História Bubbline: problemas em Ooo - CAPÍTULO 4 - O Sonho

- O que é isso aí?
Jujuba me mostrou o aparelho que ela tinha improvisado. Uma TV gigante com uma maca do lado.
- Esse é o meu visualizador de sonhos - Ela disse toda orgulhosa - Eu vou usar o simulador de realidade virtual com sensores neurais que vão ficar ligados na sua cabeça trasmitindo os sinais para o visualizador.
- Tá. Agora fala na minha língua - eu disse.
- Af, Marceline, o visualizador vai gravar os sonhos - Jujuba reclamou.
- Ah, sei, tipo um filme.
- Isso.
- Por que não disse logo? - eu rebati.
- Porque você é chata? - Ela também rebateu.
Eu tive que sorrir. Ok, dessa vez foi empate.
- Então, quer dizer que o laboratório é o meu quarto? - eu observei - Puxa, você levou a sério mesmo o lance de cobaia.
- Não, Marceline, é só por hoje - Jujuba sorriu - O mordomo menta ainda tá ajeitando as instalações do quarto para o visualizador.
- Ah, ta - eu me sentei na maca pra saber se ao menos era confortável.
- Bom, então é isso - Jujuba falou - Boa noite, Marceline.
- Bonnie, espera.
Jujuba ficou esperando ansiosa.
- Já é a segunda vez que você se mete em alguma coisa perigosa por minha causa - eu falei - e eu não sei como te agradecer por isso.
- Marcy, não precisa me agradecer - Jujuba segurou a minha mão - Acima de tudo, nós somos amigas. E amigos cuidam um do outro.
- Eu sei, e não é como se eu NÃO faria a mesma coisa por você, mas-
- Marcy - Jujuba me interrompeu - Você já me disse hoje o quanto o sou especial pra você. Essa é a minha forma de dizer o quanto você é pra mim.
Eu sorri. As vezes eu me esquecia do porquê eu gostava da Jujuba. Ela era metida, mimada, mas ainda era a mesma garota que eu conheci.
- Valeu, Bonnie.
Jujuba me deu um beijo na testa e saiu.
-- QUEBRA DE TEMPO --
Eu acordei da mesma forma que tinha dormido. Parece que eu só fechei os olhos por um segundo, e já estava de dia.
Me levantei e encontrei a Jujuba ainda de pijama sentada no computador vendo uns gráficos que eu não entendia.
- An... Bom dia. - eu disse.
- Ah, bom dia, Marceline. Te acordei? - Jujuba disse ainda atenta aos gráficos.
- Não, não. Eu nem lembro de ter dormido, na verdade. - eu falei - Nem de ter sonhado.
- Hm, deve ser um efeito colateral do visualizador de sonhos - Jujuba pensou - Mas que você sonhou, sonhou. Estou terminando de decifrar os códigos agora.
Sério, ainda pareciam só rabiscos pra mim.
- Finn e Jake vão chegar logo - Jujuba finalmente se virou pra mim - Parece que eles não estão conseguindo contato com o Prismo.
- E o quanto isso é ruim?
- Depende do quão ruim é o seu sonho.
-- QUEBRA DE TEMPO --
Finn, Jake, Jujuba e eu estávamos no laboratório. Faltava pouco para o meu sonho virar filme. Tá certo que era uma falta de privacidade, mas era importante.
Finalmente, começou a rodar. Mas quando começou, eu pressentia que não ia ser uma coisa agradável pra mim.
- Ué, quem é essa garotinha? - Finn perguntou - É você, Marcy?
- Tem uma mulher também - Jake observou.
- É a minha mãe - eu disse.
Jujuba, Finn e Jake ficaram me encarando. Taça bem claro que aquela situação não era muito agradável.
- Marceline, se você quiser, eu posso parar - Jujuba sugeriu.
- Tudo bem, Bonnie, pode ser importante - eu falei.
De repente, a cena mudou, e eu já estava com o Simon no tempo em que ele ainda era o Simon. Eu estava brigando com ele por usar o tempo todo aquela coroa, e o quanto aquilo fazia mal para ele.
Quando a Jujuba me viu chorando no vídeo, ela me olhou triste.
"- Simon, essa é a fita que você gravou pra mim? - eu perguntei no sonho.
- Não, não. Essa aqui é especial - o Simon do sonho guardou a fita numa mochila - Eu vou guardar num lugar seguro."
"- Não se esqueça, Marceline. Tudo o que fiz foi pra proteger você.
- Não, Simon. Não me deixe sozinha."
"Você vai acabar sozinha, Marceline"
Essa era a voz do vampiro Hierofante.
Então, o sonho acabou. Finn e Jake estavam concentrados e a Jujuba ainda estava me encarando.
- Er... Que estranho, né? Quer dizer, o sonho. - Jake falou.
- Marceline? - Jujuba chamou.
Eu olhei pra ela e percebi que ela queria que eu dissesse o que eu achei daquilo.
- Bom, pelo menos temos uma pista de que o Simon pode ter guardado mesmo aquelas coisas.
Jujuba se levantou e desligou o visualizador.
- Muito bem, então vamos ao trabalho. - Ela disse.
- Princesa Jujuba, chegou uma encomenda para você - o mordomo menta disse entrando no laboratório.
Ele carregava um dos pinguins do Simon. Nele, estava pregado um bilhete.
- "O Gunter achou o que vocês procuravam. Ps: eu também ajudei. - I.K." - eu li.
- Mandou bem, Simon - Jujuba sorriu.