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História BTS: Camera Prive - Wilde


Escrita por: knamjaworld

Notas do Autor


Esta é a foto que Taehyung olha.

Capítulo 18 - Wilde


Fanfic / Fanfiction BTS: Camera Prive - Wilde

Reuniram-se na quarta e quinta e finalmente terminaram o roteiro e as partes técnicas. Tinham duas semanas para entregar o trabalho pronto e não podiam perder tempo, tinham que ensaiar e começar a gravar já na semana que vem. Jimin sugeriu que passassem seis horas por dia na mansão, ideia essa que a princípio Taehyung pareceu não concordar muito, mas acabou cedendo. Estavam todos empolgados para pôr a mão na massa!

Na quinta, ao chegarem em casa após a reunião, como de costume Jimin foi relaxar em sua banheira e Hoseok foi para a cozinha preparar um lanchinho para os dois. Ao sair do banho Jimin sentou-se à mesa e pegou uma maçã. Ouviu seu celular tocar, era o mozão. Atendeu.

— Oi mozão.

— Oi Jimin, como foi o dia hoje?

— Foi cansativo, mas pelo menos agora já estamos com o roteiro pronto. Acertamos as partes técnicas também.

— Tipo equipe de filmagem, maquiadores, coisas do tipo?

— Sim, e um professor particular de inglês pra cada um de nós.

— Isso vai sair bem caro hein...

— Não pra nós, amore mio.

— Verdade... — riu. — Então, tô ligando pra te dar uma notícia.

Jimin sabia que tinha alguma coisa por trás dessa ligação fofa de Yoongi, sempre tinha.

— Diga.

— Como já é de seu amplo conhecimento, o Hoseok e eu estamos trabalhando em um projeto musical e...

— Olha, não tem como eu te emprestá-lo por mais tempo, inclusive...

— Não, não. Não preciso de mais tempo. Bom, na verdade eu até preciso, mas é excepcionalmente nesse fim de semana.

— Como assim?

Jimin estava desconfiado.

— Eu marquei uma reunião pra esse fim de semana com o irmão do dono da revista pra qual escrevo, e...

— O que você quer com ele?

— Ora Jimin, ele é um produtor musical dos bons. Eu quero mostrar o projeto no qual estou trabalhando com o Hoseok e saber a opinião dele.

— Deixa eu adivinhar... Você quer levar o Hoseok?

— Claro, ele é de suma importância.

— Vai ser o fim de semana todo?

— Sim, vamos amanhã de manhã e voltamos no domingo à noite.

— Nossa Yoongi, é muito tempo!

— Sim, mas a reunião será na própria casa dos irmãos Bang, somos convidados especiais.

Jimin pensou um pouco. Os irmãos Bang, um dono de uma revista famosa e o outro um famoso produtor musical, eram realmente da alta sociedade. E, nossa, Yoongi era convidado especial deles... A primeira coisa que passou por sua cabeça foi ir junto e se apresentar como o noivo do futuro idol Yoongi. Porém logo se lembrou de algo: Hyuna. O encontro dela seria nessa sexta, então não poderia participar da reunião chique do noivo. Mas, claro, essa não seria a última oportunidade.

— Tudo bem.

— Sério?!

Yoongi pareceu não acreditar muito.

— Sim, sério. O Hoseok já sabe disso?

— Não, tenho que falar com ele ainda.

— Bom, então liga pra ele agora. Tenho que resolver uma coisa com a Hyuna.

— Ok. Beijos.

Jimin pigarreou.

— Te amo. — Yoongi disse.

— Também te amo. Até mais.

— Até.

E desligaram.

Hoseok acompanhou curioso toda a conversa, sem entender muito bem.

— Qual é a novidade do Yoongi? — perguntou.

— Ele vai te ligar e explicar. Mas já adianto que você vai precisar das suas malas.

Nisso o celular de Hoseok tocou e ele atendeu, era Yoongi. Jimin deixou-o na cozinha e foi para seu quarto, precisava contar a Hyuna que seu empregado não iria com eles ao restaurante.

— Vamos chamar o Taehyung então. — ela sugeriu como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer.

— Quê?! Mas nem morto eu vou pra um restaurante romântico com ele, quanto mais dividir a mesma mesa!

— Ué, vocês não têm que se sentar juntos.

— Mas se eu sentar sozinho vão pensar que sou um forever alone. É um restaurante romântico, porra!

— Aí fica difícil né... Olha, se quiser eu posso ir sozinha a esse encontro, sei me cuidar. Além do mais confio...

— Não, nem vem. Você não pode confiar em alguém que não conhece. Eu vou e ponto final.

— Vai ficar fofo você e o Tae juntos. — brincou Hyuna.

— Olha o que eu não faço por você, vagabunda.

— Também te amo. — riu. — Beijos.

— Beijos.

Desligaram. Jimin bufou. Logo, porém, pensou no quanto Hyuna estava empolgada com esse encontro e viu que valia a pena, pois ela sempre estaria ali quando ele precisasse. Sorriu.

Lembrou-se dos tempos de escola. Conheceram-se nos primeiros anos do ensino fundamental e foi amizade à primeira vista. Parando pra pensar, a Hyuna sempre fora sua única amiga de verdade, de dividir segredos, medos, alegrias e frustrações. Dizem que geminianos são falsos, mas não Hyuna, essa garota sempre fora leal a Jimin e ele faria tudo que pudesse para ajudá-la no que fosse deixá-la feliz, ainda que não concordasse muito, como era o caso agora. A garota sempre foi meio cabecinha de vento, mas fazer o que, era o jeito dela.

Pensando mais profundamente, Jimin percebeu que até poderia viver sem Yoongi. Mas sem Hyuna, jamais.

— Eu te amo, sua piranha. — riu.

Sempre foram os dois, somente os dois. Nem os namorados que tiveram, nem o próprio noivado de Jimin, nada nunca interferiu na amizade dos dois.

Mas agora...

Hyuna andava muito próxima daquele garoto e Jimin, ainda que não admitisse nem para si mesmo, tinha medo de perder o posto de único melhor amigo da garota de cabelo rosa. Afinal, ela sempre fora sua única amiga e achava justo que assim continuasse, só os dois, ninguém mais.

“Ninguém mais”, pensou e cerrou os olhos.

— Você está atravessando demais o meu caminho, Kim Taehyung.

E sua expressão se tornou maligna.

Ouviu batidas na porta de seu quarto, era Hoseok. Ele estava todo animado, os olhos brilhando, ficou muito tempo falando da viagem e de como apostava em seu projeto com Yoongi. Jimin ficou verdadeiramente feliz por ele, até esquecendo a malignidade de seus pensamentos anteriores.

***

Taehyung estava sentado em sua carteira olhando para o relógio acima do quadro negro. Acompanhava atentamente os ponteiros e cada segundo parecia uma eternidade.

— Tae!

O garoto pulou de susto. Era Hyuna, acompanhada de Jimin.

— Você tava viajando na maionese, hein... — disse Jimin, com sua habitual carranca.

Taehyung riu.

— Estava concentrado em olhar o relógio...

— Bom, lembra que eu tenho um encontro hoje né? — perguntou Hyuna.

— Sim.

— O Jimin e o Hoseok iriam comigo...

— Mas o Hoseok viajou e queremos saber se você vai no lugar dele. — intimou Jimin, que não estava com paciência.

— É. — concordou Hyuna.

Taehyung olhava-os meio confuso. Vasculhou sua mente e nela, mais especificamente na gavetinha da agenda, encontrou um programa para hoje à noite.

— Ah... — começou. — Bem...

Porém pensou pelo lado de que seria divertido, como se fossem agentes secretos e, ah, foda-se o programa, ele podia remarcar.

— Tudo bem! — empolgou-se. — Eu tenho um par de “work torks”, a gente podia ficar cada um de um lado do restaurante e se comunicar através deles, como nos filmes, e...

Calou-se ao ver a expressão indignada no rosto de Jimin.

— É... Eu pensei que ia ficar legal, tipo, a gente vestia um sobretudo, dá pra esconder uma pistola lá... — sorria quadradamente.

Jimin colocou cordialmente a mão em seu ombro e disse, com uma expressão de “hello, planeta Terra chamando!”:

— Não, só não.

— Tá. — disse Taehyung, sem graça.

— Você vai né? — perguntou Hyuna, de modo adorável.

— Vou.

— Ótimo! — deu pulinhos.

— Te pego às 9. — disse Jimin. — Esteja pronto.

— E vai ter reunião hoje?

— Não, vou passar o dia no spa. — respondeu Hyuna.

— Eu também. — disse Jimin, olhando-o de cima a baixo. — Vista roupa de gente tá, não quero que pensem que estou fazendo caridade levando um mendigo a um restaurante chique.

Taehyung riu.

— Pode deixar.

Como o sinal já havia batido, os três se despediram e foram embora.

***

Ao chegar em casa Jimin sentiu um aperto no coração ao ver que estava sozinho. Mais do que os serviços domésticos, ele apreciava a companhia de Hoseok. Agora era só ele e sua enorme casa... Vestiu-se adequadamente e foi almoçar em um restaurante, indo em seguida para o spa.

Lá encontrou Hyuna e ficaram a tarde toda falando sobre esse encontro e vendo fotos do J_Park.

***

— Me pega às 9. — Taehyung riu. — Podia me pegar mesmo. Pegar de jeito... — mordeu o lábio.

Estava sentado em uma poltrona em seu apartamento, perto da janela. Observava o movimento lá fora.

— Ah, Park Jimin...

Fechou os olhos e visualizou mentalmente aqueles lábios carnudos. Porém afastou tal pensamento, concentrando-se nas tarefas do dia. Levantou-se, foi para o quarto e ligou o computador. Antes de mais nada mandou um e-mail para o cliente com o qual faria o programa, avisando que surgira um imprevisto e que teriam de remarcar. Após isso entrou no Camera Prive.

O movimento, como sempre, estava caótico. Lembrou-se de uma célebre frase de Oscar Wilde:

“Tudo gira em torno de sexo, menos este, que gira em torno do poder”.

Era exatamente isso, sem mais. Devido à sua profissão, havia sido exposto aos mais diversos tipos de sexualidade humana. Mas não só. Havia também, além dos corpos, penetrado fundo nas diversas psiques que os acompanhavam. Os clientes não lhe pagavam somente por sexo, isso era raro, pagavam-no, na verdade, para aliviar os sintomas de suas psiques doentias. “Umas mais doentes que as outras”, pensou. Ele sabia que na verdade seu trabalho era alimentar sonhos ilusórios, fossem de uma natureza, fossem de outra.

Incontáveis vezes era submisso e dominador, pai, filho, amante. Animal de estimação também, mestre, tudo quanto uma psique poderia ardentemente desejar. A isso tudo mascarava-se com sexo, o prazer que ele proporcionava a seus clientes era muitas vezes o remédio do qual tanto precisavam.

O que havia em comum entre todos os seus programas é que jamais seu coração estava ali. Jamais. Nunca se envolvia emocionalmente com nenhum cliente seu.

Espera, havia sim uma exceção. Era Hobi. Eles tiveram uma relação emocionalmente profunda, mas antes que não tivesse mais volta, Taehyung sabia o que tinha que fazer.

E fez.

Foi embora sem nem se despedir. Não imaginava que voltaria a vê-lo, mas vez ou outra pegava-se pensando nele, em como estaria, se estaria feliz. Torcia sempre para que sim.

“O destino... Quem é que pode entendê-lo?”, pensou.

Focou, então, em seu trabalho. Fez um ótimo show para seu cliente no Camera Prive. Ao terminar, checou seu e-mail. Havia ali a resposta à sua mensagem, o cliente mostrou-se insatisfeito mas, já que não havia o que fazer, remarcou o programa para a próxima semana.

— Ótimo.

Taehyung desligou o computador e foi tomar banho. Tinha que estar impecável esta noite.

Não podia negar que sentira falta de Baby_J. Onde estaria ele?

Arrumou-se todo e, já pronto, sentou-se no sofá com uma foto em mãos e encarou-a. Tratava-se de um garoto novo, cabelos pretos, olhar confiante e lábios suaves.

— Não é um jantar romântico, Jungkook. Só parece que é. Meu coração sempre será seu, você sabe. — sorriu. — Meu amor.

Abraçou carinhosamente a foto e, ao ouvir a campainha tocar, guardou-a novamente.



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