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História Bughead: No Limite Da Atração - Capítulo 19


Escrita por: 6sprousehart

Capítulo 19 - Capítulo 19


BETTY 

Dois mil dólares. Era isso que o mecânico queria para fazer o carro do Charles funcionar. Bem, eu ganhava dez dólares por hora e, se tivesse sorte, era monitora do Jughead duas horas por semana. Se eu tirasse os impostos federais, estaduais e locais e a previdência social, eu consertaria o carro do Charles em ... Nunca.

O sol entrava pelas aberturas da persiana. A luz atingia com perfeição a foto de mim, do Charles e da minha mãe sobre a cômoda.

- Ei, lindona. – O Archie entrou no meu quarto, fechando a porta.

Em movimentos rápidos como os de um coelho, eu me sentei na cama, agarrei um suéter e o enfiei pela cabeça e, mais importante, sobre os meus braços.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu te falei que ia dar uma passadinha. - Ele caminhou pelo quarto e se jogou de barriga sobre o meu edredom lilás.

- Não. O que você está fazendo aqui no meu quarto?- Na minha cama?

- O seu pai e a Ashley disseram que eu podia subir. Ergui uma sobrancelha.

- O meu pai? Disse que você ... podia ... subir?

- É. Acho que você está julgando mal o cara. Ele está mais calmo agora. Nada parecido com o que ele era quando a gente namorava antes.

- Antes. Éramos um casal antes. Agora estamos saindo. – Namorada implicava sentimentos sérios, e a única coisa séria para mim no momento é que eu não queria o Archie no meu quarto, especificamente na minha cama. Comigo.

- O que aconteceu com o basquete das manhãs de domingo com o Reggie e os outros caras? - Ele tinha o mesmo ritual nas manhãs de domingo desde os oito anos.

- Vou encontrar com eles daqui a meia hora. Sei que você vai sair para comprar seu vestido hoje e queria te ver antes. - Ele colocou a mão sobre a minha e alisou o dedão na minha pele. - Olha, eu vou falar de novo, já que, quando falei isso ontem à noite, você não disse nada. Desculpa. De verdade, Betty, eu queria que você me desculpasse. Eu não fiz a ligação com o Charles até o filme acabar, eu juro.

- Tudo bem. - Sério. Estamos quites. Você me levou para ver um filme ruim. Eu saí e quase beijei um cara muito gostoso. Um cara que fez os meus dedos do pé se retorcerem e que dividiu comida comigo. Um cara por quem eu realmente deveria deixar de ser obcecada, porque Deus sabe que ele não está pensando em mim.

O Archie desviou os olhos para o mural marítimo na minha parede.

- Não acredito que você guarda essa porcaria. Depois do que a sua mãe fez com você.

Coloquei uma das mãos sobre o estômago, que estava revirando.

- Ela ainda é minha mãe.


Meu coração afundou quando os olhos dele se arregalaram e me lançaram o olhar "vocêestámaluca". As pessoas lançavam esse olhar para a minha mãe muitas vezes. Recebê lo pela primeira vez era uma droga.

- Você já terminou?

- Não. Você sabe que eu te acho supergostosa, não sabe? - O Archie parecia faminto, e acho que ele não queria o resto de bagel sobre a minha mesinha de cabeceira. - E aqueles vestidos que você costumava usar nos bailes eram fantásticos. - Ele fechou os olhos e lambeu os lábios.

Eu poderia apostar que ele estava se lembrando do baile do futebol americano no segundo ano. Vestido de cetim azul, saia curta e o banco traseiro do Lincoln do pai dele. Até eu tinha boas lembranças daquela noite.

Ele abriu os olhos e a fome desapareceu.

- Mas eu estava me perguntando que tipo de vestido você vai comprar. Sabe para você não ficar com vergonha.

Uau. Talvez ele devesse ir ao baile com a Ashley.

- Você está perguntando se vou expor as minhas cicatrizes? -

É. Não. É. - Ao se aproximar de mim, o Archie massageou a parte externa da minha coxa. Lutei contra a ânsia de me afastar.

- Eu te quero, Betty. Você sabe disso. É você que está puxando o freio do contato físico, não eu. E, para ser sincero, estou cansado disso. Várias garotas dormiriam comigo.

O Archie adorava um bom monólogo, mas eu não. Cortei a conversa.

- Então, pelo amor de Deus, vai dormir com elas. Você não vai me deixar culpada a ponto de transar com você.

Graças a Deus, ele tirou a mão da minha perna.

- Isso não está acontecendo como eu tinha planejado.

- Então me diz exatamente como você tinha planejado. Você achou que ia me dizer que está morrendo de medo de que eu mostre as minhas cicatrizes, e depois eu ia cair nos seus braços e a gente ia dar uns amassos?

Ele inclinou a cabeça. Ai, que droga. Ele realmente tinha pensado isso.

- Vai embora.

- Por favor, Betty - Eu tinha esquecido como ele se movimentava rápido. Ele deslizou sobre a cama e colocou um braço pesado sobre a minha cintura para me impedir de fugir. - Eu ainda te amo.

Engraçado, como a palavra amor direcionada a mim conseguia derreter minha fúria. Os músculos do meu estômago relaxaram, assim como o resto do meu corpo. Sentindo minha fraqueza, ele colocou os dois braços ao meu redor e me puxou em direção a ele.

Eu costumava adorar ficar deitada com o Archie, especialmente quando ele dizia que me amava. Houve uma época em que meu mundo girava ao redor dele. Eu sentia saudade desses dias. Eu sentia saudade de saber que alguém me amava e, deitada aqui, percebi que sentia saudade de amar alguém de volta.

- Eu nunca deixei de te amar. Foi difícil quando você terminou comigo. - Ele passava a mão para cima e para baixo nas minhas costas. O toque parecia familiar e, nesse momento, familiar parecia certo.

- Então, por que você insistiu tanto no sexo? Por que você não podia esperar até eu estar pronta?- Meu coração também tinha se partido quando eu terminei, mas eu estava cansada das brigas. Ele me forçava a cada segundo, pedindo, querendo mais.

- Não sei. Eu queria saber como era fazer sexo. Achei que, se eu te desse um tempo, a gente ia voltar depois de algumas semanas, mas aí. - Graças às minhas amigas, ele sabia o que tinha acontecido. – Posso te fazer uma pergunta?

Sem ter certeza se eu estava preparada para mais "perguntas" do Archie meu corpo se ergueu e desabou com um suspiro exagerado.

- Claro. - Por que não?

- Você ainda me ama?

Eu me apoiei no cotovelo e me obriguei a olhar para o Archie. Olhar de verdade para ele: os olhos azuis, o cabelo ruivo e o rosto que eu costumava adorar beijar e acariciar.

- Eu sempre vou te amar, mas não estou a fim, ainda não. Nem nos meus sonhos mais selvagens eu imaginei que você ia me querer de volta depois que eu me tornei a esquisita.

O dedo dele deslizou pela minha bochecha.

- Você nunca foi a esquisita, Betty. Não pra mim. Eu passei o último ano e meio todo esperando você resolver o que precisava resolver. Meu mundo inteiro ficou de novo no lugar no dia em que você voltou ao refeitório.

Meus olhos se arregalaram.

Uau. Simplesmente uau.

- Quero que você fique a fim de novo, e acho que a melhor maneira para isso acontecer é você pular de cabeça. Acho que a gente devia recomeçar de onde parou. Acho que a gente devia transar.

Minha ingestão de ar produziu um som alto.

- O quê?!

- Não agora, mas logo. Aposto que, se a gente transar, você vai ficar a fim de novo.

Eu sabia que devia estar parecendo um peixinho dourado num aquário pequeno, com a boca abrindo e fechando repetidas vezes. O estranho e que eu tinha conseguido o que desejava - eu poderia transar com alguém que me amava -, mas eu tinha me esquecido de acrescentar que queria amar o cara também.

- Eu não sei.

Ele simplesmente sorriu.

- Dorme e sonha com o assunto.

Dormir. Ah, que engraçadinho.

___________________________________________

- Caramba, Betty. Você hiBema por um ano e meio e acorda com uma pancada. - A Veronica terminou de tirar as roupas de igreja e colocou um suéter rosa e calça jeans. - O Archie diz que ainda te ama. E, por sinal, eu cantei a pedra. O Jughead Jones tenta te beijar. E você reclamando que ia morrer virgem.

Continuei a desenhar, deitada na cama que o Archie tinha abandonado segundos antes de a Veronica entrar.

- Não conte com isso ainda.

- Ah!- Ela prendeu o cabelo dourado em um rabo de cavalo. - O Archie está implorando por isso, e o Jughead, bem, pelo que ouvi, sexo é o que ele faz de melhor.

- Ouviu de quem? - perguntei, rápido demais e com entusiasmo excessivo.

Mantive os olhos no caderno de desenho e forcei minha mão a continuar trabalhando. Talvez a Veronica não tivesse percebido minha explosão súbita e muito alta. Ela quicou na cama.

- Aaaah, minha pequena Betty está a fim de um brinquedinho. Eu adoraria ver o cara sem camisa. Aposto que ele tem um tanquinho de matar. A Valerie, da equipe de dança, traçou o Jughead na época que estava sem namorado no último verão. Na verdade, foi ele que traçou. Ela disse que ele arrasou.

A ponta do meu lápis quebrou.

Idiota, idiota, idiota, idiota. Um idiota incrivelmente gostoso e extremamente doce.

- Entããão, qual dos dois você vai escolher? O cara que te ama ou o cara que você deseja?

Como é que uma pergunta dessas saía da boca de alguém que parecia tão etérea? Glinda, a Bruxa Boa, tinha a mente poluída. Não fazia mais sentido me esconder atrás dos desenhos.

Joguei o caderno e o lápis quebrado na mesa de cabeceira.

- O Archie pode me amar, mas não é exatamente atencioso.

A Veronica deitou do meu lado e pegou minha mão.

- É verdade. Ele e egocêntrico e tem a mente limitada a qualquer coisa que seja interessante pra ele. Mas você tem sentimentos por ele.

- Mas não estou a fim dele. - Não que eu estivesse a fim do Jughead também.

Suspirei internamente. Era impossível passar três segundos sem pensar no Jughead.

- O Jughead é gostoso - disse Veronica - mas você sabe que isso não vai dar em nada. Você acabou de conseguir sua vida de volta. Sair com ele seria um pesadelo social. Além disso, você não tem sentimentos por ele.

Ele dividiu o hambúrguer comigo e me fez rir. Não uma risada educada. Não uma risada falsa. Uma risada tão alta que fez todo mundo olhar. Daquelas que fazem a bebida sair pelo nariz. E eu contei a ele sobre a minha mãe, e ele encontrou um jeito de me fazer sentir melhor.

- Betty - disse Veronica, séria. - Por favor, me diz que você não tem sentimentos por esse cara.

- Não importa -resmunguei - Ele não vai ao Baile dos Namorados.

- Bom, essa foi uma resposta totalmente esquisita, mas vou aceitar. Então, mudando de assunto. Você precisa de anticoncepcionais.

Pela segunda vez no mesmo dia, eu me senti como um peixinho dourado.

- Não. Não preciso.

- Precisa sim. Aposto a minha bolsa da Big Buddha que você vai se juntar ao resto da mesa do almoço e vai realizar esse feito até a formatura. Com quem, eu não sei. - Ela imediatamente sussurrou: - Archie- antes de voltar ao tom normal. - Mas você definitivamente precisa de anticoncepcionais.

Anticoncepcionais? Tomar anticoncepcionais significava ter que falar sobre sexo, e eu me considerava sortuda por poder evitar a conversa sobre sexo com qualquer figura paternal.

- Meu pai vai surtar.

Veronica rolou para fora da cama, agarrou minha mão e me arrastou para levantar.

- Ah, não, amiga, a gente não vai falar com o papai. Vamos sair para comprar o vestido!

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Cinco torturantes horas depois, a Ashley e a Veronica finalmente concordaram quanto ao meu vestido para o baile. A menos que eu planejasse aparecer como a mãe da noiva, não consegui achar um vestido de mangas compridas.

Escolhemos um tomara que caia de cetim preto, que ia até o meio das coxas, com luvas de cetim preto que chegavam ate os meus bíceps.

A Veronica e eu bebíamos o nosso latte em uma mesa da praça de alimentação enquanto a Ashley terminava de pagar ao barista.

- Agora - sussurrou Veronica.

- Agora o quê? - Meus pés e minha cabeça doíam.

- A madrasta está toda feliz com o dia das meninas. Siga o roteiro e você vai se sair bem.

Meus olhos se arregalaram.

Ai, que droga. Agora era o momento em que íamos convencer a madrasta a me dar anticoncepcionais.

A Ashley se sentou a nossa mesa.

- Eu me diverti tanto com vocês, meninas. Lembram quando a gente fazia compras todo fim de semana?


É. Antes de você trair minha mãe pelas costas e dormir com meu pai. A Lila me chutou por baixo da mesa.

- Minha menstruação tem doído muito.

Minha perna latejou quando a Lila me deu outro chute.

A Ashley piscou, obviamente surpresa.

- Como?

A Veronica limpou a garganta.

- O que eu acho que a Betty quer dizer é que estamos muito felizes de passar esse tempo com você, porque tem um assunto que ela precisa falar. Uma coisa de meninas. Você sabe, o tipo de coisa que os homens não entendem. Sabe, no último ano, a menstruação dela ficou muito intensa e as cólicas pioraram. Não é isso, Betty?

- Hã - eu disse sem emoção enquanto tentava não piscar. Eu era péssima nisso. Ela me chutou de novo. - Quer dizer, é. Muito sangue e muita cólica. Nossa, cólicas horríveis. Como cólicas do Hades. É, eu odeio cólicas. Cólicas, cólicas, cólicas. Dessa vez, a Veronica pisou no meu pé.

- Como melhor amiga da Betty, eu disse que ela devia conversar com você. A minha mãe me deu pílulas quando a minha menstruação ficou muito intensa.

O rosto da Ashley se contorceu por um instante enquanto ela olhava de um lado para o outro, alternando entre mim e a Veronica.

Qual das duas ia vencer? A esposa que sabia que o meu pai esmagaria o BlackBerry com as próprias mãos se descobrisse que sua única filha estava tomando
anticoncepcionais, ou a mulher desesperada para se sentir melhor por ter arruinado a minha vida?

- Sim. Claro, Veronica. Você fez bem de falar para a Betty conversar comigo. - Um pequeno sorriso tocou seus lábios, mas os olhos ainda estavam se movimentando de preocupação.

- Há quanto tempo isso vem acontecendo?

Nunca.

- Mais de um ano.

- Por que você não falou comigo antes, querida?

Dei de ombros.

A Ashley deu um longo gole no latte.

- Como estão as coisas entre voce e o Archie?

Droga.

- Ashley, a gente pode se concentrar nos meus problemas menstruais?

Os olhos dela brilharam. A culpa tinha ganhado.

- Eu tenho consulta com a minha obstetra na segunda feira. Por que você não vai comigo e pedimos para ela dar uma olhada em você e te dar uma receita? Tenho um ultrassom marcado. Seu pai não pode ir, e eu fiquei arrasada porque não descobrimos o sexo do bebe na última vez. Não vai ser empolgante você ver seu irmãozinho ou irmãzinha?

Por um instante, achei que a Ashley ia cantar uma música. Agora, em vez de um chute, a Veronica estendeu a mão debaixo da mesa e pegou a minha.

Apertei a mão dela enquanto respondia:

- Claro. Vai ser ótimo.



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