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História Café Com Leite - Você me envergonhou.


Escrita por: lrdschats

Capítulo 130 - Você me envergonhou.


Fanfic / Fanfiction Café Com Leite - Você me envergonhou.

{Isadora} 

15h27 

Após algumas batidas na porta, a voz de Maria dócil e baixa, corresponde aos meus movimentos, impulsionando-me a abri-la e enfiar meu rosto entre a mesma e o batente. Olho em direção reta, observando a garotinha sentada em sua cama. 

— Posso entrar? - minha pergunta soa mais baixa do que o imaginado, mas eu não me arrependo por isso.

Ela assente com a cabeça me fazendo entrar no quarto logo após fechar a porta.

— Você está blava comigo, mamãe? - a loirinha questiona-me em um fio de voz rouco. Eu me sento em sua cama. Enquanto ela se aproxima se sentando em meu colo e mexendo em alguns dos fios do meu cabelo.

— Não, meu amor. - respondo após olhá-la. — Desculpa por ter gritado. A mamãe não queria ter feito isso.

— Tudo bem, mamãe. Não deveria ter mexido nas suas coisas. - as vezes acho engraçada a forma como ela fala. 

— É, não deveria mesmo. - eu falo e ela ri. — Mas está tudo bem agora. Só não faça mais porque se não, irei ficar brava outra vez. - ela concorda e isso faz com que saia do meu colo se sentando corretamente na cama, com ambas as perninhas cruzadas. — Mas então, como foi o passeio com o papai? 

— Foi legal. - Maria Clara responde gentilmente, voltando a se sentar na cama novamente e mexer com uma bonequinha. — O papai complou chocolates e depois a gente foi tomar sorvete com a amiga dele. Ela é muito legal. - eu a olho no mesmo segundo, enquanto vejo os dela se arreganharem no mesmo momento. — Opa! Não era pla eu ter contado. - suas mãos seguem em direção a boca aberta de maneira extravagante. 

— Porque não era pra ter contado? 

— O papai pediu. - ela responde mais baixo do que o esperado. — Você não vai bligar com ele, não é mamãe? - eu a ignoro. 

— Como é essa amiga? 

— Ela é morena, tem olhos bonitos e é alta. 

— Qual o nome dela, filha? - ela para um pouco e encara o vácuo tentando se lembrar de algo.

— Eu acho que é Calol. 

— Carol? - mordo os lábios, e sinto uma leve dor apossar a região. — Eu não acredito que ele fez isso. - bato meu punho em uma das minhas pernas, logo beijo sua testa e saio do quarto deixando ela brincar. 

Jogo meu corpo sobre o sofá e apoio minha cabeça no braço direito. Entretanto, olho por um tempo a televisão, e depois encaro suas mãos que seguram a maneta preta.

— Amor? - eu o chamo, mas ele não me olha, está concentrado demais na partida de futebol.

— Hum? - ele apenas murmura.

— Você tem alguma coisa pra me contar?

— Não. - ele responde rápido. — Porque? Você tem alguma coisa pra me contar? - na verdade tenho, mas não acho que seja o melhor momento.

— Não, nada. - Luan me olha no mesmo segundo e sorri. — Você quer comer alguma coisa? - o moreno apenas nega com a cabeça e xinga. 

— Que porra é essa? Isso não foi falta. - me desencosto do sofá, observando a reação abismada que ele revela. — Cartão vermelho? Isso é um absurdo.

— Você ficará o dia inteiro nesse vídeo game? Eu pensei em fazermos algo juntos...

— Espere um pouquinho Isa, eu só vou jogar uma partida ok? - ele nem tenta me olhar, então me levanto do sofá depois de rolar meus olhos. 

Brincadeira viu. Raras são as vezes em que não sinto vontade de quebrar esse vídeo game e jogar todos os pedaços, pra ser honesta, quebrar em cima da cabeça dele.

Alguns minutos se passaram e soaram como horas. Eu me deito no sofá vago e sinto Maria deitar por cima do meu corpo. Me espremo um pouco, mas nada nunca me pareceu ruim quando estou com ela. Luan xingou vinte vezes em quase dois minutos, não se importando com as palavras ridículas que usou.

Maravilhoso resto de tarde.

— Luan, você já terminou ou eu terei que esperar mais? - ele me olha e eu revelo uma feição tediosa. — Você disse que seria uma partida e essa foi a quarta desde que me deitei aqui.

— Meu amor você já jogou, agora é a minha vez. - sinto vontade de rir, mas não o faço.

— Você acha que eu estou afim de jogar futebol, Luan? - agora pareço irritada, mas ele não se importa com o tom hostil do qual me infiltro.

— Relaxa, ta bom? Eu vou jogar só mais um pouco, aí depois nós nos arrumamos para irmos á casa da Bia. 

— Ta bom amor, não reclame a noite. - ele me olha sério e arregala seus olhos, sabendo do que se trata. — Peça carinho ao vídeo game. Vai que ele acaba te ajudando a fazer bebês. - Maria Clara ri, mas permanece imóvel.

— Beleza! - ele coça a garganta. — Então filha, que tal irmos ao cinema? - Luan solta a maneta e se levanta do sofá, batendo as mãos em sua bermuda preta. 

— EBAA! - ela diz animada saindo do meu colo. — Vou pegar o baby. -Ela diz de maneira engraçada.

— Não filha, o porco não entra no cinema. - Luan fala alto, arrancando risadas minhas. Agora já não estou mais deitada no sofá. — Então, vai de pijama mesmo? 

— Pensei que quisesse jogar mais um pouco de vídeo game. - falo sarcástica mas Luan é rápido demais ao ponto de me puxar pelo braço e me prender em frente ao seu corpo.

— Pensou errado! Estou ansioso para ver um filme de criança ao lado das minhas duas pessoas favoritas. - ele parece sarcástico também, mas no fundo sei que há sinceridade em suas palavras.

— Então, quem sabe hoje a noite eu não vista minha fantasia de branca de neve. - sussurro baixinho com meus lábios quase colados em sua orelha esquerda.

— Eu vou amar. - o moreno sussurra de volta e me beija, deslizando sua boca sobre meu pescoço quente. Rio baixinho, apertando seus braços. — Agora vai logo se trocar porque de pijama você não passa por essa porta. - após gargalhar me afasto na intenção de fazer o que ele pediu. 


{Luan} 
Algumas horas depois.

Aperto sua perna desnuda e encaro a taça vazia por cima de minha mão esquerda, rindo da piada que Rodrigo acabou de soltar. Isadora me olha e aproxima seu rosto, beijando meus lábios rapidamente. Ela está linda essa noite, não muito diferente de todas as outras em quais já estivemos juntos.

— Ela gritou pra mim e falou: "grosso" eu olhei para ela sorrindo malicioso e falei: "apertadinha" - fala Marquinhos nos arrancando risadas. 

— E ainda conseguiu transar com ela? - Rober debocha, fazendo o garoto olhá-lo de lado.

— Pelo menos não fico me masturbando enquanto vejo desenho pornô. - Marquinhos debate, todos na sala gargalham.

— Não coloque meus hentais na conversa. Pelo menos eles não fingem um orgasmo. - Rober retruca. Isadora agarra meu braço esquerdo e ri alto, mas abafa o timbre apoiando seus lábios em minha pele.

— Coisa que acontece quando a Bia transa com o Rober, certo? - Rodrigo brinca enquanto eu apoio a taça em cima da mesinha central. — Ela sempre finge ter as melhores transas da vida dela. 

— Vai se foder viadinho. - Rober quase grita, agradeço por Maria Clara estar no quarto de Bia brincando com suas sobrinhas. — Ouça, eu não queria dizer isso. Mas eu já vi o Luan pelado, foi quando estávamos em Londrina e bebemos muito, então resolvemos pular no rio depois do show. - arregalo meus olhos me lembrando do dia. — Ele realmente deve amar transar com a Isadora porque ela tem as mãos pequenas. Sendo assim, quando ela segura o pau dele, faz o cara parecer grande. - gargalhamos, eu mesmo rio do que acabei de ouvir. Isadora gargalha, nem ao menos se importando de tranqüilizar a sua reação. 

— Amor, não é verdade. - ela diz segurando meu rosto com ambas as mãos, mas eu também não consigo parar de rir.

— Sabe? O único que não foi zoado aqui foi o Max, e falando nisso, você fez exame por aquela vez você ter acordado ao lado de uma mulher com bolas? - debocho, fazendo Aline arregalar os olhos e encarar o noivo. O resto está rindo alto, muito alto.

— Aquilo foi um mal entendido.. Eu não transei com aquele cara seu filho da puta. E você sabe disso. - Max fala eufórico, mas ele não leva para um lado pessoal.

— MAX! - Aline grita colocando suas mãos em cima da sua boca.

— Aline, eu estava chapado, ta legal? Mas eu fiz o exame e eu não fui estuprado, esse assunto era para estar morto. Odeio vocês! - nós rimos, sinto minhas bochechas doerem.

— Vamos parar de falar de nós. - diz Marquinhos bebericando um pouco do seu vinho. — Vamos as garotas. - Isadora me olha assustada. — Com quantos caras você já dormiu, Isa? Pode dizer, Luan sabe que isso é passado.

— Opa opa opa. - digo erguendo os braços. — Vocês querem morrer, não é mesmo? - os meninos soltam um rugido engraçado. 

— Não perguntem a Bia. - Rodrigo protesta. — Essa aí já beijou até mulher. 

— Foi antes de te conhecer meu amor. - a loira beija Rober depois do mesmo ter lhe olhado com os olhos mais arregalados possíveis. 

— E você já transou com uma, Bia? - o tom de Marquinhos é animado, ele balança seus braços e encara a garota a frente. — Você sabe? - ele simula um "dois" com os dedos da mão esquerda e balança a língua entre eles.

— Você é tão nojento! - Bia gargalha e levanta do sofá. — Eu vou ir ver se o frango está pronto.

— Ah, eu vou junto. - Isadora fala antes de se levantar. Seu corpo sofre um movimento brusco, mas se inclina rapidamente com a intenção de pregarmos os lábios. Sorrio no meio do beijo.

— Eu vou também! - Aline se levanta e acompanha ambas as meninas. 

— Porque três mulheres tem que ir ver se o frango está pronto? Uma não pode fazer isso sozinha? - Marquinhos pergunta baixinho, eu rio após notar o tom assustado da sua voz. 

— Cara. - Max ri debochado. — Você não conhece as mulheres? 

— Ele não consegue uma Max. A reação dele é compreensível. - Rober fala em meio a risadas.

— Elas provavelmente foram contar segredinhos. Mulheres fazem muito isso, sabiam? - eu olho firmemente para Rodrigo enquanto ele diz gesticulando com as mãos. — Elas contam tudo uma para a outra. Até tamanho de pênis.

— Que coisa esquisita. - sussurra Marquinhos dando atenção a bebida em suas mãos. — Mas então, o que vocês tem para nos contar? 

— Ah, eu estou esperando o resto das pessoas chegarem. - Rober argumenta mas quando termina sua frase. Batidas fortes ecoam o ambiente. — Que, na verdade, acabaram de chegar.

O moreno se levanta e abre a porta, dando me a possibilidade de ver alguns rapazes adentrarem o apartamento.

— Oi galera. - fala o mais alto se aproximando de nós. — Rodrigo! Quanto tempo cara. - ele diz quando se aproxima do mesmo e ambos se abraçam. Posteriormente, cumprimento os três rapazes. 

Conforme os minutos se passaram, percebi que Lucas e Allan tinha algo. Enquanto Renan batia papo com todos os meus amigos como se já o conhecessem. 

Quando vejo Rober se afastar para atender o celular e segundos depois finalizar a ligação, me levanto do sofá e sigo até a sacada com o intuito de falar com ele. Ainda não tive essa oportunidade, pois desde que chegamos de viagem não nos vimos mais. 

Meu corpo é escorado na curta parede, e assim olho para a rua deserta.

— Você sabe quem eu vi hoje mas cedo? - sou o primeiro a falar.

— Não. - ele responde sério, virando-se de lado para poder me ver melhor.

— A Carol. - falo baixo pois não tenho a intenção de ninguém mais escutar.

— Então? 

— Então que eu bebi uma cerveja com ela enquanto a Maria tomava sorvete. - Rober não diz nada, ele sabe que essa não foi a minha melhor escolha. — Ela me disse que estava tendo uma festa de uma amiga dela no bar do condomínio, achou que seria legal caso eu fosse. 
— Douglas disse que iria. - ele comenta. — Você vai ir? 

— Não. - sou sincero. — Eu prefiro ficar aqui esperando a novidade que você e a Bia vão nos dar. 

— Acho que você ficará surpreso. - ficamos alguns segundos em silêncio, mas quando, enquanto aconchego uma expressão confusa, encaro Renan e questiono.

— Desde quando vocês tem amizade com esses caras? 

— Ele é primo da Bia. Eu acabei me aproximando dele nas últimas semanas quando descobri que ele é fissurado em vídeo game igual a gente. - rio, mas minha expressão muda quando observo Isadora entrar na sala e abraçar Renan.

Espera, o que é isso? 

— E desde quando Isadora e ele são tão amigos? - Rober segue meu olhar e ri baixo, logo depois me olhando.

— Não está com ciúmes né boi? 

— Foi só uma pergunta Rober. - minto, acho que estou com ciúmes sim, e isso aumenta quando os vejo sentarem no sofá. Ela ri de algo que ele fala.

Renan pega uma garrafa de vinho servindo Isadora, e depois se serve.

— Uai. A Isadora conhece a Bia faz muito tempo, sendo assim deve ter conhecido Renan em alguma festa da família da Bia. Não sei. - Rober diz como se fosse óbvio. — E bom, como elas mantém bastante contato, eles devem se encontrar, ele se mudou para cá, e ultimamente está bem chegado por aqui. 

— Eles se encontrando. - penso alto. — Sabe quantas vezes isso aconteceu? 

— Ah, não sei. A Bia comentou sobre as reuniões que ela faz, e por ventura ele vai. Talvez duas vezes no máximo. - não digo mais nada, porém meu corpo reagem de uma maneira diferente quando eu vejo ele aproximar seu rosto e dizer algo perto do ouvido de Isadora. Ela sorri... E eu apenas caminho em sua direção, esboçando a minha pior expressão facial. 


{Isadora} 
Alguns minutos antes.

— Então... É sobre o noivado? - pergunto-a entusiasmada. Bia balança a cabeça após posicionar seu corpo normalmente. Ela fecha o forno e limpa suas mãos em um dos panos qualquer.

— Finalmente, Rober me pediu em casamento. 

— Eu estou muito feliz por voce amiga, de verdade. - nós nos abraçamos, ela parece tão elétrica essa noite. 

— Ele vira morar aqui, ou...? - Aline pergunta depois de abraçar Bia. 

— Nós compramos juntos esse apartamento. Mas daqui alguns anos teremos que mudar. - ela faz uma expressão chateada com a boca. 

— Mas porque? Seu apartamento é tão lindo. - Aline diz. 

— É, mas ele é pequeno. Rober disse que quer ter filhos. - abro minha boca ao extremo vendo Bia dar dois pulinhos. 

— Isso é tão incrível. - sou sincera, pois sei o quanto ambos se tornaram apaixonados um pelo outro. 

— Falando em filhos... Você contou á ele? 

— Não, e depois da conversa que tivemos hoje a tarde não quero mais contar. - respondo-a Aline.

— O que aconteceu? - Bia pergunta aflita, nesse momento estou da mesma forma.

— Luan não quer ter filhos, gente. - elas engolem o seco, e nós nos sentamos sobre os banquinhos que tem em frente ao mármore preto. Eu olho ao meu redor. — Eu dei a entender que estou grávida, mas ele reagiu de uma forma estranha. Disse que não é o melhor momento para termos outro filho. 

— Ele devia ter pensado nisso antes de transar sem camisinha, não acha? - Bia diz me fazendo concordar. Mas eu não digo nada, apenas encaro a aliança presa no dedo anelar da minha mão esquerda. — Voce tem que contar Isa, me surpreende ele ainda não ter descoberto. Sua barriga não está grande, mas se reparar bem, da pra notar a diferença.

— Homens são burros Bia. - Aline diz roendo suas unhas. 

— Sim, e se tratando do Luan ainda. Vocês não tem idéia do quanto ele é desligado para as coisas, se duvidar, terei que lhe explicar como é que isso aconteceu. - elas rirem e me faz rir também. — Estou um pouco chateada com ele, apesar dos pesares. Ele encontrou com a Carol hoje cedo.

— Carol Rodrigues? - Aline pergunta e eu assinto com a cabeça. Elas sabem da modelo da qual ele se relacionou. 

— O que? - o tom de Bia é indignado. — Como você soube?

— Ele estava com a Maria Clara. Ela me contou e o pior, ainda me disse que a garota era "legal". - eu debocho, minha voz soa fina devido ao ciúmes que sinto. — Não acredito que ele não me disse nada. 

— Espere um pouco. - Aline diz; mas eu não cogito essa opção. — Ele pode estar pensando em como te contar. Afinal, eu ficaria invocada caso Max me dissesse que encontrou um ex affair. 

— Mas aí é que está! Ele não pretende me contar porque pediu a Maria, pra não me dizer nada. Como vocês esperam que eu reaja a isso? 

— Você é definitivamente mais calma que eu, porque se fosse comigo, eu já teria rodado a baiana. - Aline comenta. 

— É que eu não quero brigar, gente. Luan chegou ontem, eu não quero recebê-lo com uma discussão. Mas minha boca está coçando para perguntar sobre isso.

Não dissemos mais nada pois o barulho da porta nos desperta sobre uma conversa que poderia durar há horas. 

Caminho em direção a sala e vejo Renan ao lado de Lucas e Allan. Os três de pé. Quando nossos olhares se encontram seu corpo reage a isso, e eu ando em passos curtos, me aproximando do rapaz sorridente. 

— Isa! - sua voz soa meiga, nós nos abraçamos. — Que bom vê-la.

— Igualmente! - sorrio gentil e me afasto sentando no sofá. Ele, no entanto, se senta ao meu lado. 

— Então, você está bem? 

— Estou. Luan finalmente vai ficar um tempo em casa. 

— Eu o vi. - ele sorri de maneira simpática. Suas mãos seguem em direção reta. Renan serve vinho em duas taças, me entregando uma delas.

— Mas e você, está bem? 

— Estou ótimo. Tenho uma novidade. - ele pausa, seu rosto se aproxima e sua boca dessa vez, está ha poucos centímetros de minha orelha. — Eu pedi a Rachel em namoro. - abro minha boca ao extremo ficando feliz pela notícia. Rachel minha antiga parceira de estudos, finalmente seu sonho foi realizado, longas foram as manhãs quando ela se lamentava sobre os sentimentos que o garoto demonstrava ter por ela. Imagino sua felicidade. 

Meus olhos sobem lentamente, eu vejo o rosto do Luan tampar a claridade de um dos lustres que iluminam o perímetro onde me encontro. Ele está sério, mas quando abro minha boca para questiona-lo a respeito, sua voz rouca diz numa maneira hostil.

— Vamos embora. - eu o olho confusa. Minha testa franze e ambas as sobrancelhas acabam se encontrando. 

— Aconteceu algo? - pergunto confusa. 

— Não, só vamos embora. - ele repete da mesma forma ofensiva. Sua garganta treme um pouco, Luan nem ao menos desvia o olhar. Sua atenção é em mim. Apenas em mim e eu não gosto da forma como ele me olha. 

— Amor, a Bia e o Rober nem ao menos serviram o jantar. 

— Sim e você já quer ir embora? - Bia aparece por trás do seu corpo esboçando um sorriso lindo em seu rosto. Luan vira o pescoço e a olha por alguns segundos. 

— Não me leve a mal Bia, mas nós iremos ir embora sim. 

— Fique mais um pouco, pô. - Renan diz e Luan o olha no mesmo segundo. 

— Cara eu não estou falando com você. Isso é entre minha mulher e eu, entendeu? Não se meta. - arregalo meus olhos, me sinto péssima pela forma como Luan fala. — Isadora, apenas chame a Maria Clara e vamos embora. 

— Luan, vamos esperar pelo menos eles contarem o que... - antes de terminar de falar, seu grito me assusta. 

— VAMOS EMBORA AGORA ISADORA. 

Minha boca se entreabre aos poucos, eu o olho durante alguns segundos observando sua feição seria e irada. Tal como se quisesse socar alguém, depositar a raiva que sente agora, em uma das pessoas presentes. Meus olhos escorregam por todo o lugar, eu vejo todos nos olhando calados e surpresos com o que acabou de acontecer. E, no fundo mais cômico da sala, observo minha garota parada observando a cena. 

Então eu me levanto, balanço a cabeça e atravesso seu corpo seguindo em direção a porta. 

— Filha... Vamos. - ele fala alto. Ela o obedece, seguindo em minha direção. 

Meu estômago embrulha, eu quero vomitar, mas seguro enquanto engulo o seco duas vezes consecutivas. Saímos do apartamento e ouço Rober dizer algo, mas sou incapaz de ouvi-lo normalmente. 

Ficamos em silêncio durante nosso tempo dentro do elevador. Maria Clara apenas olhava para o espelho, eu só conseguia encarar meus pés juntos sobre o solo coberto por um tapete vermelho.

Todavia assim que entro no carro, depois de colocar Maria em sua cadeirinha, relaxo meu corpo e vejo Luan dar a volta no veículo, entrando no mesmo logo em seguida. Quando eu o olho, noto que ele está me olhando também. E por essa troca de contato visual, eu tenho a certeza de que teremos sim, a briga que tanto queria evitar. 

Minhas vistas parecem embaraçadas devido ao vento forte que atravessa meu rosto sem piedade. Eu sei que ele, mesmo ao meu lado, mantém-se distante, com os pensamentos em algo qualquer, algo puramente egocêntrico, ainda que minha feição se encontre isolada de qualquer gentileza. Há vestígios de insensibilidade em seus olhos, agora, dilatados.

Luan presta atenção na estrada, sabe que qualquer distração podem nos causar estragos. 

Tenho coragem e arranco do fundo da minha garganta, meu tom mais forte e sério, dizendo as seguintes palavras. 

— Nunca mais faça isso. - Luan mesmo um pouco desatento a mim, rola suas pupilas, apertando-as no canto dos seus olhos desmanchados, causado pelo clima intenso.

— Fazer o que? - eu o olho agora, totalmente indignada, questionando-me o que aconteceu há poucos minutos. 

— Você me envergonhou. - falo alto, Maria me olha. — Você gritou comigo na frente de todas as pessoas. -  ressalto a situação, sabendo que Luan não da muita importância a minha opinião.

— Hum. - ele é amargo. Luan trava o maxilar, abre as palmas por cima do volante e balança cada um dos seus dedos. — Devo pedir desculpas por ter feito meu papel de homem? 

— Papel de homem? Qual é o seu problema, Luan? - digo abismada. Sua resposta foi tão ridícula, assim como todo o show enquanto estivemos no apartamento da Bia. 

— O meu problema é que eu vi um cara flertando com a minha mulher. - de repente ele me olha, mas não dura por muito tempo.

— Ah! É isso? Esse foi o motivo pelo qual você me constrangeu? - o moreno ri esnobe, como se não estivesse acreditando em nossa conversa. Por outro lado, nem eu mesma creio nisso. — Só estávamos conversando. 

— Claro, porque você simplesmente não pode conversar comigo. 

— Meu Deus Luan, eu estava apenas sendo gentil. 

— Só quero saber uma coisa, desde quando vocês são amigos? 

— Não somos amigos. - falo alto, Maria Clara se espreme na cadeirinha, eu as vezes, olho para trás do banco em que estou. 

— Porque pelo o que eu vi pareciam bem íntimos. - olho para o lado, dando atenção aos jogos de luzes presos sobre o enorme arranha-céu. 

— Não vou conversar com você agora. - evidencio meu tom angustiado, mas que ao mesmo tempo, demonstra insensatez. 

— Claro! Até porque eu não sou o Renan, certo? - ignoro-o.

Desde o início, eu soube que Luan tinha um lado arrogante. Apesar de sempre estarmos distantes, nunca deixamos de brigar de tal forma. Pra ser mais clara, levando em consideração todos os anos passados, brigamos por exatamente tudo e todos. Quando não se passa fisicamente, com a presença de ambos, acontece por telefone. É algo que sempre se resolve quando um cede, e pra ser sincera, isso é algo quase impossível de acontecer. 

No início dos tempos em que estivemos juntos, eu era aquela que sentava sobre a cama e pedia desculpas, ainda que não estivesse errada. Conforme os anos se passaram, eu sou aquela que senta sobre ma cama e espera um pedido de desculpas. 

Nunca dormimos brigados, foi um acordo que agora, nesse momento, espero que permaneça de pé. 

"Assim que esquecemos como nos sentimos, lidando com as emoção que nunca deixamos 
Brincando com a mão que lidamos nesse jogo 
Talvez eu seja uma pecadora e você é um santo 
Precisamos parar de fingir o que não somos 
Por que estamos apontando o dedo? 
Somos todos iguais 
 Término, reconciliação 
Uma total perda de tempo 
Podemos, por favor, nos decidir? 
E parar de agir como se fôssemos cegos 
Pois se a água seca e a lua para de brilhar 
As estrelas caem e o mundo cega
Cara, você sabe que vou guardar o meu amor pra você pois você é o melhor erro que já cometi mas nós persistimos
Não existe pote de ouro no final do arco-íris que perseguimos mas nós persistimos
Acho uma perda de tempo, a hora passando, lábios se tocando 
Como manter esse sentimento saudável 
Como a trancamos 
Você usa o seu coração nas suas mangas 
Amor persistente, eu sei que o amor pode ser 
Uma praia sem uma costa 
Contei até dez, perdi a paciência, e voltei para o quatro 
Eu sei que é difícil perceber que eu sou a mulher que você precisa 
Tive um sonho que começamos uma árvore genealógica e tive a sensação que tudo o que fazemos é tarde demais 
Eu queria que você fosse feliz 
Acho que essa é a única coisa que eu deveria lhe dar 
Não há número dois, somos um só e únicos 
Um casal humano
Se deito com você estou sendo sincero 
Vou guardar o meu amor para você, sempre porque você é, o meu melhor erro."
(Best Mistake - Ariana Grande Feat. Big Sean)
 


Notas Finais


Vai rolar briga! 👌🏿😞


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