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História Café Com Leite - Eu sou o padrinho.


Escrita por: lrdschats

Capítulo 112 - Eu sou o padrinho.


Fanfic / Fanfiction Café Com Leite - Eu sou o padrinho.

Uma semana depois. 

— É aqui? - eu o pergunto enquanto encaro a imensa casa ao lado do carro. Luan puxa a marcha e responde com uma arrancada estranha, causada por sua garganta. 

— Pelo menos é o endereço que Laís passou. - ele encara o papel, e ao mesmo tempo a casa á frente tendo a confirmação. Ele tira o cinto e abre a porta do automóvel. Logo me movo, e então, segundos depois, me vejo descer do carro e esperá-lo ao lado de uma caixa de correio antiga. — Espero que o inglês dela seja fácil. - gargalhamos. — Se não, você me ajuda. 

— Ta legal. - quando o vejo caminhar até a casa, eu o sigo rapidamente, assistindo a porta ser aberta e algumas garotas aparecem com uma mulher.

O loiro do seus cabelos se mistura com alguns fios brancos. Ela é bonita, apesar da idade ter alcançado a pele irrugada que agora entra em evidência. 

— Oh! Bem-vindos. - a senhora diz, Luan está um pouco nervoso, pois sinto seu corpo ficar rígido. Estou segurando seu antebraço direito. — Você deve ser a Isadora. - com cautela, eu assinto com a cabeça e transmito umidade aos meus lábios. — Entrem, a nova sessão começa agora.

Sua casa é realmente grande. Fomos guiados ao segundo piso e entramos em uma sala imensa, cercada por mediana mesas metálicas. Há alguns casais parados por trás de algumas, todos nos olham.

Luan se sente menosprezado, seu resmungo me incomoda, eu penso que ele quer sair correndo. Seguro em sua blusa, ele me olha e é como se dissesse: "não quero fazer isso, não posso, é vergonhoso." Talvez seja, mas não só para ele, para mim também. É como se estivéssemos numa sala de horrores, recebendo olhares egocêntricos de todos os lados, notando que somos o casal mais jovem no meio de tantos outros velhos.

— Tudo bem? - pergunto baixinho, agora estamos parados por trás de uma das mesas. Há uma boneca e uma mamadeira sobre, tudo exatamente para um simples treinamento.

— Não, isso é vergonhoso. - ele reclama no mesmo tom que o perguntei segundos atrás. Fico mais preocupada, Luan não sabe lidar com olhares intrigantes, no Brasil ninguém nunca o olhou de tal forma, agora em multidões desconhecidas, as coisas são distintas, nem ao menos ele poderia mudar a forma como está se sentindo constrangido e incomodado. 

— É, eu sei. - respondo inquieta.

Quando Georg, dona da casa, da sua orientação casual, começamos a encarar a boneca molinha em cima da mesa. Logo, fui a primeira pega-lá, assim como as outras mulheres ao redor da senhora de olhos claros. Luan permaneceu quieto durante vinte minutos, assistiu a aula e não se deu o trabalho de tentar fazer qualquer coisa. 

— Agora os rapazes... - diz a mulher. — Quero que tentem troca-lá, lembrando que o bebe é molinho e que qualquer ato desengonçado pode quebra-lo. 

— Sua vez. - digo rindo. O garoto recolhe a boneca de minhas mãos, e a coloca sobre a mesa, por cima de uma espuminha rosa. 

— Eu não sei nem ao menos segurar uma boneca. - quando diz, noto humor em sua voz, dessa vez ele não parece tão irritado, não é como se ele estivesse se sentindo pressionado com tudo isso. 

Então, de repente a boneca solta um choro estanho. Luan arregala seus olhos e encara por cima de tudo, observando todos olhares em nossa direção, inclusive Georg. Ele, por sua vez, balança a boneca, sacudindo-a toda, colocando-a em seu busto, intencionalmente, quer fazê-la se calar.

— Que porra é essa? A boneca está chorando. - fala em português, eu rio pois acho engraçado o seu desespero no momento. Então, automaticamente, Luan a puxa pela perna e novamente sacode seu corpo. Eu tampo minha boca com as mãos, abafando a risada.

— Luan! - a mulher diz seu nome olhando em uma folha, sua voz está brava. — É assim que você segura seu filho? 

— Isso não é meu filho, isso é uma boneca. - ele responde sério. — E eu estou tentando fazê-la ficar quieta.

— E você fará isso, quando seu filho, vier chorar a noite? - questiona ela. — Não é assim que se trata uma criança. E essa boneca foi elaborada justamente para esse tipo de curso. Ela chora quando se sente desconfortável.

— E como a faço parar de chorar? - ele pergunta estressado. Colocando-a em seu colo de uma forma melhor, acolhendo seu corpinho mole.

— Da mesma forma que faria caso seu filho chorasse. - assim que Georg responde, da suas costas e caminha para o centro da sala. Luan solta seu pequeno ataque de chilique, enquanto ainda escutamos o choro impaciente da boneca em seu corpo.

— Bem, me dê. - peço. Luan me olha de relance, suas pupilas são reprimidas na lateral do seus olhos. Agora sorrio, quero reconforta-lo e mostrá-lo que tudo isso é uma boneca, é apenas um treinamento, está tudo bem, não há porque se estressar. Está tudo bem em não saber o que fazer. 

— Você sabe cuidar de criança? 

— Bom, digamos que tenho duas crianças em casa. - rio. Enquanto ele coloca o brinquedo em meus braços. — E eu também, não quero que você pegue nosso bebe pelas pernas. - brinco, o faço finalmente rir. Quando deito a boneca em meu braço esquerdo, balanço meu corpo e aos poucos seu choro cessa. — Vamos tentar troca-lá agora. - apoio seu corpo sobre a espuma. 

— Meu Deus, eu quero ver como irei fazer isso. - ele diz esboçando uma careta engraçada. 

— Você terá que aprender, meu amor. - ele sorri. — Não quero que trate nosso bebe como tratou a boneca.

— Com o nosso bebe as coisas iram ser diferentes. - avisa ele. Rimos juntos e olhamos a boneca por cima da mesa. — Espero que ele não nasça tão feio quanto esse trem aí. 

— Ei. - repreendo. — Não fale como se nosso bebe tivesse alguma chance de nascer feio. - rolo meus olhos, ele apóia seu corpo ao meu e se balança um pouco. — Ele será lindo. E mesmo que não seja você terá que acha-lo mesmo assim.

— Não há chances desse neném nascer feio, definitivamente não há chances.

(...)

— A Laís vai nos pagar caro ainda. - ele diz assim que se senta no automóvel, parece exausto pela curta aula, embora não tenha feito nada além de ficar em pé ao meu lado. 

— Como você é cruel, ela só quis nos ajudar. - gargalho pelo modo como ele diz. — Falando nela, como será que está as coisas lá no Brasil em? 

— Mais tarde você liga para ela amor. - ele apóia a palma de sua mão em minha perna. — Fica em paz porque tudo irá dar certo. - ele sorri de lado, já que estamos dentro do carro. 

— E então, o que iremos fazer agora? - pergunto tentando distrair os maus pensamentos que queriam rondar minha mente.

— O Rafa e o Rober estão nos esperando em uma pizzaria na rua de casa, que tal irmos pra la? 

— Rafa? 

— Sim. Ele trabalha no escritório comigo, você deve conhecer. - anuo com a cabeça. Não sabia que ele também estava por aqui.

(...)

Sentamos em uma das primeiras mesas depois de nos cumprimentarmos formalmente. Rober chegou dar um beijo em minha barriga me fazendo ficar totalmente vermelha. Depois de nos acomodarmos, a garçonete vem recolher nossos pedidos. Eu peço fritas e ele uma coca cola. Dividimos a bebida enquanto eu jogo a batata sobre seu rosto, querendo que alguma acerte sua boca. Nunca fiz o gargalhar tanto, e eu sei que ele ama quando o fazem rir.

No momento, só está Rober na mesa, quero perguntar onde está Rafael, mas não o faço. Mas em questão de segundos, logo o vejo se aproximar puxando uma cadeira ao lado de Luan.

— Então você é a Isadora. - gosto do seu tom de voz, eu o conheço. — Eu sou o Rafael. 

— Eu sei. - brinco, mas em momento algum pareço rude. — É um prazer te conhecer Rafael. - ele sorri e encara Luan, que beberica seu refrigerante. 

— E aí, se deu bem no teste do papai? - os dois gargalham. No entanto, faço o mesmo enquanto vejo Luan sério. — Luan ainda não me convidou para fazer uma visita em sua nova casa, só vi por fotos. Você gostou? 

— Eu amei. - não minto. — Você pode ir quando quiser. - eu sempre gostei dele, mesmo sem nunca termos nos falado.

— Você gostou do presente? - Rober pergunta, ele está bem quieto. 

— Eu adorei, obrigado! - sorrimos juntos. — Você será padrinho do nosso bebe? 

— É um menino? - questiona.

— É! - Luan diz.

— Ainda não sabemos. Mas ele acha que é, então vamos fingir que temos essa certeza.

— Eu quero que seja uma garota. - Rober fala pegando algumas fritas e colocando-as na boca. 

— Você não tem que querer nada, o pai sou eu. Não você. Aliás, você está falando demais para quem estava com dor de garganta.

— Eu sou o padrinho. - Rober rebate.

— Quem disse isso? - pergunta Luan, ele parece irritado, não sei se isso pode gerar uma briga.

— A Isadora. - responde Rober, eu o olho para cada um enquanto ouço uma resposta.

— A Isadora não disse isso, ela apenas perguntou se você seria. - Rafael quem toma a fala rindo dos dois babacas.

— Cale a boca que ninguém te chamou na conversa. - Rober diz. — Mas bom, de qualquer forma... Estou dizendo que serei.

— Eu não aceitei isso. A droga do filho é meu. - Luan ri.

— Luan não chame nosso bebe de droga. - sou rude.

— Não, eu não chamei o bebe de droga, eu chamei a situação de droga.

— Isa, eu posso ser o padrinho da neném? - assim que Rober me pergunta, ele vira seu rosto e me encara gentilmente. 

— Claro. - sorrio logo depois de respondê-lo.

— Fim de papo. - ele diz. — Eu sou a droga do padrinho da bebe.

— Isadora, você precisa aprender a dizer "não" as pessoas. - eu gargalho. Luan apenas balança a cabeça e encara a vidraça ao lado. — Não estou gostando dessa afiliação entre vocês dois. Daqui a pouco, Rober pega as suas malas junto com o travesseiro dele e vai se juntar lá com a gente. 

— Você sabe que eu irei pra la na primeira oportunidade, não é mesmo? - gargalho alto, eu os acho adoráveis juntos. — Ficarei no quarto da neném.

— O quarto do bebe ainda não tem nada além de janelas e da porta. - responde Luan. — Mas eu não te deixo dormir nem no chão do quarto dele.

— Isso mesmo seu puto. - Rober diz mastigando as batatas. — Você vai precisar de mim, e sabe o que eu direi? 

— O que você dirá? 

— Eu direi:" vai se fuder seu grande pedaço de merda." 

Estou comendo minhas fritas escutando a falação desses dois, embora já esteja acostumada com isso. Eles costumam ter um diálogo ofensivo, porém sempre mantém uma feição engraçada no rosto demonstrando o quanto um não vive sem o outro. Adorei Rafael, ele é realmente engraçado e gentil. Talvez eu queira vê-lo sempre.

"Olhando agora, tudo parecia tão simples 
Estávamos deitados em seu sofá 
Eu me lembro  
Você tirou uma foto de nós com sua polaroid, e descobriu que o resto do mundo estava em preto e branco 
E nós éramos cores vibrantes 
E eu me lembro de pensar  
Será que já estamos fora de perigo?
Será que já estamos a salvo?
Olhando para trás agora, em dezembro do ano passado 
Fomos construídos para quebrarmos
E então, juntarmos novamente nossas peças  
Seu colar pendurado em meu pescoço 
A noite que não podemos realmente esquecer quando nós decidimos, afastar os móveis para poder dançar
Baby, como se tivéssemos uma chance 
Dois aviões de papel voando
 E eu me lembro de pensar  
Será que já estamos fora de perigo? Será que já estamos a salvo? 
Lembra de quando pisou no freio cedo demais 
Vinte pontos em um quarto de hospital 
Quando você começou a chorar
Querido, eu também chorei 
Mas quando o sol nasceu 
Eu estava olhando para você
Lembra de quando não conseguimos suportar o assédio 
Eu fui embora, dizendo "estou te libertando" 
Mas no fim, os monstros eram apenas árvores 
Quando o sol nasceu 
Você estava olhando para mim  
Será que já estamos a salvo?"
(Out Of The Woods - Taylor Swift) 



Notas Finais


Será que eles já estão a salvos?


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