente não quer ouvir isso, mas ele não vai interferir. Dessa vez, ele vai fazer o que Thalles quiser fazer, mesmo que isso custe seu próprio coração... Vai ouvir tudo, mesmo que o machuque.


— Mas olha pra você. Olha pra essa situação. O que você tá fazendo aqui agora?! Porque está tendo essa conversa comigo?! – Thalles está falando sem pensar duas vezes, sem ter cautela ou cuidado, está simplesmente deixando o desespero e o medo transparecerem de dentro de si, o que andou atormentando seus pensamentos durante todo o dia e a cada vez que viu Olliver rir de forma tão aliviada. – Você deveria estar com raiva, não deveria sequer querer olhar na minha cara... E o Ollavo? Como assim?! O que você está fazendo aqui?! Não faz sentido algum pra mim. Você deveria estar mais preocupado consigo mesmo agora.


Essas palavras estão atingindo Olliver de uma maneira dolorosa, sabe que Thalles tem razão, essa seria a reação normal dele, mas ele não quer ser mais como antes. Porém ele sabe o porquê de o menor estar tão na defensiva dessa forma, por isso que nesse exato momento, ele quer saber o que o menor quer fazer, mesmo que isso seja o fim.


— Thalles, você quer terminar comigo? – Olliver pergunta baixo olhando intensamente para o menor, seu coração acelera a mil, sente medo da resposta.


Thalles não queria isso, ele queria fugir justamente disso. Seus olhos enchem de lágrimas e sua garganta fecha, não é como se ele quisesse terminar, mas também não é como se ele estivesse pronto para continuar com Olliver... Ele só não quer escolher, pois isso é duro demais.


— Diz pra mim com todas as letras que você quer terminar comigo. – Olliver diz com a voz pesada e trêmula, sentindo seu peito doer, algumas lágrimas escorrem do seu rosto, ele não queria aparentar ser tão fraco, mas não é algo que ele pode evitar. – Eu não quero escutar porquês ou motivos, eu preciso que você diga que ‘quer’.


Thalles fica mudo, seria uma mentira se ele dissesse que quer, pois ele não quer terminar com Olliver, mas não seria simples os dois ficarem juntos a partir de agora e muito menos separados. Sua boca nunca pronunciria isso, mesmo se tentasse muito.


— O que você quer que eu diga, ein?! – Thalles deixa seu coração falar, com lágrimas nos olhos, ele não sabe o que fazer. – Quer que eu diga que vamos continuar juntos e lutar por isso, mesmo sabendo que isso provavelmente não vai dar certo! Que vamos sim, causar mais uma briga de família! Vamos continuar essa bagunça, porque a gente se ama e vai ser feliz no final! Essa porr* não é um simples romance de escola ou conto de fadas! Isso é vida real e amor não é suficiente!


Essas palavras foram duras demais e Thalles acabou de se arrepender de dizê-las. Olliver não consegue se segurar, ele fecha os olhos com força e deixa as lágrimas caírem, ele se sente vulnerável e impotente perante essas palavras, ele não pode provar ao contrário disso. Thalles queria correr e o abraçar, pedir perdão pelo que acabou de dizer, o consolar com todo o seu amor, pois ele sabe que é disso que Olliver mais precisa agora e é isso que ele mais quer, mas se fizer isso, não vai se controlar e vai fazer muito mais do que só enxugar suas lágrimas.


— Olliver...


— Eu não quero mais. – Olliver diz respirando fundo e voltando a olhar Thalles que está com o rosto vermelho cheio de lágrimas e está trêmulo de preocupação. – Eu não quero mais te convencer do contrário, não quero mais tomar a decisão. Tô cansado da sua insegurança e do seu medo. Então escolha.


Olliver vai fazer o certo, mesmo que saiba que isso é o fim, ele vai deixar isso nas mãos de Thalles. Não é como se ele fosse escolher e dar o primeiro passo para sempre, se isso é amor de verdade tem que ter participação dos dois lados. Thalles tem que se posicionar, ele não quer mais ser um fardo ou ser um empecilho, não quer no final perder o amor do maior também.


— Se você quiser que sejamos amigos, vamos ser. Se quiser que voltemos a ser irmãos, vamos voltar. Se quiser que me ver como a merda de um primo, OK. – Olliver diz isso em meio às lágrimas, ele não queria ser vulnerável, pois isso é humilhante, mas ele tem que mostrar que o mais importante para ele agora é o amor de Thalles. – Mas se quiser ficar comigo e tentar ainda me amar, eu vou te amar também... Eu só não quero perder você.


Olliver confessa, mesmo sendo difícil de estar nesse lugar de pedinte, mesmo sendo humilhante ser fraco. Mas para Thalles...


Ele não sabe dizer como foi parar nisso e ele está assustado com o que Olliver acabou de o pedir. Os olhos de Olliver imploram por uma resposta enquanto refletem a pessoa que ele ama.


Mas não era isso que Thalles queria, não era para terem esse tipo de conversa. Ele não quer justamente isso, como pode ser dado na mão dele uma escolha difícil como essa de novo? Ele simplesmente não quer escolher!


— Isso não é justo... – ele diz isso depois de um bom tempo mudo, tentando pensar em algo para fugir disso, sua voz treme enquanto algumas lágrimas escorrem no seu rosto por medo e desespero. – Você tá colocando na minha mão a escolha de jogar a gente no fogo ou acabar com tudo de uma vez?!


Foi nesse momento que a porta da sala abriu e Ollavo entrou sem entender a cena a sua frente, Alice entra logo atrás se surpreendendo com o que vê. Dois jovens com os olhos cheios de lágrimas, um em frente ao outro, ambos assustados com a interrupção súbita.


Olliver corre para o banheiro, enquanto Thalles enxuga suas lágrimas rapidamente antes de se virar e olhar para os dois na porta paralisados pela situação, o menor logo começa a atuar e a agir como se nada tivesse acontecido para fugir de possíveis questionamentos.


Alice e Ollavo só voltaram rápido, pois o mais velho desistiu de buscar a pizza, pois o carro não estava ligando e a BMW continua na casa de sua mãe. A mais nova tentou fazer eles demorarem a subir, só que mais cedo ou mais tarde eles chegariam, mas não achou que seria com essa cena dramática.


Alice realmente não escutara nada, mas Ollavo...


Você tá colocando na minha mão a escolha de jogar a gente no fogo ou acabar com tudo de uma vez?!” – Ollavo não para de se perguntar o que isso significa, mas pensa que o que presenciara foi apenas uma discussão comum dos dois jovens, que ele não tem a mínima vontade de tentar entender ou de se intrometer.


Já Alice pensa diferente, está assustada com a possibilidade dos dois terem terminado. Na sua humilde inocência, pensa que é a culpada por isso, pois acha que foi ela quem começou tudo isso e ver eles tão ressentidos a deixa mal.


Olliver sai do banheiro assim que o entregador de pizza toca a campainha. Ele ficou bastante tempo trancado lá, apesar de todos notarem, ninguém tocaria no assunto.


Todos estão à mesa comendo silenciosamente. O clima está horrível, está pior do que quando Olliver chegou. Nenhum está disposto a começar uma conversa amigável ou mostrar animação.


Olliver está perdido no que ouvira de seu amado, e Thalles está com medo e receoso em dar a resposta. Na verdade, ele nem quer pensar ou opinar sobre isso.


Se fossemos desconhecidos ou amigos de classe, nós poderíamos namorar sem pensar em porr* nenhuma...” – Thalles confessa isso olhando Olliver lutar com sua mão esquerda para comer a pizza.


Os sentimentos do maior são de derrota e tristeza, seu rosto pode parecer leve, mas seus olhos mostram a desesperança.


Eu podia te convencer do contrário. Podia mostrar aqueles documentos pra você, mostrar que nossa família não merece nem sequer um sacrifício como esse... Mas se eu te contar, vou ser pretensioso e egoísta, pois eu sei que você vai preferir não saber sobre a adoção da sua mãe... E é só por isso que eu te entendo...” – ele podia gritar isso dentro de si, repetir um milhão de vezes como fez na frente do espelho do banheiro enquanto se conformava com tudo o que está acontecendo com ele de novo, mas ele sabe que se Thalles desistir dele, não vai ser capaz de esconder a verdade... Como uma pessoa desprezível vai contar a verdade a todos.


— Olliver, você já tomou banho? – Alice pergunta se levantando da mesa e levando seu prato vazio a pia, ela vê que Olliver não tirou a roupa da saída do hospital ainda.


— Não... – Ele responde hesitante, agora se sentindo realmente sujo, ele logo se levanta também. – Vou tomar agora.


— Mas você não precisa de ajuda? – Alice pergunta na inocência, sabe que será difícil Olliver tomar banho com apenas o braço esquerdo à disposição.


— Ah, não... – Olliver fica envergonhado, ele realmente não quer ajuda, mas não é como se não precisasse dela. – Eu só preciso de um saco plástico pra envolver o gesso e tá de boa.


— Mas como vai se trocar e tudo, seu braço tá imóvel, você tinha ajuda de enfermeiras no hospital. – Alice começa a se irritar, nem Thalles e nem seu pai estão se oferecendo para ajudar.


Olliver realmente tinha algo em mente para parar essa conversa, mas esqueceu a partir do momento que percebeu que precisa de ajuda e isso é alarmante. Não quer que Ollavo o ajude a se trocar, seria uma intimidade desnecessária e uma situação incômoda. Mas ele também não pode pedir para Thalles fazer isso, seu orgulho não deixaria. Então antes de ele tentar abrir a boca, ou de Ollavo tomar a frente e o ajudar, ou de Alice forçar um dos dois sentados folgadamente a mesa a ajudar seu irmão, Thalles finalmente se levanta.


— Eu vou te ajudar. – ele fala sem sequer olhar para Olliver.


Olliver podia não aceitar, mas não se acha capaz disso.


_____________


Thalles fecha a porta do banheiro, agora os dois estão sozinhos novamente em um cômodo pequeno e mais íntimo do que antes. Olliver está apreensivo e envergonhado, eles já fizeram isso, mas não nessa circunstância. Afinal, Thalles só tem que o ajudar a se despir, nada que não tenham feito antes.


Thalles começa a tirar com cuidado a roupa de Olliver que tenta o ajudar mesmo com seu coração acelerado e mão tremula. O menor faz de tudo para não olhar naqueles olhos por sequer um segundo, ele também está nervoso com essa situação.


A blusa que Olliver está usando é larga, mas tem que se tomar o máximo de cuidado para tirá-la. Thalles a puxa com cuidado para cima tirando primeiro o braço direito, depois a cabeça, para por último, passar pelo braço engessado. Ele ajudou a desabotoar a calça e a tirá-la também, já a cueca o maior mesmo a tirou com facilidade.


Olliver, apesar da situação em que os dois se encontram, está confortável em ser cuidado por Thalles. Os dois não falam nada um para o outro, o menor envolve o gesso em dois sacos plásticos e faz o maior se sentar na cadeira em baixo do chuveiro que está ali justamente para evitar acidentes.


— Agora eu me viro. – Olliver diz para Thalles que consente com a cabeça timidamente, sai e fecha o boxe de vidro.


— Eu vou ficar aqui então. – Thalles se senta no vaso fechado e espera Olliver tomar banho.


Os dois estão evitando olhar um para o outro, mas não podem evitar de lembrar que a alguns dias atrás tomaram banho juntos alegremente. Não deixam de se perguntar: como as coisas mudaram tão rapidamente?


— Você quer ajuda para lavar o cabelo? – Thalles pergunta após ver Olliver ter dificuldade em abrir o shampoo, deixando o pote cair no chão.


Olliver olhou para aqueles olhos e aceitou a ajuda. Thalles sabe que isso é uma aproximação que ele podia ter evitado, mas ele realmente quer isso, lá no fundo ele está se rendendo de novo. Ele tira sua blusa e calça, Olliver respira fundo quando vê Thalles apenas de cueca e vira seu olhar para o azulejo a sua frente, pois essa imagem o afetou. Ele já viu o menor assim varias vezes, mas dessa vez ele não pode tocá-lo e o ver assim é um gatilho para seus hormônios.


Os dois sabem que não estão separados, mas estão no meio de uma encruzilhada parados, esperando Thalles dar sua decisão. Olliver sabe que se força apenas um pouco, como fez antes, o menor vai se render a ele de novo, mas não é isso que ele quer. Dessa vez, ele tem que vir atrás dele, tem que o querer de verdade para nunca mais desistir dessa forma ou ter essa insegurança.

 

Thalles entra e passa para atrás da cadeira, se colocando debaixo d’água. Passa o shampoo na cabeça de Olliver e começa a massagear aos poucos o cabelo. Depois de dois longos dias, o maior está sentindo o toque de Thalles novamente, mesmo que mínimo e inocente, ainda é o toque dele, as mãos dele, e isso o deixa feliz.


Ele fecha os olhos enquanto Thalles enxagua seu cabelo com cuidado, jogando sua cabeça gradativamente para trás relaxando, mas quando o menor passou seus dedos por sua nuca fazendo voltas com os dedos, Olliver lembra das sensações das noites quentes e apaixonadas que tiveram. Ele abre os olhos e vê que Thalles está o observando intensamente. Nesse momento, os dois sentem que não podem se controlarem, estão com saudade um do outro e essa situação é cruel.


Thalles. – Olliver chamou o nome de seu amado baixo, quase suspirando, ele queria tanto que o menor pudesse escutar seus pensamentos, talvez ele ouvisse seu desejo ardente.


Thalles continuou olhando, admirando e desejando Olliver, sentindo a água do chuveiro bater em sua nuca e escorrer por suas costas. Ele não aguentaria por muito tempo, se aproxima abaixando sua postura, escorregando suas mãos gentilmente para o queixo e pescoço do maior o puxando para si, seus olhos fechando devagar.


O coração de Olliver acelera e sente borboletas no estômago quando percebe oque Thalles está prestes a fazer, mas antes de sentir finalmente os lábios do menor tocarem os seus...


— Olliver! Thalles! – Ollavo chama os dois jovens por detrás da porta do banheiro.


— Sim! – Thalles desperta e responde Ollavo, se afastando de Olliver.


— Fernanda ligou dizendo que a amanhã Olliver tem consulta marcada com o psiquiatra e é para você ir junto, parece que o doutor quer falar com você também. Okay?!


— Okay! – Thalles responde tirando as mãos de Olliver e desligando o chuveiro, saindo e pegando a toalha para se secar.


Olliver queria amaldiçoar Ollavo, xingar ele por atrapalhar um momento como esse, mas ele sabe que se começassem ele não iria parar, ele se conhece o suficiente para saber que ignoraria até seu braço quebrado. Mas ele está feliz, Thalles acabou de começar uma aproximação, acabou de mostrar que quer ele. Porém, Olliver não irá forçar ou incitar o menor para voltar para ele, vai deixar ele vir sozinho.


Thalles ajuda o maior a se secar e a colocar seu pijama, ele está irritado com ele mesmo por ter feito aquilo, ele deveria ter evitado, mas estar perto de Olliver o faz desistir de qualquer promessa ou convicção que tenha, pois a linha de atração é mais forte. Ele espera Olliver sair do banheiro para ele tomar seu banho gelado. Mas sabe que é inútil, não é como se a água fria penetrasse seu coração e o fizesse congelar todos os seus sentimentos por Olliver.


_________________


Thalles está parado na frente da porta do quarto esperando ter coragem para entrar, estar perto de Olliver é algo que mexe com seus sentimentos e não se acha capaz de passar essa noite ao lado dele. Na sua cabeça a decisão de se separarem já foi tomada, mas no seu coração eles continuam juntos, então será melhor evitá-lo o máximo de tempo que conseguir, mesmo que seja difícil morando de baixo do mesmo teto.


Ele resolve dormir na sala essa noite, depois de Ollavo ir dormir, ele se deita no sofá mesmo sendo desconfortável, pega duas almofadas e coloca debaixo de sua cabeça. Respira fundo e fecha os olhos esperando o sono vir...


— Sabe, eu não sei se te xingo ou se te bato.


Thalles abre os olhos, mas ele já sabe quem é antes mesmo de ver, essa voz é única.


— Ou eu deveria fazer os dois. – Alice está em pé ao lado do sofá com uma postura reta, agora ela tem certeza que os dois terminaram e se sente triste por isso.


Thalles podia dizer algo em sua defesa, mas desiste, sabe que Alice nunca o entenderia, apesar de ser a garota mais inteligente que ele conhece, sabe que é perda de tempo tentar se explicar.


— Anda! Vem dormir comigo, melhor do que você ficar no sofá. – Alice diz voltando para seu quarto esperando que Thalles a siga.


Ele hesita bastante, pensa em recusar, mas quando vê Alice voltar para sala com o rosto transparecendo irritação ele se levanta e a segue para seu quarto. Afinal, ela não perguntou se ele queria dormir com ela, ela mandou. Ele sorri ao perceber que as semelhanças com Ollavo são muitas, ela herdou até o arrogante jeito de ajudar as pessoas.


Os dois se deitam na cama de casal, Alice sempre se sentiu sortuda por ter uma cama grande, ainda mais agora. O tamanho dos dois são quase similares, Thalles é apenas alguns centímetros mais alto que Alice, mas deitados lado a lado nem da para se ver a diferença, ambos pequenos quase não ocupam a cama.


Alice sabe que seria algo ruim perguntar sobre a relação dos dois depois daquela cena que viu na sala mais cedo, mas sente que não irá dormir se não tiver certeza. Ela se vira para Thalles agitadamente para acordá-lo, mas o menor não estava realmente dormindo e acaba abrindo os olhos após perceber a agitação ao lado.


— Vocês dois... – Alice quer ir direto ao ponto e perguntar se os dois terminaram, mas se sente mal ao ver o rosto de Thalles triste.


Mas o menino sabe o que ela quer perguntar e logo dá a resposta.


— Talvez. – Thalles responde sentindo seu coração quebrar.


Alice fica cada vez mais triste, não é como se ela pudesse fazer algo, mas ela estava tão otimista, não entende como os dois ainda não se entenderam.


— É por causa de vocês serem... – ela realmente não quer terminar a frase, fala devagar justamente para Thalles entender antes mesmo dela terminar.


— Talvez. – ele responde baixo, mas ele sabe que se os dois terminarem agora, não será por causa da família, e sim por causa dele que tem medo de perder Olliver se acaso isso não der certo e sua família conseguir separá-los, ele só está antecipando a separação sem ter que passar pelo sofrimento... Mas se sente um tolo, pois ele está sofrendo.


Com essa resposta, Alice sentiu como se Thalles não tivesse tanta certeza assim sobre a separação e ela meio que sorriu inocentemente assustando o menino ao seu lado que a olha estranho. A menor logo esconde seu sorriso.


— Talvez... – Alice diz se virando ficando reta no colchão e olhando para o teto, como se estivesse focada em algo e abre um sorriso quando termina seu pensamento, virando para Thalles. – Combina com você.


Thalles fica surpreso, mas não a questiona, ela se aproxima dele e lhe dá um beijo na testa para depois lhe dizer um doce “Boa Noite”. Se vira e fecha os olhos, ela sabe que os dois ficarão bem. Já o menino indeciso e medroso, com sua alma dividida entre coração e mente, finalmente sente o cansaço o atingir e se entrega ao sono.


_________________


Olliver espera por Thalles, mas alguma coisa o diz que essa demora não é porque o menor se perdeu no caminho para o quarto, e sim, que o outro está o evitando e que não irá dormir com ele essa noite. Ele se levanta e vai até aonde suspeita que o menor possa estar, mas se surpreende ao ver que não a ninguém na sala. Existe só mais um lugar para conferir e é aonde o acha, ele poderia estar bravo, mas quando abriu a porta e viu os dois jovens dormindo tão tranquilos se sentiu feliz. Um pingo de inveja veio, ele queria conseguir dormir assim, subitamente uma ideia veio a sua cabeça e logo a coloca em pratica.


Sorrateiramente, Olliver se deita ao lado de Alice a empurrando devagar para o meio da cama sem acordá-la, mesmo estando sem muito espaço e de estar virado do lado que não tem costume de dormir por causa do seu braço...


Pensando bem, ele está realmente desconfortável, mas nada que ele não possa suportar, essa noite ele não quer dormir sozinho. Então em apenas alguns minutos, sentindo todo aquele aconchego de estar em uma cama, agora apertada por ter três pessoas nelas, com esse sentimento de alivio e amor por ter pessoas a seu lado, ele fecha os olhos e dorme.


Alice não sabe dizer se é um sonho ou a sua imaginação brincando com ela, mas acordar no meio da noite e perceber que está no meio dos dois jovens a deixa feliz. Então nossa pequena e astuta fujoshi entra em ação novamente.


“Eu sei que eu deveria parar de fazer isso... Mas fod**-**, eu sou a fada madrinha de vocês mesmo...”


Essa pequena cena de três jovens dormindo juntos não poderia ficar mais bonita, a não ser por um detalhe pequeno acrescentado pelo nosso brilhante cupido. Ela se aproveita dos dois estarem com os rostos virados para o meio da cama e escorrega seu corpo devagar para baixo, tirando sua cabeça da visão dos dois, deixando os livres para verem seus rostos quando acordarem. Se encolhe no meio deles fazem os dois se aproximarem mais dela.


Ela poderia parar por ai, mas não existem limites para uma fujoshi. Então pegou as duas mãos disponíveis de ambos pairadas na cama, com cuidado e cautela, colocando as duas juntas, com a mão de Thalles em cima da de Olliver. Alice as deixa pairadas em cima da curva da sua cintura, como se eles a estivesse a abraçando, deixando seu trabalho bem amostra para os dois verem quando despertarem. Nesse exato momento ela pôde dormir feliz, tendo certeza que os dois no final não vão se separar.


Porém, seu plano dessa vez, teve um pequeno incidente drástico. Não foi Olliver, nem Thalles e muito menos Alice que acordaram primeiro para ver sua obra...


Ele podia pensar em muitas coisas agora, mas só uma frase saiu da boca de Ollavo após perceber o óbvio dentro disso.


 — Mas que porr* é isso?!



Notas Finais


Olá pessoas lindas, sei que querem bater na gente por demorar tanto DE NOVO!!!! 😟😟😟

Nós damos a razão a vocês e se a gente pedir desculpa novamente vai até parecer ofensivo, né?! Mas mesmo assim nossas desculpas...

Mas temos a agradecer como sempre, os comentários de vocês são maravilhosos enchem nossa criatividade e vontade de escrever. 😁😁😁💗💗💗

Estamos imensamente felizes, nunca vamos nos cansar de agradecer a vocês.

Bem, parece que o circo vai pegar fogo... ou não... Quem sabe?!
Rsrsrssrsrs

Espero ver vocês nos comentários 😊😊😊

E a todos os leitores o nosso enorme beijo triplo 😙😚

Até o próximo capítulo!!!

Musicas:
https://youtu.be/5kBB0YsFnM4
https://youtu.be/IdsUvI0TgEk


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