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História Bughead: No Limite Da Atração - Capítulo 41


Escrita por: 6sprousehart

Capítulo 41 - Capítulo 41


BETTY

Deitada na cama, apertei o top contra o peito e desejei que a faca parasse de golpear meu coração. O aroma almiscarado e doce do Jughead ainda persistia na minha roupa. Eu tinha sofrido quando terminei com o Archie, mas nada como agora. Eu amava o Jughead. Eu o amava de verdade.

As mensagens dele faziam sentido. Todas elas. Parei de contar quantas ele tinha deixado depois da quinta. Ele se preocupava comigo, queria estar comigo e tinha falado sem pensar. O Jughead esteve secretamente pensando em como fazer as coisas funcionarem entre mim e os irmãos dele. Se eu retornasse a ligação, ele prometia encontrar um jeito. Claro, ele queria se casar comigo, mas no meu tempo, não no dele.

Ontem de manhã eu estava irritada, mas, conforme o dia passava, percebi que o mundo não girava ao meu redor. Mais do que tudo, eu queria ligar para o Jughead, aceitar o pedido de desculpas e cair nos braços seguros e fortes dele, mas ele merecia coisa melhor do que eu, a egoísta.

Sem nunca pensar além da próxima sessão de monitoria, eu tinha estado presa nas minhas próprias ilusões de encontrar minhas memorias perdidas. Eu não tinha pensado no que ia acontecer depois da formatura nem no que significava para ele conseguir a custodia dos irmãos.

Eu amava o Jughead mais do que jamais tinha amado qualquer pessoa.

Eu o amava o suficiente para fazer uma coisa que me machucaria.

Funguei e sequei o rosto quando alguém bateu à minha porta.

- Posso entrar?- perguntou meu pai do outro lado.

Não, mas as minhas opções eram limitadas. Eu tinha passado escondida por ele e pela Ashley mais cedo para evitar um confronto. A bronca dele tinha que vir em algum momento. Escondi o top debaixo das cobertas, me sentei e abracei o travesseiro para não desmoronar.

- Claro

Meu pai se sentou na minha cama e encarou as pinturas da minha mãe. Ele parecia tão cansado quando eu.

- Promete que não vai descumprir o horário de chegada de novo.

- Tudo bem. - Ceder parecia mais fácil no momento.

Ele abriu a boca enquanto eu falava, mas depois fechou. Obviamente, ele achou que a gente ia brigar.

- O Jughead ligou para o telefone fixo duas vezes. Vocês brigaram?

- A gente terminou.

Ele se ajeitou na cama.

- Filha, ele fez a coisa certa ao me dizer que você estava lá.

Eu não queria ter essa conversa com ele. - nem nenhuma outra.

- Meio tarde pra fazer papel de pai, não?

- Eu sou seu pai e nunca considerei isso aqui um teatro.

É, fala isso pra minha mãe.

- Olha a gente tem um pouco mais de dois meses até a minha formatura. Vamos deixar isso passar, está bem? Assim que eu me formar eu saio de casa. Eu me matriculo em algum lugar longe ou arrumo um emprego e um apartamento. Eu me livro de você e você se livra de mim. Se tudo der certo, posso sair antes de o bebe marcar e você pode continuar do zero.

Todas as rugas de preocupação se aprofundaram.

- Betty...

Deixei a raiva que estava crescendo dentro de mim se libertar.

- Vai contar para a Ashley. Ela é a única pessoa com quem você já se preocupou.


- Isso não é...

- Você me deixou lá para morrer - Apontei para porta. - Sai daqui e da minha vida!

Meu pai abaixou a cabeça e, assentiu e saiu do meu quarto.

____________________________________________

JUGHEAD

Sem me preocupar com meu armário, fui direto para o refeitório. A Betty tinha dado um jeito de me evitar hoje de manhã, mas eu não a deixaria escapar de novo.

- Você pode dizer pra ela que eu pedi a peça para o carro - disse o Sweet pea quando se sentou perto de mim.

- Essa vai ser a minha primeira frase. - Encarei as portas, esperando que ela entrasse. Eu daria mais cinco minutos antes de ir procurar a garota pelo prédio.

- Você ferrou com tudo. Einstein.- A Toni jogou a bandeja cheia de comida sobre a mesa.

- Você odeia a Betty - murmurei.

- Ela me conquistou. Tipo um cachorrinho.

Onde ela estava? A porta do refeitório se abriu e a amiguinha preferida dela entrou.

- Veronica! - Empurrei a cadeira para trás para ir falar com ela, mas ela mudou de direção e veio até mim.

A Veronica ergueu uma sobrancelha irritada.

- Que foi?

Eu me encolhia na frente de pouquíssimas pessoas, mas o olhar que a Veronica me deu poderia apavorar até mesmo assassinos em série.

- Você sabe onde a Betty está?

- Por quê? Está precisando de uma babá?- perguntou ela de um jeito seco. Merda, a Betty devia estar puta. Será que ela tinha ouvido algum das minhas mensagens?

- Eu estraguei tudo e quero falar com ela.

- Você pode falar isso de novo?

- Aposto que você está gostando disso, rainha do baile -resmungou a Toni. - Você ficou com medo que, ao ficar com gente de verdade como nós, ela descobrisse que você e suas amigas Barbies são um monte de merda?

O lábio da Veronica se curvou para cima.

- Falando nisso, você tem planos de ir atrás dos restos da Betty de novo?

Merda, eu não precisava disso

. A Toni voou para cima da Veronica, mas o Sweet pea a agarrou pela cintura e fez a garota se acalmar. Minha cadeira caiu para trás quando eu me levantei.

- Esquece. Eu encontro a Betty sozinho.

__________________________________________

Ela estava sentada em um banquinho encarando a tela, mas dessa vez não segurava um pincel. As mãos enluvadas estavam apoiadas nos joelhos.

- Sabia que é grosseria não retornar uma ligação?- Prendi a respiração, esperando a ira da Betty.

Ela me deu um sorriso triste, machucando meu coração. Eu preferia que ela sentisse raiva em vez de dor.

- Não é a primeira vez que você me chama de grossa. - Ela olhou para mim. - Oi, Jughead.

- Betty.- Eu me permiti chegar mais perto, mas não perto demais. - Hoje é segundafeira, o que significa que temos monitoria à tarde.

- Você nunca precisou de monitoria só de motivação.

Esfregando a tensão na nuca, continuei:

- Olha, eu estraguei tudo no sábado. Eu nunca devia ter falado de casamento. Eu estava fora de mim. Você fez aquele desenho dos meus pais, e eu pensei em quanto eu te amo e que eu não poderia manter você e os meus irmãos ao mesmo temo. Juntei um pensamento ferrado com outro pensamento ferrado e criei um monte de merda.

Os lábios de Betty curvaram para cima.

- Esse é o pior pedido de desculpa que já ouvi, mas eu aceito. - Ela voltou o olhar para a tela em branco.

Eu disse as palavras que nunca tinha dito a nenhuma garota: eu a amava .As garotas desejavam palavras como essas, mas a distância entre nós tinha aumentado. Talvez ela não tivesse ouvido.

- Eu te amo, Betty. Você pode nunca se casar comigo, mas vou continuar a te amar. A gente vai descobrir um jeito de fazer as coisas darem certo. Você não é responsável pelos meus irmãos.


- Eu sei. - Ela suspirou e pareceu exausta. O pé começou a batucar no banco. - Eu também te amo e, por isso, acho que é hora de a gente terminar. A dor me queimou, seguida de um flash rápido de raiva.

- Mas você disse que me perdoava.

Ela pegou um pincel, mergulhar na tinta preta e fez pontinhos no meio da tela.

- Eu tenho vinte por cento de chance de herdar os genes da minha mãe.

- O que isso tem a ver com o resto? Você não é a sua mãe. Você está muito onde daquela maluca.

- Ela é doente, Jughead, não maluca. - sussurrou ela. Essa conversa toda era maluca.

- Ela te cortou. Isso é maluquice.

Ela fechou os olhos e se encolheu.

- Eu caí.

Arranquei o pincel da mão dela e o joguei do outro lado da sala.

- Caiu o cacete. Se fosse uma porcaria de acidente, você teria se lembrado.- Passei a mão pelo rosto, tentando afastar a raiva. - O que isso tem a ver com o resto? Com a gente?

A Betty abriu os olhos e revelou uma dor entorpecente.

- Tudo.

A necessidade de tocá-la me dominou e eu cedi. Dei um passo em direção a ela, mas a Betty pulou do banco e o colocou entre nós. Desviei e continuei avançando. Ela pressionou as mãos contra meu peito e tentou me empurrar.

- Não consigo pensar direito quando você está tão perto.

Eu a encurralei contra a parede.

- Eu não gosto dos pensamentos que estão passando pela sua cabeça. Vou ficar bem aqui até você olhar nos meus olhos e dizer que é minha.

Ela abaixou a cabeça e se escondeu atrás do cabelo. Quando ela falou, o tom me lembrou o do Jacob quando ele finalmente entendeu que a nossa mãe nunca mais ia pegá lo no colo.

- Isso não vai funcionar. Nunca teria funcionado.

- Conversa fiada. A gente tem que ficar junto. - A Betty fungou e o som me destruiu. Suavizei a voz. - Olha pra mim, baby. Eu sei que você me ama. Três noites atrás você estava disposta a me dar tudo. Não tem como você se afastar de nós.

- Meu Deus, Jughead... - A voz dela falhou. - Eu sou um horror.

Um horror?

- Você é linda.

Ela finalmente levantou a cabeça. Nada de lágrimas, mas os rastros permaneciam.

- Sou um horror mental. Daqui a dois meses você vai enfrentar um juiz e convencer o cara de que você é a melhor pessoa para criar os seus irmãos. Eu sou um risco.

Uma voz irritante me disse para calar a boca e ouvir.

- Não é verdade. Os meus irmãos vão te amar e você vai amar os dois. Você não é um risco.

- Mas como o juiz vai me ver? Você está realmente disposto a assumir esse risco?- Ela engoliu em seco. - Dois meses depois do incidente com a minha mãe, um terapeuta tentou recuperar minhas lembranças perdidas. A sra. Collins disse que a pessoa forçou demais. Eu entrei em colapso. Acordei num hospital dois dias depois com as lembranças ainda reprimidas. Tive sorte até agora, mas o que vai acontecer se a minha sorte acabar? Jughead, olhe pra situação como alguém de fora. Eu tenho cicatrizes e nenhuma memoria do que aconteceu comigo. Eu já tive um surto mental porque tentei lembrar. A minha mãe é bipolar. A maioria das pessoas bipolares começa a manifestar os sintomas no fim da adolescência ou aos vinte e poucos anos. O que vai acontecer se o juiz descobrir sobre mim? E se ele descobrir a pessoa confusa.

Os lábios dela se curvaram para baixo enquanto os dedos quentes acariciavam meu rosto. Aquele toque costumava me deixar de joelhos, mas agora me partiu ao meio.

- Sabia que, quando você deixa de ser teimoso e aceita que eu posso estar certa em alguma coisa, seus olhos se arregalam um pouco e você inclina a cabeça para o lado? –perguntou ela.

Forcei minha cabeça a ficar reta e estreitei os olhos.

- Eu te amo.

Ela me deu aquele sorriso glorioso, que logo em seguida se tornou o sorriso mais triste do mundo.

- Mas ama mais os seus irmãos. Eu aceito isso. Na verdade, essa é a uma das coisas que eu amo em você. Você estava certo naquele dia. Eu quero fazer parte de uma família. Mas jamais me perdoaria se fosse à razão para você não conseguir a sua.

Para meu desespero, lágrimas espetaram meus olhos e minha garganta fechou.

- Não, você não vai jogar essa conversa de sacrifício pra cima de mim. A gente se ama e tem que ficar junto.

A Betty pressionou o corpo contra o meu e seus dedos se agarraram ao meu cabelo. Seus olhos brilhavam com as lágrimas.

- Eu te amo o suficiente para nunca pedir que você me escolha.

Ela se aproximou mais de mim, guiando minha cabeça para baixo, e gentilmente beijou meus lábios. Não isso seria um adeus. Eu ia preencher a Betty e fazê-la perceber que sempre ficaria vazia sem mim.

Eu a tornei minha. Minhas mãos reclamaram seus cabelos seus cabelos, suas costas. Meus lábios exigiam sua boca e sua língua. O corpo dela estremeceu contra o meu e senti um sabor salgado em sua pele. A Betty afastou os lábios e eu me agarrei a ela com mais força.

- Não, baby, não. - sussurrei contra seus cabelos.

Ela empurrou a palma das mãos contra o meu peito, depois se tornou um borrão quando passou correndo por mim.

- Desculpa.



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