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História Cacos - Capítulo 10 - O festival parte 2


Escrita por: flowertea

Notas do Autor


Olá! Como vocês estão meus benzinho? Espero que bem!!! Eu tô bem também, apesar de que os últimos dias foram bem chatos, nois releva pra ser mais paciente.
Porém nesse exato momento eu me sinto ótima por entregar mais esse capítulo aquilo aqui.
Eu tô um pouco insegura porque queria muito que ele fosse especial, mas não sei se conseguir os sentimentos que eu queria.

E huh, vocês foram tão receptivos e lindos comigo na volta de cacos que não posso deixar e agradecer. Obrigada! Eu tô muito feliz de tá por aqui de novo, um abraço muito grande. <3 E VCS VIRAM O EXTRA PASSADO NÉ KSNSNSNSS
Olhem me perdoem, não quero dar nenhum spoiler sobre tudo o que vai acontecer hoje, então nas notas finais conversamos novamente.

Boa leitura ~♡

Capítulo 13 - Capítulo 10 - O festival parte 2


 Apenas aquele dia, o som do alarme não parecia tão desanimador como nos outros. Ou melhor, durante um tempo em que Joohyun ao menos percebeu quando começou, acordar parecia sempre soar como algo doce e que se demonstraria valer à pena a medida que o dia passava.

De olhar em olhar, ela conseguia perceber pequeninas coisas bonitas que a davam inspiração o sufuciente para nunca mais desejar passar um dia inteiro imersa em seus lençóis após estudar muito.

Se espreguiçou e procurou o celular, imaginando que além da mensagem de Jiwoo confirmando a tarde que passariam juntas aquele dia, talvez houvesse outra coisa também. Ou talvez algo de Seulgi, a Bae pensou, imaginando o quanto seria incrível se ela por um acaso se lembrasse qual era o dia de hoje.

Entretanto às suas expectativas caíram ladeira abaixo no instante em que ela abriu a aplicação de mensagens. Havia realmente apenas a mensagem de Jiwoo, e ela apenas confirmava o horário acompanhado de uma figurinha.

Joohyun se sentiu desapontada, mas optou por não ficar tão triste. Elas não tinham culpa, a Bae que deveria ter citado a data daquele dia poucas vezes demais.

Porém...

Ainda não podia acreditar que Seulgi não disse absolutamente nada.

Não só porque aquilo era um pouco triste, mas porque Seulgi não era esse tipo de pessoa. Seulgi aparentava – ou melhor, era –, ser o tipo de pessoa que era atenciosa até mesmo com desconhecidos que precisavam de sua ajuda.

Seulgi era atenciosa ao ponto de compreender os sentimentos de Joohyun mesmo quando ela não merecia.

Então como ela podia ter esquecido a data do seu aniversário?

Fora o que Joohyun pensou dolorosamente por alguns minutos, até a decepção do ocorrido ir se dispersando da sua mente aos poucos, mesmo que não dentro de seu coração.

A sua manhã de aniversário fora extremamente solitária, sua companhia sendo unicamente a gatinha que também saboreava o seu café da manhã alguns centímetros de distância, no chão da cozinha. Os seus pais haviam tido um compromisso naquela manhã e não passaram em seu quarto pra dizer qualquer coisa, deixando um recado apenas para a empregada, que também não sabia que aquele era o aniversário da filha de seus patrões.

Mas como poderia saber, pois que tipo de pais eram tão indiferentes assim?

A Bae não quis se prender naquela melancolia. Sentir amargura ou raiva só machucaria ainda mais a sua alma em processo de cura. Entretanto, ainda assim, do fundo de seu coração, se perguntou se não estava na verdade, errada.

Se as coisas não haviam mudado em hora alguma, e que ela continuava superficial e solitária como sempre. Talvez não fosse importante para às pessoas que tanto gostava, como Seulgi e Jiwoo. Talvez tudo aquilo não passasse de momentos efêmeros sem importância, risos e momentos que não eram tão importantes para os outros como era pra si. Afinal nunca tinha aberto tanto o seu coração, se permitido tanto, sido tanto.

Cada novo passo que dava eram carregados de infinitos sentimentos que a deixavam com frio na barriga e uma enorme insegurança em estar indo em direção a algo sem destino.

Talvez as pessoas que amava não se sentissem da mesma forma com ela. Porém não seria certo culpá-los, ninguém tinha culpa que a Bae era daquele jeito.

Decidiu fazer algo por si mesma aquele dia, mas a única ideia que tivera fora a de ensaiar para o festival. Escolhera a música na noite passada, após muitas e muitas dúvidas. O festival escolar não soava tão importante, mas ainda assim ela gostaria de realizar uma apresentação bela, principalmente porque, precisava confessar que gostaria de impressionar Seulgi nem que fosse um pouquinho.

Não só porque gostava dela, mas também porque queria demonstrar para Seulgi que também tinha qualidades e talentos, e que com o esforço e paixão necessários, poderia realizar um bom trabalho. Não sabia se a Kang tinha algum interesse naquele tipo de música, então tentava tomar aquilo como um pequeno desafio. Contando com isso que a Bae demorou tanto para escolher à sua canção, mas agora que ela por fim se decidira, iria se dedicar.

Se ocupou a manhã inteira em estudar o básico para o vestibular que seria no final do ano, e no tempo livre que tinha ia até o piano, pensando e sentindo muito bem antes de teclar qualquer nota que fosse.

Deixou o celular em um banco bem próximo de si, no fundo torcendo para receber ao menos uma ligação de sua mãe. A sensação de ser esquecida tentava corroer o seu peito.

Antes era fácil, pois ela apenas respondia tudo aquilo com ódio e revolta para com o resto do mundo. Se punha em um pedestal onde ninguém era bom o sufuciente para tratá-la como merecia. Mas agora... como responderia a esses sentimentos tão tristes?

Bom, quem sabe Jiwoo não tinha preparado uma surpresa pra si? Nem que fosse um parabens inesperado. Ou Seulgi se lembrasse no finalzinho do dia, ao desbloquear a tela do celular e notar a data. Tentou pensar positivamente a Bae, sabendo que não acreditava em nada daquilo.

Os aniversários costumavam servir pra fazer com que às pessoas se sentissem alegres e amadas nem que fosse um pouquinho, mas para Joohyun o dia de seu aniversário era um dia em que se sentia uma absoluta idiota.









Quando chegou a hora em que iria fazer uma visita a Jiwoo, tratou de tirar aqueles pensamentos tristes da mente e mandou uma mensagem a mãe, avisando o motivo de sua ausência caso os pais chegassem antes dela.

Como sabia o caminho por tê-la levado em casa algumas vezes, optou por ir a pé, pois desejavs caminhar para se distrair um pouco.

Era verdade que o seu coração ainda se sentia desanimado por não ter recebido uma mensagem ou ligação sequer sobre seu aniversário, mas enquanto seguia em direção à casa de Jiwoo, um novo sentimento trouxe intenso conforto ao seu coração.

Em outros dias, costumava observar às pessoas e como elas sempre aparentavam ver sentido em suas vidas e sentir uma grande inveja. Observava jovens com seus amigos, mães com seus filhos, casais mais indiscretos que o necessário, ou simplesmente duas crianças brincando na rua e percebia o quão diferente era de todas elas. O quão retraída e distante era de tudo e de todos.

Costumava tentar mascarar isso, mas hoje era capaz de admitir que só desejava um pouquinho de todo esse comprometimento com à vida.

Hoje ela podia ser um pouco como às outras pessoas.

Não, não se tratava disso.

Joohyun podia ser ela mesma, podia ser.

Estava alegre por isso. Fora como se estivesse sentindo o próprio sol tímido como sempre naquele país, a convidar para que vivesse também. Começou a caminhar com um pouco mais de confiança, nos mesmos passos delicados e precisos de sempre, só que dessa vez carregados de uma felicidade quase constragida por estar finalmente experimentando os sentimentos, detalhes e momentos que a vida era capaz de doar.

Pensava em si mesma como à garota sempre escondida pelo semblante impassível e insatisfeita com tudo o que precisava viver dentro de casa e já não mais se identificava com ela. Hoje a via como um momento complicado e quase doloroso demais, mas entendia que nada disso resumia metade do que ela era.

E aquela sensação... parecia muito com liberdade, mas era um pouco menos intensa naquele momento. Era como uma chuva refrescante após dias e dias de um calor insuportável, como abrir a janela e perceber que às flores já começavam a brotar.

Como se a primavera estivesse próxima.




Quando chegou na rua de Jiwoo ficou em dúvida se aquela era mesmo a rua certa, porém optou por seguir aquele caminho da mesma forma. Tinha quase certeza.

Caminhou hesitantemente até encontrar a casa, feliz por ter achado o lugar, mas muito tímida por estar pela primeira vez indo à casa de uma amiga. Mas oh, aquilo não era nada demais, certo? Não precisava ficar tão ansiosa por isso. Já havia saído com Jiwoo outras vezes. Estava tudo bem.

Bateu na porta duas vezes já que ainda não tinha achado nenhuma campainha, se distraindo apenas um pouco ao notar o quanto a residência parecia acolhedora, exatamente como a sua amiga. Ouviu um leve som de um papel sendo arrastado no chão, e quando abaixou à cabeça notou que um papel realmente havia sido arrastado debaixo da porta da casa de Jiwoo.

O pegou e viu que algo estava escrito nele, deduziu que deveria ser algo pra si.

"Por favor, abra à porta." Era o que dizia a folha branca.

Hesitou um pouco antes de atender ao pedido, se surpreendendo ao ver que quando empurrou de leve e girou a maçaneta, à porta se abriu.

Surpresa! – falaram em sintonia vários rostos conhecidos.

– Ah! – respondeu Joohyun com um grito, tomando um verdadeiro susto com à cena a sua frente.

Estava tão chocada que piscou os olhos algumas vezes até finalmente perceber que não estava vendo coisas. Ainda estava em choque quando Jiwoo fora até onde estava e a deu um abraço apertado, desejando-lhe feliz aniversário. Ao menos conseguiu retribuir o abraço devidamente, sem palavras ou ação àquele momento.

Por um movimento quase automático, seus olhos percorreram à sala até encontrar Seulgi. Quando finalmente a viu em um canto da sala, sorrindo abertamente pra ela, seu coração parou de bater por um tempo apenas pra bater ainda mais forte e rápido pouco tempo depois.

Joohyun não sabia se fora pela manhã melancólica que tivera ou pelo medo de ser mais de Seulgi do que imaginava, mas ver que ela estava ali a deixara fora de órbita.

No instante em que a viu, fora como se a maior paz que já pisara na terra tivesse pousado em seu coração, no formato de um sorriso tão bonito quanto acolhedor.

Ela não chegou a perceber o exato momento em que começou a chorar.

Como estava um pouco envergonhada, finalmente retribuiu o abraço da amiga, tentando esconder o rosto em seu ombro.

– Obrigada. – Joohyun finalmente conseguira falar, se esforçando pra parar de chorar.

Se afastou da amiga e enxugou às lágrimas com os dedos o melhor que conseguia, se esforçando ainda mais para não soluçar, pois sabia que caso se distraísse um pouco, às lágrimas cairiam com ainda mais força. Sorriu para Jiwoo e então disse a todos, na voz e expressão mais calma e alegre que conseguiu demonstrar.

– Eu não estava esperando por isso. É... Obrigada. – declarou a todos, apesar de que seu olhar se demorava mais em Seulgi por mais que tentasse observar todos os rostos ali.

Joohyun não poderia imaginar de forma alguma, mas quando finalmente pôde se recompor e agradecer por algo tão simples mas tão raro pra si, fora como se por um momento o coração de Seulgi tivesse perdido e fôlego, e tudo o que mais desejasse fosse Joohyun daquela forma todos os dias, feliz por simplesmente ser amada.





















Quando porfim terminou de cumprimentar, agradecer e conversar um pouco com todos que estavam ali, Joohyun foi até o quarto de Jiwoo pra conversar com a mesma.

– Como você pôde achar que eu realmente ia esquecer? – começou a Kim, percebendo o quão emotiva a Bae estava. – Desculpa não ter dito nada antes, eu queria muito fazer essa surpresa pra você!!! Me perdoa?

– Está tudo bem. Eu nunca ficaria irritada com você. Eu só não esperava... na verdade eu tô muito, muito feliz. Obrigada. Você é demais, obrigada. – disse Joohyun novamente, abrindo os braços para à amiga e a abraçando apertado em seguida.

– Ah, mas é que você pareceu tão tristinha. Você até chorou, aconteceu alguma coisa antes de você chegar aqui? – perguntou Jiwoo, enquanto às duas iam para a cama.

– É que essa é a primeira vez que fazem algo assim pra mim. – respondeu, um pouco tímida em ser tão sincera. – Eu... não recebi nenhuma mensagem dos meus pais hoje. Eu chorei apenas porque estava muito surpresa e alegre, não precisa se preocupar... Aliás, quem deveria se preocupar é você de passar tanto tempo comigo a festa inteira. É sério que vai permitir que a Sooyoung vá embora sem que vocês tenham conversado devidamente?

Oh. – soltou Jiwoo, pondo às duas mãos em cada bochecha enquanto relembrava.– Na verdade, nós conversamos bastante antes de você chegar. Eu não acho que seja necessário. – terminou Jiwoo, tentando em vão disfarçar os seus sentimentos.

– Eu não vi a Jungeun hoje. Você não a convidou?

– Ah, é mesmo! Convidei ela sim, mas ela teve outro compromisso hoje... acho que agora que a festa surpresa já aconteceu, mais tarde ela deve te mandar alguma mensagem.

Joohyun já estava pronta para responder, quando um rosto aparecera por detrás da porta, aquecendo o seu coração imediatamente.

– Eu posso interromper vocês um pouquinho? – indagou Seulgi, ambas concordaram e a Kang entrou. – Jiwoo, a Sooyoung estava perguntando de você pra todo mundo. Eu disse que você tava com a Joohyun esse tempo todo, então ela pediu pra que você fosse falar com ela quando pudesse... Eu queria conversar um pouco com a Joohyun agora, então o que você acha de ir falar com ela? – sugeriu a Kang.

– Tudo bem pra você? – perguntou Jiwoo a Joohyun, tentando demonstrar como o olhar que temia a amiga se magoar ao estar na presença de Seulgi.

Joohyun compreendeu e apenas assentiu positivamente, tentando não demonstrar o quão vermelha estava por estar sozinha com Seulgi.

Precisava conter os seus sentimentos, mas existiam horas em que isso era absolutamente difícil demais. Se lembrou de que Seulgi tinha namorada e que a outra não ia e nem poderia olhá-la de outra forma, e com isso procurou acalmar o seu coração.

Percebeu que Seulgi ainda a observava da porta. Joohyun notou que a mesma estava distraída e se aproveitou um pouco disso, sentindo mais um pouco de sua companhia, contemplando mais um pouco sobre tudo o que ela era. Por ser ela a única pessoa naquele mundo, naquele exato momento, ao estar com Seulgi, sentiu-se a pessoa mais sortuda do mundo.

Sorriu sem conseguir evitar, só percebendo que o fazia quando a outra finalmente pareceu retomar consciência e ir até a cama, sentando ao lado de Joohyun.

– Quem diria, né? – indagou Seulgi, sorrindo com às lembranças. – Que um dia eu e você estaríamos em um quarto por sermos amigas, e não por você planejar me matar comigo trancada aqui. – Seulgi riu, mas Joohyun não se sentiu tão confortável.

Tocar naquele passado ainda era triste.

Entretanto não se sentiu de completo magoada. Pois mesmo após tudo o que aconteceu no passado, estavam ali aquele momento. Juntas. Joohyun não sabia ao certo se merecia aquilo, mas permitiu-se ficar feliz.

– Eu acho que nunca agradeci o suficiente por você ter sido tão gentil comigo o tempo inteiro. Sem você eu... Eu não sei onde estaria agora. Obrigada. Obrigada por ter acreditado em mim. – declarou Joohyun, sentindo o seu coração arder tamanha era a sua vontade de segurar a mão de Seulgi.

– Ei? – disse Seulgi, sorrindo. – Você não precisa agradecer. Qualquer outra pessoa teria feito o mesmo. Mas eu fico feliz por ter tido a sorte de ter sido a pessoa a quem você deu atenção. Eu que agradeço. Estar com você é uma das melhores coisas que já me aconteceram, Joohyun.

– Sério? – indagou Joohyun, verdadeiramente pasma.

– Sim. – respondeu a Kang, seu semblante se perdendo no da outra por algum tempo, mas tratando de se recompor logo em seguida. – Eu trouxe algo pra você. Sei que é rica e tem coisas que eu nunca poderia te dar, mas eu não podia deixar de te dar algo que te fizesse lembrar de mim. É... aqui.

Quando terminou de falar, tirou de sua bolsa uma pequena caixinha retangular lilás, muito simples, mas que para Joohyun pareceu a melhor coisa que já havia tocado. Abriu com muito cuidado, encontrando uma correntinha com o pingente de um coração que continha um a escrito nele.

– É lindo. Muito obrigada. – agradeceu a Bae, tocando o objeto e percebendo que ele parecia um pouco antigo, ficando ainda mais encantada ao perceber isso. Sentiu que mais coisas estavam por vir.

– Eu sei que ele parece um pouco velho. Mas juro que ele tem uma história linda! – começou Seulgi, sorrindo ao relembrar. – Você não sabe, mas eu não tive uma infância muito agradável. De qualquer forma, um dia à minha irmã me deu essa correntinha. Ela disse que nesse colar havia um a, que tinha a ver em como se diz eu te amo em japonês. Até hoje não entendi muito bem essa parte. O que importa pra mim é que ela disse que isso era pra deixar claro que não importava onde eu estivesse ou que às coisas estivessem muito difíceis, eu sempre contaria com o amor dela e jamais estaria sozinha. Essa correntinha foi a minha maior felicidade por muito tempo, e ainda sempre carrego ele por todo o lugar, é muito importante pra mim. Assim como você. – terminou Seulgi.

– E-e você vai dar ele pra mim? – perguntou Joohyun, sentindo o seu coração apertar, aquele sentimento sublime em seu peito sendo tão intenso que a Bae sentia não ser capaz de ser forte o suficiente para lidar com ele.

– Sim! – respondeu – Eu sei que por muito tempo você se sentiu e esteve um pouco sozinha. Mas eu quero que fique com isso pra que sempre se lembre de que sempre estarei com você, e enquanto eu existir, você nunca precisará se sentir solitária nessa vida. Eu prometo jamais me afastar de você, ok?

Às palavras de repente sumiram da mente de Joohyun, e a mesma sentiu que estava em alguma espécie de sonho bom demais pra ser verdade.

Mais do que nunca, quis dizer o quanto a amava.

O quanto a amava não de só pela paixão que sentia por ela, pelo quão bonita era ou pelo quanto gostaria de ser à sua namorada, mas também porque Seulgi trazia uma força tão grande aos seus dias, a doava tanto alívio e felicidade que Joohyun conseguia compreender que nunca naquele mundo iria gostar de alguém como gostava de Seulgi.

Almas gêmeas poderiam ser uma idealização da mente humana, a pessoa certa com certeza não existia pra ninguém e certamente Joohyun e Seulgi não haviam sido nascidas ou destinadas uma para à outra. Entretanto Joohyun a amava de verdade, e não poderia desejar ou sonhar com nada melhor do que estar com ela.

E sabia que poderia estar com ela para sempre não porquê era completamente apaixonada pela mesma, mas também porque sabia que no mundo nem todo mundo tinha a sorte de conhecer pessoas assim, que salvam o seu dia apenas com um sorriso.

Seulgi era o tipo de tesouro que apenas corações como os de Joohyun compreendiam a preciosidade.

E se Yerim não existisse, Joohyun sabia que teria dito àquelas palavras. Que a amava. Que sempre a amaria.

– Seulgi... – começou Joohyun, perdendo todas às palavras do mundo. Não haviam palavras naquele momento. Só sentimentos que iam além do infinito. – Eu amei. Eu... estou tão agradecida que não consigo demonstrar em palavras. Você entenderia se eu dissesse que poucas coisas nesse mundo me deixaram tão feliz quanto você me doar isso no dia do meu aniversário? – perguntou, sentindo medo de não expressar o sufuciente o quanto estava feliz.

Entretanto bastou apenas vê-la pendurando a correntinha em seu pescoço logo em seguida para Seulgi perceber o quanto ela tinha gostado, e não havia nada no mundo que se comparasse aquela imagem.

Joohyun feliz enquanto usava a correntinha que era a maior jóia do mundo pra si. Enquanto compreendia que Seulgi estaria ali pra ela sempre.

Seulgi perguntou a si mesma se ir ao espaço podia ser tão incrível quanto à cena a sua frente.

Um silêncio compreensivo sobrevoou às duas por um tempo. Joohyun não se preocupou, pois Seulgi corria calorosamente, demonstrando que havia compreendido.

Todavia, a Bae logo percebeu que havia algo que parecia estar deixando Seulgi ansiosa. Constatar isso deixou-a ansiosa também. O que estaria havendo?

– Seulgi? – Joohyun perguntando, sua mente lendo o seu nome em forma de meu amor. – Está tudo bem?

– Eu... Joohyun. Eu... – Seulgi quis declarar, se sentindo afogar enquanto contemplava os olhos do Bae. Entretanto não conseguiu e nem pôde completar a frase. – Eu não vou poder ir para o festival.

Joohyun não entendeu. Ela não havia dito poucos dias antes o quanto estava animada para o dia do festival? Como ela poderia não ir?

– Eu fui convidada pra cursar uma academia de dança incrível em Seul. Eu vou ter que ficar lá por três meses, e para que eu não perca tanto o ano letivo, vou ter que ir um mês antes das férias começarem. Infelizmente é bem no dia do festival. E eu não podia recusar, sabe? – terminou, um pouco insegura.

O seu maior medo era que Joohyun se sentisse triste com a sua ausência.

Entretanto, a reação da Bae fora algo que ela não esperava. Um enorme sorriu surgiu na face de Joohyun, que não pôde se segurar e foi até a direção de Seulgi, a dando um abraço apertado.

– Isso é maravilhoso, Seulgi! Imagina o quão bom pra você vai ser? Como pode me contar isso com essa cara? Você não precisa se preocupar com o festival, há outro no final do ano e você vai voltar ainda mais preparada. Parabens! – declarou por fim, se afastando da Kang.

Com às palavras de Joohyun, a outra finalmente conseguiu demonstrar o quão animada e alegre estava por aquela oportunidade.

Continuaram conversando tanto sobre aquilo que não viram o tempo passar, e enquanto Seulgi terminava de prometer que mandaria mensagens no grupo que elas tinham com Jiwoo todos os dias, Joohyun se surpreendeu ao ver que já iam dar 18:00. E parecia que não havia passado um minuto sequer desde que ouvira a voz apaixonada de Seulgi.

Se perguntou onde Jiwoo estaria, porque a mesma não tinha aparecido durante aquele tempo que eram quase três horas nenhuma vez. Mas a resposta veio a sua mente no instante em que riu novamente de Seulgi dizendo todo tipo de loucura que planejava fazer em Seul, incluindo talvez até tatuagens.

Quando se está na companhia de quem gostamos muito, não existe tempo, apenas momentos que poderiam ser eternizados pelo coração.

Joohyun teve a confirmação disso assim que saiu do quarto da Kim e a viu no sofá rindo alto da maneira de sempre, provavelmente por causa de alguma coisa que Sooyoung contava. A Bae pôde perceber também que aquela era a primeira vez que via Sooyoung tão a vontade, e também a maneira como os olhos da baixista pareciam brilhar como às duas estrelas mais brilhantes do céu enquanto observava Jiwoo.

– Eu acho que a Sooyoung gosta da Jiwoo. – declarou Seulgi ao seu lado, parecendo perceber o óbvio pela primeira vez.

Joohyun olhou pra Seulgi da mesma forma como Sooyoung olhou para sua amiga a pouco tempo atrás, enquanto respondeu:

– Eu também.





















Quando Joohyun soube que Seulgi não iria mais participar do festival, decidiu que naquela vez precisaria dedicar a performance para si mesma, porém ainda assim mantendo a mesma música que havia decidido antes.

De vez em quando, se sentia muito insegura. De uma forma que apenas ela e os seus pensamentos mais antigos poderiam perceber. Era muito fácil dar o seu melhor quando pensava em como outra pessoa se sentiria, mas quando o seu objetivo era simplesmente se sentir viva de corpo e alma? Joohyun queria tocar bonito para si mesma. Queria entender qual era a melodia que ela desejava ecoar para o resto do mundo, a melodia que canta como a deusa das melodias e acordes todas às vezes em que a pessoa que ela gostava se aproximava alguns centímetros.

Por isso, e principalmente pra se entender um pouco melhor, dedicava noites, ideias e pensamentos ao seu piano. Quando sentia medo novamente, tocava no pingente em seu pescoço e se logo toda a angústia capaz de atormentar a sua alma ia embora, dando espaço a uma enorme esperança.

Durante aquele mês inteiro, tratou uma singela canção como se fosse um parte importante de quem era. Procurou entender que gostava um pouco mais das leves notas graves, e do quando de vez em quando sentia vontade de dançar quando ouvia um si.

E por mais que Joohyun estivesse alegre pela oportunidade que Seulgi estava tendo, não conseguia deixar de aproveitar cada pequeno momento que podia passar ao seu lado. Mesmo quando tinha que ir entregar à tarefa a professora e podia observá-la com o canto do olho, não perdia a oportunidade de fazê-lo.

O laço que haviam criado era a sua maior preciosidade. E de vez em quando, apenas de vez em quando, não se sentia tão triste por saber que Seulgi era inalcançável, pois ela sentia que tinha algo tão bonito quanto.

Quando pensava que por três meses não estaria com o seu tesouro, era como se perdesse o próprio chão por um momento. Sua sorte era poder sempre contar com às palavras e a companhia de Jiwoo, que sempre a recordava que o mundo era belo por infinitos motivos. Joohyun gostava de concordar, no fundo escondendo que para ela nunca poderia haver no mundo nada mais belo do que o sorriso caloroso de Seulgi.

Em uma sexta-feira da quarta semana de Junho, o festival finalmente havia chegado. Joohyun quase perdeu o horário, pois havia ensaiado mais uma vez a noite inteira. Se concentrou ao ponto de esquecer que aquela seria a manhã em que Seulgi embarcaria para Seul, e só soube ser tarde demais para se despedir quando viu a mensagem da mesma avisando que teria que ir mais cedo, mas que sentiria saudades dela e de todas às meninas.

Joohyun se sentiu angustiada por não ter podido se despedir. Era no mínimo doloroso acordar com uma notícia daquelas.

Pode parecer bobo, mas em meio a inconsciência que sentimentos assim que abrimos os olhos, junto com todo o amor que a Bae sentia por Seulgi, a fez chorar. Compreendendo apenas que não veria Seulgi por tanto tempo, apenas conseguiu chorar em seus lençóis. Então era isso mesmo? Não veria o rosto de Seulgi, nem ouviria a sua voz por tanto tempo?

Por que a vida precisava ser assim, tão impermanente? Em um dia, Seulgi estava ali com ela, a salvando de uma Minkyung com os hormônios a flor da pele, sendo gentil com ela de uma forma que nunca fora antes.

E agora estava indo embora. Joohyun sabia que ela voltaria daqui a três meses, mas o que um ser humano tem de verdade além do agora?

Seulgi não poderia estar ali agora.

Ao finalmente reparar no quão insana estava sendo, respirou fundo para se acalmar e respondeu a mensagem de Seulgi, a desejando toda sorte e felicidade, declarando que sentiria saudades mas que não iria ficar triste.

Tentou se animar ao relembrar que hoje teria uma apresentação da banda em que Jiwoo estava, e apesar da pequena angústia que ficava falando em seu coração pela ausência de Seulgi, se sentiu feliz.

O festival acontecia todos os anos, mas aquela seria à primeira vez em que realmente ficaria para assistir as apresentações. Poderia ser divertido, ainda mais levando em conta de que a sua melhor amiga seria a vocalista da banda esse ano. E que, claro, Joohyun ia performar.

Céus! Ela iria mesmo fazer aquilo.

A primeira apresentação de piano na escola.

Se não tivesse se esforçado tanto até ali, teria até mesmo cogitado mudar de ideia. Sem Seulgi ali, o seu coração hesitava mil vezes mais.

Entretanto não tinha para onde correr.

Se levantou da cama com o máximo de inspiração que conseguia sacar do próprio coração, percebendo pela primeira vez que às férias já estavam chegando e que também pela primeira vez, não estava tão aliviada por causa disso. Pelo contrário, sabia plenamente que durante que ele mês sentiria saudade de todos os dias que passou na escola durante aquele ano.

Antes de finalmente ir para o carro, decidiu ensaiar apenas o começo no piano, pois gostaria de sentir a música fluindo de si. Mas ainda não queria dedicar toda à sua a energia aquele ensaio, então optou por ser breve em todos os sentidos.

Quando já estava saindo de frente ao instrumento, uma voz chamou a sua atenção.

– O que pensa que está fazendo? Você interrompeu nossas noites de sono o mês inteiro, já não deveria estar pronta o sufuciente? – indagou Sooyoung.

Joohyun saiu de onde estava e percebeu que a sua mãe parecia estar indo a algum lugar.

– Eu gostaria de me certificar que vou ir bem. – respondeu, no fundo aliviada por sua mãe não ter a obrigado a mudar de ideia quanto ao festival.

– Certo. Vamos? – perguntou Sooyoung

– Pra onde?! – respondeu a Bae, começando a se sentir ansiosa.

– Para a sua escola. O colégio ligou e os pais de quem ia se apresentar foram convidados, e é evidente que eu não poderia deixar de ir. Eu não entendo porque você está tão surpresa, Joohyun.

A Bae pensou em dizer que não imaginava a sua mãe participando de qualquer coisa que a envolvesse, mas não queria começar uma discussão. Estava cansada de todas elas.

Tudo o que queria aquele dia era deitar a cabeça no travesseiro a noite e saber que deu o seu melhor durante aquele dia. Não precisava ser tão boa, queria apenas saber que deu o melhor que tinha pra dar. Então Joohyun apenas assentiu para a mãe, indo com a mesma até o carro.

O festival e a sua mãe ali presente a deixaram ansiosa ao ponto de esquecer de pôr o cinco de segurança aquele dia. Entretanto, todas às vezes em que podia tocar o pingente em seu pescoço e mais uma vez lembrar daquele significado, tudo o que ela era sorria. Ao mesmo tempo que uma enorme saudade tomava o seu peito.

Seulgi estava tão ansiosa para o festival, e no final não pôde estar ali com ela, sendo a dançarina mais encantadora que aquela escola veria atuar. Entretanto a Bae sabia que aquela não era a página final.

A ideia de uma Seulgi olhando para a janela de um aeroporto fora a última coisa que Joohyun pensará antes de ouvir o seu motorista proferir algo de maneira nervosa, enquanto sua mãe a mandava colocar o cinto imediatamente. Fora só aí que Joohyun percebeu que não havia posto e, mesmo que já estivesse correndo para colocá-lo, isso não a impedira de ter o corpo empurrado de maneira abrupta para a frente, a deixando inconsciente.

O toque de uma mão fora a primeira coisa que Joohyun pôde sentir quando abriu os olhos, um toque que ela não havia sentido tinha tanto, tanto tempo.

Por um momento não quis abrir os olhos, pois não queria que aquilo acabasse.

Todavia não pôde conter a curiosidade que sentia. Deveria estar no festival agora, e não deitada em uma cama.

Abriu os olhos e pôde notar a sua mãe ao seu lado, e o fato de que estava em um hospital.

– O-o que aconteceu? – indagou assim que abriu os olhos, sentindo um vazio enorme ao notar a mão de sua mãe abandonando a sua no instante em que ela falou.

Quis chorar.

– Um outro carro colidiu levemente com o nosso. Um motorista completamente irresponsável. Como você estava sem cinto, acabou sendo empurrada para a frente. O que te deixou nesse estado, mas não é nada grave, não se preocupe. Sente alguma dor? – indagou Sooyoung, tentando disfarçar a sua preocupação.

– Apenas um pouco de dor de cabeça. – respondeu, um pouco confusa.

– É porque você bateu a cabeça, não se preocupe tanto, os médicos já verificaram e você vai poder ter alta depois de amanhã.

– Certo... – disse Joohyun, enquanto observava a mãe mais atentamemte. – Por que a senhora saiu comigo hoje? Até parece que adiaria os seus compromissos pra ir me ver tocando piano para um monte de adolescentes.

Sua mãe não disse nada por um tempo, parecendo completamente perdida nos próprios pensamentos.

– Eu adiaria sim, Joohyun. – declarou porfim, deixando a Bae abismada com aquelas palavras. Sequer pôde dizer qualquer coisa, não compreendia quem estava a sua frente àquele momento. – Suas amigas estão preocupadas com você. Elas estão lá fora. Quer que eu as peça pra entrar? – sugeriu Sooyoung.

Joohyun ainda estava surpresa com às palavras de sua mãe, demorando um tempo maior que o necessário para responder.

– Sim, por favor. – pediu, enquanto observava a mãe partir em silêncio.

Fora então que se lembrou do festival.

Seus pensamentos já seguiam o caminho de uma imensa tristeza, quando então viu entrar alguém que ela não esperava ver naquele dia e nem no próximo.

Seulgi correra rapidamente em sua direção no instante em que a porta de abriu, tomando Joohyun em seus braços como se a sua vida dependesse disso. Joohyun ainda não acreditava que a outra estava ali, chegou a se importar se não estava sob efeito de alguma anestesia.

Todavia, se estivesse, não tinha a mínima intenção de voltar a si. Quando os braços de Jiwoo também a envolveram aflitos, a Bae sentiu um pouco de dor, soltando um gemido que fez às duas se afastarem.

– Perdão! – disse Seulgi no mesmo instante, prestando em cada detalhe do rosto de Joohyun para conferir se ela não estava ferida. – Eu nem acredito que estou te vendo de olhos abertos. A Jiwoo me deu um susto! Eu pensei... meu Deus...

Fora então que Seulgi pôs as mãos no rosto e começou a chorar, contorcendo o coração de Joohyun de dor. Ela definitivamente odiava com toda a sua alma ver a Kang daquela forma.

Jiwoo murmurava um pedido de desculpas, se justificando sobre Seulgi não ter permitido que ela se explicasse direito. A Kang pareceu se acalmar mais um pouquinho, Joohyun mantinha a mão em seu ombro, não sabendo lidar com o fato de que Seulgi se importava com ela aquele ponto.

Céus... queria muito que ela parasse de chorar.

– Ei, meu anjo, eu estou bem. – declarou Joohyun, tentando acalmá-la. – Por favor, não chore.

Antes que às lágrimas secassem, Seulgi se permitiu tomar Joohyun nos braços mais levemente dessa vez, esperando ser tomada pela certeza de que ela estava ali e bem para finalmente conseguir se acalmar.

Joohyun não viu que Jiwoo olhava chocada para aquela cena.

Compreendendo os sentimentos de Seulgi pela primeira vez.

– Você está mesmo bem? – perguntou Seulgi, ainda com o rosto enterrado no colo da outra.

– Sim. Estou feliz que você está aqui. – declarou Joohyun, com roda a sinceridade de seu coração. – Mas você não deveria estar em um vôo para Seul?

– Ah, eu resolvo isso depois. Mas eu sinto que vai dar tudo certo. Então não se preocupa com nada, apenas em ficar bem, tá bom?

Seulgi finalmente abandonara o ombro de Joohyun e olhou profundamente dentro dos olhos alheios enquanto pedia. Aparentando não ter a mínima ideia do quanto aquele olhar era capaz de transformar toda a alma de Joohyun em universos onde às estrelas todas eram Seulgi.

– Eu já estou bem... Eu apenas... Espera. O festival já terminou? – perguntou Joohyun, dessa vez dirigindo o olhar para a amiga ali perto.

– Na verdade ainda está no meio. Mas a Seungwan vai entender.

Joohyun não conseguia aceitar aquela ideia.

Não conseguia aceitar que após tantas expectativas, iria passar aquele dia em uma cama de hospital. Seulgi estava ali, Jiwoo ainda poderia tocar com a sua banda e sua mãe por um motivo que ela não podia compreender, estava disposta a vê-la tocar.

Desistir deixara de ser uma opção a muito tempo.

– Eu ainda quero tentar. – proferiu, deixando às duas garotas ao seu lado sem entender bem o que ela estava dizendo. – Eu quero tocar no festival.

Sem esperar nenhuma resposta das duas, começou a se levantar de onde estava, e fora apenas aí que Seulgi e Jiwoo perceberam o que Joohyun pretendia.

Seulgi fora a primeira que a parou, tomando a sua mão antes que ela saísse da cama.

– Joohyun, faz pouco tempo que você sofreu um acidente e bateu a cabeça. Precisa ficar aqui pra receber mais exames depois, não pode se esforçar! Pensa na sua saúde, por favor.

– Eu apenas vou tocar e volto pra cá. – respondeu, apertando a mão que segurava a sua. – Seulgi, eu preciso ir. Se eu não tentar, vou me arrepender e me sentir mal por isso por muito tempo. Sei que pode soar sem sentido pra você, mas pra mim é algo muito importante. Você sempre me diz pra seguir o meu coração, e isso é o que ele mais quer nesse momento. A minha mãe já falou comigo, já estou bem. Vocês podem, é... me ajudar a fugir daqui um pouquinho? – pediu a Bae, com uns olhos que nem mesma a preocupação de Seulgi pôde resistir.

Seria injusto tentar impedi-la agora. Tudo o que às outras poderiam fazer era estar ao seu lado.














Quando finalmente se acomodou no palco improvisado, com a ajuda de Seungwan, que era a única dali que sabia do acidente que tinha sofrido a pouco tempo, quase se arrependeu. Por um momento não entendeu porque fez tanta questão de vir, e se sentiu imesnsamenre nervosa.

Encontrava-se completamente vulnerável. Poderia sentir os alunos dali diminuírem a animação em suas conversas para prestar atenção na estudante que iria tocar piano àquele dia, e se sentiu ainda pior. Em sua imaginação aquela cena soava muito mais fácil, mas na prática, tudo ia mais complicado, fora aquela dor de cabeça que a incomodava.

Ergueu um pouco à cabeça, procurando por algum olhar conhecido, sentindo seu coração acalmar quando percebeu Seulgi na primeira fila.

Seulgi estava ali, afinal. Ela sempre estava.

Procurou por sua mãe, essa que não a viu sair do hospital, pois precisou contar com a ajuda de Seulgi e de Jiwoo para escapar dali. Sua mente a relembrou da música que ela havia escolhido tão atenciosamente para aquele dia, que não era nada além da música de fechamento de um anime que havia conhecido e se apaixonado a muito tempo.

Era uma música tão doce, mas tão singela e bonita quanto no piano, que fora a primeira na qual Joohyun pensou ao imaginar na possibilidade de Seulgi gostar.

Não soube o exato momento em que suas mãos foram até o instrumento, apenas que começou a tocar no exato momento em que Jiwoo a dirigiu um enorme e lindo sorriso, que a dera ainda mais brilho pra continuar.

Na primeira nota em que tocou, o rosto de Seulgi vinhera a sua mente. O seguimento daquela canção parecia muito com todos os pequenos sentimentos que surgiram quando a reencontrou pela primeira vez, e acompanhar aquela música era como seguir destino a cada pequeno momento, incluindo aquele próprio.

Se permitiu por pouco tempo levantar o olhar até a Kang enquanto tocava, percebendo que ela ainda soava como as notas daquela música. Singela, bela e carregada dos mais sinceros e profundos sentimenros que alguém poderia provar.

Enquanto permanecia assim, notara que, no fundo, Joohyun sempre estivera ali. Poderia estar o tempo inteiro na defensiva, impassível e se contendo o máximo que conseguia, mas sempre esteve ali, pronta para despertar como uma estrela que esperava a sua vez de aparecer no céu.

Porém Joohyun tinha uma luz complicada, uma luz que nem ela mesmo conseguia sentir com às próprias mãos, e que apenas o amor fora capaz de fazê-la ascender. Joohyun não amava Seulgi unicamente por Seulgi ser Seulgi, a heroína de seu coração.

A amava também porque Joohyun era Joohyun. E toda a beleza que a Bae conseguia enxergar no mundo estava condicionada ali, em seu tesouro.

Ao levantar o olhar novamente, Joohyun finalmente a viu, e precisou se esforçar ainda mais ao tocar por ter a sua visão borrada pelas lágrimas.

Sua mãe estava com à mesma expressão fria de sempre, olhando aquela apresentação como se estivesse alheia. Entretanto a Bae compreendia que apenas o fato dela estar, demonstrava que em uma profundidade do coração de Sooyoung que ela ainda não conhecia, sua mãe se importava.

Imaginou que a sua mãe provavelmente acharia aquela canção que tocava um pouco boba demais, porém não desanimou em mostrar o seu melhor o tempo inteiro.

Quando terminou, ouviu àquelas palmas com gratidão. E ao ver à sua mãe parada sem mover um dedo, e Seulgi e Jiwoo batendo palmas como se tivessem acabado de assistir a apresentação mais espetacular daquele mundo, Joohyun abriu um grande sorriso, sentindo-se a pessoa mais completa e feliz do mundo.

Bae Joohyun gostaria de dizer que se sentia aliviada ao poder se despedir de Seulgi devidamente àquele dia, porém por mais que estivesse feliz que ela conseguira remarcar o seu vôo e dessa vez poderia ir até o aeroporto despedir-se, a angústia por vê-la partindo ainda se fazia presente.

Todos os seus amigos se despediram dela com um abraço, apenas Yerim que a dedicara um beijo que deixou Joohyun com o estômago revirado. Desviou os olhos na mesma hora.

– Eu nunca vou compreender a Seulgi. – murmurou Jiwoo ao seu lado.

Fora como se Joohyun sentisse o olhar de Seulgi sobre si, pois levantou os olhos assim que só havia sobrado para se despedir. Fora até a Kang sem hesitar e abraçou-a apertado, não conseguindo deixar de notar no quanto os corpos pareciam se encaixar. O quanto se sentia feliz em estar nos braços da outra.

– Aproveita cada segundo. – pediu Joohyun, ainda sem conseguir soltá-la.

– Eu vou fazer isso. Obrigada. E tome isso. – declarou Seulgi, ao passar para sua mão o que parecia ser um papel. – É algo que quero que você lembre. Eu preciso ir agora.

Joohyun apertou o papel nas mão e compreendeu que precisava se afastar, ainda assim hesitando um pouco. Porém tinha toda a consciência de agora ela precisava ir, e se afastou, erguendo a cabeça e recebendo um sorriso que primeiro fora dedicado a si, depois a todos os outros que estavam atrás.

Enquanto Seulgi embarcava, às pernas de Joohyun quase andavam por conta própria até ela. Até hoje, ver Seulgi partindo ainda era a coisa mais triste da vida de Joohyun, que apenas moveu um passo quando Seulgi sumira de sua vista.

Jiwoo se aproximou da amiga e deitou a cabeça em seu ombro, tentando consolá-la.

– Não faz essa cara, são só três meses. E talvez esse tempo até seja bom pra que você finalmente possa tirá-la de seu coração, né? – sugeriu Jiwoo, um pouco culpada, pois agora sabia como Seulgi se seria.

Entretanto o que mais importava pra ela naquele momento era a felicidade de Joohyun.

– É mais complicado do que você imagina. – respondeu Joohyun, sabendo que Jiwoo não podia entender o porquê de seus sentimentos por Seulgi serem da forma que eram.

Ambas foram até a saída do aeroporto, e Joohyun percebeu que agora seria a sua principal companhia, e que isso não soava tão desagradável quanto antes.

Joohyun, eu me pergunto se demonstro o sufuciente o quanto gosto de você e o quanto eu desejo que você seja feliz. Suspeito que não, porque isso vai além do que posso dizer ou fazer, mas por agora saiba que a forma como me importo com você não pode ser medida. Estou indo realizar um sonho agora, mas eu já volto para viver outros, porque essa é uma das coisas que mais amo na vida. Podemos ter vários e vários sonhos, todos os dias, e quantos mais sonhos, mais realizações. Você é uma dos meus sonhos, Joohyun.

Você o realizou quando sorriu pra mim, quando entrou no clube de música, quando aceitou e passou a usar a minha correntinha todos os dias e agora que está lendo essa carta. Obrigada por tudo isso.

Sei que a mais feliz por tudo isso é você, não quero tirar o seu crédito, mas eu agradeço porque essas coisas me fazem muito feliz.

Se cuida, tá bem? Por favor. Mas eu não vou pedir tanto, porque confio em você. Então peço que confie em mim também, e se lembre novamente do porquê te dei essa correntinha. Esse significado sempre estará aí, pendurado da forma mais sincera do mundo no seu pescoço.

Sentirei muito a sua falta, até breve!


Notas Finais


Obrigada pra quem meu até aqui e até o próximo capítulo! Lembrando que já estamos na reta final, então cada momento é ainda mais precioso a partir de agora!
ps: esse formulário é uma enquete que uma lojinha online está realizando, e quem puder preencher ele seria de muita ajuda viu??? obrigadinha quem quiser <3
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