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História Butterflies - Chapter Twelve - Orgulhoso de ti


Escrita por: Pinkkee

Notas do Autor


Desculpem o atrasado com a atualização TT não volta a acontecer *espero*
Para quem acha que as coisas tão mto apressadas em Jren, ta ai um capítulo sem Jren :/ (quem não acha que tá mto apressado, me beija)

+ de 2000 palavras, já sabem que não vem ai coisa boa, não é? É isso mesmo.

(Para quem não sabe, esse da foto é o "Jason" e a Minki à 5 anos atrás *nouniversodaficclaro*)

De qualquer maneira, boa leitura (aviso que no final do cap tem um assunto um pouco pesado :/)

Capítulo 13 - Chapter Twelve - Orgulhoso de ti


Fanfic / Fanfiction Butterflies - Chapter Twelve - Orgulhoso de ti


-Onde estiveste?


-Em casa.


-E as compras?


-Okay, em casa e no shopping.


-Comeste?


-Sim.


-Quando?


-Faz uma hora e meia mais ou menos.


-E estás bem?


-Hwang Minhyun, pára, okay? Não és meu pai.


-Eu sei, apenas…- sentou se ao meu lado, segurando a minha mão entre as suas- Estou preocupado, sim?


-Claro - suspirei - Mudando de assunto, quereres ver o que comprei?


-Claro, porque não.


-Anda!


Puxei o para que me acompanhasse, queria vestir a roupa nova para ele ver se me ficava bem. E ali na sala não era o melhor lugar, Joshua podia aparecer e imagino que seja estranho para ele, e eu sou tímida nesse tipo de coisas (eu conheço ele à coisa de uma semana). Disse para ele sentar na sua própria cama e estranhei mas nem comentei o facto de haver um colchão ali ao lado no chão, "afinal Joshua não dormia com ele na mesma cama?". Peguei as sacolas e coloquei as ao lado dele, virei-me de costas e comecei a tirar a roupa da cintura para cima, enquanto ele remexia nas compras.


-O que é a sacola preta e porque está fechada?


-Não!


Peguei a das suas mãos e escondi atrás das costas, logo a deixando no chão mesmo, longe dele. Mas só aí eu me lembrei que estava sem a camisa e sentia todo o rosto ruborizar. Abracei o meu corpo magrinho com os braços tentando esconder o meu tronco e peito, mas Minhyun levantou-se e abraçou-me. Eu não sei porquê, talvez nem ele.


-Ei, Minki- chamou baixinho, mas não lhe respondi- Não precisas de ter vergonha de seres aquilo que és, mesmo que não seja aquilo que tu mesma queres.


Assenti e empurrei-o um pouquinho, para que se voltasse a sentar. Suspirei e peguei o moletom, vestindo o de seguida. Ele sorriu e eu dei uma voltinha, fazendo-o rir.


-Não combina com a saia do uniforme, maaaaas, eu comprei esta.


Tirei de uma outra sacola uma saia branca mas não a vesti, não queria tirar a outra porque… Mesmo com Minhyun, não me sentia confortável com isso, ele pareceu entender e gesticulou para que eu a colocasse na frente para “ver como fica”.

-Sua fofa.


-Seu fofo.


-Eu sei que sou. O que tens mais, sem ser a misteriosa sacola preta.


-É lingerie.


-O quê?!


-Coisas de garotas.


Ele abriu a boca para dizer qualquer coisa, mas apenas a fechou e assentiu com a cabeça. Eu peguei uma sacolinha mais pequena e sentei me ao seu lado. Logo tirei de lá duas pulseiras bem simples e coloquei uma no pulso dele e ele fez o mesmo comigo. Havia um pequeno pingente que quase passava despercebido, em cada uma havia uma metade do “yin e yang”, sendo que Minhyun havia ficado com a preta e eu com a branca.


-Pulseiras de melhores amigos. - sorri e ele passou o braço por cima dos meus ombros trazendo me para um abraço meio desconfortável. - Comprei tinta pra cabelo também.


-Obrigado. - e eu apenas o apertei contra mim - Okay então, depois ajudarei com isso.


Voltamos à sala e vimos Jisoo a tirar os sapatos na entrada, logo curvando se um pouco para nos cumprimentar.


-Minki, está tudo bem?- assenti e ele sorriu- Ainda bem, temia que pudesse ser algo grave.


-Eu acho que foi apenas falta de açúcar no sangue.


-Possivelmente - ele passou por nós indo até à cozinha ainda com a mochila sobre o ombro- Min, eu tenho um trabalho para fazer, vou para o quarto.


-Okay, não desarrumes nada!


-E ainda há alguma coisa para desarrumar? - Joshua gritou já sumindo pelo corredor


-Queres conversar?


-Na verdade - suspirei- Há algo que eu queria te contar. Mas antes, preciso de falar com o  Joshua.


-Okay, então… Vai lá ter com o teu amigo Joshua.


-Deixa de ser ciumento.- dei um beijinho na sua bochecha - 3 minutos ou menos.


-Grande conversa, boa sorte.


Fui até ao quarto de Minhyun e batia à porta, entrando assim que percebi que se escutava alguém cantarolar do lado de dentro e eu poderia bater na porta o dia todo, que Joshua não me escutaria com aqueles fones de ouvido. Abri a porta e vi que ele estava sentado em frente a um monte de livros sobre gravidez e parto e e órgãos sexuais femininos - é por estas e por outras que eu sou estudante de artes.


-Para quê tanto livro?


Fechei a porta atrás de mim e encostei me à mesma, fazendo ele parar a música para me responder.


-Para quê oquê?


-Porque são necessários todos esses livros sobre o mesmo assunto?


-Talvez não sejam necessários, sabes? Mas pronto. Alguns são praticamente iguais aos outros mas uma em inglês e outros em coreano, uns antigos e outros mais recentes. A medicina não para de crescer, e é tão bom ter conhecimento das novas técnicas e conhecimentos quanConhecen que os nossos próprios professores aprenderam.


-Wow, pareces o namorado do meu primo quando começou a falar de poesia.


-Espero que isso seja um elogio.


-Diz que sim. - dei de ombros - Mas o que me trouxe aqui foi… Algo que tenho de te perguntar.


-Sou todo ouvidos.- rodou a cadeira ficando totalmente de frente para mim


-Não me achas estranha?


-Por seres transexual? - assenti - Longe disso. Acho até interessante, porque nunca tinha conhecido ninguém assim. Fico até feliz por te conhecer, há que entender que te achar diferente não é a mesma coisa que te achar estranha. Diferente é especial.


-”Eles riam se de mim por ser diferente mas eu ria-me deles por serem todos iguais”, foi o que me disseram.


-Acredita nisso, foi das coisas mais sábias que já te disseram. - riu e eu sorri - Era só?


-Sim… - cocei a nuca e ele assentiu- Até mais, bom estudo…


-Tchau~


Saí e fechei a porta. Eu disse conversa de 3 minutos? Foi exatamente isso. Fui até à sala e vi que Minhyun via qualquer coisa no celular, mas assim que me viu, deu umas batidinhas no sofá para eu me sentar ao seu lado, e logo eu sentei.


-A conversa foi boa?


-Sim. Ciúmes?


-Não, nem por isso. Ciúmes?


-Pensava que vocês dormiam na mesma cama.


-Pensavas?


-Sim, claro! Sei lá…- dei de ombros, eu estava apenas nervosa e a tentar afastar o máximo de tempo possível as memórias das quais eu preferia nem me lembrar.


-Desembucha, não temos a noite toda! Depois tens de me ajudar a fazer o jantar.


-Uhum… Por onde começar?- suspirei


-Do início talvez?


-Claro… Como foi para ti contar aos teus pais que eras gay?- decidi por começar num assunto que também o incluísse a ele


-Eu estava nervoso, muito. Tinha medo de eles não me aceitarem, expulsarem me de casa e tudo isso - assenti - Mas quando eu finalmente ganhei coragem e vergonha na cara, eu contei-lhes. Na altura eu apenas recebi silêncio, mas horas depois eles disseram que a minha felicidade era o mais importante, disseram que eu era o único filho deles é aconteça o que acontecer, eles sempre teriam orgulho de mim.


-Isso é incrível - sorri e ele passou o braço pelos meus ombros, trazendo me para mais perto - Eu tinha 13 anos apenas quando, num dia qualquer, disse por acaso aos meus pais que gostava de garotos. O meu appa nada disse, e a minha omma disse que talvez fosse coisa dos hormônios. Daí eu conheci um rapaz, aluno de intercâmbio. E é aqui que eu quero chegar…



“ - Ei… omma?

-Sim, filho?

-Posso sair para ir me encontrar com… - pensei bem, era importante escolher as palavras certas- Um novo amigo meu?

-Ele é lá da escola? Eu conheço-o?

-Ah, não não, ele é mais velho e não é da minha classe. Conhecemos nos há pouquíssimo tempo - na verdade, ia fazer uma semana desde que falamos a primeira vez nas redes sociais. Ele era chinês e ia para a Coreia do Sul durante 3 dias para conhecer a família com que viveria durante o intercâmbio, depois voltaria uma semana depois para ficar numa faculdade perto da minha escola. O nome dele era Longfei, mas eu sempre o tratei por Jason, porque foi assim que ele disse que os amigos lhe chamavam e eu queria ser amigo dele. Eu tinha 15 anos na altura, e ele 22, e foi o maior erro da minha vida naquela tarde eu ter me encontrado com ele…”


-Meu deus…- Minhyun encarava me com uma expressão de preocupação. Eu já sentia as lágrimas virem aos olhos mas preferi engoli-las, não iria chorar agora, não à frente dele. - Continua.


-Nós ficamos amigos, encontrávamos nos depois das aulas e tudo, um dia ele pediu para conhecer os meus pais, parecíamos namorados. - ri um pouco sem graça - Ele ficou lá a dormir em casa… Ficou abraçado a mim na cama e protegeu me dos trovões, eu tinha muito medo… Ainda tenho na verdade. Naquela noite, conversamos mais do que dormíamos, o tempo parecia voar quando estava com ele. Eu era um menininho apaixonado e imaturo. Mas algo fez eu mudar, ele ajudou me a aceitar quem eu realmente sou…


“-Quer dizer que é normal eu não me sentir um rapaz como os outros?”


“-Claro, Minki. Tu podes ser quem tu quiseres, vestir o que tu quiseres e identificar te como te sentires melhor.”


“-É? - assentiu - Obrigado… - aconcheguei me melhor nos seus braços”


“-Vem comigo.”


“-Oquê? Não posso.”


“-Porque não?”


“-Porque os meus pais… Não iriam permitir.”


“-Eu dou um jeito nisso, não te preocupes, bebê. - beijou o topo na minha cabeça - Agora dorme, boa noite.”


“-Boa noite.”


-Foste viver com ele não é? Por isso foste para a China. - ele disse, e aquela altura as lágrimas já caiam silenciosamente pelo meu rosto - Continua, por favor.


-Foi isso sim. Deves te estar a perguntar, que raio de pais deixam o filho menor ir viver com um amigo de 22 anos para outros país? Eles são bons pais, mas naquela altura as coisas estavam difíceis, o casamento deles não estava num bom momento, vamos chamar lhe, “stress a mais” - sorri minimamente - Eu tinha 16 anos, morava à alguns meses com Jason, quando entrei para uma escola lá. E cadastrei me como sendo do género feminino. Tudo graças a ele. Ele, o meu primeiro amor, que me ajudou a aceitar quem eu realmente era, com quem eu dei o meu primeiro beijo, com quem eu namorei pelo primeira vez.


-Disseste que nunca tinha namorado ninguém…


-Menti, numa tentativa falha de te afastar de histórias do meu passado.


Segurou ambas as minhas mãos, olhando para mim com uma expressão séria. Agora ele começava a entender onde eu queria chegar. Algo de mal havia acontecido, mas contar toda a história era essencial porque, Minhyun é uma pessoa curiosa de qualquer maneira.


-Minki, o que esse homem te fez?


Não consegui mais controlar o choro e desabei, soluçando alto. Ninguém, sem ser a polícia e meus pais sabe do que aconteceu, naquele apartamento, numa tarde qualquer, à quase 3 anos atrás.


-E-ele… f-forçou m-me a…


-Ele estuprou te?!


-S-sim…


-COMO É QUE ELE FOI CAPAZ?!


Podia ser impressão minha, mas eu juro que Minhyun chorou naquele momento. E tive as certezas quando, no silêncio do cômodo, o ouvi fungar baixinho.


-Não foi só uma vez… Namorava-mos acerca de um ano, e nunca havíamos ter tido nenhum contacto mais íntimo, nunca passou para além de beijos, sempre que o ritmo esquentava, eu fazia questão de me afastar. As primeiras investidas dele, foram coisas como encurralar-me na parede, beijar o meu pescoço e isso, eu até gostava… o que me deixa muito envergonhada, porque hoje eu só sinto nojo. Essa investidas logo evoluíram para pedidos menos próprios, como pedir para que eu o chupasse… E eu cheguei a fazer isso, compreendia que ele estava necessitado afinal, ele tinha 25 anos. Mas numa tarde quando eu regressei da escola, e-ele - respirei fundo, a voz já me começava a falhar novamente - Levou me à força para o quarto, t-trancou a porta e tirou a minha roupa…


“-Jason! O que estás a fazer! P-por favor, p-para… eu n-não qu-quero…”


-E ele tirou me toda a dignidade que ainda tinha. E eu fui a idiota que o perdoou - ri sem graça - porque era iludida e estupidamente apaixonada. Depois dessa, ele acalmou um pouco as provocações, mas eu já não tomava banho ou trocava de roupa na frente dele. E aquele monstro, só soube aproveitar a oportunidade e fazer questão de mais uma vez me mostrar que era ele quem mandava em mim, e que o meu corpo lhe pertencia.


-E tu não fizeste denúncia à polícia?


-Fiz, mas não deu em nada. Eu era maior de idade já, e ele arranjou um jeito de convencer os policiais que fora consensual. Advinha o que aconteceu quando cheguei a casa? Ele não só me estuprou novamente como me bateu também…


-E os teus pais?


-Eu entrei em depressão, mas fui forte o suficiente para lhes pedir ajuda. Eu precisava de sair daquela casa, daquele país. E assim aconteceu, voltei para a Coreia, mas a depressão continuou. Tinha pesadelos, muitos. Tinha medo quando qualquer homem se aproximava de mim… Não saía do quarto, não tinha forças para viver. Foi uma época terrível. Meu pai foi despedido, e foi aí que nós ficamos mais próximos. Conversamos muito, e senão fosse ele, talvez eu ainda não estivesse curada. Ele aceitou que agora tinha uma filha transexual, e deu um empurrãozinho para que minha mãe me aceitasse também. Ele conseguiu um outro emprego e minha mãe, que é enfermeira, também arranjou vaga noutro hospital. Mudamos de casa e eu voltei para a Faculdade. Estava na altura de reagir e continuar com a minha vida. E agora, aqui estou eu não é? Sobrevivi.


-Pois sobreviveste - ele sorriu e limpou as lágrimas, puxando me para um abraço - E eu estou muito orgulhoso de ti.




Notas Finais


Obrigado por tudo, não sei, apenas me apeteceu do nada agradecer a todos vocês, leitores de Butterflies ;-; talvez eu agradeça muitas vezes, mas nunca parecem suficientes... Sem vocês, eu nunca teria continuada está fic que surgiu de um pequeno prólogo postado do nada num dia qualquer à 1 da manhã. Eu vos amo *-*

Esse cap foi um pouco pesado, confesso :/ lamento se vos desiludi ou algo assim

Comentem oque acharam *-*

Ate ao próximo (não irei demorar tanto, rezem por isso rs)

KISSUS~


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