1. Spirit Fanfics >
  2. BROTHERs >
  3. Cicatriz

História BROTHERs - Cicatriz


Escrita por: _Melpomene

Notas do Autor


8...
Boa leitura, xo

Capítulo 22 - Cicatriz


Todos estavam presentes naquele dia, anos atrás quando Ian e Burke assinaram um contrato onde uma aliança maior e mais forte seria formada. Burke via ali uma nova chance de manter o segredo de sua filha a salvo. Ele a persuadiu, ensinou e anos depois foi morto pela mesma. A vida lhe pareceu estranha pela primeira vez, quando abriu os olhos naquela sala de vidro, sendo observado por seu assassino.

Proteger sua filha de um julgamento que a levaria a morte, foi seu primeiro passo para uma aliança com a Rússia. Naquela época ela era apenas uma adolescente que tinha recém descoberto sua natureza. Ela despertou alfa, elevando o ego do pai.

Sua única herdeira tinha agora direito de governar. No entanto um incidente mudou a rota de seus planos, quando a menina de seus olhos assassinou uma blear. A sociedade jamais compreenderia por que aquela morte deveria significar tanto, por que o conselho não pouparia a vida de um dos seus. Era a morte de uma espécie inferior, Mary havia agido por impulso. Tinha apenas 15 anos e imaginou estar apaixonada. Sua obsessão, no entanto, custou sua sanidade. Mary descobriu que nem todas as lendas, são apenas lendas. Aprenderia a conviver com seus próprios demônios.

Burke levou aquele segredo consigo para o tumulo. Com o coração envenenado pelo rancor sibilou suas últimas palavras antes de ser morto “nos vemos no inferno minha querida”, uma coluna na vida de Mary fora arranca pela mesma. Nunca lhe passou pela cabeça que aquela era a peça que sustentava toda sua estrutura e mantinha todos seus segredos seguros. Agora ela era uma casa em ruinas.

O casamento seria uma cerimônia formal em Nova York. Um juiz leria os termos do contrato e ambos assinariam, sem votos de casamento ou “eu vos declaro marido e mulher”, não havia necessidade de romantizar uma situação onde o amor não era nem mesmo uma mera lembrança. Ainda que Steve tenha deixado claro seu desgosto com a decisão de manter o casamento, mesmo após a morte de seus pais e tenha dito em alto e bom som que não pretendia manter um casamento tradicional. Não seria ele a satisfaze-la, tão pouco ela quem se deitaria ao seu lado para dormir. Ele jamais a marcaria, então sugeriu que ele encontrasse alguém disposto a fazer isso tudo, pois ele não mudaria aquela parte do contrato.

Steve estava disposto a deixar tudo para Mary, sua herança, o governo, tudo, desde que ela desistisse do casamento. Ele teria deixado tudo isso para trás, com a intenção de fugir comigo. Ela não concordou com esses termos, desconfiada de tamanha generosidade, mas deveria ter aceitado.

A ideia do casamento ainda era repugnante em sua mente enquanto ele se vestia. O blazer preto de corte fino deixava-o elegante, ainda mais atraente. Dava-lhe uma postura máscula, digna de um alfa, mas não disfarçava seu total desagrado. Ainda tinha algumas horas antes da oficialização, ele me ligou na intenção de ter minha companhia para relaxar antes de tudo. Felizmente eu tinha um trabalho mais longo naquela noite. Steve irritou-se e entristeceu na mesma medida, ao ter a chamada direcionada para caixa postal.

Ouvi meu celular tocar, mas minha posição naquele momento não permitia que eu atendesse, de qualquer forma, meus instintos diziam que era ele. Me concentrei nos movimentos que fazia no colo do velho alfa. Os cabelos grisalhos, molhados de suor, colavam em sua testa e pescoço. Ele era atraente não conseguia negar a beleza visível em seu rosto. As linhas de expressões forte e as rugas deveriam ser um incomodo, mas para mim não. Evan ainda era um alfa forte, era notável por sua brutalidade física e seu sêmen expeço.

Sorri para o alfa entre minhas pernas, intensificando os movimentos. Evan grunhiu, ficando as garras nos meus quadris. Era um cliente interessante que pagava muito bem.

Àquela altura o casamento dos alfas não era mais um segrego. Os rebeldes, outra hora comandados por Mary, não compreendiam a situação. Ninguém conseguia encontra-la ou entrar em contato com ele. Nancy também havia desaparecido, nenhum blear sabia de seu paradeiro, ainda que continuassem as buscas. No entanto, o sentimento de terem sido enganados estava ali, eles se enfureceram, compreendendo que foram apenas uma peça para o jogo macabro da ruiva. Eles não parariam até arruinar os planos da alfa.

As rebeliões se tornavam cada dia maiores, e a destruição deixava o centro da cidade invadindo as vilas. Notícias e o resto do descontrole no que sobrou dos EUA, chegavam ao parlamento das demais potencias, mas eram logo abafados pela garantia de Mary. Os alfas iam para as ruas conter os rebeldes, e a morte de muitos serviu para aquieta-los por algum tempo.

Nancy, que ocupava temporariamente o lugar do marido, soube da turbulência sofrida pelo grupo em Nova York. Suas roupas eram pretas desde a morte de Ian, mas seu luto não era por ele, nem sua dor. A ômega já estava debilitada demais para que seu corpo e mente pudessem reagir aquilo tudo. Cada noticia matava um pouco mais de si. Uma morte lenta e dolorosa. Ela quase nunca saia do quarto, até passou a não sair. Observar a vasta paisagem pela janela de seu quarto era a única coisa que anestesiava todo incomodo do resto.

Seu corpo ainda cicatrizava dos maus tratos recebidos. A marca sobre seu olho esquerdo começava a amarelar, características de cura lenta, mas seu coração não. Ele continuava abrindo-se como um abismo sendo rasgado em seu peito. A dor queimava e ardia. Era continua e não lhe deixava dormir. A notícia do casamento apenas fez com que a ferida sangrasse um pouco mais. Todas as enxurradas de emoções vividas até ali invadiram seu pensamento, e eram cruéis. Eram sobre Mary tocando-a, declarando seu amor. Sobre suas mãos, seus toques e seus beijos. Eram sobre sua tolice ao acreditar que um ser como aquele poderia amar tanto assim. Era sobre os blears que acreditaram nela, deram sua vida num esforço em vão. Nunca seriam nada além de garotos de aluguel e escravos cegos de uma sociedade dominada por monstros. E em breve nem isso. A existência daquela espécie seria apagada da história, junto com tudo que se opunha aos alfas.

Naquela tarde Nancy sentiu uma morte diferente em seu interior, era uma contagem regressiva inalterável. 


Notas Finais


TEMA: Uma fanfic sobre casamento arranjado;


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...