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História Cacos - Capítulo 7 - A parte triste da felicidade


Escrita por: flowertea

Notas do Autor


Olá amores 💗 como vocês estão? Utimamente eu tenho tido noites agitadas em que não consigo dormir bem, por isso eu tô um pouco distraída ultimamente. Mas boas notícias: fora isso, estou quase perfeita.
O capítulo anterior recebeu tanto feedback! Vocês são incríveis. De verdade. Saibam que cada comentário de vocês é importante pra mim, e eu agradeço imensamente a quem se dispõe a me apoiar dessa forma. A quem lê silenciosamente também, claro; vocês não são menos especiais!
Mas com o feedback eu posso ver e sentir o que vocês pensam, sentir que estão vivendo a aventura romântica e cheia de crescimento que é essa estória junto comigo e isso é um presente que a vida me deu. Obrigada obrigada obrigada!

Boa leitura e até às notas finais ~♡

Capítulo 9 - Capítulo 7 - A parte triste da felicidade


Enquanto observava a garçonete do fast food passar de mesa em mesa, Joohyun questionava a si mesma se não seria melhor só pedir algo e ir embora. Dessa forma seu constragimento seria menor; Jiwoo já estava um minuto atrasada, ela não iria vir.

A Bae fora impulsiva em convidá-la, influenciada pela angústia que sentia pela forma como Seulgi havia agido naquela manhã. Não queria ficar sozinha em seu quarto o dia todo acompanhada de alguma melodia deprimente. Fora então que obteve a súbita ideia de convidar Jiwoo pra sair, convite que a mesma aceitou prontamente por meio de uma ligação.

Mas ah, ela já estava atrasada a três minutos! A Bae já até começava a arrumar a bolsa para se aprontar e ir embora.

— Joohyun!

Uma voz um pouco alta proferiu, alegrando o coração de uma Joohyun que optou por permanecer onde estava.

— Você veio rápido... — declarou a Bae assim que Jiwoo sentou, sorrindo na tentativa de disfarçar a preocupação anterior

— Eu estava ansiosa! Acho que é a primeira vez que tô saindo com uma amiga da escola esse ano...

— A minha também.

Joohyun respondeu, mas o seu caso era um pouco ainda mais grave. Pois ela sequer se lembrava da última vez que saira com alguém da escola. Desconfiou que no primário.

Tanto que a Bae estava insegura sobre como agir. Deveria iniciar uma conversação? Pedir a comida primeiro?

— Você já pediu algo? — questionou a Kim, salvando Joohyun de seu dilema interno.

— Não! Eu estava esperando por você, algum problema...?

— Não, é melhor assim mesmo.

Sendo assim, Joohyun chamou a garçonete e ambas pediram exatamente a mesma coisa: um hambúrguer sem cebola, batatas fritas e um milkshake de morango.

— Que sabor de milkshake a Seulgi deve gostar...? — murmurou Joohyun consigo mesma, inconsciente de que pensou em voz alta.

— E por que quer saber, hm? — respondeu Jiwoo, sorrindo de olhos cerrados e erguendo um sobrancelha.

Ao perceber o que tinha dito, Joohyun ficou vermelha de vergonha.

— Po-porque... fiquei curiosa. E você? Costuma pedir sempre o de morango? — respondeu a Bae por fim.

Jiwoo fez uma pausa reflexiva antes de responder.

— Sim. Morango é o meu sabor favorito em tudo. — a Kim de repente dirigiu um sorriso límpido a Bae, sem a euforia habitual — Eu fiquei muito feliz que você me chamou aqui! É maravilhoso conhecer pessoas novas, ainda mais alguém legal como você. Saiba que pode confiar em mim de verdade, viu?

— Eu... digo o mesmo. — respondeu Joohyun, sincera.

Jiwoo era mesmo uma pessoa especial, se sentia feliz por tê-la por perto.

— Então confessa... você gosta da Seulgi, não gosta? Não quero ser intromisa, mas é um tantinho evidente..

— Não diga isso! — respondeu a Bae, morrendo de vergonha e de apreensão a pensar que todas às pessoas eram cientes de seus sentimentos.

Talvez até Seulgi... Enquanto se remoía de nervoso, percebeu que Jiwoo ainda aguardava uma resposta.

— Não é falta de educação sair perguntando às pessoas de quem elas gostam?

Joohyun disse, aflita. Não percebeu o quanto tinha soado rude até notar a expressão constragida de Jiwoo. Mas aquela era a sua opinião, não teve a intenção de ofender...

Se bem que chamar alguém de mal-educada era uma falta grave. Joohyun quis sair dali e se afogar em um rio que ficava a poucos metros dali.

— É que eu pensei que éramos amigas... — murmurou Jiwoo, o semblante demonstrando a sombra de uma angústia

— Perdão, Jiwoo.... é que eu nunca desabafei sobre meus sentimentos com ninguém antes. Eu não quero te deixar triste, por favor, me perdoa...

— Como?! Nunca conversou antes com uma amiga sobre como se sentia apaixonada? — questionou Jiwoo, surpresa com a informação que lhe foi dada.

— Não. Nunca.

Então iniciou-se entre às duas um diálogo sobre como Joohyun tinha sido solitária desde então e aos poucos, a Bae ia abrindo o seu coração para a Kim, que ouvia tudo com muita paciência e interesse. Conversaram por um tempo, até que em dada hora a Bae se viu falando sobre seus pais e em como eles não aceitavam o fato dela não se interessar por garotos.

Jiwoo pôde notar que talvez não fosse só a solidão que a deixava desconfortável em falar sobre seus sentimentos por Seulgi.

— Perdão a sinceridade, mas seus pais são no mínimo, ridículos. Isso não tem nada a ver com eles, e principalmente, devem te respeitar. Sabe que não há nada de errado em ser quem você é, né?

— Eu acho que eu sei... queria que eles pensassem assim também. — confessou, um pouco melancólica.

— Quem sabe um dia? Não perde a esperança! — sugeriu Jiwoo amavelmente — Bom, como você não quer confessar que gosta da Seulgi, vou entender. Mas eu não quero deixar de te dizer algo...

Jiwoo parou um pouco, começando a sentir-se um pouco tímida.

— Ok, lá vai. Eu gosto da Jungeun!

— Como?!

Joohyun não estava preparada para aquela informação. Até havia percebido olhares mais demorados por parte de Jiwoo, mas nunca chegou a ligar os pontos. Estava genuinamente surpresa; também alegre por Jiwoo confiar nela àquele ponto.

— Isso mesmo que você ouviu. Mas ai, eu não a entendo. Há vezes em que passamos a noite inteira conversando, que ela me dá atenção na escola, ela até mesmo comprou um chocolate pra mim um dia desses! Mas há outras vezes em que ela parece nem me notar e só se importa com a Shiah ou a Seulgi. Eu realmente não a compreendo... — confessou

Às palavras de Jiwoo deixaram a Bae meditativa sobre o comportamento de Jungeun. Ela era na verdade gentil até demais com todas às pessoas que estavam perto dela. A Bae se preocupou com a amiga, pois se suas teorias estivessem certas, talvez Jiwoo estivesse se iludindo.

Não queria magoá-la de forma alguma, mas também não gostaria de negar à outra a sua sinceridade.

— No que está pensando? — questionou Jiwoo, notando o semblante pensativo da outra.

— Que a Jungeun teria muita sorte em ter alguém como você ao lado dela. — respondeu por fim, completamente sincera.

Jiwoo sorriu de felicidade; confiava na opinião de sua mais nova amiga.

— Eu digo o mesmo sobre a Seulgi. Aposto que ela seria muito feliz com você...

Que ironia, pensou Joohyun. Ainda não acreditava ser boa o suficiente pra Seulgi mas sabia que, caso tivesse a chance, não pouparia esforço para estar sempre e sempre trazendo alegria ao coração de Seulgi. Sua amada merecia o mundo inteiro.

Um suspiro sôfrego deixou os seus lábios enquanto seus olhos encontravam o céu que ela amava, sentindo-se melancólica por um tempo e lágrimas ameaçavam surgir. Perguntou se não estava maluca; mas não pôde evirar, pois sentia saudades de Seulgi e do sorriso alegre que não surgiu em seu rosto nenhuma vez aquele dia.

Ao mesmo tempo, se sentiu muito feliz por Jiwoo estar ali, a fazendo companhia e a tratando com uma amizade que outrora desconhecia. Inspirada por essa felicidade, resolveu confessar:

— Eu não gosto da Seulgi. — declarou, surpreendendo Jiwoo que não esperava por àquela resposta.

Todavia, a declaração que veio a seguir pôs fim a breve confusão de Jiwoo.

— Eu a amo.












Das três pessoas jantando na imensa mesa, apenas duas trocavam poucas palavras, ignorando totalmente à presença da mais jovem.

Naquele dia em especial, os pais da Bae não permitiram que ela comesse em seu quarto ou mais tarde. Joohyun não compreendia o porquê disso, pois sequer demonstravam se importar com a sua presença, transformando o que deveria ser um agradável e solitário jantar em um momento desconfortável.

Tudo tão distinto da tarde que passou com Jiwoo mais cedo; sentia-se mais leve só de lembrar. Em comparação com o que viva agora, estar com Jiwoo tinha sido como ir a outro tipo de planeta. E por falar nela...

— O motorista nos informou que você saiu com uma garota hoje a tarde. De quem se tratava? — questionou a sua mãe, Bae Sooyoung.

Minha namorada, ela pensou em dizer, tentada a provocá-los.

Entretanto optou por não fazê-lo, pois não tinha a intenção de envolver Jiwoo em seus problemas familiares.

— Ela é uma amiga da escola. Somos da mesma turma. E também somos ambas do clube de música. — disse por fim, um pouco desconfortável em falar da sua vida.

— É melhor que seja. — respondeu seu pai — Essa história de clube não vai atrapalhar o seu rendimento escolar, vai?

— Não. — respondeu Joohyun de imediato, já esperava uma indagação como aquela. — Estou ciente de que esse é o ano do vestibular. Vou me esforçar ao máximo.

— Ótimo. — respondeu o senhor Bae.

Joohyun esperou por alguma palavra da mãe, algum indício de surpresa ou gosto por ela estar participando de uma atividade extracurricular. Quando Joohyun era mais nova, Sooyoung sempre a aconselhava que além de estudar, também deveria viver um pouco como uma menina normal.

Estava tentando ser o que sua mãe aconselhou que fosse anos atrás, mas aparentemente nada daquilo afetava a senhora Bae. A mesma se manteu calada até a hora de se recolher, doando a Joohyun apenas um "boa noite" distante.

Naquela noite em especial, a Bae não tinha sono. Tudo no que conseguia pensar era em Seulgi. Havia se acostumado com o brilho dela sendo o sol empolgante dos seus dias; mas àquele dia ela se manteve por detrás das nuvens.

Por favor, esteja bem. Pediu silenciosamente por Seulgi enquanto sentava em frente ao piano.

A Bae costumava tocar nos momentos em que se sentia angustiada ao ponto de não conseguir guardar isso apenas dentro de si mesma, mas agora estava ali por um motivo diferente. Queria tocar porque não sabia mais como manter apenas dentro de si todos os sentimentos que a deixavam sem o fôlego necessário para pensar em qualquer coisa que não fosse Seulgi.

Sabia que estava apaixonada, sabia que a amava e que isso era inevitável; mas havia horas em que simplesmente não conseguia pensar em mais nada que não fosse ela. Em seu rosto, na sua voz, no seu jeito único de tornar a vida de Joohyun algo que vale á pena.

O semblante da Bae ameaçava sorrir enquanto ela tocava, mas não chegou a completar o sorriso pois sentia-se um pouco melancólica. Não estava triste, era apenas um medo fraco que temia que Kang Seulgi se dispersasse de sua vida para sempre.

Joohyun tocava uma melodia doce, porém forte. A cada vez que apertava uma tecla, lembrava de como havia estado tão perto dela no dia anterior e fechava os olhos, ainda mais inspirada a continuar. Deixou que os sentimentos que sentiam, Seulgi, todos os momentos que passaram juntas e tudo o que sonhava para às duas fosse sintetizado na melodia daquele piano que já a acompanhava a anos.

Percebeu que nunca havia tocado daquela forma.

Seu desempenho no instrumento costumava ser sempre mediano, despretensioso a ponto de ninguém notar mais do que a sensibilidade de uma adolescente cheia de tristezas. Mas naquele momento, fora simplesmente uma pessoa apaixonada.

Como ninguém parecia se incomodar com o som que Joohyun fazia, a própria decidiu continuar tocando mais um pouco. Dessa vez, sem pensar em mais nada. Deixou com que o seu coração fosse o seu guia, e ficou ali por horas a fio. Hora tocando, hora parando e simplesmente sentindo-se alegre.

Quando tocava sentia-se como alguém capaz de fazer mágica. Desejou um dia ser boa a ponto de fazer Seulgi sorrir; isso seria como alcançar os céus. Como já estava com sono, todos os seus pensamentos começaram a ficar confusos e os mesmos alternavam entre como estava feliz por ter conseguido tocar bem e em como gostaria de ver Seulgi no dia seguinte, e em como tinha sido idiota por tê-la maltrado um dia.

Isso era perigoso. Ainda mais porquê Joohyun a amava; cada um colhe aquilo que planta, era o que todos diziam. Como algum dia Seulgi poderia corresponder a Bae, após tudo o que ela fizera?

Um milagre. Era só isso o que Joohyun desejava. Um milagre capaz de fazer com que ela e Seulgi fossem capaz de ficar juntas.

                                                    ♡

O vento bagunçava os fios sempre impecáveis de Joohyun, o sopro gelado vindo acompanhada de um aperto em seu coração. Queria estar alegre, pois Seulgi tinha a chamado e gostaria de falar com ela. Estava no terraço do colégio, á sua espera.

Naquele dia a Kang não estava distante como no anterior, mas Joohyun percebeu que ainda havia alguma coisa de diferente. Um olhar que não lhe brilhava mais, a doçura que às duas costumavam compartilhar também tinha se afastado. Estar com ela continuava sendo incrível, mas era nítido que ali acontecia alguma coisa que Joohyun ainda não compreendia.

Tudo o que desejava naquele momento era acabar com aquela distância com todas às suas forças. Não é como se precisasse de Seulgi; apenas não era capaz de abrir mão dela porque a felicidade de tê-la por perto era como o apego ao sol. Ela prometeu que sempre estaria ali para Joohyun, e a Bae confiava plenamente nela.

Então, o que tinha de errado? Por que parecia que havia tinha quebrado algo entre às duas?

Se esforçou pra não se preocupar tanto. Era cedo. Seulgi ainda não tinha que saber o quão importante era pra Joohyun, e caso realmente precisassem se afastar, não podia deixá-la saber jamais que aquilo iria partir o seu coração. Conhecendo-a, sabia que se sentiria infinitamente culpada, e causar qualquer sentimento de angústia em Seulgi era algo completamente inaceitável.

Se distraiu virando o pé para á esquerda, enquanto observava a sua sapatilha do uniforme com esperanças de que talvez algo bom estivesse por vir. Quem sabe, certo?

Ouviu os passos que tanto amava cantarem perto de si mais uma vez e uma enorme alegria a consumiu. Seulgi estava ali. Céus, isso era tão precioso...

— Seulgi. — declarou, enquanto se virava na direção da mesma.

Um sorriso iluminava rosto da Bae. Ele era como uma pintura cheia de detalhes secretos: aquele sorriso estava ali por Joohyun estar na companhia da pessoa que tanto gostava, mas também pra não demonstrar rastros do medo que sentia e assim tranquilizar mesmo que um pouco á Kang, que parecia um pouco incerta.

A Bae sentiu um aperto no coração ao notar que Seulgi estava na parte mais fria de todo o prédio e não tinha nada para protegê-la, o que a fez imediatamente retirar o cachecol de seu pescoço e doar o mesmo a ela.

— Ei, não precisa... — declarou Seulgi, sorrindo levemente com o ato.

— Precisa sim! Pelo menos estou com o casaco do uniforme, ao contrário de você. Por favor aceite, aqui tá frio demais.

— Ok. — respondeu, tocando no cachecol e permanecendo com o toque ali mais tempo do que o imaginado. Todavia se conteve rapidamente e fez uma expressão de quem tinha algo pra falar.

Joohyun disfarçou o medo que sentia, sorrindo ao perguntar:

— Sabe que é a primeira vez que venho aqui no terraço? Mesmo estudando aqui a mais tempo que você. E apesar de ser um pouco frio, até que é uma sensação boa. Obrigada por me trazer aqui. Há algo que você quer me dizer, estou certa? — indagou, mantendo a expressão serena.

Seulgi era linda mesmo com aquela expressão desabitual, a Bae não pôde deixar de notar. Olhá-la era um mimo á alma.

— Sim. Está. — respondeu Seulgi, claramente se esforçando para olhá-la nos olhos.

A Bae suspirou ao perceber o conflito interno em que a Kang parecia se encontrar. Deixou de se importar com qualquer outra coisa que não fosse o bem-estar dela naquela hora, e tratou rapidamente de tomar á sua mão e declarar com calma:

— Seulgi. Por favor, confia em mim?

À citada sorriu de um modo inseguro antes de continuar, apertando a mão da outra e fechando os olhos por um tempo até deixá-la de lado e continuar. Joohyun se esforçou para tentar manter a serenidade.

Às palavras realmente pareciam serem dolorosas de ser ditas, pois Seulgi simplesmente não conseguia abrir á boca, hesitando a todo momento. Joohyun foi paciente.

— Como foi no clube ontem? Eu estava louca pra perguntar! — declarou Seulgi, claramente fugindo do assunto mas sendo sincera ainda assim.

— Pra ser sincera, eu gostei bastante. Estou ansiosa pra que comecem às aulas e atividades. Eu até encontrei alguém que disse que podia me ensinar a tocar violino, e esse é um instrumento que sempre quis compreender.

— Que maravilhoso! — disse Seulgi, finalmente esboçando um sorriso que parecia verdadeiro durante aquele dia inteiro — Mas se queria tanto, por que nunca pediu pros seus pais pagarem aulas?

— É uma longa história. Mas resumindo: tive receio de pedir isso á eles. Normalmente eles sugerem e eu aceito, da mesma forma que sugeriram me dar aulas de piano quando eu era pequena.

— Mas dessa sugestão você gostou, né?

— Sim. Piano é divertido.

Seulgi riu da forma como Joohyun falava divertido, já que normalmente o seu vocabulário costumava ser sempre tão formal. Da mesma forma que achou aquilo encantador, também a deixou com uma súbita vontade de chorar.

Mas tentou disfarçar com uma tosse, percebendo que precisava dizer o motivo de tê-la chamado ali.

— Lembra que eu disse que sempre estaria aqui pra você? — indagou Seulgi, com o máximo de seriedade que seu semblante era capaz de demonstrar.

Joohyun assentiu.

— É a verdade. — continuou — Você me conquistou, agindo dessa forma tão esforçada, mostrando ao mundo que você não está aqui simplesmente por estar. Eu tenho muito, muito orgulho de você, se eu posso falar assim... ver que alguém como você existe é um alento ao coração, entende?

Joohyun assentiu novamente. Sentia á mesma coisa quanto a própria Seulgi.

— Eu espero que isso fique claro. Eu nunca vou me afastar, não importa o que às pessoas digam. Eu confio em você. Eu acreditei e sempre acreditarei em você, então conte comigo. Promete? — pediu, erguendo o dedo mindinho.

Se fosse outra pessoa, Joohyun ficaria constragida. Mas o fato é que gostava tanto de Seulgi que tudo o que ela era e fazia parecia adorável, o que fez com que Joohyun entrelaçasse o mindinho ao dela sem hesitação. Um sorriso colorindo a sua face apaixonada.

— Eu prometo.

Seulgi também sorriu e quando precisavam separar os mindinhos, olhou para o céu antes de continuar, como se para reunir forças. Talvez estivesse sendo boba, pensou. Se tivesse sorte, Joohyun nunca tenha nutrido outros sentimentos por ela.

Se tivesse mais sorte ainda, seria a única a sair de coração partido daquele terraço.

— Estou te dizendo isso porque a partir de agora eu vou estar ainda mais próxima de Yerim, e não importa a maneira que ela aja, eu não vou deixar de ser sua amiga. De estar aqui pra você.

Joohyun não entendeu porquê Seulgi parecia tão preocupada com isso. Ela e Yerim sempre foram melhores amigas, de que maneira poderiam estar ainda mais próximas? Quando sua mente automaticamente respondeu àquela pergunta, fora como se uma agulha tivesse caído no coração de Joohyun por acidente.

Precisou lutar com ainda mais força para não demonstrar como estava angustiada.

— Vocês são melhores amigas desde o ginásio. Tem como ser mais próxima que isso? — brincou Joohyun, no fundo de seu coração sabendo á resposta que viria a seguir.

— Na verdade, sim. — respondeu, a voz se tornando um murmúrio — Eu e a Yerim estamos namorando agora.

Dentro de Joohyun fora como se um copo de vidro tivesse caído no chão. Todavia, tirando de si um poder que não conhecia, pôde manter a expressão e a postura equilibrada. Entretanto, temia desabar a qualquer momento.

— Parabéns! — declarou, forçando um sorrindo e tentando fazê-lo verdadeiro por saber que agora Seulgi teria alguém ao seu lado para amá-la, mesmo que esse alguém não fosse ela. — Eu torço  que vocês sejam muito felizes...

— Foi de repente, sabe? — confessou Seulgi, surpreendendo a Bae — Ela se declarou pra mim, eu não imaginava que os sentimentos delas fossem esses. É certo que eu tenho sorte. Mas... como amiga, eu posso te contar um segredo? — pediu a Kang

— Pode me contar qualquer coisa, Seulgi. Eu vou te ouvir sempre que você quiser.

Seulgi sorriu, sabendo que era uma das únicas pessoas do mundo que tinham o privilégio de ter Joohyun por perto àquele ponto.

— Eu não pude rejeitá-la, eu a amo e sou tão, tão grata por tudo o que ela fez por mim durante tanto tempo. Mas... não é por ela que o meu coração bate mais forte.

Quando disse aquilo, Seulgi se esforçou pra não olhar bem no fundo dos olhos de Joohyun como teve vontade.

A Bae não pôde imaginar quem era a pessoa por quem o coração de Seulgi acelerava; estava abalada demais com a notícia que acabara de receber. Não conseguia se concentrar em nada. Entretanto, ao processar cada palavra, respondeu da melhor maneira que pôde.

— Às vezes a vida complica. Mas você tem sorte de ser quem você é, Seulgi. Aposto que isso torna tudo mais fácil.  

— A um tempo atrás eu até concordaria com você, mas acabei de descobrir que não importa quem você seja, quando se trata de amor, tudo se torna uma... ingonita? — arriscou.

Joohyun finalmente conseguiu rir, mas parando rapidamente pois fora um daqueles risos que antecedem o choro.

— Incógnita. — corrigiu, amavelmente.

— Incógnita! Consegui agora?

— Sim. E Seulgi. — chamou Joohyun, tentando demonstrar todo o carinho que sentia pela Kang apenas com o olhar — Logo tudo vai ficar bem. Você merece.

Às palavras da Bae deixaram Seulgi sem fala. A cada segundo que passava, se preocupava com o quão mais apaixonada parecia estar a cada segundo que passava perto de Joohyun. Ela tinha Yeri agora, precisava honrá-la.

Entretanto, Yerim sabia a verdade. Ela fora bem clara: daria uma chance á ela, mas precisaria lutar com todas às suas forças pra conseguir esquecer Joohyun. A Kim declarou que faria com Seulgi a esquecesse, mas bem no fundo, a Kang carregava às mais profundas dúvidas.

E naquele momento, ao contemplar tudo o que Joohyun se tornara, temeu jamais poder arrancá-la da parte mais eufórica de seu coração.

— Obrigada, já que você me diz, vou acreditar que tudo vai ficar bem. — respondeu Seulgi, tentando ao máximo demonstrar otimismo.

— Vem cá? — pediu Joohyun, abrindo os braços pra Seulgi de uma forma tão amável e surpreendente que Seulgi não pode resistir, se permitindo acalmar às suas angústias nos braços da outra. — Por eu ser menor que você, aposto que é menos reconfortante do que quando você me abraça. Mas se serve de consolo, saiba que é a primeira vez que peço pra abraçar alguém.

— Está perfeito. Obrigada. — respondeu Seulgi, fechando os olhos.

Havia tanta coisa parando entre às duas aquele momento.

Amor. Medo. Tristeza. Angústia. Dúvidas.

Sobretudo, amor.

Ficaram ali apenas mais um pouco, tinham de ir pra casa. Yerim esperava á namorada na porta da escola.

— Pode ir. Eu vou ficar só mais um pouquinho. — disse Joohyun. — Tenha um bom dia!

— Você também.  Não deixe de se cuidar, você está indo tão bem... sei que não tem nada a ver comigo, mas isso me deixa tão feliz que preciso agradecer. Obrigada. Continua assim, por favor?

— Certo. — respondeu, sincera.

Joohyun  observou enquanto Seulgi saía por aquela porta, o coração apertado pela saudade que já sentia. Respirou profundamente e mandou uma mensagem a Jiwoo, perguntado se ela ainda estava na escola.

Pediu para que á mesma fosse ao terraço, e esperou da forma mais calma que pôde até que ela aparecesse.

Quando a mesma finalmente entrou por aquela porta, Joohyun reconheceu pela sua expressão que ela já sabia de tudo.

Sem falar mais nada, Jiwoo se aproximou e deu um abraço apertado na amiga, que não demorou a finalmente permitir com que às lágrimas contidas com tanto esforço começassem a cair, acompanhadas de soluços tão dolorosos que deixaram até mesmo o coração de Jiwoo doendo.

Um pouco mais distante, Seulgi seguia de mãos dadas com Yerim na direção da casa da mesma; não conseguindo deixar de sentir que lá no terraço da escola era onde tinha abandonado a sua verdadeira felicidade.

             



 Algum dia quando a noite triste chegar, eu vou tentar

Viver dias brilhantes, como um cristal pra mim

 

Às memórias puras estão borbulhando e os dias frágeis estão profundamente esculpidos

Sempre que a noite solitária chega, eu tento passá-la novamente

O dia que pareceu um cristal pra mim

Triste triste triste mas brilhante um dia..


Notas Finais


EAI? FELIZES COM O NOVO CASAL? Sknsnanabba leitores me perdoem demais pela brincadeira, mas se os consola eu quase chorei escrevendo este capítulo. Quem é meu mutual no twitter viu a minha angústia a 😭 mas precisou ser assim.
E ps: sabem essa música do final? É krystal do meu grupinho ultimate, o oh my girl. Enquanto ouvia ela fiquei eufórica em como ela faz um bom contraste com essa nova fase da estória... crise.
A música: https://youtu.be/FvKBfRvNL_4

Enfim, espero que tenham sofrido pouco. Até o próximo capítulo <3


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