História Butterflies - Chapter Twenty One - Jovens adultos hormonais e surubas

No final da primeira semana de viagem, tivemos um fim de semana livre para passearmos em grupos e até poderíamos almoçar fora. Com muito custo e claro - as vantagens do Min ser enteado do professor Jaehyun - conseguimos convencê-lo a deixar a Mina juntar ao nosso grupinho de 4 pessoas lindas e maravilhosas mais Jonghyun, que é feio e remelento.

O plano do dia era simples: num sábado ninguém vai tirar fotocópias numa papelaria, pois não? Não. Então decidimos que esse seria o nosso primeiro destino, pois precisávamos disso para digitalizar os nossos trabalhos e mais algumas coisas do projeto.

-Vamos chamar uma Uber? - perguntei para Minhyun, que estava sentado no chão do meu quarto, a jogar no celular - Não me apetece andar com esse calor.

-Muito menos eu. Odeio menstruação! - uma Mina que apareceu do nada disse, jogando-se na minha cama - Que cólica do satanás.

-Estás bem? Consegues ir connosco? Não me julguem, nunca menstruei na vida.

Ela riu, e Minhyun fez uma careta por bem, vocês já sabem. Acabei de arrumar o cabelo num coque perfeitinho e fiquei até orgulhosa, até que aquela mecha de cabelo rebelde caiu mesmo no meu rosto, mas vamos fingir que eu não me importei e apenas a coloquei para trás da orelha.

-Estou ótima. Só vim dizer que o Baek pegou um número de um táxi e já estão lá fora à nossa espera.

Assenti, e saí puxando o Hwang pela orelha, aquele viciado! A japonesa seguiu atrás de nós, rindo das nossas figuras, até à beira da estrada onde estavam os restantes perto do táxi estacionado. Mina chegou perto do - oficialmente - namorado e selou os seus lábios, desejando um bom dia a todos, assim como eu fiz. E foi então que a ficha caiu.

-Nós somos 6! - disse, fazendo um facepalm ao bater com a mão na testa - Não cabemos todos num táxi, idiotas.

-Temos de dar um jeito, é só até à cidade. - Aron disse, e os outros assentiram.

-É perigoso. - disse Minhyun e eu assenti, murmurando um “Exato”.

-Vamos dar um jeito. Ei, senhor? - chamou a atenção do taxista que aparentava ser tudo menos coreano - Aceita um suborno?

-Claro. - vos fingir que eu não ri do seu sotaque.

-Ótimo, eu pago, feliz menina Minki? - assenti - Okay, vejamos. Baekho entra, Mina senta no colo dele. - eles olharam um para o outro e o Kang soltou uma risadinha nervosa, já puxando a Myoui para entrar consigo - Eu vou no banco da frente. Aron senta no colo do Minhyun vistos que ele é demasiado grande para isso, desculpa amiguinho. Minki também é demasiado alta. - o mais velho do grupo lançou-lhe um olhar mortal que fez todos rirem. - A Choi é uma forever alone.

-A fila ‘tá cheia de pretendentes, querido.

-Eu sei que sou incrível, mas não considero que valho por tantos.

-Toda a gente me quer.

-Eu contento-me sabendo que só tu me queres, linda.

-Mas eu n-

-VOCÊS VÃO ENTRAR OU OQUÊ?! - nunca deixem uma Mina hormonalmente afetada à espera.

Jonghyun entrou no banco da frente e eu sentei-me ao lado de “Minron”. Troquei um olhar pelo retrovisor com o Kim Maravilha, “apontando” com a cabeça para os dois à minha direita que pareciam super constrangidos, e rimos.

O táxi deu partida, em direção ao que deveria ser uma pequena vila, segundo Aron. Eu tentava me focar na vista, mas era tão notável a diferença entre um casal assumido - Baek e Mina, que estava abraçados e até partilhavam o mesmo cinto de segurança; e um casal que a gente sabe que se gosta mas não assume como (eu li os vosso pensamentos, seus idiotas, isso não vai acontecer tão cedo) - Aron e Minhyun, e eu posso jurar que nunca vi as bochechinhas do maior tão coradas como naquele momento. Afinal, ele tinha o ex sentado no colo dele, e sem querer pensar besteiras, provavelmente isso o lembrava de besteiras. E o Kwak estava com o olhar preso num ponto qualquer, sem se mexer ou falar nada, as mãos sobre as próprias pernas enquanto as do loiro estavam no banco ao lado do seu corpo.

Eu juro que me tentei controlar, e deixar essa coisa do plano de lado por um pouco, mas possa, por muito que eu não gostasse do americano e quisesse proteger o Minnie 24/7, teria de admitir que eles até poderiam fazer um casal bonitinho. Aliás, eles fizeram, sei por aquilo que o meu melhor amigo já me contou. E tenho a certeza que um dia eles serão o casal mais fofo à fase da terra de novo.

A viagem foi curta e logo terminou, agradecemos ao senhor taxista e ele agradeceu igualmente, por lhe termos pago extra e ele nem ter sido preso por estar a romper as leis (pergunto-me onde foi que o Kang arranjou o número daquele táxi).

Caminhamos pelas ruas pouco movimentadas, conversando entre nós. Eu estava um pouco distraída ao olhar a aplicação no celular com a localização da papelaria, mas “despertei” quando Jonghyun me cutucou o ombro, apontando de seguida para o nossos principal “otp”.

De mão dada!

Demos um hi-five vitorioso afinal, o nosso plano estava a correr tão bem que era impossível não celebrar. Era uma coisa tão, sei lá, boba, e muito pouco discreta também, mas era algo a que eu dava valor. A minha “irmandade” com Jonghyun para voltar a trazer felicidade para os nosso melhores amigos era algo importante para mim, por isso eu pensava sempre nisso com algum carinho, porque até lhes estavamos a fazer um grande favor. Afinal, pessoas que se amam devem ficar juntas, certo?

Certo.

-Será que podemos ir comer ali depois? Olha, Minki! - Mina segurou o meu braço e apontou para uma pastelaria - E eles têm macarons, ah. Vamos?

-Vamos. - ri, abraçando-a pelos ombros - És uma fofa.

∆

Dito e feito. Nós encontramos a tal papelaria, Baekho discutiu com o atendedor que não “sabia nada de tecnologia” e ainda “ousava criticar” o seu trabalho. Palavras do Kang.

Ficámos então naquela pastelaria. Praticamente todos estavam a devorar a comida à sua frente, menos eu, que sou cuidada e não quero engordar, mas também não quero ser vítima das ameaças de morte de Minhyun se eu não comer, então eu provo um pouquinho de tudo. Doceria francesa é muito boa mesmo.

-Vamos fazer algo divertido hoje à noite.

-Estou fora, Jong. Não participo em surubas. - Minhyun disse e todos rimos.

-Eu também.

-A Minki só fica de fora porque ela não iria suportar ver me com outras pessoas. - todos os restantes soltaram uns gritinho e eu revirei os olhos - Nega.

-Nego. Tu é que não suportarias me ver com outras pessoas, querido. Inclusive, a última vez que reparei, tu eras hetero, e sem contar comigo a Mina é a única garota. Não me parece que tu tenhas coragem de tocar nela sequer. - dei um sorriso desfiador e ele encarou Baekho que tentava não rir e depois Mina, que estava demasiado ocupada a provar todos os 15 sabores de macarons. - Loser.

-Okay, tens razão Choi. Já apanhei do Baek uma vez por causa de um jogo do monopólio no ano passado, chegou p’ra vida inteira. - suspirou, antes de ele e os outros três garotos se rirem, provavelmente lembrando-se desse dia - Mas a minha ideia era outra. Vamos sair à noite, para dançar e beber, sei lá. Somos jovens adultos que precisam de se divertir.

-Eu não bebo. - Minhyun disse e eu olhei-o com uma expressão de interrogação - Qual é, a japonesa hormonal aí ao teu lado não come carne, e vais julgar me por não beber álcool?

-Não te julguei. Tem gostos para tudo. - vegetarianos como a Mina, que não bebem álcool como Minhyun e que não suportam Kim Jonghyun, como eu. - Eu alinho.

-Eu também. Tou afim de beijar umas bocas hoje. - juro que o Hwang se engasgou e quase morreu depois de ouvir essa. Todos sabiam qual a boca que Aron queria beijar.

-Alinham todos? Também vendem água lá, Min, não morras.

Assentimos, mas lá no fundo eu sabia que aquilo iria dar merda.