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História Bruxos e Príncipes Hiatus - Four Stars


Escrita por: Eros_buddy

Notas do Autor


Olha quem apareceu!!! Sentiram a minha falta? Pq eu senti e muita <3 Me desculpem pelo o atraso, anjos, mas o bloqueio realmente complicou as coisas quando precisei escrevi esse capítulo. Infelizmente uma hora ou outra ele aparece, nos frustrando imensamente. Mas graça ao universo, eu consegui terminar, porém ainda não me sinto confiante sobre ele.
Ele tem muita informação, então lêem com calma, ok? Boa leitura!

Capítulo 25 - Four Stars


Fanfic / Fanfiction Bruxos e Príncipes Hiatus - Four Stars

Odnum, 3025

19 de maio

 

Eu volto para Odnum minutos depois do príncipe se despedir e ir para a central acertar os detalhes da viagem. Jungkook não queria de jeito nenhum sair da cama e me largar, então precisei apelar bastante para poder colocar juízo naquela cabeça de vento. 

Ultrapassei a barreira com um esforço mínimo - já havia aprendido à controlar melhor o meu poder - pisando em solo, próximo à uma das grutas. Era uma das passagens secretas que só o conselho e os sacerdotes conheciam. Assim eu não chamaria atenção dos sentinelas e de nenhum bruxo. Para a comunidade, eu permanecia nas montanhas e não fugindo algumas horas para consolar e matar a saudade de um certo humano.

Caminho por entre as árvores secas, contando os passos em uma forma de distração. Me amaldiçoei por ter esquecido que em Odnum, sempre estava com um sensação térmica baixa. Agora eu estava tremendo por causa do ar gélido. A minha única opção para esquentar o meu corpo foi criar um pequeno fogaréu na minha palma, aquecendo pelo o menos os meus braços arrepiados. 

Estanco no lugar quando ouço um piar familiar à alguns metros. Penso e repenso, concluindo que não faria mal atrasar um pouco mais. O sacerdote entenderia, não é? O meu lado curioso não aguentaria deixar aquele barulho passar despercebido ou ignorar a ansiedade que aflorou em mim. De repente a minha audição se aguçou, tornando o piar impossível de não se escutar. Ok, a natureza parecia clamar para que eu obedecesse aquele chamado. 

Respirando fundo, ando rapidamente em direção ao animal, não me surpreendendo quando acho a coruja com pelagem preta e branca. Desde o dia em que Jungkook me disse que a tinha avistado e tinha sido estranhamente ajudado pela a mesma, eu sabia que havia algo estranho. Não era normal você encontrar a mesma ave no mundo dos humanos e depois em Odnum. E em ambos episódios, alguma coisa de importante aconteceu. Seria diferente naquela vez? 

- Olá, corujinha. Faz algum tempinho, não? - digo, não esperando nenhuma resposta. Agacho, sorrindo pequeno quando a coruja se aproxima sem hesitação, esfregando a cabeça na minha canela. O frio tinha até se dissipado. Que doideira, eu sei. Mas estávamos falando da minha vida. Nada mais me pegava desprevenido. 

Vejo a ave alçar vôo, grunhindo em seguida, parecendo me pedir para que eu a seguisse. Hesito novamente, fazendo uma lista mental dos prós e contras. Porém, mesmo que as opções do lado negativo tenha sido a mais numerosa, não liguei para isso, começando à acompanhar a coruja que sobrevoava ao meu lado. Passamos por alguns riachos, chegando em frente à entrada de uma caverna. Estreito os olhos, tentando enxergar alguma coisa em meio à escuridão. Mas sem sucesso.

- Quer que eu entre aí? - pergunto, recebendo um piar esganiçado em resposta - Okay... 

Balanço a cabeça, aumentando a intensidade das chamas na minha palma. Entro na gruta, o caminho sendo precariamente iluminado pelo o fogo. As paredes rochosas estavam úmidas no início, algumas gotas de água caindo do teto e molhando o meu cabelo. O ar ali dentro era morno, um ponto positivo para a minha situação de minutos atrás, onde eu estava prestes a morrer de hipotemia. Talvez eu tenha exagerado um pouco nessa última frase. 

Contudo após um tempo de caminhada, comecei a perceber algo que não havia notado antes. 

- Corujinha, não suma! - exclamo ao ter a ave voando em frente, indo ao mais profundo da caverna. 

Ando até as paredes que não se encontravam molhadas, tocando nas pinturas que ali estavam gravadas. Eram desenhos lindos e com alguns símbolos estranhos, a tinta variando do preto ao vermelho. A primeira imagem era a representação aumentada do globo, o mesmo dividido por uma linha pontilhada. Em cima havia a deusa Moanne com a sua mão estendida sobre a terra, a sua expressão concentrada. Era o início de tudo, quando o mundo foi dividido entre humanos e bruxos. 

Pulo para a outra, observando os primeiros reinos sendo erguidos, junto às primeiras copas. Depois vem as alianças entre os dois povos, as civilizações sendo solidificadas, as cinco famílias anciãs reunidas ao redor de uma fogueira. Quanto mais fundo, mais pinturas apareciam como se fosse um túnel do tempo em forma de gravuras. Aqueles desenhos eram a história da humanidade e da comunidade bruxa sendo contada por meio de tinturas. 

Cesso o andar quando me deparo com a imagem de dois homens sorrindo um para o outro enquanto se banhavam em uma cachoeira. Eu sabia quem eram. Kim Jongdae e o príncipe indiano. O meu antepassado tinha um cabelo loiro e o humano possuía madeixas tão escuras como o carvão. Eles pareciam felizes, amigos de verdade. Como que aquela amizade havia se tornado um desastre? 

Em seguida vem o desenho de um lago com a superfície repleto de flores, as cvijets. Jongdae e o Vkhuner conversavam perto da água, agora os rostos impassíveis.

Um grande paredão separava ambos amigos, os dois de costas um para o outro, um homem e uma mulher parecendo brigar com o Kim. A gravura à seguir é do príncipe vestido com uma capa preta, acompanhado de três pessoas, conversando debaixo de um salgueiro. Jongdae estava sozinho em uma das grutas, chorando e olhando para o próprio pulso. O Vkhuner também encarava o seu braço, um olhar vazio. 

Bruxos guerreiros protegiam o templo sagrado enquanto outros feiticeiros tentavam invadir o lugar. Jongdae estava frente a frente ao meu familiar, lutando contra ele. Um campo vasto sangrento foi o cenário da grande guerra, corpos mortos jogados aos montões em valas. A pintura era horrível e angustiante. Desviei o olhar, sentindo a bile querendo subir. 

Fechei os olhos, me apoiando na parede, procurando me acalmar. Minha cabeça latejava e um cansaço forte se abateu sobre mim. Ver aquelas imagens tinha sugado as minhas energias. Mas eu precisava continuar, eu necessitava de respostas concretas e verdadeiras. Por que no fundo eu sabia que ninguém realmente dizia a verdade. 

Porém, algo havia que acontecer para me impedir. 

Sobressalto quando uma mão se encaixa no meu ombro e não contenho um grito assustado. 

- DEUSES! 

- Não é sábio deixar a guarda baixa, criança. E se eu fosse um inimigo? - pisco em surpresa, olhando boquiaberto para o velhote franzino à minha frente. 

- Mestre?!

- Sim? - o sacerdote parece não compreender a minha admiração.

- Como o senhor me achou? 

- Aish, jovem feiticeiro, eu sei tudo o que acontece nessas montanhas - arruma o hanbok roxo que cobria o seu corpo pequeno - Mas como você achou esse lugar? 

- Eu segui uma coruja - falo cauteloso. Será que ele me acharia um louco? 

- Uma coruja? 

- É... eu a encontrei no caminho e não consegui controlar a curiosidade - coço a nuca, envergonhado - Olha, eu sei que o senhor vai dizer que podia ser uma amardilha e tal, mas eu conheço essa corujinha e... 

- Você realmente se parece com ele - o ancião interrompe a minha fala, risonho. 

- Como? 

- Nada, criança - dá dois tapinhas nas minhas costas. Pela a segunda vez tomo um susto quando a ave grunhe bem perto do meu ouvido, a mesma pousando no ombro do sacerdote, o qual acaricia as suas penas - Olá, senhora. 

- Senhora? - alterno o olhar entre a coruja e o sacerdote. 

- Taehyung, lhe apresento Yujiwu, o espírito ancestral que protege a primeira chama da magia de Odnum

- Uou! - arregalo os olhos - Essa é Yujiwu? A mesma que lutou ao lado dos bruxos na Grande Guerra? 

- Sim, criança. 

- Mas ela é uma coruja!

- Muitos espíritos tomam a forma de seus animais patronos, Taehyung - explica - Yujiwu é a conselheira da deusa Moanne, por isso que a gente sempre interliga a coruja à deusa. 

- Por quê ela veio ao meu encontro? 

- Talvez o seu propósito seja maior do que pense, jovem Kim. Antigamente, os espíritos viviam em nosso meio, abençoando aqueles que fariam grande feitos no futuro. Mas os tempos mudaram, muitos bruxos deixaram que o amargor tomassem conta de seus corações. O começo de uma nova era está próximo, os deuses estão resguardando e protegendo os seus. 

- O que tudo isso significa, senhor? - minha boca estava seca. 

- Nem tudo nesse mundo é de meu conhecimento. Naturalmente, as respostas chegarão e você saberá. 

- Não sou uma pessoa muito paciente - brinco, suspirando. Passo o dedo pela as chamas, criando formas com o fogo. 

- Eu sei muito bem disso - o ancião ri soprado, tossindo em contrapartida. 

- Senhor! Não se esforce muito. 

- Deixa de graça, criança. Sou velho, mas ainda posso me virar.

- Não está mais aqui quem falou - ergo uma das mãos - Mestre. 

- Hum? 

- O que é esse lugar? 

- Ainda não desvendou? 

- Talvez - dou de ombros.

- Essa caverna é chamada de "A caverna profética". Todos esses desenhos são cenas que já aconteceram, e há gravuras que ainda hão de vir. 

- Elas estão mais ao fundo? 

- Sim. Porém, você não deve saber do amanhã antes mesmo dele acontecer. O rumo natural sempre muda quando alguém tenta driblar o tempo. 

- É, eu sei - bufo, ouvindo a risada falha do outro - Senhor, não seria lógico os acontecimentos antigos estarem lá atrás e o do futuro aqui na frente? 

- O mais próximo de nós sempre será o passado, Taehyung. O futuro é incerto e longínquo. Nunca podemos saber se ele chegará. 

- Tem razão - franzo a testa. 

- Vamos? Você precisa se banhar e depois iremos conversar.

- Tudo bem, Sr. Son. 

Andamos para fora da caverna em silêncio, nos deparando com a nevasca fina que descia do céu nublado. Yujiwu nos seguia, às vezes piscando os olhos em sonolência. Ah, sim, corujas eram animais noturnos. Rio baixinho, estendendo o braço para que a ave pousasse. Eu tinha a sensação de que ainda teria bastante aventuras ao lado dela. 

 

 

 

 

 

- Tome. 

Ele me entrega uma xícara com chá, se acomodando na almofada creme, as pernas cruzadas e os braços apoiados na mesinha de centro.

- Obrigado. 

Assopro o líquido quente, praguejando quando mesmo assim queimo a língua. 

- Me diga, Taehyung, como está o seu amigo? - impressão minha ou aquela última palavra saiu meio debochada? 

- Jungkook está bem, mestre. Ele tem um bom coração, a única coisa que me preocupa é que ele se perca. 

- Se ele for tão nobre como você diz, não me preocuparia com isso. No mundo há as pessoas boas e as pessoas más. Ou você está de um lado ou está no outro. Meio termo não existe na vida real. 

- Entendo - suspiro. 

- O Jeon já sabe sobre a maldição? 

- Sim. Ele deu à entender de ter conhecimento à cerca disso a algum tempo. 

- Não teve nenhuma vez que ele tocou no assunto? 

Balanço a cabeça em negação. 

- Talvez ele estava tentando se enganar, e colocar as dúvidas para fora mostraria tudo o que não queria enxergar - deduzo - Acho que fiz a mesma coisa, sabe? Eu andava por aí desconfiando de tudo e de todos, mas me negava à cogitar que o meu inimigo fosse aquele que dormia ao meu lado. 

- Jungkook não é o seu inimigo, criança. O seu inimigo é o mago que se fez de intruso no corpo do príncipe. 

- Eles são dois em um, mestre. Tenho medo que ele se confunda e começe à pensar que todos aqueles pensamentos horrendos vem da sua mente. 

- Você precisa ter fé no seu amigo, Kim - sua voz sai repleta de seriedade - Sabe do porquê todos esses anos ninguém ter conseguido vencer o líder? 

- Não... 

- Os bruxos e os humanos perderam a confiança um no outro. Passaram à se ver como rivais, quando todos deveriam se tratar como irmãos. Deixaram de dialogar e resolver as coisas à base de conversa para travarem guerras e pregar destruição ao redor dos reinos. Você e Jungkook são duas pessoas distintas, criança, mas os corações de ambos batem na mesma sintonia. Não permitem que essa confiança entre vocês se percam. Se forem para chorar, que chorem juntos. Se forem para rir, que riem juntos. E se forem para vencer, que vencem juntos. Nada disso é coincidência, Taehyung, tudo tem um propósito no final. 

- Obrigado, senhor - me curvo minimamente, realmente tocado pela as palavras do ancião. 

- Só estou fazendo o meu dever, pequeno - sorri acolhedor - Jungkook divide o seu próprio corpo com a alma fajuta do Vkhuner. E até agora não se curvou perante o inimigo, porém ele irá precisar aprender à ter um alto nível de autocontrole para poder subjugar a consciência do mago. 

- Eu sei disso. Ontem eu consegui fazer que ele criasse um tipo de prisão mental para impedir que o líder tomasse o controle. Até conseguiu usar o poder dele à favor de si. 

- Oh, isso é bom! - exclama animado - Mostra que o garoto é forte e pode lutar contra o príncipe caído. Porém, essa tática não vai durar muito tempo. Você precisa achar uma maneira de livrar o Jeon desse fardo, senão não haverá chances de que ele sobreviva. Estamos lutando contra um bruxo milenar. 

- Estou ciente disso, sacerdote - prenso os lábios, incomodando pela a angústia que lançava pontadas no meu peito - Mas até lá, Jungkook vai precisar da sua ajuda, mestre. 

- Não se preocupe com isso, Taehyung. Eu o treinarei enquanto não houver uma saída definitiva. 

- Só não conte nada para os meus pais ou o Conselho, senhor. 

- Não irei - afirma - As cinco famílias estão cegas pela a sede de vingança, não estão totalmente em seu estado normal. Essa batalha vai ser travada por você e o seu companheiro. Mas precisará de soldados quando a verdadeira guerra chegar. 

- Eu estarei preparado. Dessa vez, eles não irão ganhar. 

- Sei que sim. Tudo melhora quando vocês dois estão ligados. 

- Como sabe? 

- Um certo passarinho me contou - faz uma cara de mistério. 

- Yujiwu - digo após um momento de compreensão. Rio soprado, encerrando a conversa, agora com o pensamento longe. 

Indago-me quais deveriam ser as primeiras peças à serem movidas nesse jogo. Talvez o próprio rei. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Passo por cima dos ombros a capa de veludo vermelha, cobrindo a cabeça com o capuz para impedir que o meu cabelo ficasse cheio de flocos de neve. Com roupas quentes e botas de cano baixo, saio da casa e ando em direção ao caminho que me levaria até a base das montanhas. Era hora de ir visitar os bruxos guerreiros. Depois daria uma passada no limite da floresta amaldiçoada. 

A andarilha dura cerca de meia hora, e após esse tempo eu já podia avistar as diversas barracas espalhadas pelo o chão, os sentinelas totalmente atentos à cada movimento. Preciso erguer as mãos em rendição para dois soldados notarem que eu não era uma ameaça. E também precisei gastar cinco minutos escutando as milhares de desculpas de ambos e tentando dizer que eu não iria matá-los por levantem as lanças para mim. 

Bufo ao ver que Minho controlava a risada, recebendo um pedido de perdão logo em seguida quando ele percebe o meu descontentamento. Reviro os olhos, finalmente adentrado a barraca do Park e me vendo livre do frio. Não que eu não goste da temperatura, mas os meus dedos já estavam congelando. 

- Oh, você veio, Sr. Kim! - Bogum esbanja surpresa quando me vê em sua frente. 

- Desculpe por não ter comparecido ontem, Park. Eu precisei resolver algumas coisas que estavam pendentes. 

- Tudo bem, senhor. Não precisa me dar satisfações - sorri amigável - Aceita soju? 

- Jamais negarei soju - brinco, pegando a garrafa média que continha a bebida. Dou um gole, soltando o ar pela a boca - Me diga as novidades. 

- Você tinha razão sobre as florestas além das montanhas. Os pássaros conseguiram captar imagens de diversas pessoas à meio quilômetro. Eles estavam caçando e só pararam no anoitecer. Mas as aves não puderam segui-los. Parece que há uma barreira que impede a entrada. 

- Interessante - comento, passando o polegar nos lábios, pensativo. 

- Quis comunicar a copa central, mas primeiro queria saber quais seriam as suas ordens. 

- Por enquanto não falaremos nada, Bogum. Não quero deixar ninguém alarmado ou ansioso. Ainda não é hora de atacar, primeiro devemos descobrir os pontos fracos do possível acampamento dos Vkhuner. Com certeza eles devem ter algum tipo de agenda. A hora de comerem, a hora de dormirem e assim por diante. 

- Combinado. E o que quer que eu faça? 

- Continue à mandar os pássaros para a floresta e mantenha os olhos e ouvidos atentos. Não deixe nada escapar, ok? 

- Sim, senhor! 

- Estamos mais perto do que nunca, guerreiro - sussurro, o olhar perdido. 

O resto da noite passei decorando mapas e criando novas estratégias para encurralar os bruxos desviados. E torcendo para que as minhas escolhas não refletissem desgraças no futuro. Estava apostando todas as minhas fichas naquilo que acreditava ser o certo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando me despedi de Bogum e dos outros guerreiros, me afastei consideravelmente para fazer o que estava planejando desde cedo. Devia ser por volta das onze horas da noite, a nevasca caindo mais intensa do que antes. O céu estava sem nuvens, as estrelas nítidas no breu. Fecho os olhos e espero me materializar novamente, e ao acontecer, eu me encontro no meio de árvores imensas e assustadoras. A floresta era densa e escura, principalmente àquela hora. 

Ignorando o arrepio que desceu por toda a minha coluna, crio uma bola de fogo para não me perder na imensidão de tantas folhas. 

A reputação assombrosa daquela floresta definitivamente caia muito bem para definir o lugar. 

Desviando dos pensamentos pessimistas, me concentro no que importava. Começo à procurar qualquer coisa que me levasse à uma possível trilha. Pegadas, galhos quebrados e coisas assim. No caminho encontro animais mortos, todos com o peito aberto e o coração arrancado. Marcas de rituais ao redor deles, mostrando que a minha suposição podia estar correta. Eles estavam usando o sangue para poder fortalece-los. Talvez o maior ponto fraco dos Vkhuner fosse o próprio líder. Se ele enfraquecer, os seus seguidores se enfraquecem juntos. Sem dúvidas me aprofundarei nessa teoria.

Juro que teve vezes em que senti algo rastejando próximo ao meus pés, e rezo aos todos deuses que não fosse aquilo que eu imaginava. Eu certamente odeio tudo que envolva bichos pertencente à classe dos répteis. 

Felizmente não demora muito para avistar pegadas de duas pessoas na neve enlamaçada. Sigo as mesmas com cuidado, olhando para os lados para não ser surpreendido por ninguém. Para me precaver, uso o feitiço da invisibilidade e escondo a minha presença, controlando o barulho da respiração. Enquanto andava, parava para apagar os meus passos, deixando somente as pegadas de antes. 

No final sou levado até um tipo de arco feito por duas árvores entrelaçadas uma na outra, um altar improvisado com bacias e uma faca afiada e ensanguentada. Concluo que ele tinha sido usado recentemente. 

Franzo o cenho, vendo alguns escritos gravados no tronco da árvore, aproximando o fogaréu para ler o que quer que fosse. Mas eu não reconhecia os traços daquele alfabeto. Parecia ser uma língua antiga, uma língua esquecida através dos séculos. Algo dentro de mim me fazia acreditar que remexer no passado era deveras perigoso e trazia consequências ainda maiores. Porém, senso não era uma das qualidades dos Vkhuner's. Eles amavam cutucar o perigo. 

Sem muito o que fazer, decido destruir o altar improvisado, colocando fogo nos objetos e na madeira. Sorrio enquanto assistia as chamas crescerem, satisfeito por deixar um pequeno aviso. 

Iremos lutar até o fim. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bato os pés no tapete, entrando na cozinha aquecida. O ancião preparava lamén no fogão e vira o corpo para me observar, analítico. 

- Voltou tarde, criança - aponta.

- Err... precisei ficar um pouco mais dessa vez - minto, e se o outro percebeu, resolveu não intrometer-se. 

- Venha, fiz um pouco de comida. 

- Não estou com fome, mestre. 

- Um bruxo sempre tem que se alimentar - ralha, fazendo um gesto com a mão para que eu pegasse o macarrão instantâneo e um pratinho contendo carne de porco - Perdemos energia quando utilizamos a nossa magia, precisamos constantemente repor ela. Sem alimento, os nossos chacras enfraquecem. 

- Certo - cedo, sentando ao lado dele no tarpete felpudo - Está delicioso, senhor! - elogio, descobrindo que sim, eu realmente estava esfomeado. 

- Cuidado para não engasgar! 

- É difícil eu engasgar - respondo no automático, percebendo tarde demais o meu tom insinuante. Sorte que o velhote não percebeu. 

Rio para disfarçar o constrangimento, recebendo um olhar confuso do ancião. Abaixo a cabeça, fingindo que nada havia acontecido e continuo à comer. 

- Chegou cartas para você enquanto estava fora. Deixei em cima da sua penteadeira - o sacerdote diz assim que me levanto e faço menção de me despedir. 

- Okay - sorrio fechado - Boa noite, mestre. 

- Boa noite, criança. 

Subo as escadas, não tardando para fechar a porta do quarto e pegar os papéis de cima do móvel. Me jogo na cama, lendo primeiramente a carta da minha mãe. 

"Oi, filho!

Sinto saudades sua e espero que esteja dando tudo certo por aí. Não posso me demorar muito, então vou logo responder as perguntas que fez para mim. Por aqui está um pouco complicado desde que recebemos o seu pedido de fechar a cidade. Os bruxos estão à todo momento se perguntando o motivo, porém não podemos dizer toda a verdade para eles. Entretanto, tenho um pressentimento que cedo ou tarde deveremos revelar algumas coisas para os cidadãos. Por enquanto vamos manter tudo no maior grau de normalidade que conseguirmos. Dia e noite o templo sagrado está sendo vigiado por guerreiros de alto nível, por isso não me preocupo extremamente com as civjets. 

Os curandeiros estão cada vez mais perto de achar um antídoto para o veneno, mas isso me traz um receio ainda maior. Com certeza os Vkhuner não vão poupar força para matar os nosso médicos de laboratório. O conselho está criando maneiras para que essa classe esteja sempre protegida e sendo vigiada. Não podemos regredir quando estamos tão perto de tudo isso acabar, não é? 

E diminuindo o seu medo, o príncipe Tamura não representou nenhuma ameaça ou fez algo que despertasse estranheza. Mas estou levando o seu conselho a sério, por isso não deixarei de ficar de olho no Hayato. Para ser sincera, essa simpatia dele está me deixando com uma pulga atrás da orelhas. Vamos esperar para ver no que isso vai dar. 

Ontem nós recebemos uma carta do caçula dos Choi, e ele disse que a sua estadia está indo muito bem no país. A única coisa que nos preocupou foi a possibilidade de haver uma guerra civil no Japão pelo o motivo do príncipe deles ter vindo para cá. É, parece que problemas e problemas surgem por todo o canto. 

Acho que vou parar por aqui, porque senão isso vai ficar com um ar muito pesado. Eu estou louca para te dar um abraço bem apertado e fazer cookies para você na madrugada, minha sorte é que daqui à pouco você já vai estar de volta. O seu pai fica choramingando pelo os cantos, reclamando de que o filinho dele está longe das suas asas. Porém só basta um tapa para ele se recompor. Confesso que rio muito nessas horas. Você bem sabe o quão dramático é Kim Heechul. Você sem dúvidas puxou isso dele. 

E por último, quero só dizer para que confie nos seus instintos, eles sempre vão te levar para o caminho certo. Mesmo que agora não faça sentido, no futuro fará. Fique com os deuses, meu filho. Omma te ama muito!

 

Kim Hirai"

 

Rio ao final da carta, enxugando as poucas lágrimas que escaparam. O que? Eu sou sentimental e nunca escondi isso. Muitos costumam dizer que as emoções somente atrapalham, mas eu discordo. Para mim, sentimentos trazem um certo peso para as nossas escolhas, um equilíbrio necessário. O que seria do mundo se não houvesse compaixão? Ou bondade e amor? Às vezes ter juízo é se permitir sentir. 

Pego a outra, lendo o nome do Do logo na frente. 

"Olá, seu dongsaeng ingrato. Por acaso se esqueceu do seu hyung, foi? Justo eu? Fui eu que te apoiei todas as vezes que você fazia merda, Kim Taehyung!!!! Só quero deixar bem explícito que estou deveras magoado. 

Mas como você está? Torço para que não tenha quebrado nenhum membro, coisa que sei não ser tão difícil. Preciso confessar que os dias sem você é um pouco monótono, sabe? Onde foi parar aquela voz chatinha que já chega gritando na minha casa pedindo comida? Até os seus espirros exageradamente alto está fazendo falta. Que nível fui chegar, céus? 

Eu sei que estou sendo dramático, contudo estou bastante entediado sem a sua ilustre presença (isso foi ironia, ok?). Vou colocar as notícias em dia, pois conheço o pirralho curioso que você é. 

Estou quase chegando em uma fórmula para fazer o antídoto e por isso me encontro dando pulinhos de felicidade por aí. Se eu realmente conseguir, juro que raspo a cabeça! Agora eu fiquei com medo, deuses! Será que dá para apagar tinta? Nossa que idéia ótima! Talvez eu criei algo assim. 

Você não está pulando refeições, certo? Precisa se cuidar, criança! Quando sair das montanhas, vou te fazer comer um panela cheia de Japchae. E tu vai comer tudinho! Tome cuidado e estarei esperando a sua reposta. 

 

Do Jihan"

 

 

Cesso a gargalhada com muita força de vontade, achando hilário o fato de que mesmo por carta, Jihan é o mesmo. Até pude ouvir a voz e as diversas entonações.

O hyung certamente não era desse mundo. Faço uma nota mental de respondê-lo a altura. 

As próximas são sobre as bases e os planos que estavam sendo traçados. Nada que algumas horas para analisar o conteúdo das cartas e me atentar a cada detalhe. Já era tarde, não daria tempo para ver cada uma antes do sono me abater. Decido ler amanhã, as guardando na gaveta e pegando o celular na mesa de cabeceira. 

Entro no contanto do Jimin, esse que tinha mandado várias mensagens que não pude dar atenção na hora. 

 

Minnie pitoquinho \o/

Taehyung

Kim Taehyung! 

K i m T a e h y u n g

Tu vai me ignorar mesmo? 

Ok, eu não sou mais o seu melhor amigo. 

TAEHYUNG! 

Agora é sério, não me liga nunca mais 

:( 

u.u.

Eu

Oiiii, meu amigo do core que ninguém pode substituir. 

Desculpa por não responde antes ;(

Estava cheio de deveres.

Minnie pitoquinho \o/ 

Tudo bem, meu anjo. 

Está se cuidando, hu? 

Eu

Jimin, vc muda da água pro vinho em um estalar de dedo. 

E sim, eu estou me cuidando.

Vc é a terceira pessoa que pede isso ksksksks

Minnie pitoquinho \o/ 

Anos de amizade e ainda não se acostumou com a minha bagunça? Tsc, garoto. 

E quem é que tá querendo roubar vc de mim, ein? 

Vou falar para o coelho!

Eu

Ya, só eu posso chamar ele assim!

E é a minha mãe e o Jih

Vc é maluco demais para a minha vida, Park. 

Minnie pitoquinho \o/

Faça me rir, Tae!

Vc é pior do que eu!

Principalmente quando estava dando uns pega no COELHO e todo minuto ficava me perturbando com o seu: transo com ele ou não? 

Eu

Ei! 

Minnie pitoquinho \o/

A tia hirai tudo bem mas esse tal de Jih aí, quem ele pensa que é? 

Eu

Seu ciumento KKKKKKKKK

Minnie pitoquinho \o/

Sou mesmo lol

Eu

Como estão as coisas com o Nam? 

Minnie pitoquinho \o/

Está uma maravilha aaaaaaa

Amigo, vc não tem idéia o quão bom é sentar naquele homem. Ui, fico com tesão só de lembrar. 

Eu

JIMIN! 

LWUBAKAWIHABBANAJA

Vc é horrível, garoto 

Minnie Pitoquinho \o/

O que?

Não vai dizer que tu e o projeto de coelho ainda não transaram? 

Eu

Sim, a gente já transou. E para a sua informação, aquele projeto de coelho tem uma pegada que é de cair de boca rsrsrsr

Mas vamos mudar de assunto, não? 

Minnie pitoquinho \o/

QUEM É QUE TÁ SENDO O SAFADO AGORA? 

Vou mandar um print dessa conversa para o jk kkkkkkkk

Eu

Vc não ousa, Park Jimin! 

Juro que te faço virar um porquinho de Índia agora mesmo! 

Minnie pitoquinho \o/

credo homem. Não sabe nem brincar 

Vou pedir o Namu em namoro. 

Eu

Sério? Isso mesmo, chim! 

Não deixa aquele gostoso escapar

Minnie Pitoquinho \o/

Falo a mesma coisa para vc, Taehyung. 

Quando vai ser o casamento? 

Eu

Por mim seria ontem 

 

Minnie Pitoquinho \o/

QPWUSBLAOAUABANAOAJAB

OPA. 

Desculpa é que o celular caiu na minha cara rs 

Agora que eu mando um print para o teu namorado. 

Eu

Vou te depenar e fazer cozido, Jimin! 

 Minnie pitoquinho \o/

deus me livre

Amém. 

Eu 

hahahahh 

Minnie Pitoquinho \o/

Preciso me recolher agora, ok?

Tô morrendo de saudades do meu soulmate. 

Eu

Durma bem, soulmate ♡♡

Te amo

Minnie Pitoquinho \o/

também te amo, praga 

kisses

 

Sorrio bobo, indo dar boa noite para o meu neném. Ele já devia estar dormindo e no avião com destino à Grã-Bretanha. Mas mesmo assim eu fazia questão de deseja-lo sonhos bons. A última mensagem era dele falando para eu não esquecer de mandar notícias e um "eu te amo". 

 

Meu bebê 

Eu

Boa noite, amor. O hyung te ama e já está com saudades do seu abraço 

 

 

 

JK POV

Grã-Bretanha, 3025 

 

Chego em terreno britânico às sete horas da manhã e sou recebido por uma pequena comitiva que se resumia na família real e em alguns lordes e baronesas. Todos me encaravam com o nariz em pé, como se fossem muito mais importante do que eu. A xenofobia nos seus olhos e gestos não dava para ser escondida. Eu dou de ombros diante de toda aquela arrogância. Não me rebaixaria ao nível daquelas pessoas mesquinhas. 

Respiro fundo, lembrando-me das palavras do Kim. Não faça nada que fará as coisas piorar entre os dois países. Eles estarão loucos para verem você contra-atacar, porém não dê esse gostinho. 

Taehyung sempre tinha os melhores conselhos. Escondo a tempo o sorrisinho apaixonado só de lembrar do mais velho. 

Ao meu lado, meu conselheiro e o ministro de relação internacionais permanecem com as expressões imparciais, obedecendo o protocolo que fiz questão de pontuar. Não iríamos demonstrar simpatia para o povo que atacou o nosso. Estávamos ali para tratar sobre assuntos importantes, não para distribuir sorrisos por aí. 

- Seja bem-vindo, Príncipe Jeon - o rei Davies é o primeiro a me cumprimentar com um aperto de mão. 

- Agradeço pela a hospitalidade, Majestade - digo, não fazendo questão de fingir que estava satisfeito com a situação. 

- Alteza - a rainha estende a mão para que eu a beije, um sorriso um tanto estranho no rosto. Oh, ela devia gostar dos mais jovens.

- Majestade - replico, ignorando a sua palma. 

Ninguém reclama, mas sei que em suas mentes estão me repreendendo com xingamentos. Eu realmente deveria fingir alguma coisa? Porra, eles mandaram dois mísseis para o meu reino! Aquilo não iria passar batido. 

- Nos acompanhe, Sr. Jeon. 

E eu acompanho, observando as ruas de Londres pela a janela, não podendo negar a beleza da capital. Os prédios antigos eram agradáveis de se admirar, uma história escrita através dos milhares de anos. 

O castelo dos Davies era tão grande como o de Seul, extravagante com o seu ouro e diamantes. Era completamente impecável. Infelizmente não consegui apontar defeitos na construção. 

Vou direto para os aposentos que separaram para eu me acomodar, trincando os dentes ao passar pelo o filho primogênito e herdeiro, o mesmo que sutilmente esbarrou o seu ombro no meu em pura provocação. Tudo bem, era só respirar e não perder o foco. 

Alguns servos me ajudam com a mala e a troca de roupa, me vestindo em um traje formal para poder me encontrar com o Conselho real que estava à minha espera. Prendo o broxe do brasão no peito, alinhando os fios de cabelo com o pente e pondo a coroa. Ao finalizar, acompanho um dos guardas, junto aos meus dois homens. Os corredores eram largos e iluminados pela a luz do sol, o tempo levemente frio. As trancas de ferro do portão é aberto após o meu nome ser anunciado, chamando a atenção de todos os presentes do salão. 

Me sinto um pouco incomodado por tantos olhares em cima de mim, mas faço o possível para não demonstrar. Eu não deveria ser fraco naquele momento. 

Em passos firmes e sincronizados, corro os olhos por todo o recinto, estudando cada rosto, buscando na memória os nomes que a minha equipe me deu para estudar. Sabia quem era quem antes mesmo deles abrirem a boca, e pude desvendar a intenção de cada gesto. Eles eram previsíveis até demais. Isso facilita muito. 

- Nos sentimos honrado com a vossa presença, Alteza - novamente o rei inicia as cordialidades.

- Vamos pular as formalidades, Majestade - digo com um sorriso extremamente falso - Não quero perder o meu tempo com palavras jogadas fora. Sabem do porquê estou aqui, certo? 

- Temos uma pequena noção, príncipe Jeon. O senhor poderia nos dizer? - um dos ministros junta as mãos em cima da mesa, esperando a minha resposta. 

Fecho a mão em um punho, controlando a minha sede de vingança. Aquela fala fora tão cínica que a minha única vontade era de quebrar os dentes do velho. Contudo eu precisava manter a bandeira da paz bem erguida. Caminho em direção à cadeira que tinha o meu nome escrito, o ministro se acomodando acomodando ao meu lado direito e Yoongi à esquerda. 

- No dia 15 de maio, exatamente às 13:22, duas ogivas caíram em mar sul-coreano e derrubaram dois barcos da patrulha marítima, matando quinze profissionais que não tiveram nem a chance de se protegerem. E à troca de quê? - indago, espalmando a mão na mesa - Uma richa do passado? 

- Como soube? - o rei pergunta surpreendido. 

- Eu tenho os meus meios, majestade - debocho - Pensa que nunca iríamos descobrir? Vocês sabem o quão mesquinho foi a ação desse país? Querem dar o troco à algo que aconteceu à duzentos anos atrás. O passado pertenceu aos nossos antepassados, mas o presente pertence à nós. O antigo rei Jeon não é o mesmo que eu ou o meu pai. Meu povo não tem culpa de que o seu tataravô era inimigo do meu. Ou que provocaram mortes do reino um do outro por causa disso. 

- Você não sabe de toda a história, Jeon. 

- Isso não é motivo de nos atacar e matar os meus homens. Não deixarei isso barato. 

- E o que fará? Temos vários exércitos ao nosso lado. 

- Me surpreendo cada vez mais com o ego de vocês - ri - Nós também temos exércitos ao nosso dispor. Mas não é minha intenção provocar uma guerra e tirar vidas inocentes. Não sou tão baixo assim. 

- A sua linhagem sempre fora covarde e traidora - o filho mais velho do rei balbucia - Os Jeon's não mereciam o trono. 

- Minha família governa a Coréia do Sul à séculos e assim será até que haja herdeiros - retruco - As coroas são nossas, e não será uma mágoa antiga que dirá o contrário. 

- O que você realmente veio fazer aqui, Alteza? 

- Vim resolver esse problema e estou atrás da justiça. Eu mesmo reunirei o conselho mundial e iniciarei uma audiência contra esse país. 

- Você não ganhará, Jeon. Somos muito mais importante do que vocês. 

- Tão ingênuo, Majestade - sou sacarstico. 

- Olha como fala, garoto! Eu sou um rei e esse país é meu. 

- Eu vim em paz, Senhor - ergo as mãos - Vai mesmo quebrar os protocolos e ameaçar o seu convidado? Tsc, temos bastante testemunhas nesse salão, não acha? 

- Maldito! - se impulsiona para a frente, tentando me agarrar, mas impedido por dois guardas.

- Querido! Não podemos - a rainha diz com um Q de desespero - Ele não violou nenhuma regra, se o atacar, estará atacando um reino inteiro. 

- Essa é minha intenção - rosna, olhando diretamente para mim. Quase rio de tão ridículo que aquele homem era. 

Me levanto, seguido pelo os outros dois que até naquele momento havia permanecido em silêncio. 

- Irei me retirar, pois a viagem me cansou. Podemos continuar essa conversa em uma outra hora - repuxo o canto dos lábios, achando divertido as expressões azedas de todos ali - E não se preocupem, não costumo envenenar as comidas dos meus inimigos - pisco um dos olhos, não esperando para ver as faces ultrajadas. 

Oh, isso foi divertido. 

 

 

 

 

- Ousado, posso dizer - Yoongi comenta, observando as chamas crepitarem na  lareira - Se não estivéssemos sob a bandeira da paz, sem dúvidas já estaríamos mortos. 

- Tenho que concordar com o Min, Senhor - 

Iseul, ministro das relação internacionais, fala - Foi uma jogada arriscada. 

- Eu precisava confirmar as minhas suspeitas - suspiro, bebericando o capuccino - Parece que eu estava certo. 

- Quando foi que descobriu, Alteza? 

- Recebi uma correspondência de um amigo que não vejo há muito tempo - explico - Ele trabalha aqui no palácio, um cargo bem próximo do Rei. Uma certa vez, Magnus ouviu uma conversa entre o conselho interno. Era sobre a minha família. Parece que Jeon MalChin e Smith Davies eram amigos que brigaram por causa da mão de uma dama. Mas a mulher escolheu o meu tataravô e por isso Davies se sentiu ofendido. Uma coisa bem tosca. 

- Esse realmente é o motivo? - Yoongi pergunta incrédulo. 

- Um dos - esclareço - Tem mais coisa por trás que irei descobrir. 

- Por isso veio para cá? - Iseul questiona. 

- Sim - respondo - Ainda preciso saber o que eles queriam dizer quando falaram que os Jeon's não merecem o trono. Sinto que algumas respostas que estou procurando acharei aqui. 

O ministro não entende essa minha última fala, porém uma sombra de compreensão passa pelo o rosto do Min. Sorrio pequeno. Yoongi não era bobo e nunca seria. E esse foi um dos motivos em que o nomeie o meu conselheiro à uma semana atrás. A minha subida ao trono não demoraria muito. 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Conseguimos capturar Chae HyungWon, Alteza - Iseul sussurra no pé do meu ouvido. Eu estava no meio de um baile em homenagem à minha visita. Um fato bem irônico. 

- Vá até a entrada leste e me espere lá - escondo a boca com a taça. 

- Sim, senhor. 

O ministro se afasta, deixando-me sozinho para cumprimentar algumas pessoas para não levantar nenhum suspeita. Naquela tarde havia participado de mais uma reunião regada de alfinetadas e discursos de ódio disfarçados pelo o tom manso e sorrisos. Ficou decidido que a Grã-Bretanha seria julgada e teria que indenizar todas as famílias dos falecidos. Não que dinheiro pudesse suprir a falta da pessoa, mas pelo menos os ajudaria nas economias. 

Quando vejo que todos estavam distraídos com os falatórios, me misturo por entre os convidados, andando calmamente e agindo de maneira natural. Chego no leste do Salão de festas, não precisando abrir a boca para que Iseul entendesse que deveria me guiar agora. Passamos por corredores vazios, sem sentinelas ou servos. Havíamos estudado a planta do castelo quando ainda estávamos em Seul. E nossos agentes infiltrados aqui também colaboraram para os conhecimentos que possuíamos sobre a fortificação. 

Fico alguns poucos passos atrás do outro, o seguindo para onde o nosso querido convidado estava. Foi um pouco complicado acha-lo e fazer isso sem criar alarde, porém possuo ótimos profissionais ao meu lado. 

Folgo a gravata azul no pescoço, incomodado com o aperto. Eu definitivamente odiava aquela adereço. Não sei como que Taehyung ama e ainda por cima fazia coleções. Taehyung. Eu ligarei para ele quando estivesse descansando no quarto. Já estava morrendo de saudades de ouvir a sua voz, mesmo que tenha passado somente dois dias longe dele. 

Descemos mais escadarias, chegando no que deveria ser o sub-solo do castelo, onde se encontrava o calabouço que era usado no passado. Hoje em dia existia prisões espalhadas pela a capital. 

Paramos em frente de uma porta do meu tamanho, larga e de aço. Iseul dá três toques, talvez um tipo de código para que abrissem-a. E quando isso acontece, nós passamos por ela, deparando-nos com uma cena mais ou menos corriqueira. 

Yoongi e duas mulheres desconhecidas com vestimentas totalmente preta conversavam, sentandos em um banco revestido por uma capa de couro. Três dos meus agentes estavam em pé, vigiando o homem acomodado na cadeira que se localizava no meio da cela. Suas pernas e braços se encontravam pesos por algemas, sangue seco nas suas têmporas e um corte na boca. É, parece que alguém se divertiu um pouco. 

Arqueio uma sobrancelha em questionamento, sendo prontamente respondido pelo o In. 

- Ele não estava colaborando, senhor. 

- Compreendo - sorrio ladino, arrastando uma cadeira para que pudesse sentar perto do convidado, especificamente em um ângulo que eu conseguisse encarar os seus olhos diretamente. 

- O que vocês vão fazer comigo? - a voz alheia sai firme, porém era impossível que ele escondesse o nervosismo que refletia em suas pernas inquietas ou o engolir em seco realizado em cinco e cinco segundos.

- Se colaborar, nada de extremo - o Min é quem fala, se pondo na minha lateral direita. Usava um terno justo e um penteado atraente, o que contrastava com a arma que brincava com os dedos pálidos e finos. Yoongi era um baita de hipócrita quando sempre me julgava ao tomar decisões perigosas, justo ele que andava por aí carregando a sua coleção particular de brinquedinhos nem um pouco saudável. 

Meu primo não era uma flor que se cheire, mas era bom o suficiente para que eu o mantenha perto. Além de termos aquela relação estranha de quase irmãos. A família sempre vinha em primeiro lugar, uma coisa assim. 

- Ainda não sei o que fiz de errado para estar aqui. 

- Oh, não? - dou um suspiro teatral, me inclinando até que o meu rosto estivesse bem perto do outro - Você não sabe quem eu sou? 

- Eu sei, Alteza. 

- Ótimo, estamos progredindo - repuxo o canto dos lábios - Então também sabe que sou o seu superior, certo? 

Ele balança a cabeça em afirmação. 

- Você trabalha para a agência de inteligência coreana à mais de três anos, e faz pouco de cinco meses que foi selecionado para uma missão bem específica e sigilosa, Chae HyungWon. E é bem interessante que o destino era o coração de Londres, lugar em que você tentaria se infiltrar para ajudar o seu país, não? 

- Senhor...

- Mas em vez disso, você não seguiu o plano e vendeu nossas informações para o inimigo. E por sua culpa, quinze pessoas morreram, HyungWon. Você é uma vergonha para a Coréia do Sul - sussurro entredentes, o ódio borbulhando dentro de mim - Tem idéia da merda que você causou? 

- E-eu não tive escolha - o moreno gagueja, lacrimejando. 

- Não teve? 

- Não, alteza - nega apressado - Eu estava sendo ameaçado, pois fui descoberto por...

- Não se dê o trabalho de mentir, Chae - interrompo aquela ladainha fajuta - Sabemos que foi unicamente escolha sua se transformar em um homem sem honra. Temos provas e gravações. O lorde que comprou informações sua está nesse momento comendo feliz com a sua família enquanto você permanece aqui, perecendo com a própria desgraça. E é isso que acontece quando se deixa ser levado pela a cobiça, o único caminho é a vergonha e a sarjeta. 

- Por f-favor, senhor - o ex-agente começa à implorar quando percebe a sede de retaliação no meu olhar. Seu corpo tremia em antecipação do seu possível fim. Um covarde que se escondia atrás de mentiras e dinheiro - Me perdoa, eu... 

- Não é para mim que deve pedir perdão, otário - xingo, não segurando a vontade de socar a face já ferida. E assim faço, sentindo uma dor mínima na mão quando lhe dou um soco, arrancando sangue do seu nariz. 

HyungWon geme dolorido, surpreso pelo o ataque. 

- Yoongi? - o recinto estava um completo silêncio, à não ser o barulho das respirações das sete pessoas. 

- Sim? 

- Ligue para Sehun e peça para que ele arranje os documentos de deportação de Chae HyungWon. 

- Como quiser, Alteza - o platinado tira o celular do bolso.

- Iseul? 

- Estou ouvindo, Senhor.

- Providencie um julgamento público na Suprema corte contra esse verme. Ele será acusado de traição na frente de todo o reino. 

Mate-o.

Não. 

- E nada que aconteceu aqui sairá daqui, escutaram? 

- Sim, senhor - todos responderam. 

- Você terá o que merece, HyungWon - encaro-o. 

- O avião já está pronto, Alteza. 

- Okay, podem ir. Ainda ficarei aqui - digo - Há coisas que preciso resolver - eu também não podia embora, porque levantaria muitas suspeitas, além de que a reunião com o Conselho mundial ainda não fora marcada. 

E ninguém pergunta nada, à não ser Iseul e Yoongi, meus parceiros na caçada do passado da minha família. Estranhamente, algo me dizia que havia uma ligação com tudo o que estava acontecendo. Odnum, os Vkhuner, o mago, os rumores e Taehyung. Eu. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Após aquilo, eu volto à festa, mas não fico muito tempo em consequência da dor de cabeça infernal. O esforço que mantive para que o líder ficasse calado e não me influenciasse em um ato de raiva, me fadigou. E a única coisa que passava pela a minha cabeça era tomar um banho gelado e dormir. 

Me despeço da família real e dos outros, posando para algumas câmeras de fotógrafos de jornais famosos. Aquela minha visita à Grã-Bretanha estava dando o que falar no meio político, quanto na mídia. Os reinos se perguntavam qual seria o desfecho daquela richa repentina entre dois países poderoso e ricos.

Livro-me das roupas assim que fecho a porta, mandando uma mensagem para o conselheiro e o ministro de que iria descansar. Os seguranças que eu havia contratado iria zelar pelo o meu sono em um reino estrangeiro. 

Tomo um banho demorado na banheira, relaxando com os aromatizantes dos sais que joguei na água. E só saio quando meus dedos começaram à enrugar. Com preguiça de secar o cabelo, somente passo um creme e uma máscara no rosto, me jogando na cama macia vestindo só uma cueca. Não precisava de uma blusa quando se tinha um aquecedor. 

Checo as horas no relógio, vendo ser meia noite. Em Odnum devia ser por volta de oito horas da manhã. Será que Taehyung estava ocupado? Não custava tentar. Eu precisava falar com ele. O Kim era o único capaz de me acalmar e trazer paz para a bagunça que eu era. 

Desligo a luz, ficando em completo breu, esperando ansiosamente que o bruxo aceitasse a chamada. E quando ouço a sua voz, é como se eu tivesse corrido uma maratona, o barulho do sangue sendo bombardeado se tornando estrondoso aos meus ouvidos. 

- Gguk? - percebo o tom confuso. 

Céus, aquela sensação de queda livre nunca iria passar? 

- Oi, meu bem - meu sorriso rasgava o rosto. Tão diferente da carranca de horas atrás. 

- Você já não deveria estar dormindo, amor? 

- Sim, mas antes queria ouvir a sua voz. Ela me acalma. 

- Aconteceu algo? 

- Aconteceu, porém não quero falar sobre isso - suspiro - Já me irritei o bastante por um dia só. 

- Tudo bem, neném - fala carinhoso - Queria estar aí para te confortar com o meu abraço. 

- Eu também - me reviro na cama - Mas é perigoso demais. Quando eu voltar, juro que serei o maior grude, hyung. 

- Não vou reclamar - ri baixinho. 

- Estou te atrapalhando? 

- Oh, não! Na verdade, estou deitado na minha cama em um tédio danado. O ancião precisou se ausentar essa manhã, então sem treinos. 

- Que pena do meu bruxinho - Taehyung me xinga de falso do outro lado da linha - Amor.

- Hum? 

- Você quer testar uma coisinha? 

- Que coisinha, Jungkook? - pergunta cauteloso. 

- Juro que isso vai te tirar do tédio. 

- O que está aprontando, hu? 

- Onde você 'tá, hyung? 

- Na cama. 

- Ótimo. 

- Como assim ótimo? 

- Tae, você pode tirar a sua roupa? 

- Hein?!

- Só faça como eu pedi, amor - digo manhoso e arrastado, fazendo que o moreno resmungasse um: "Golpe baixo". Fecho os olhos, imaginando Taehyung bem na minha frente, se despindo com o olhar sensual e felino, provocando-me com o seu balançar de quadril enlouquecedor.

- Já tirei, bebê - engulo em seco ao ouvir a voz grave carregada de malícia. É, ele havia sacado a minha intenção e pareceu gostar da idéia - Agora tire você. 

- Eu estou de cueca, hyung - solto uma risadinha sapeca. 

- Ah, é? Se livre dela, Jungkook. Tenho certeza que ela está apertando o seu pau duro, não? 

Droga, ele estava certo. Eu já estava duro como rocha, o falo pulsando em expectativa. Como Taehyung conseguia me excitar tão rápido? 

- Se toque como se fosse a minha mão estivesse aí, Gguk - a fala faz o meu pau pulsar ainda mais. Era deliciosamente doloroso. E que se foda, o meu namorado já me tinha na palma da mão e eu não me envergonhava disso. Envolvo o membro, massageando-o com calma, permitindo que algumas arfadas escapassem - Eu estou o punhetando de cima para baixo... ah!... e você geme o meu nome, amor... 

- Tae... - mordo os lábios com força, explodindo de ansiedade e tesão.

- Isso, neném - eu conseguia ouvir os gemidinhos roucos dele enquanto também se masturbava - Agora imagine a minha boca te chupando como se eu fosse uma vadia desesperada pelo o seu caralho, a minha língua sugando e maltratando a sua cabecinha, e você implorando para que eu deixasse você gozar. 

- P-porra! 

Aumento a velocidade do punho, grunhindo de prazer pelo o estímulo. Puta que pariu! Eu queria tanto que no lugar da minha mão fosse a boquinha quente do meu hyung. 

- Você i-ia deixar eu b-bater no seu rosto c-com o meu pau, sua putinha? - arqueio as costas, gemendo junto ao Kim. 

- Sim, s-sim - arfa pesado - Oh, Gukkie! Eu amo quando v-você fode a minha boca. Tão bom... 

- Você gosta, Tae? - rodeio a glande sensível com o polegar, mas na minha fantasia era os lábios inchados do bruxo - Gosta quando sou bruto, hum? 

- Céus... eu amo, bebê. Amo q-quando puxa o meu cabelo como se eu fosse u-uma cadela - geme alto, me entorpecendo com os barulhos deliciosos - Eu estou tão apertado, Gguk. 

- M-merda, Taehyung! - meu baixo ventre se contrae involuntariamente - Fique de quatro, amor.

- Com a bunda bem empinada? 

- Assim mesmo, hyung. 

Respiro fundo, diminuindo a velocidade da mão, brincando com as bolas pesadas do meu saco escrotal. 

- Já, bebê. 

Imagino Taehyung com os joelhos e cotovelos apoiados no colchão, a cabeça corada e suada escondida no travesseiro. As costas banhadas pelo o sol arqueadas em um arco hipnotizante, a bunda farta expostas e preparadas para serem surradas pela as minhas mãos. O buraquinho avermelhado e enrugado se contraindo diante do nada, pedindo por ser preenchido por mim. 

A imagem me faz gemer alto, deliciado naquele mar de volúpia que era cada pedaço daquela pele caramelizada. 

- Chupe o seu dedo, Tae, imaginado serem os meus. 

- Assim? - a indagação sai abafada e com som de saliva, o suficiente para enviar um arrepio por toda a minha espinha. 

- Humm - prenso os olhos - Coloque ele dentro do seu cuzinho, amor. 

- Ah! - Taehyung ofega - E agora? 

- Agora mexa ele bem devagar, hyung. Assim... isso... coloque mais um...

- Caralho! Ggukie... - soluça - Isso é tão gostoso - choraminga dengoso. 

- Eu não aguento mais, Tae - as poucas lágrimas descem pelo o meu rosto - Eu quero tanto enfiar meu pau em você. 

- Pense que os meus dedos é o seu pau, amor - ativo o viva voz, me concentrando na punheta desesperada - Aaahn! Você m-me arromba tão bem, bebê... eu sou a sua puta, Jungkook - os seus gemidos se tornam altos e bem mais manhosos, mostrando que Taehyung estava quase lá. 

- Goze para mim, hyung. 

Arqueio novamente as costas, chegando ao ápice quando ouço o gemido longo e cansado do moreno, meu corpo sofrendo tremores violentos, minha alma parecendo sair por um momento. 

- Amor, você está aí? 

- Hu? - resmungo sonolento, tateando a cama à procura do celular. 

- Vai se limpar, meu amor. 

- Depois... - bocejo. 

- Eu te amo, sabia? 

- Eu te amo também - sorrio bobo - Muito. 

- Boa noite, bebê. Eu amei fazer isso, Gguk.

Não respondo, já não conseguia encontrar a voz. No fim, acabo adormecendo sujo de porra e com o coração quentinho. Uma ótima combinação, devo ressaltar. 

 

 


Notas Finais


Até a próxima att 💘


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