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História Bughead: No Limite Da Atração - Capítulo 32


Escrita por: 6sprousehart

Capítulo 32 - Capítulo 32


JUGHEAD

- Eu queria poder dormir com você - murmurou a voz sensual pra cacete da Betty pelo telefone.

- É só você pedir, baby, e eu abalo seu mundo. - Eu tinha chegado do trabalho um pouco depois da meia-noite e decidido ligar para a Betty.

Eu me sentei na secadora, dando a Toni e ao Sweet o tempo de privacidade que os dois diziam que não precisavam. O Sweet fingia que a pegação entre eles não tinha acontecido, e a Toni fazia o mesmo. A boa notícia era que a Toni não tinha fugido para a casa da mãe nem tinha deixado outro cara qualquer usá-la. A má noticia era que o Sweet estava sofrendo.

No momento, tentei esquecer os problemas dos meus melhores amigos e me concentrei em me lembrar do cheiro delicioso de canela da Betty, e não do fedor úmido e mofado do porão. A risada da minha ninfa encheu minha alma.

- Você é tão mau. Estou falando de dormir. Tipo, dormir de verdade. Não de sexo.

- A gente não precisa transar. Tem outras coisas que posso fazer pra te ajudar a dormir.

- Você é impossível - disse ela por sobre o barulho de lençóis. - Você me faz sentir segura, Jughead. Talvez eu conseguisse dormir se me sentisse segura.

Era por isso que o Jacob tinha terrores noturnos? Será que ele não se sentia seguro?

- Eu entro no seu quarto sem ser visto e a gente experimenta. Só dormir, eu juro.

- O meu pai te mataria e depois me trancaria num convento.

- Eu corro o risco.

- Então... - disse a Betty em um tom extremamente leve. - Eu te disse que a história do exame nacional não ia funcionar. - Ela deu uma risadinha, gostando de estar certa.

Dez minutes depois de a terapia da Betty começar, eu entrei na sala da Sra. Collins e anunciei meu súbito interesse em fazer faculdade. Eu estava certo em uma coisa: a Sra. Collins pirou. Mas, em vez de ir correndo pegar as informações, ela falou rápido, me dizendo que precisava de tempo para reunir umas coisas. Depois me deu um cartão de consulta para quinta-feira, logo depois das aulas e momentos antes da consulta de hipnose da Betty.

- E você adora estar certa, não é?

- Shhh. Estou curtindo o momento. - A Betty bocejou alto. Os pesadelos dela tinham aumentado em frequência e em terror, graças as sessões de terapia.
Meus instintos diziam que ela só dormia algumas horas por noite, se forçando a ficar acordada para evitar os sonhos. Minha mente escapou para o Jacob e seus pesadelos.

- Se você soubesse a causa dos seus pesadelos, você contaria para a Sra. Collins?

- Você está chapado? - Ela nem esperou a minha resposta negativa. - Ela sabe a causa dos meus pesadelos, mas, para responder a sua pergunta, sim. A mulher é maluca, mas acho que ela sabe o que está fazendo. Bom ... meio que sabe ... Bem mais do que os outros idiotas que me atenderam. Eu não sei. Acho que eu meio que gosto dela. - A voz dela ficou ininteligível no final.

- Vai dormir, baby. Te vejo amanhã na escola.

Ela bocejou de novo.

- Vou desligar, mas acho que vou ler um pouco. Te amo. - Ela desligou, sabendo que eu não diria isso de volta. Eu queria ter a coragem dela.

- Me diz que você terminou com ela - gritou a Toni. Pulei da secadora e encontrei a Toni e o Sweet pea encolhidos na cama vendo televisão.

- Por que eu faria isso?

- Porque ela é maluca. E, antes de defender a garota, lembre-se que eu vi o surtinho dela.

Tirei a camisa, joguei no cesto de roupas sujas e me ajeitei no sofá para dormir. A primeira coisa que eu planejava comprar quando tivesse minha própria casa era uma cama. Uma king size, com travesseiros macios e lençóis.

- Nem tenta me ignorar! Sweet pea, diz pro Jughead que ele está quebrando algum tipo de código. Por exemplo, não se deve namorar uma garota maluca.

Fácil demais. Abri a boca para responder a Toni, mas o Sweet me impediu.

- Não, cara. Melhor não.

Peguei um travesseiro velho e manchado e enfiei debaixo da cabeça.

- Para de ser uma vaca.

- Valeu - murmurou o Sweet.

A Toni odiava ser chamada de vaca. Mas, quando a carapuça servia...

- Tá bom, cara. Continua dizendo pra si mesmo que não está namorando a Sybil. Ela tem nomes diferentes pras personalidades dela?

- Pega leve, Toni- disse o Sweet pea.

Isso precisava parar. Quanto mais a Toni me provocava e eu defendia a Betty, maiores as chances de ela criticar a garota. A Betty já tinha problemas suficientes sem ter que lidar com a minha tagarela irmã de consideração. Se algum dia a Betty descobrisse, ficaria mais do que irritada, mas eu tinha que fazer isso pela sanidade de todos.

Joguei o braço sobre o rosto, esperando que, depois de falar, eu finalmente pudesse dormir.

- No fim do segundo ano, a Betty foi atacada. A mente dela reprimiu as lembranças, e a Sra. Collins está tentando fazê-la se lembrar. O que vocês viram na garagem foi ela se lembrando de um pedacinho daquela noite. Dá um tempo pra ela.

Uma risada soou na televisão, seguida de um comentário engraçadinho de um ator. Esperei alguma observação maldosa da Toni. Ajeitei o braço e vi a expressão apavorada dela. O Sweet estava lhe acariciando o cabelo e murmurou alguma coisa para ela, que piscou e voltou a vida.

- Desculpa, Jughead - sussurrou ela. - Foi mal.

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- ... e eu coloquei algumas informações aí sobre a Universidade de Louisville e a Universidade do Kentucky, embora o Estado pague qualquer faculdade estadual. As duas tem programas de arquitetura admiráveis. - A Sra. Collins respirou pela primeira vez em cinco minutos.

O sol da tarde transformava a sala dela em uma cela solitária.

- Arquitetura? - Avaliei os olhos dela para ver se ela tinha dado um tapa recentemente.

- Arquitetura. - Ela sorriu radiante.

Remexi sem interesse na montanha de folhetos no meu colo. O meu pai era arquiteto. Ele projetou as casas do Habitat para a Humanidade que a gente construiu e até me deixou ajudar. Comecei a ler as exigências para ser admitido. O que eu estava fazendo?
Fechei a pasta.

- A Betty confia em você - eu disse.

Não sabia muito bem de onde tinha vindo aquilo, mas eu precisava me redirecionar e escapar de caminhos que eu não podia trilhar. Seus olhos se acalmaram, mas ela rapidamente vestiu a máscara de cachorrinho.

- Jughead, eu já disse que não vamos falar sobre a Betty. - Ela se balançava para frente e para trás na cadeira. - Aliás, retiro o que eu disse. Podemos discutir qualquer coisa que envolva o seu relacionamento com a Betty. Vou ser sincera. Estou morrendo de curiosidade para saber os detalhes.

Eu não fazia fofoca, muito menos com a minha terapeuta. Mas a Betty parecia exausta hoje, e acho que ela pode ter dormido durante a aula de cálculo. Se os pesadelos dela eram tão ruins, como era a vida do Jacob?

- Não tenho certeza se confio em você. Tenho um histórico de merda com adultos.

- É, tem mesmo. O que está te perturbando, Jughead?

Passei a mão no rosto e engoli em seco. E se eu estivesse errado sobre ela? Ela poderia destruir o Jacob e também as minhas chances de reunir minha família. A Sra. Collins apoiou os braços sobre a mesa.

- Eu juro: qualquer coisa que você me disser vai ficar entre nós, a menos que me diga o contrário.

- Você acredita em Deus? - perguntei. A pergunta a pegou desprevenida, mas ela respondeu:

- Acredito.

- Então jura pelo seu Deus.

- Juro por Deus que vou manter em segredo o que você disser, a menos que me diga o contrário. Ela ia para o inferno se mentisse para mim.

- O Jacob começou o incêndio.

Ela respirou fundo e rapidamente se recompôs.

- Não é isso que esta no relatório dos bombeiros. Foi considerado um acidente.

- Foi um acidente. Ele não tinha a intenção. - Mantive o contato visual.

Ela tinha que acreditar em mim. O Jacob nunca machucaria alguém de propósito. Ela esfregou os olhos e sacudiu a cabeça, como se tentasse afastar o que eu disse.

- Você tem certeza? Talvez ele tenha entendido mal alguma coisa e apenas pensa que começou o incêndio.

- Ele começou. Mas foi minha culpa. - A culpa das minhas decisões naquela noite me marcaria para sempre. - Em vez de ficar em casa acampando com os meus irmãos, eu saí com uma garota. Naquela época, o encontro parecia tão importante que eu ... - A culpa que eu tentei tanto enterrar sob camadas e camadas de rejeição veio a tona na forma de náusea. Eu me esforcei para não ter ânsia de vômito.

Enfiei a emoção de volta para dentro. A questão não era eu.

- Não importa. - Limpei o nariz conforme a raiva se infiltrava na minha corrente sanguínea. Se eu não conseguisse passar por essa sessão sem chorar, eu não merecia os meus irmãos. Limpei a garganta. - Minha mãe disse pro Jacob que o acampamento seria na sexta-feira seguinte, mas o Jacob ficou irritado. Depois que os meus pais colocaram os dois na cama, o Jacob acordou o Tyler para fazer marshmallow derretido com biscoito. A minha mãe deixava uma vela no banheiro do corredor. Acho que ela deixou os fósforos a mão. O Jacob acendeu a vela, eles derreteram os marshmallows e depois desceram para dormir na sala de estar. Meu pai tinha armado a barraca lá antes de saber que eu ia sair.

A Sra. Collins colocou as mãos no rosto como se estivesse rezando. Os olhos dela cintilavam.

- O fogo começou no banheiro do corredor. Eles acharam que seu pai ou sua mãe tinha acendido a vela e se esquecido de apagar. Eles não faziam ideia de que tinha sido seu irmão.

Ela sabia o resto. Meus pais morreram no quarto deles, e eu cheguei em casa e encontrei um incêndio.

- O Jacob me contou no hospital, e eu prometi que nunca ia contar pra ninguém. - Uma promessa que eu agora estava quebrando.

- Por que? - A irritação dela era clara. - Par que você não contou pra ninguém? Uma assistente social poderia ter ajudado o Jacob.

Acolhi o conhecido sentimento de traição e raiva.

- Eles separaram a gente. Em quem você confiaria?- E, para completar minha traição, eu pedi: - Ajude o meu irmão.

Ela secou os olhos.

- Ajudo. Eu prometo. - Ela olhou o relógio, e nossa sessão tinha terminado. Sem nada mais para dizer, eu me levantei, enfiei os braços no casaco e me preparei para ver a Betty do outro lado da porta.

- Jughead - disse a Sra. Collins - vou ajudar você também.

Eu não queria ajuda. Eu não precisava de ajuda, mas não ia argumentar com a mulher que podia salvar meu irmão.

Abri a porta e vi a Betty encostada no balcão e encarando o chão, com o pé batucando descontroladamente.



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