- PEGUEI! - Gritou rindo vitoriosa.
Seu coração acelerou, não havia ninguém embaixo da mesa além de si, engatinhou e saiu do outro lado, onde avistou os pés descalços, se levantou e notou que o tênis não estava mais abaixo da cortina.
Arregalou os olhos e engoliu em seco.
Se virou e seu coração quase saiu pela boca.
JiHyo segurava o gravador e NaYeon tirava fotos do novo cômodo, parecia ser um quarto de solteiro, já que a cama era menor e havia apenas um criado-mudo.
- JiHyo pode parecer loucura, mas esse quarto me dá calafrios.
JiHyo tirou a atenção do gravador e sentiu os pelos de sua nuca se eriçarem.
- Tenho a mesma sensação. Acha que pode ter ocorrido aqui o suicídio?
NaYeon olhou para a mais nova, com medo. Não conseguia nem abrir a boca.
Voltou a fotografar, nesse quarto haviam vários enfeites, alguns quadros pendurados, papéis com partituras coladas pelas paredes, ursinhos de pelúcia antigos espalhados pela cama e pelo chão, a porta do closet estava quebrada, mas dava para ver que tinha muito pano lá dentro.
- Eu acho que aquela carta deve ser de 1900 em diante. Ursos de pelúcias foram inventados em 1902. - JiHyo lhe olhou confusa. - Eu gosto de ver fatos curiosos na internet ué. - NaYeon deu de ombros.
- O que aconteceu aqui? – JiHyo tentava ao máximo ser profissional. – Você precisa de ajuda?
- Tá louca?! Vai oferecer ajuda para espírito? Não assistiu Anabelle, não? Ele vai querer é a tua alma. Ôh alma vinda do além, eu não ofereço nada. É a louca ali que tá se oferecendo. – NaYeon inconformada, resolveu abrir a gaveta da penteadeira.
JiHyo sentiu tanta vontade de atacar o gravador na mais velha, mas se segurou, fazendo inúmeros gestos nas costas da outra.
- JiHyo estou vendo pelo espelho. – NaYeon nem levantou os olhos da gaveta, JiHyo arregalou os seus e foi para perto do closet, como se não tivesse acontecido nada.
A gaveta estava trancada, um pequeno buraco de chave era o que separava as mãos curiosas da mais velha para o conteúdo ali dentro.
- Você pode se manifestar? Bater na parede ou algo parecido?
As duas pararam os movimentos e esperaram, porém nada ocorreu.
- Droga, está trancada!
JiHyo seguiu o olhar da amiga, franziu o cenho, já havia visto uma chave dessas antigas em algum lugar hoje.
- Não acho que dê para abrir com um grampo. – NaYeon coçava a cabeça.
- Não dá, é fechadura antiga. Vamos para outro cômodo, esse aqui não tem nada.
Assim que abriram a porta ouviram passos apressados vindo de onde ficavam as escadas, duas silhuetas foram se formando.
Em um piscar de olhos, NaYeon saiu empurrando JiHyo e correndo na direção das duas silhuetas enquanto gritava aterrorizada. As silhuetas pararam de correr e NaYeon aproveitou para acelerar o passo e se jogar nas duas.
- ESPERA!! – JiHyo ouviu as duas silhuetas gritarem antes do estrondo.
- Espírito não grita... – JiHyo arregalou os olhos ao raciocinar. Correu na direção iluminando com a lanterna.
NaYeon, Momo e ChaeYoung estavam caídas emboladas, junto com alguns pedaços de madeira.
NaYeon foi a primeira a se levantar.
- Ah, meu Deus! – Segurou as duas mais novas pelo braço e puxou-as. – Me desculpem, pensei que fosse algum tipo de espírito.
- Ótima reação. – Chae massageava a bunda e Momo cuspia alguns pedaços de madeira.
- Ainda por cima quebrou a mesinha. – Momo olhou triste para o que restou no chão.
- Cadê a Jeong? – JiHyo estranhou a mais alta não estar ali no meio.
- Nós vimos orbes. – Chae começou.
- E saímos correndo de medo. – Momo sorriu amarelo.
- E vocês abandonaram ela lá embaixo? – JiHyo cruzou os braços, as duas olharam para o chão envergonhadas. – A primeira regra dos caça-fantasmas é: "Nunca abandonar o parceiro".
- Unnies! – Pularam de susto com a voz robótica.
- É câmbio primeiro, Tzu.
- AH! Câmbio! Unnies!
O walkie-talkie de todas ali apitavam com a voz da Maknae, JiHyo retirou da cintura e as outras abaixaram o volume dos seus para não atrapalhar.
- GodJiHyo na escuta. – A líder sorriu satisfeita, sempre quis dizer isso.
- JiHyo-unnie, venha para o sótão.
- A-go-ra! É seríssimo! – A voz de Mina foi ouvida, a garota falava firme, porém dava para detectar certo medo em seu timbre.
As quatro se olharam preocupadas e fizeram o caminho para o sótão.
Depois de muito esforço para conseguir fazer Chaeyoung subir a escada do sótão, já que a pequena tem fobia de aranhas, quase desmaiou ao ver a quantidade de teias só na estrada. Momo estava dando apoio à pequena pela esquerda e Jihyo pela direita.
- O que aconteceu com a ChaeChae? – Mina foi em disparada na direção das três após ver a pequena sendo praticamente carregada pelas duas.
- Só medo de aranha. – Momo deu de ombros e Mina examinou a garota em busca de algum arranhão.
ChaeYoung só conseguiu dar um sorriso amarelo, tentando confortar Mina, mas com a quantidade de suor escorrendo pelo seu rosto e sua palidez ela mais preocupava do que confortava a outra.
- O que era de tão importante? – NaYeon perguntou, não estava gostando nada do local, o sótão conseguia ser mais bagunçado que seu quarto.
- Unnies! – TzuYu levantou apressada e acabou escorrendo em um pedaço do lençol usado para cobrir o que parecia um sofá. Foi de fuça ao chão.
JiHyo arregalou os olhos se soltando da mais baixa e correndo para a Yoda.
JeongYeon pulou de susto ao ouvir um barulho de algo pesado caindo. Se aproximou do corpo da mais baixa, que se afastou discretamente.
- O–o que foi i-isso? – Jeong perguntou olhando assustada para os lados.
- Deve ter sido o encanamento. A casa é velha. – A mais baixa sorriu inocente.
- Tá, mas o que você está fazendo aqui? Tipo, a investigação pode ser comprometida com a presença dos donos. – Jeong olhou confusa.
- Eu não suportei ficar lá fora sem fazer nada, achei que talvez eu possa ser útil em alguma coisa. – Fez um biquinho.
- Ah, tá bom né. Pode começar levando essa bolsa. – Jeong estendeu a bolsa, a garota se afastou e olhou séria para a mais alta.
- Tem água benta aí?
- Tinha, a Momo usou tudo na cozinha. – Era uma bolsa pequena lateral que cada equipe usava para carregar os equipamentos essenciais. O pote de sal, a garrafa de água benta, o gravador e as pilhas e baterias extras. Já que os itens pessoais como a lanterna e o walkie-talkie ficariam sempre "em mãos".
- Ah, é que sou alérgica. – A garota sorriu sem graça. E logo tratou de pegar a bolsa.
- Certo, então vamos, temos muito o que investigar ainda DaHyun-ssi.
- Tudo bem, bebê? – JiHyo levantou a giganta, tratando de fazer uma massagem no nariz da outra que estava avermelhado pelo tombo.
- Tá sim, unnie. – Sorriu envergonhada. – Bom, nós acabamos descobrindo alguns documentos. Na verdade, não foi só um suicídio que aconteceu nessa casa.
As quatro recém-chegadas suspiraram surpresas.
- Me sigam. – Mina falou e entrelaçou sua mão com a de ChaeYoung, tirando a pequena de Momo possessivamente.
As garotas chegaram perto do baú antigo que estava aberto com alguns papéis no chão. TzuYu foi a primeira a se sentar, as outras logo imitaram sua ação.
Mina entregou um jornal para JiHyo. Os olhos da líder iam e vinham, ela lia atentamente cada palavra.
- Pessoal, houve mesmo um suicídio aqui. Pensei que fosse marketing ou história para assustarem as crianças e elas não virem brincar aqui.
- Marketing? - Mina perguntou coçando a cabeça em confusão.
- Espera! – Momo gritou fazendo NaYeon dar um pulo de susto.
- Aish! – NaYeon deu um tapa na japonesa que apenas fez um beicinho.
- O que foi? – Chae perguntou assustada, Mina apertou mais ainda suas mãos passando segurança.
Momo tirou a mochila das costas, abriu e retirou três sacos de dentro.
- Vamos comer algo enquanto lemos esses papéis. Leitura dá fome. – As garotas bufaram e contaram até 5.
- Você está molhada Momo? – Mina, que estava ao seu lado, notou sua calça com uma macha de tamanho médio.
NaYeon sorriu sugestivamente e JiHyo revirou os olhos com a atitude pervertida da mais velha.
- É água benta. – Chae respondeu.
- Na verdade... Eu acabei me urinando um pouco. – Momo sorriu vermelha de vergonha, TzuYu abriu a boca e se afastou da japonesa com nojo.
- O quê? – Mina estava com uma expressão impagável.
- Lá embaixo nós vimos umas paradas de orbes e eu fiquei com tanto medo que acabei me urinando. Oras, queria ver se fosse com uma de vocês. – Reclamou mal-humorada e enfiou as batatinhas em sua boca enquanto pegava um papel ali espalhado pelo chão.
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