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História Burn the Witch - A Distância que Desconecta


Escrita por: CherryCool

Capítulo 19 - A Distância que Desconecta


Fanfic / Fanfiction Burn the Witch - A Distância que Desconecta

Minha contagem de erros em uma única sessão me desapontou, decaindo meu desempenho estabelecido com excelentes números para uma pontuação medíocre e vergonhosa. Não importava quanto empenho dedicasse em meus exercícios e treinos pesados, nada compensava minha mente dispersa.

Após a visita a vidente, Izuku passou a me evitar de todas as maneiras possíveis como se eu fosse uma pestilência ambulante, sequer conversava comigo além do necessário e, a menos, que não tivesse outra escolha. Nem os bilhetinhos do meu admirador secreto puderam completar minha rotina monótona, o afastamento deliberado do meu melhor amigo deixou uma lacuna que jamais seria preenchida.

Nesse ínterim, recorri ao tio Might para descobrir os desgostos de Izuku, mas tudo que ele apresentou para me auxiliar na investigação, eu já sabia – também não quis envolvê-lo no assunto e abusar da sua boa vontade em restaurar os laços fragilizados meu e do seu pupilo. Refiz meus passos para catalogar minhas ações enquanto ainda saiamos juntos, sem encontrar uma pista que indicasse qual era meu pecado para ser punida com um tratamento tão frio vindo da pessoa mais amoroso que conhecia. Tentei ter um diálogo sincero e aberto com ele, o que não gerou o resultado desejado, uma vez que ele simplesmente frisou que somos colegas de sala e nada mais.

Meu ânimo mitigou a cada dia, afetando drasticamente meu desenvolvimento e a manipulação da minha quirk – emprestada – e regredindo minhas notas de combate. Minha rotina mudou para, basicamente, ir para as aulas, treinar, estudar minhas matérias extras e me afogar em mágoas até pegar no sono.

No entanto, esse estado de auto piedade não durou muito, pois decidi, poucos dias antes do festival, que iria corresponder as expectativas de todos que confiaram em mim, sobretudo, queria que o tio Might e Recovery Girl se orgulhassem do quanto cresci em tão pouco tempo. Apesar das aulas teóricas enfadonhas e dos treinos, ninguém da classe viu muito dos meus poderes, o que me permitiria uma vantagem. Quando aprendi a balancear minha energia adquiri a capacidade de flutuar e, com esforço redobrado e muita – muita mesmo – paciência, evolui para voo pleno, conseguindo executar ataques mais equilibrados, por outro lado, isso custou alguns músculos doloridos e ferimentos superficiais que foram curados pela minha mestra.

Nos meus estudos – com técnicas de medicina básica – também obtive um bom avanço comparado aos meus dias condenados a sofrência despudorada. Ocasionalmente pensava em Izuku, mas sempre que isso acontecia, eu me ocupava com tarefas aleatórias para me manter sã. Tio Might comentava que ele perguntava sobre mim e estava feliz pelas minhas novas conquistas – algo que, por alguma razão, cortou meu coração. Para ser honesta, toda disposição que depositava em leituras e práticas regulares eram motivados pelo meu estresse, como uma válvula de escape. Tantas coisas ruins transcorreram nas últimas semanas e eu não estava pronta para lidar com elas, optando por jogá-las em um canto da minha mente para resgatar no futuro e ter uma boa resolução.

Ajeitei as faixas nas mãos e no restante dos braços para esconder alguns machucados decorrentes aos treinos físicos, me alongando para uma corrida do parque até o apartamento do tio Might. Amanhã seria o grande dia e estava deslumbrada em mostrar do que era capaz.

Chegando em casa, tomei um banho e troquei de roupa. Como os preparativos para o festival já estavam concluídos, tio Might chegava mais cedo, me dando mais tempo para conversamos. Era estranho pensar que no começo, a nossa relação de família baseada em uma missão, se transformaria em elo real e inquebrável.

– Ansiosa para o grande dia? – ele inquiriu com o semblante fraternal, aproveitando a refeição.

– Sim, muito. Você vai assistir, não é? – meus olhos esperançosos recaíram no franzino All Might.

– Claro que sim, quero ver você, o jovem Midoriya e seus colegas brilharem. Vocês tem que mostrar ao mundo o que podem fazer ainda em fase de crescimento.

Há uns dias atrás fomos abordados, na hora da saída, por uma comitiva de estudantes que estavam supostamente vendo o novo inimigo, como o próprio Bakugou comentou. Uns declararam abertamente que iriam nos esmagar, outros pareciam mais focados em nos desmoralizar psicologicamente. Não comentei essa parte do dia com ele por não querer que tivesse ideias errôneas sobre os alunos formarem uma competitividade não saudável e seletiva – do tipo todos contra a turma 1-A.

– Como está indo nos últimos treinos?

Abandonei a mesa, estabanada.

– Olha isso! – envolta por uma aura vermelha, flutuei poucos centímetros acima do chão indo contra as leis da gravidade. – Legal, né?

– Congratulation! – tio Might soltou com um sotaque fofo ao falar inglês. – Estou orgulhoso de você, jovem Skarlet

– Muito obrigada, tio – sorri muito contente pela devoção e apoio moral de alguém como tio Might.

No dia seguinte, com a promessa de assistir o festival, me preparei mentalmente pelo que nos aguardava do lado de fora da sala. Todoroki Shoto resolveu, diante de todo mundo, declarar uma guerra pessoal – um tanto exagerada – contra Izuku que não fugiu da raia. Uma parte de mim quis até ele para lhe desejar uma boa sorte e ajudá-lo a superar o nervosismo da grande competição, mas a outra mais sensata optou por ficar longe como respeito a decisão dele de não querer contato comigo. Izuku caminhou até mim um pouco incerto sobre a proximidade.

– Eu desejo boa sorte, Skarlet.

Uma voz maldosa propôs que usasse o momento para lavar a roupa suja, porém a ignorei. Seria ridículo nos expor assim tendo em vista que o objetivo de simplesmente estarmos ali vinha do fator “herói”, desentendimentos pessoais não valem e não devem ser considerados.

– Obrigada. Boa sorte para você também.

– Skarlet, eu...

Rompendo a vaga tranquilidade, chamaram nossa atenção para sairmos e nos apresentarem para o público na arena com Present Mic como apresentador e Midnight, a heroína para maiores, como árbitro. O discurso do Bakugou criou uma tensão estranha entre nós e os demais participantes. Assim que anunciaram a largada da primeira prova – corrida de obstáculos – todos dispararam para o espaço comprimido no corredor, para não perder tempo desnecessário, flutuei para saída, ouvindo dos outros competidores que aquilo era injusto e mãos querendo me agarrar para não ir mais longe.

Bem, a Midnight não impôs regras sobre não voar, então estou apenas dando tudo de mim e nos conformes da competição.

Meu primeiro sucesso fora ofuscado pelo muro de robôs, que já sabia que iriam aparecer e emiti um pulso eletromagnético nos que tentaram me atacar, fazendo-os se explodirem. Todoroki congelou muitos deles e os destruiu também.

Todos estavam igualmente empenhados em vencer, fazendo sua melhor performance em todos os obstáculos. E fiquei realmente feliz pela vitória de Izuku no campo minado – que passei graças as plataformas energéticas que fiz sobre o solo.

– Parabéns, Midoriya – felicitei Izuku esquecendo por um instante o clima adverso entre nós.

– Obrigado, Skarlet – sorriu constrangido e nervoso.

Formar uma equipe na corrida de cavalaria com membros de outras turmas não foi uma opção viável, mas não queria ficar nos holofotes e ver a luta dos times Midoriya, Todoroki e Bakugou era infinitamente mais emocionante. Em meio a esse frenesi juvenil e espíritos incandescentes, senti um olhar em especial fixado em mim. A princípio acreditei serem do tio Might, só que pareciam incisivos e julgadores, queimando em minhas omoplatas. O medalhão reluziu timidamente acionado com a pressão atmosférica que lentamente me cercou, fechando-se em mim. Havia alguém, na plateia, que me examinava predatoriamente.

Que sensação abominável era aquela?


Notas Finais


Fiquem livres para elaborar teorias q

Até a Próxima!


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