História Caça-Fantasmas - Me obrigue

A porta foi aberta pela garota pálida, que abriu um sorriso lindo ao ver Momo lhe olhando com uma expressão boba.

- Boa noite, DaHyun, caça-fantasmas ao seu dispor! – Momo deu seu melhor sorriso e fez uma reverência exagerada.

As garotas entraram na casa observando tudo ao redor, agora com pouca iluminação, a casa realmente parecia bem assustadora.

Tzu não tirou os olhos da garota que descia as escadas graciosamente, seu cabelo preso em um coque frouxo expondo seu pescoço, uma camisola frouxa, porém não muito comprida. A garota parecia uma bonequinha de porcelana.

- Olá! – A garota abriu um sorriso gentil.

- E aí!

- Oi!

- O-oi. – Tzu foi a única a gaguejar, o que não passou despercebido por DaHyun e JiHyo.

- Bom, primeiro precisarei fazer uma pesquisa com vocês. Para entender quais são as atividades que rolam nessa casa e assim saber quais os procedimentos a serem efetuados.

As garotas olharam para JeongYeon surpresas, ela realmente estava sendo profissional.

- DaHyun e Sana, eu vou perguntar algumas coisas e vocês precisam responder com sinceridade, ok? – JeongYeon continuou tirando uma folha de seu bolso e logo desdobrando-a.

As duas assentiram.

ChaeYoung notou que as duas usavam camisolas, tentou disfarçar o olhar, mas aquilo estava muito brega.

- Certo, ultimamente vocês têm ouvido vozes na casa? Vozes desconhecidas.

- Sim! – As duas afirmaram ao mesmo tempo. Jeong marcou com um “X” na folha.

- As coisas somem de um lugar e reaparecem em outros?

- Sim!

- A temperatura caí drasticamente sem nenhum motivo aparente?

- Sim!

Momo começou a se arrepiar inteira, Mina mal respirava e NaYeon arregalava cada vez mais seus olhos.

- Qual a cor da calcinha de vocês?

- Azul!

- Rosa!

- OUCH! – NaYeon deu uma mãozada na cabeça de Jeong. – O quê que eu fiz?

- Isso está incluso na ficha? – NaYeon estava bufando.

- Tá sim, olha aqui! – Jeong apontou para essa pergunta na ficha, NaYeon olhou feio e levou o indicador e dedo médio para os seus olhos, o famoso “Estou de olho”.

- Mais alguma coisa que vocês queiram adicionar? Algum fato estranho? – JiHyo vendo que Jeong estava inapta para continuar com as perguntas, interviu.

- Bom... Ultimamente eu vi alguns pratos levitando e um tipo estranho de gosma verde nos cantos dos móveis. – Sana falava com o indicador no lábio, pensativa.

Chae fez uma feição apavorada que provavelmente daria inveja em Edvard Munch, pelo o seu quadro “O grito” não chegar nem aos pés do que é uma expressão de puro pavor, como Chae estava demonstrando.

- Minha Santa Aparecida, olha moça a tua casa com certeza é assombrada pelo próprio Capiroto e sua legião de capetas. Eu tô é ralando, falou, valeu! – Chae completou já abrindo a maçaneta.

- Son Chaeyoung! – JeongYeon estava tão apavorada quanto a garota. – Agora você vai ficar e terminar isso, se eu morrer, você também morre! – Jeong apontou o dedo para a mais nova.

- ME OBRIGUE! EU NÃO VOU NEM QUE O PAPA PEÇA! – Chae gritou desesperada.

- Nem que o Papa peça? – NaYeon cruzou os braços e sorriu maldosa.

- É. – Chae engoliu em seco, já se preparando para a bomba.

JiHyo olhou para Mina e sorriu.

- ChaeYoungie~

Sim meus caros leitores, Myoui Mina estava fazendo aegyo.

Jogo sujo?

Óbvio!

O queixo da mais baixa foi ao chão.

- Fica comigo, por favorzinho~ - Uma voz manhosa com direito ao passinho do Shy Shy Shy.

- Eu fico sim, eu te protejo minha dama. – Chae em dois segundos estava ao lado da japonesa babando enquanto grudava em sua perna direita.

- Bom, é o seguinte. As atividades paranormais aqui são bem fortes, a sorte de vocês é que viemos preparadas. – Jeong para tentar esconder que estava toda cagada de medo, sorriu presunçosa enquanto batia os dentes, tamanho o pavor.

- Preparadas como? – DaHyun perguntou curiosa.

Chae soltou a perna da japonesa e se pôs ao lado da mochila que carregava, abrindo o zíper e retirando de lá algumas tralhas.

- Gravador. – Chae mostrou para as presentes ali na sala. – Ele serve para gravarmos algum contato do além, se não conseguirmos escutar a frequência da voz, ele vai pegar.

- Medidor de campo eletromagnético, para detectarmos se tem alguma fonte eletromagnética que não seja de origem do além que esteja interferindo, ou se não tiver explicação e detectar algo, realmente tem um ser de outra dimensão.

As garotas ouviam tudo, interessadas.

- Lanternas, baterias e pilhas extras, walkie-talkies, sal, água benta, detector de metais. Caso precisarmos encontrar alguma chave ou algo assim. Uma máquina fotográfica para capturar o que os nossos olhos não capturam.

Chaeng quase estava com metade do corpo dentro da mochila.

- Uma câmera de vídeo...

- Isso é uma tekpix? – Jeong interrompeu e começou a rir.

- Eu nem sabia que elas existiam mesmo. – Momo logo acompanhou a mais alta.

- É... Nossa verba estava escassa. – Chaeng coçava o pescoço sem graça.

- Chae têm mais equipamentos aqui. – Tzu entregou para a mais baixa a mochila que estava carregando. - Eu acho.

ChaeYoung agradeceu a mais alta, abriu a mochila e retirou o primeiro item de dentro com um sorriso, que logo se desfez ao perceber o que era.

- Um sombrero... – Sua voz foi morrendo aos poucos, olhou para JungYeon com uma expressão de “WTF?”. Afinal, essa mochila foi responsabilidade da mais velha.

- Um sombrero? – Momo perguntou coçando a cabeça.

- É um sombrero abençoado por um padre no Chile vindo de Machu Picchu. – Jeong tratou de tentar corrigir a burrada, havia pego a mochila errada e não poderia deixar que suas clientes perdessem a credibilidade em seus serviços.

- Mas Machu Picchu não fica no Peru? – Mina perguntou.

- Sim, mas ele abençoou em outro país. O padre que veio de Machu Picchu. – Nayeon entendendo a jogada de Jeong, se meteu para contornar a situação.

- Sim, esse sombrero é essencial para nos contactar com os espíritos. – Chae pegou outro item da bolsa. – Mais sal, para caso algo dê errado, nós só precisamos desenhar um círculo no chão e entrarmos, assim estaremos protegidos.

Mina percebendo o nervosismo da pequena, foi ao seu lado retirando o resto dos itens e apresentando.

- Temos um par de caneleira, que serve para protegermos nossas canelas caso espíritos hostis tentem nos empurrar das escadas. Uma toalha, para caso nossa equipe ficar muito suada e alguém precisar tomar um banho no meio das investigações. Um binóculos, para se precisarmos avistar algum espírito que esteja longe, mais de perto. Uma arma NERF, para defesa...- Mina queria estapear JeongYeon, cada item inútil que ela havia trazido. – E para finalizar, um carrinho de controle remoto. – Mina falou desanimada, não fazia ideia do que mentir.

- Para instalarmos as câmeras nele, caso tenha algum local que não consigamos entrar. – JiHyo sorriu brilhante, Tzu abriu a boca admirando o sorriso lindo da líder.

- Vai funcionar assim: - Momo deu um pulo do sofá batendo as mãos. – Vamos coletar o quanto pudermos de material em vídeo, em gravação, em foto. Para depois analisarmos em nosso escritório e finalmente dar a tão esperada resposta. – Fez uma pausa dramática. – Se essa casa é ou não assombrada.

- Todas com suas lanternas? – JeongYeon perguntou para as garotas, que afirmaram determinadas. – Ótimo, então a brincadeira vai começar. – Jeong deu uma risada digna de vilão de filme infantil e abaixou o pino do quadro de força, desligando toda a energia da casa.

Assim subiram as escadas do porão, tropeçando algumas vezes indo em direção à sala. O ponto inicial da investigação.

- Certo, DaHyun e Sana, seria interessante se vocês pudessem ficar fora da casa durante a investigação, visando a segurança de vocês duas. – JiHyo falava tudo calmamente passando uma imagem de segurança e firmeza, Tzu quase aplaudiu a mais velha, estava admirada a cada dia que passava pela mais velha.

As duas garotas concordaram e se despediram rapidamente, antes de saírem porta afora.

- Beleza, agora vamos para a divisão dos times. – Momo sorriu fofamente.

- A Chae tá no meu! – Jeong gritou circulando seus braços ao redor da mais baixa e levantando sua perna direita à altura da cintura da mais baixa no estilo “MINHA PRECIOSA”.

NaYeon torceu o nariz e Mina revirou os olhos.

- Eu também! – Momo pulou em cima das duas.

- Suruba! – Chae gritou e Momo apertou mais ainda as duas.

- Tsc, crianças... - NaYeon estava vermelha.

- Eu vou com a NaYeon. – JiHyo enganchou seu braço no da mais velha.

- E eu com Mina unnie. – Tzu sorriu para a mais baixa, logo ganhando outro sorriso como resposta.

Jeong se levantou e estendeu a mão, indicando com a cabeça para as outras imitarem seu gesto, assim cada uma estendeu sua mão direita em cima da mão da Jeong.

- PQNSNTAAM FIghting! – Jeong gritou animada assim que desceu a mão e subiu, em comemoração.

As outras imitaram seu gesto, mas ficaram olhando confusas.

- PQN o quê? – Tzu perguntou.

- Pessoas Que Não Sossegaram No Túmulo Após A Morte. – Jeong respondeu fazendo uma pose “Vida Loka”.

- Que merda é essa? – Momo não estava entendendo nada.

- É o nome do nosso grupo. – NaYeon respondeu como se fosse óbvio. – Jeong que criou e JiHyo aprovou.

Olhares incrédulos foram direcionados à líder.

- Ah, qual é gente? Eu estava sem criatividade para rebater o nome. – JiHyo estava com as bochechas vermelhas de vergonha.

- Broxante. – Chae reclamou. Momo, Tzu, NaYeon e Mina concordaram.

- Olha, pronunciando agora em voz alta, não parece tão legal quanto eu achei que tinha ficado. Aff, vamos logo começar com essa palha assada. – Jeong bufou.

- Tá, é o seguinte: Nós temos duas máquinas fotográficas e uma filmadora digital. As máquinas só tiram fotos, não filmam. – Chae pegou os aparelhos da bolsa e estendeu para que cada time decidisse o que iria utilizar.

Tzu e Mina ficaram com a máquina fotográfica, o medidor de campo eletromagnético e um termômetro infravermelho.

NaYeon e JiHyo ficaram com a outra máquina fotográfica, o detector de metais e um termômetro infravermelho.

Momo, Chaeng e Jeong ficaram com a filmadora e a câmera termográfica, que Chaeng havia guardado especialmente para a equipe dela, já que sabia como mexer nos equipamentos com mais habilidade.

Cada equipe ficou com um pote de sal, uma garrafa de água benta, um gravador e pilhas e baterias extras.

Cada membro ficou com uma lanterna e um walkie-talkie, para que todas pudessem se comunicar, caso houvesse alguma separação indesejada.

Jeong insistiu que os itens que havia trazido em sua mochila seriam úteis, então resolveu carregá-la nas costas. E Momo apareceu com uma mochila cinza que ela tirou, ninguém se sabe de onde, carregava aquilo como se tivesse ouro dentro.