História Butterflies - Chapter Thirty Three - Festa de Pijama

“Bem, o que fazemos agora?” - perguntei, me sentando na rodinha com uma taça de marshmallows no colo - “Para além de encher o estômago de comida nada saudável?”

“Vais acabar com a minha dieta saudável, Minki!” - Mina lamentou-se, antes de pegar dois marshmallows e enfiá-los na boca de uma só vez, o que resultou em todos rimos-nos dela por não conseguir mastigar prontamente - “Quase morri agora!” - afirmou, assim que conseguiu engolir tudo, com uma mão no peito - “Okay, porque não fazemos um joguinho de perguntas para nos divertirmos e ficarmos a conhecer-nos melhor uns aos outros, hum?”

“Eu alinho. Mas todos têm de responder!” - Minhyun disse, e todos concordamos, e então ele sacou do celular para colocar baixinho uma música de fundo - “DJ Hwang.”

“Adoro, para além de bonito tem bom gosto musical.” - Jeonghan comentou e todos olhámos para ele surpresos. Aquilo foi um flerte? - “Sou comprometido, mas não cego. Eu bem sei que Seungcheol também fica olhando para outros homens.”

“Ah, amor, mas eu te amo” - fez um biquinho - “És o único que eu admiro, só tenho olhos para ti.”

“Awn, querido…” - e um beijo meloso. Minhyun deu um selinho também no cantinho dos lábios de Aron, porque aquele garoto é do mais ciumento que existe.

“Eu começo, a ideia foi minha.” - Mina fez-se ouvir, dando um gole no seu refrigerante - “Quem é a pessoa mais bonita da rodinha?”

“A Mina está a querer terminar com uns relacionamentos hoje…” - Minhyun comentou, recebendo um tapinha da japonesa - “Aish, parece a Minki, batendo em meio mundo.”

“Ela bate em meio mundo, eu bato na restante metade. Além disso, se eu fosse piranha a esse ponto, com certeza o meu nome seria Hwang Minhyun.”

“Ei ei, demasiadas verdades jogadas na cara alheia para uma noite só. Alguém se sente no meio daqueles dois para acalmar os ânimos?” - ditou Jonghyun, e Aron levantou-se da esquerda do loirinho, sentando-se na sua direita, entre ele e a Myoui - “Salvador da pátria. Bem, eu posso começar. Na minha opinião é-”

“Aposto 20 euros em como é a Minki.” - disse Baekho, recebendo um olhar mortal do Kim. Eu ri discretamente, ao que o Kang continuava - “E mais 10 em como ele diz 'a minha Minki’”

“É a Minki sim. Mas só porque ela me subornou para o dizer!”

“O quê? Eu nunca te subornei!” - olhei para ele indignada - “Eu não preciso de fazer isso, pois tu és perdido de apaixonado por mim!”

“Subornaste-me com beijinhos, nem dá para eu pensar noutra pessoa agora.”

“É isto pessoal, finalmente o maior casal da Coreia inteira trocou uns beijinhos. O casamento é para quando?”

Claro que eu fiquei envergonhada, e para piorar tudo, o Kim Maravilha roubou-me um selinho à frente de todos, só piorando o meu estado de vermelha que nem um tomate. Depois do momento de histerice, os restantes responderam à pergunta, como era de se prever, todos falaram dos seus cônjuges, referindo o porquê da sua escolha - e, como era igualmente de se prever, Seungcheol enumerou todas as coisas que amava no namorado e que faziam dele simplesmente perfeito. Claro que, quando finalmente chegou a vez da trouxa aqui responder, fez-se um silêncio imenso. Eles estavam à espera de uma resposta que eu jamais diria! Teriam de me pagar para eu dizer que Jonghyun era o mais lindo dali. Jeonghan era tão lindo! Seria uma boa válvula de escapatória, e eu estava quase a proferi-lo quando o Kim me interrompeu, olhando para mim bem no fundo dos olhos e sorrindo de lado, aquele sorriso de matar e amolecer qualquer um. - “Eu escolhi a Minki porque, na verdade, ela é também a pessoa mais bonita que eu já vi na vida.”

Golpe baixo, eu escondi a cara entre as mãos, murmurando um “Kim Jonghyun…” baixinho e abafado, mas que (infelizmente) todos ouviram.

“Será que o couple name deles é “MinHyun”? Por favor, quando tiverem um filho, chamem a ele de MinHyun!” - disse o Hwang, e todos caímos nos riso, antes de seguirmos para a próxima pergunta.

De pouco em pouco, todos íamos ficando cansados - é, talvez os adultos tenham menos energia para aquele tipo de coisa que adolescentes. Mas eu nunca tive a oportunidade de fazer uma festa de pijama na minha adolescência, por isso aquele era como um sonho realizado. E estava com os meus melhores amigos, que mais poderia pedir, não é? Ficámos cerca de uma hora naquilo!

“Vocês tem algum objeto da sorte? Ou alguma espécie de amuleto ou algo assim que tenha um significado importante para vocês?” - perguntou Baekho, deitando a cabeça sobre a de Mina, que estava no seu ombro - “Eu não. Acredito que eu mesmo seja a minha própria sorte.”

“Quando eu estava no Japão, ia todos os finais de tarde até um descampado para ver o pôr do sol. Quando avistava a primeira estrela da noite, pedia um desejo. Não é bem um objeto, mas é quase isso.”

“Um dia podemos fazer isso aqui juntos, Mina.” - disse o Baekho, deixando um selinho na testa da garota.

“Eu…” - comecei, atraindo a atenção dos outros para mim - “Tenho este cordelzinho aqui.” - abaixei um pouco a meia, mostrando o tornozelo - “Eu tenho-o desde os 16 anos, quando me assumi transsexual. Vem me acompanhando desde aí, e eu acredito que, enquanto este cordel se manter intacto, eu terei força e coragem para aguentar tudo.”

“Tu não precisas de um cordelzinho cor de rosa amarrado ao tornozelo para ser forte e corajosa, Minki, pois tu já o és.” - Minhyun comentou, estendendo a sua mão para fazer um carinho na minha - “Muito mesmo.”

“Obrigado.” - sorri - “E tu Minhyun?”

“Eu tenho umas meias da sorte.” - todos rimos em uníssono, fazendo o loirinho ficar um pouco acanhado - “Qual é, é uma coisa normal! Uso-as todas as segundas feiras desde que iniciei a faculdade, para me dar sorte na semana que está para vir. Aron riu-se, mas ele também tem umas!”

“São matching couple meias.” - o mais velho justificou-se - “As dele são do SpongeBob e as minhas são do Patrick.”

“Mais goals que isso não há!” - Comentou Jonghyun, batendo umas palminhas - “São os meus pais!”

“Gente, não deveriamos ir dormir agora? Seungcheol está morrendo de sono aqui, em cima de mim!”

“Jeonghan tem razão.” - concordei - “Vamos dormir sim gente. Como vamos dividir os quartos, Jonghyun?”

“Bem… Eu posso ficar a dormir com a Minki aqui, daí tem mais três quartos: dos meus pais, irmã e visitas.”

“Eu não sabia que tinhas uma irmã.” - Questionei, e Jonghyun deu de ombros - “Sinto-me traída.”

“Por mim, tanto faz. Vamos para o quarto mais próximo até, vem Cheolllie~” - E levantou-se, puxando o meu primo sonolento pela mão. - “Boa Noite!”

“Boa noite!” - respondemos em uníssono.

Logo a seguir foram os restantes quatro, deixando-me sozinha com o Kim Maravilha, ainda sentados no chão, apenas olhando nos olhos um do outro. Ele aproximou-se um pouquinho, ficando à minha frente, e roubou-me um selinho rápido, sorrindo de seguida. Eu sorri igualmente, e levei a mão ao seu rosto, fazendo um carinho ali.

“Eu não te contei nada sobre a minha família porque… A minha relação com eles não é a melhor de todas. Não fiques ofendida.” - Eu assenti, descendo a mão até ao seu pescoço, puxando-o gentilmente para juntar os nossos lábios. Eu tinha os olhos fechados, mesmo quando ele afastou um pouco os nossos rostos, mas mesmo assim eu sabia que ele estava lá,  olhando para mim e exibindo aquele lindo sorriso dele. - “Sou tão feliz por te ter. Eu gosto tanto de ti, Minki.”

“Eu também gosto muito de ti, Jonghyun-oppa.” - Suspirei, sentindo ele fazer um carinho nos meus cabelos e colocar uma mecha atrás da orelha - “Sou sortuda por te ter.”

“Eu nem sou tudo isso.” - Ele riu, e eu revirei os olhos, mas puxei-o para um abraço. Foi meio estranho, meio desengonçado, mas a nossa relação era assim mesmo. - “Vamos dormir, princesa. Já está a ficar tarde.”

Ambos nos separámos para vestirmos os nossos pijamas e prepararmos-nos para dormir, até chegar a altura em que a ficha cai e eu percebo que vou ter de dormir na mesma cama que ele.

“Tenta não me agarrar muito, okay?” - Pedi, deitando-me do meu lado favorito da cama, e ele apenas assentiu, deitando-se do outro. Ele ficou de costas para mim, murmurou um boa noite, e assim ficámos. Não foram precisos mais de 5 minutos para eu entender que não gostava de maneira alguma daquilo assim; mas o meu orgulho era maior. Não deixaria Kim Jonghyun ferir o meu ego!

Dez minutos.

Quinze minutos.

E eu precisava de dormir.

“Ei… Jong? Estás acordado?” - Aproximei-me um pouco de si, sussurrando ao seu ouvido.

“Uhum.”

“Aish… Será que a gente podia…”

“Podia…?”

“Ah, tu sabes!”

“Não sei não.” - Riu.

“Ah, sabes sim!!! Tipo…”

“Tipo dormir abraçados?”

“...”

“Minki?”

“Sim, isso.”

“Estava à espera que pedisses.”

O mais velho virou-se para mim, e aproximou-se, deixando um selinho na minha testa, antes de me puxar para eu o abraçar. Coloquei a cabeça junto ao seu peito e sobre o seu braço, abraçando o seu tronco. As pernas dele enroscaram-se nas minhas e o seu braço livre abraçou-me de volta. Eu gostava daquela sensação de carinho e proteção que era estar nos seus braços.

“Boa noite, Jonghyunnie.” - Murmurei, deixando igualmente um beijinho contra o pano da sua blusa de pijama, como um carinho simples. Aconcheguei-me melhor nos seus braços, e acabei por adormecer rapidinho, só para no dia seguinte, e pela primeira vez na minha vida, acordar ao lado de Jonghyun e sentir que aquele era o meu lugar.